Diário de uma dor

Informações:

Autora: Felippa.

Classificação: Livre.

Avisos: Esta web não é uma web novela comum. Ela é um diário que aborda assuntos do cotidiano da sua, da minha da vida de todo mundo. Não terá um final, os capítulos não serão postados de forma comum. Como situações não ocorrem a toda hora, só será postado quando algo ocorrer. É 100% verídico as histórias contadas aqui.

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19 de julho 2011.

 

Hoje eu e meu namorado completamos um ano e dois meses de namoro. Que lindo né? Pois bem. Seria lindo se ele não estivesse há dois dias sem me ligar ou mandar uma mensagem falando sobre sua situação: bem, mal, machucado, enfim. Lindo mesmo é o fato de ter ligado e mandado várias mensagens a ele preocupada e ele nada responder.

Quem eu sou? Chamo-me Felippa e vou relatar a vocês a minha triste situação amorosa com meu namorado.

Retornei hoje à tarde para São Paulo. Fiz uma viagem a minha cidade natal a fim de visitar minha família que a tempo não via. Passei a viagem inteira tentando ligar para o celular dele, mas este se encontrava desligado. Sofri um transtorno no metrô e demorei mais do que o previsto para chegar ao destino final. Como moro razoavelmente perto do terminal corri para o apartamento em que moro guardar minha mochila e voar para o meu trabalho. No caminho decido ligar para a casa dele. Surpresa! Adivinha quem atendeu? Sim, o filho da puta do meu namorado. Para maiores informações o nome dele é Lucas. Disse um oi amor todo carinhoso, é claro que ele já sabia que tinha feito algo de errado. Afinal, o meu oi foi tão violento que não teve como ele não perceber isso. Papo vai papo vem e a minha paciência indo buraco abaixo. Não ia brigar com ele logo de cara. Daria uma chance dele se explicar, quem sabe não tinha acontecido algo sério... Haha, que nada!! Ele não disse nada. De repente o assunto acabou. Esperei ele falar alguma coisa, mas não obtive resultado. Tive eu então que perguntar se ele não iria falar nada. Uma indireta pra facilitar o lado dele. Nem um pedido de desculpa. Isso me tirou do sério completamente, a ponto de eu berrar “Eu não quero mais falar com você!” e desligar a ligação na cara dele. Grosseira demais? Vocês não sabem de nada.

Por fim cheguei ao meu segundo pesadelo, meu local de trabalho. Um oi ali outro aqui e alguém me chama. Busco a pessoa e vejo que é a enfermeira da empresa, Rute. Uma conversa informal, nada demais até receber um formulário para preencher. “Exame demissional” estava escrito. Meu cérebro gelou na hora e eu não soube o que falar. Rute tentou me consolar falou que a empresa estava numa situação ruim e precisava fazer alguns cortes. A única coisa que distrairia minha mente hoje acabou sendo mais um soco bem no meio da cara. Segurei até o último segundo o choro, não podia fazer esse papel na frente de todos. Sempre fui vista como a valentona, a empregada mais forte da empresa e chorar neste instante mostraria a todos minha verdadeira face. Recebi todas as informações do gerente e fui guiada até o Departamento Pessoal para últimas explicações. Retornei ao vestiário feminino e peguei todas as minhas coisas. Dei adeus a algumas meninas que ali estavam e pedi que repassassem o meu recado às outras. Sai de cabeça erguida até o último centímetro da esquina e depois desabei.

Meu único refúgio naquele momento foi o parque que tinha ali perto que às vezes eu visitava para esclarecer alguns pensamentos. Hoje eu não teria que esclarecer e sim refazer muitos dos que já atormentavam minha cabeça. Sentei no banco de sempre e deixei que as lágrimas rolassem por minha face uma a uma. Desnorteada não sabia o que fazer até que Gabriel me surge na mente.  Claro, meu melhor amigo poderia me ajudar num momento tão delicado. Mas quem disse que o viadinho atendia o celular? Fiquei de mãos atadas. Tudo bem superaria tudo sozinha como sempre. Deitei minha cabeça para trás e fiquei ali por um bom tempo com os olhos fechados até acalmar de vez a euforia dentro de mim. Não sei quanto tempo se passou até o celular apitar informando que uma nova mensagem chegara. Era Lucas. Perguntou onde eu estava que viria ao meu encontro. Pensei muito e respondi “to no parque”. Não perderia nada falando a ele onde eu estava. Até achei humano da parte dele querer me ver depois do que fez no celular. O que eu não esperava era receber um telefonema da minha mãe. Queria saber sobre um estágio da faculdade que eu tinha comentado enquanto estava lá. O meu único azar naquele momento foi que minha mãe conhecia bem minha voz e sabia quando eu estava triste, feliz, ansiosa, essas coisas. Mãe sempre sabe né? Neguei várias vezes alegando estar tudo bem, mas não adiantou tive que contar o que ocorrerá. E lá veio a bomba. Tive que escutar mais de uma hora ela falando sobre arrumar um novo emprego e como eu era carente e precisava parar de me apegar as pessoas. Eu não concordo com a opinião dela. Me conheço melhor do que ninguém e sei que não sou carente da forma que ela sempre diz. Bom, não discuti isso com ela na hora estava preocupada demais em parar de chorar novamente. Felizmente a conversa acabou assim que a avisei sobre a chegada do Lucas.

Ele vestia sua bermuda No Stress e uma camiseta branca. Aproveitei que estava com um papel amassado em mim mão e caminhei até uma lixeira que ficava na direção dele. Parei com ele ao meu lado. Dissemos um oi sem cumprimentar com beijos ou abraços. Neutro. Sentamos na arquibancada e começamos a conversar. Nada demais. Perguntei como tinha sido o fim de semana dele e escutei as mesmas coisas que escutara no celular. Jogou bola e soltou pipa com os amigos no domingo e fez uma viagem para Piracicaba com o pessoal do trabalho para entregar um brinquedo de diversão na segunda. Detalhe, ele só voltou para casa às três da manhã. Tudo aconteceu sem nenhum problema. Fiquei na minha, sem mostrar entusiasmo ou afeição para com ele. Decidimos por dar uma volta no parque até encontrar um banheiro para ele utilizar. Encostei-me numa árvore ali ao lado e esperei. Minutos depois percebi que ele tinha saído e sem eu imaginar ele abraçou-me por trás. Não nego que foi carinhoso da parte dele, mas o comentário que veio depois de me abraçar não significou a mesma coisa. “Não vai me dar a mão filha da puta?” Lógico que eu já estou acostumada com esse tipo de coