Na Escola Aprendi A Amar

Informações:

Autora: NaFrancine.

Classificação: Livre.

Avisos: Nenhum.

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 Sinopse: Nanda é uma jovem estudiosa e freqüenta um colégio de ricos. Ela não é pobre, mas não é tão rica. Sua personalidade é simples e humilde, mas se pisa em seu calo vira outra pessoa. Ama ler romances e artigos e seu tipo de ambiente favorito tem que ser tranquilo. É terrivelmente apaixonada pelo menino mais desejado do colégio, porém não sabia que muitas coisas poderiam acontecer entre eles neste último ano no colégio.

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Não fique com medo se eu ficar louco por você

 

“Será que ele esta me olhando? Eu acho que sim. A direção está diretamente ligada a mim. Ou será por que as meninas pop da escola estão ao meu lado? Pode ser ele jamais olharia uma garota como eu parada aqui com dois cadernos na mão e comendo uma maça.”

A garota sem muita emoção desencosta da parede e vai para outro lugar. Olhando para o céu e mordiscando sua maça rosada. Um par de olhos azuis não muito distante dali as segue sem que ela perceba. O sinal do intervalo toca e lá se vão todos os jovens, arrastando-se para suas salas e retornarem ao terrível tédio da aula. Não para aquela garota é claro. Ela adora estudar e a sua próxima aula seria português. A melhor matéria em sua opinião.

 

Não fique surpresa se eu cair aos seus pés

 

Finalmente o sino toca mais uma vez e é hora de todos irem embora. Sua sala não era muito grande. Havia uns 30 alunos em média. Mas 30 alunos devidamente bagunceiros e preguiçosos. E 30 alunos muito rápidos na hora de ir embora. Não passava 5 minutos inteiros e as únicas pessoas que restavam na sala era ela e a professora. Uma das que gostava da jovem por sua determinação no estudo.

Após uns minutinhos conversando com a professora, Nanda pega suas coisas e se retira da sala. Todo dia carrega em sua mochila rosa bebê coisas que ela denominava serem importantes. Nas mãos sempre eram os livros que ela estaria lendo no momento. Romances e artigos. Seus temas favoritos de leitura.

Na saída do seu colégio havia uma escada. Toda vez que ela as descia se lembrava dos micos que já havia pagado ali. Felizmente todos acabam esquecendo e não riam da cara dela de novo. Porém quando ela ia colocar os pés no primeiro degrau, algum maluco esbarrou grosseiramente na jovem e derrubou tudo no chão. O infeliz não teve sequer o respeito de voltar e pedir desculpa. “Ai meu Deus, esses moleques fedorentos. Além de burros ignorantes, são completamente mal educados. Aff...”

Seus pensamentos iam longe enquanto recolhia os livros. Sem perceber uma pessoa se aproximou e começou a ajudá-la. Quando deu conta da presença desse alguém levantou para dizer que não precisava de ajuda, mas antes que qualquer palavra saísse de sua boca ela paralisou.

 

- Esta tudo bem com você?

- ...

- Moça? Esta tudo bem?

- É... é.. tá. Esta tudo bem sim, é.. Não precisa pegar eles, já estou acostumada com essas coisas. – Enquanto falava suas mãos gesticulavam freneticamente, e aos poucos ia pegando os livros. Sua franja teimosa sempre caia em seu rosto e piorava a situação. Ao retirar ela do rosto outro livro caia. “Meu Deus, como sou desastrada.”

- Deixa. Eu pego pra você. – O rapaz sorriu docemente.

- Obrigada. – A palavra saiu tão desajeitada de seus lábios que Nanda não sabia se ficava sem graça por ele estar ajudando-a ou por estar sendo tão boba. – Bom, eu tenho que ir. Estou atrasada para chegar em casa. – Ele entrega os livros cuidadosamente para ela e o sorriso não saia de sua face. “Pare de sorrir assim.” – E mais uma vez obrigada por me ajudar. Tchau...

O rapaz acenou e permaneceu no topo da escada. Olhando ela partir. Sem que ela percebesse é claro.

 

Eu não me preocupo com o que eles pensam de mim

 

No dia seguinte ao acordar Nanda achou ter vivido um sonho. Um sonho lindo. E resolveu esquecer para seu pobre coração não sofrer mais um pouco.

A rotina de ir para escola ocorria normalmente de novo e tudo prometia ser o de sempre. Sua mãe sempre a levava na escola e depositava um beijo em sua testa. Desejando a boa sorte de sempre e um eu te amo incondicional. Motivação suficiente para Nanda entrar na escola forte.

As escadas não foram um problema, todos estavam ocupados demais com seus mp3’s e o papo furado do MSN de ontem. Sua sala era a 15 do segundo corredor. Quando virou para entrar no corredor percebeu que olhos a seguiam e cochichos voavam pelo ar. Estranhou. A sala estava uma bagunça como sempre. Sentou em seu lugar e arrumou o material em cima da mesa. E de repente...

 

- Olha gente, a plebéia sonhando com o Romeu. Só porque o Romeu foi gentil com ela. Owwn, não é lindo? – Camila, a vaca da sala. Só porque seus pais são ricos se acha no direito de menosprezar todo mundo, principalmente Nanda que era simples e humilde em tudo.

- Do que você esta falando menina idiota? – Apesar de toda educação, Nanda não era besta.

 

- Idiota é você plebe. Todo mundo tá sabendo que o Leandro te ajudou ontem a pegar os seus livros. E a minha amiga Paty aqui viu tudo! Como você reagiu, viu tudo. Sem contar que, quem não sabe que você é apaixonada por ele hã? – Camila deu um pedala na cabeça de Nanda e saiu gargalhando. – Desencana Nandinha, ele é meu tá? – Guspiu o último veneno e saiu se achando. “Gralha filha da puta. Era só o que me faltava, ser zoada porque ele me ajudou...” E os pensamentos foram longe.

 

 

Eu não sei o que fazer

 

O sinal para o intervalo toca e todos saem correndo da sala. Nanda não queria sair, mas não podia ficar na sala. A inspetora Dora passaria de sala em sala verificando e trancando as portas. “Mas por que tenho de ficar com medo? Não fiz nada de errado. Ele quis me ajudar, não fui eu que pedi. Não devo nada pra ninguém.” E depois de chegar à conclusão de que não se importa com o que os outros vão pensar dela pegou seus livros, a maça e saiu da sala.

O banco embaixo da árvore mais alta do colégio estava vazio. Quase todos os dias estavam. Era seu cantinho preferido para ler. O vento sussurrava entre as folhas da árvore, a luz do Sol se dividia em pequenas fendas e ali parecia o paraíso. Às vezes, quando passava alguma pessoa ali por perto lançavam alguma piadinha. “Aff, foi só uma ajuda, por que ridicularizar alguém por ser humilde?” O preconceito naquela escola era terrível. Uma pessoa não podia fazer uma coisa, por mais que fosse pequena, de estranho que já era motivo de gozação da escola inteira. No fundo Nanda interpretava aquilo como falta de atenção dos pais, pois quase todos ali eram ricos. Os pais mal ficavam com eles e davam tudo que eles queriam. A escola era um meio de diversão. E quem pagava por isso? Os menos ricos. “Que ridículo pensar desta forma.” Era seu pensamento mais constante nos últimos dias. Menos ricos? Enfim, retornou para a leitura.

 

Porque eu estou me apaixonando por você

 

Uma risada ao longe chamou a atenção de Nanda. Ergueu a cabeça e começou a procurar e o viu. Belo e perfeito como sempre. Parado na parede, com as pernas cruzadas e o sorriso mais galanteador que alguém pudera imaginar. Os amigos a volta era só borrões. Não podia negar que estava terrivelmente apaixonada por Leandro. Fazia quase um ano que seu amor platônico existia, mas estava feliz assim. A esperança de um amor impossível era tudo que ela não precisava no momento.

O sinal novamente foi soado. Pegou suas coisas e retornou para sua sala. As piadinhas agora entravam por um ouvido e saiam por outro. Era aula de matemática e não estava, por um milagre, tão interessada na matéria. Apoiou seu rosto na sua mão esquerda e ficou olhando para a janela. Relembrando o dia anterior. O modo como ele foi gentil com ela, como não a rejeitou e demonstrou um carinho que ela não sabia que ele podia ter. Por um segundo pensou que ele tivesse dado uma iniciativa de beijá-la no rosto. Claro, ao entregar os livros para ela. Ele chegou a se aproximar, mas por que não continuou? “Será que eu o assustei? O meu jeito desajeitado o deixou com medo? Ou eu estava feia? Ai meu Deus, diga que não! Não ontem...” E para bem longe Nanda se tele transportou.

 

 

Quando eu olho dentro dos seus olhos posso ver você e eu

 

Guardou seu último livro dentro da mochila e já estava pronta para sair da sala. Desta vez não carregaria os livros na mão. O azar estava seguindo-a ultimamente e não queria que ele a atropelasse novamente. Tranquilamente foi caminhando pelo corredor, passou pelo pátio e chegou à escada. Parou por um instante e apoio sua mão no corrimão. Olhou cada detalhe para certificar-se de que não foi um sonho. Sorriu. “Como sou boba. Parada aqui lembrando um momento tão simples.”

 

- Com medo de alguma coisa cair hoje de novo? – Era ele.

- Que susto! – Ela deu um salto e colocou a mão no peito. – Se quiser me matar de ataque cárdia é só me avisar ok? – Sorriu sem graça pra ele, mas um pouco séria.

- Desculpe, não era a minha intenção, eu juro – se desculpou aos risos. – E cadê seus livros?

- Ah, hoje eu os guardei dentro da mochila... Sabe como é né? – deu de ombros. Passou a mão nos cabelos, que hoje estavam soltos. Um milagre.

- Isso foi uma indireta?

- Hã? Como assim?

- A passada de mão no cabelo. Primeira vez no mês que vejo seu cabelo solto. É uma indireta para eu reparar? – risos.

- É claro que não seu doido! – Falou em desespero. “Será que ele descobriu que isso foi um charme? Ai meu Deus, to pagando outro mico?” Seus olhos se agitaram tentando explicar o que não precisava.

- Relaxa Nanda, estou brincando com você ow. Eu sei que não foi uma indireta... Eu acho. – Disse olhando para o céu, disfarçando.

- Se toca Leandro, eu deixo meu cabelo do jeito que eu quiser. Apenas acho mais prático deixá-lo preso do que solto. Fica caindo no meu rosto e isso me irrita profundamente. – Disse revirando os olhos. E justo neste momento uma mecha de cabelo caiu no canto de seu rosto.

- Permita que eu retire para você. – Ela consentiu e ele se aproximou. Seu perfume exalou entorno dela e por um segundo o mundo não existiu. Ela fechou os olhos sem perceber e ele sorriu ao ver. Levou sua mão até o rosto dela, acariciou discretamente sua face enquanto guardava a mecha teimosa atrás da orelha. Sentiu uma imensa vontade de beijá-la, mas não podia naquele momento. Não naquele momento.

- Prontinho senhorita, acho que agora ela não cai mais.

- Ah, muito obrigada... – comentou um pouco infeliz. O momento estava sendo o que ela jamais conseguiu imaginar e já acabou. – Bom, acho que já deu a minha hora. Tchau Leandro.

- Hey, espera um pouco. – Segura o braço dela.

- Eita, o que foi?

- Na verdade eu queria te pedir uma coisinha... – o sorriso mais bobo que ela já vira, mesmo sabendo que era um disfarce para pedir algo.

- Pode falar.

- Estou precisando de uma força na matéria de português e a professora recomendou você para esta missão impossível. – Os dois riem.

- Missão impossível? Me senti importante agora. Saiba que para mim não existe o impossível tá? Eu vou te ajudar e você vai ser o cara mais fera no português. Depois de mim é claro né? – Uma risadinha maléfica e um olhar.

- Sim senhorita! É.. Então podemos marcar um lugar e uma hora? O que for melhor para você.

- Tudo bem. Pode ser aqui na escola mesmo? Fica mais fácil.

- Claro, sem problemas.

- Às três horas?

- Às três horas. – Faz gesto militar colocando a mão na cabeça. Risos.

- Seu bobo... Então tudo bem, três horas estarei aqui no portão te esperando.

- Eu estarei esperando você Nanda. – Pisca. O coração dela quase voou pelos ares. Os dois se despediram com um beijo no rosto e Nanda só faltou dançar no meio da rua de tanta felicidade. E mais uma vez o olhar dele fixo nela partir.

 

 

Lembre-se dessa vez que vai durar até o fim

 

A ansiedade quase tirou a concentração de Nanda nos seus afazeres dentro de casa. Lavou a louça rapidamente, ajeitou seu quarto da maneira que deu, tomou um banho dos deuses e escolheu a melhor roupa básica que ela tinha. Afinal, todos estavam acostumados a vê-la de roupas “normais”. Leandro não reagiria de outra forma se não de surpresa caso ela aparecesse com uma roupa tão diferente. Poderia até mesmo pensar que ela se produzirá toda para ele. Nada disso.

Enfim a esperada hora chegou. Nanda teve de pegar o ônibus para retornar a escola. Dobrou a última esquina da rua e lá estava a escola. No seu momento de paz, o único talvez. O procurou na frente do portão, mas não avistou. “Eu sabia que ele não chegaria antes de mim.” Um pouco decepcionada ficou esperando em frente ao portão. Cabisbaixa. Sem esperar uma rosa vermelha surgiu diante de seus olhos.

 

- Achou que eu não estaria aqui foi? – Leandro dá-lhe um beijo na bochecha.

- Er, nossa! Que rosa linda! Para mim? – Perguntou virando-se rapidamente.

- Não não! É para ficar aqui de enfeite. É claro que é para você Nanda, que bobagem. – O sorriso como o de uma criança encantou teus olhos.

- Ai sim hein! Gostei da tiradinha, precisava desta para acordar. – Risos. – Desculpa. Ela é muito linda, parece até de mentira. – Leva a rosa até seu nariz e aspira o doce perfume.

- Linda mesmo né? Eu a vi na floricultura aqui perto e lembrei-me de alguém especial.

- Especial? – O olhou surpresa.

- Sim, bem especial. Mas isso não é hora de falar sobre isso né? Temos de estudar e com urgência. Minhas notas estão péssimas! – Exclamou aos risos, passou o braço entorno dela e a foi levando para o lugar onde estudarão.

 

 

Quando eu encontrar você nos meus sonhos

 

Lá estava ela. A companheira mais fiel de Nanda. A árvore que sempre esta ao lado dela quando precisa, com um banco confortável e o melhor ambiente da escola.

 

- Vamos ficar aqui. Ouvi dizer que é um excelente lugar para estudar. – Comentou olhando a volta, escondendo a verdadeira expressão em seu rosto.

- Ouviu dizer? Caramba! As pessoas falam demais. – Uma ruguinha se formou no centro da testa dela e logo emburrada ficou.

- Relaxa Nanda, que isso. Vai ficar dando bola pra essas coisas? Você nem sabe o que dizem por ai. – A mirou de canto esperando a curiosidade espalhar-se no olhar castanho claro mais belo que ele já vira. Sentou no banco colocando os braços atrás da cabeça.

- E você sabe é claro. O pop do colégio, a fofoca chega até você em questões de segundos. – Cruzou os braços e parou bem na frente dele. Desafiando-o a contar a verdade das coisas.

- Isso é o que você pensa não posso fazer nada. Agora senta logo aqui e vamos estudar o emburradinha. – Sorriu e a puxou para seu lado.

 

Abrirão os livros e logo a aula começou. Nanda explicava tudo de uma forma muito clara para ele. Em seus pensamentos imaginava como não podia compreender tal coisa dentro da sala se ali, com ela, estava tão fácil.

 

- Então, quando se deve acentuar o 'porque' ?

- Quando o porquê for um advérbio interrogativo de causa. Tipo: Você é o porquê da minha felicidade. E quando for um advérbio interrogativo no final de frase interrogativa. Tipo: Não me beija por quê? Acertei?

- É-é...  Isso mesmo Le. Be-bem interessante o seu exemplo, bem improvisado. Ta pegando fácil o conteúdo ein? Estou começando a desconfiar que você não é ruim na sala coisa nenhuma. - Nanda ficou completamente sem graça, pois os exemplos citados por ele mais pareciam indiretas. "Olha as coisas da minha cabeça aí." Disfarçou.

- O engraçado é que sou ruim sim Nanda. É que você explica tão bem que é impossível não entender, entende? – Ele tentou disfarçar, mas não deu. As bochechas ficaram um pouco rosadas.

- Não precisa ficar sem graça não seu bobo. – Risos. – A professora Lúcia não tem um método tão fácil para explicar a matéria, mas como estou acostumada com coisas difíceis me saio bem.

- Desculpa então ó magnífica aluna deste colégio. Perdoe-me pela minha ignorância, não possuo o dom da inteligência como vós.

- Oh my god! What’s that? – Às vezes Nanda deixa escapar algumas frases em inglês. O curso básico que ela terminara há pouco tempo ainda tem influência no teu vocabulário idolatrado brasileiro. – Acabas de me surpreender.

- Achou que eu não soubesse nada é? As aparências enganam Querida, aprenda isso. Nem tudo que você vê é a verdade.

- Olha lá, me dando lição de moral. Aaaah, vai te catar Leandro. – Risos e um suave tapa no ombro dele. Neste momento Nanda mirou o alto da árvore e refletiu por breves segundos o que ele acabara de dizer. “Nem tudo que você vê é a verdade. Será que ele não é o que eu sempre imaginei?”

 

Eu apenas não quero que você vá

 

    Cinco horas já estava chegando e eles começaram a guardar os materiais. Enquanto Nanda alojava adequadamente teus sagrados livros na mochila, Leandro a olhava incansavelmente. Poderia se assim fosse permitido, olhá-la eternamente debaixo daquela árvore. O modo como a tranqüilidade, a beleza de tudo ali a deixava mágica e especial.

 

- Bom, já arrumei minhas coisas. E meus parabéns! Para o primeiro dia você esta ótimo.

- Ah valeu, era a motivação que eu precisava para continuar estudando. – Disse sem graça.

- Relaxa, comigo te ensinando vai saber o português de cabo a rabo. – Sorriu. Olhou para ele e depois para o chão. Era hora de partir. – Bem, então é isso né. Já vou indo. – Deu um aceno e foi se retirando. Três passos e lá estava a mão dele novamente segurando o braço dela.

- Hã?

- Fica mais um pouco. – Os olhos azuis iluminados pelo Sol tornaram-se um oceano límpido. Hipnotizou absurdamente sua consciência. – Fica?

- Tá bom. Mas pra quê? – Disfarçou o transe.

- Vamos sentar aqui de novo. – E lá foram novamente. Pegou sua mão e começou a acariciá-la. – Nanda, eu queria te contar um segredo.

- Nossa, pode falar Le. – Seus olhos se arregalaram e mil pensamentos ocuparam sua mente. “Que segredo pode ser? Será que ele é gay? Será que ele gosta de alguma menina da minha sala?”

- É um segredo muito importante e sinto que posso confiar em ti, né?

- Sim sim, pode confiar. – Apertou sem perceber a mão do rapaz.

- Então, é que eu não quero perder uma coisa, não quero que essa coisa se vá. – Seus olhos buscaram outros focos para se tranqüilizarem. – Há muito tempo tenho observado, tenho buscado conhecer, tenho me interessado por demais. As noites chegam e meus pensamentos buscam essa coisa, eu anseio por tê-la.

- Nossa Leandro, do jeito que esta falando parece até que esta apaixonado. – Um desagrado passou ligeiramente por teus sentimentos. – Desembucha logo.

- Calma apressadinha. Sim, você acertou. Estou apaixonado, mas tenho medo. Medo de declarar o que sinto para essa pessoa, medo dela me rejeitar, medo de sofrer. E você parece ser uma pessoa sensata e saberia me responder se devo me declarar ou não.

- Putz! – O tapa no rosto que ela deu em si própria foi forte e murmurou umas reclamações baixinho. – Olha, posso saber de tudo um pouco sobre conteúdos científicos e tals, mas amor? Não conheço nem nos sonhos. “Mentira eu conheço sim. Você.” Mas no meu conceito do senso comum você deve se declarar sim. E se ela gostar de você também? Vai perder esta chance? – Arqueou uma sobrancelha e o olhou firme esperando passar coragem a ele.

- Ela é a primeira menina que me apaixono. Nunca senti isso antes, nunca! Não quero falhar na primeira vez. Tem certeza disso então?

- Sim, eu tenho Le. Tudo vai ocorrer muito bem e você vira depois pulando de alegria me contar o desfecho feliz. – Fez uma caretinha, levantou os braços como se estivesse exaltando alegria. Supostamente a cena que ele teria de fazer.

- Valeu Nanda, eu sabia que podia contar contigo. – Sorriu e a abraçou.

Os dois foram embora. Um completamente feliz por estar a um passo de realizar teu sonho, planejando como tudo aconteceria e a outra totalmente arrasada com a porcentagem de algo rolar entre eles zerada.

 

Vou guardar você no meu coração

 

A manhã seguinte prometia 100% de tédio e tristeza no mundo da jovem. Leandro faltara no colégio, os professores estavam de lua e ela sentindo-se realmente só num lugar tão cheio.

O intervalo estava chato e o seu cantinho não estava mágico aquela manhã. As lembranças do dia anterior rodando como um filme, cujo final era infeliz para sempre. Segurou fortemente as lágrimas para que elas não rolassem por sua face.

Na hora de ir embora estava sem vontade de guardar tudo e sair do fundo da sala, onde escolhera sentar naquele dia. Rastejou seus pés pelos corredores vazios provocando ecos cabulosos. Mas algo atraiu sua atenção, uma movimentação enorme na entrada/saída do colégio. “O que será que houve?” Andou o mais rápido possível, passando pelo meio de todos até avistar o motivo da agitação.

Um rapaz alto, porte físico perfeito, o sorriso mais galanteador e fofo do mundo, com o olhar azul oceano capaz de atravessar teu corpo e ler tua alma. Parado em frente a uma caminhonete com o seguinte nome na lateral da porta Loucuras de Amor.

 

- Não... – Sussurrou para si, boquiaberta, paralisada. Olhando o rapaz com um microfone na mão chamando teu nome e a procurando no meio da multidão.

- Fernanda?  Pode aparecer aqui, por favor? – Alguém a reconheceu escondida no canto e começou a empurrá-la para seguir em frente. Vai, vai lá Nanda, é pra você! Ela sem saber o que fazer começa a ir em frente. Todos dão passagem a ela e finalmente ele a vê.

- Obrigado por comparecer. Quero lhe agradecer por ter me dado coragem ontem a declarar meu amor pela pessoa que tenho sonhado noite e dia durante meses. – Um enorme sorriso resplandecia em sua face enquanto declamava e um sonoro “Own” da galera. – Hoje vou terminar de contar a você meu segredo. Ficou oculto ontem quem era a pessoa, mas hoje você tem o direito, o dever de saber quem ela é. E atenção meninos e meninas, a garota por quem estou apaixonado se chama Fernanda Reis, tem 16 anos, é a garota mais estudiosa que já conheci em toda a minha vida e a pessoa que pretendo passar o resto da minha vida amando.

 

A jovem não sabia o que fazer ou como reagir. Por um instante pensou que iria desmaiar de tamanha emoção. Por sorte havia uma parede ao seu lado e sua mão a encontrou rapidamente. O ar lhe faltava nos pulmões e o coração batia tão rápido.

Leandro foi se aproximando dela e antes mesmo que chegasse bem perto estendeu tua mão a ela e a levou para o centro da calçada. Pediu para o cara do carro ligar o som e tocar a música I can’t live without your Love. Puxou-a delicadamente para perto de si, colocou suas mãos entorno da cintura dela e num abraço forte começaram a dançar ao som da música. No ouvido dela disse todas as coisas que sonhava um dia dizer e no rosto dela as lágrimas já não suportaram mais. Despencaram drasticamente. Mas de felicidade.

Nanda não conseguia pronunciar uma palavra se quer a ele. Apenas transmitia através dos teus olhos a mensagem Eu te amo. Ele compreendia, pois diversas vezes enquanto a observava discretamente pegou-a mirando-o e entregando teus sentimentos naquele simples e lindo olhar.

Ao final do penúltimo verso da música, ele sussurrou em português para ela Eu não posso viver sem o seu amor.

 

- Eu não posso viver sem você. – Ela respondeu de volta, tendo traduzido a última frase para ele. Leandro pegou o microfone novamente e em bom tom fez a pergunta.

- Nanda, você quer namorar comigo?

- É claro que sim! – Pulou nos braços dele e enfim o grande beijou saiu. Todos aplaudiram, gritaram, parabenizaram. Exceto aquelas vacas mal amadas, que escondidas atrás de todos choravam a derrota.

 

Um lindo buquê de rosas vermelhas fora entregue a ela com uma caixinha preta em cima. Nanda pegou e quando abriu viu a brilhante e perfeita aliança. Leandro retirou a menor, pegou a mão dela e colocou. Ela fez o mesmo e para selar o final feliz eles se beijaram apaixonadamente.

Comente:

Data 11/10/2011
De Diretoria Oficial Oliveira
Assunto Re:web , na escola aprendi a amar . . .

Olá Thaliya, então essa temporada já esta finalizada, para seguir com a continuação vá para a segunda temporada.
Beijos.

Data 18/07/2011
De Paula
Assunto Oiiie

NOSSA AMEEI, QUASE CHOOREI AQUI, PERFEIITO A HISTOORIA. VOU LÊ A SEGUNDA TEMPORADA HAHAH

Data 18/07/2011
De
Assunto loucuras de amor

Ameii

Data 28/06/2011
De nayara
Assunto amei *_*

vc contou essa linda história perfeitamente,é um sonho que se eu dormir agora vou sonhar com isso td.!

Data 11/06/2011
De Bruna
Assunto Música

olha, pode até ser tarde, mas uma música que eu acho linda, é (grenade - bruno mars) e (just the way you are - bruno mars), mas nao sei se encaixaria pros dois!

 

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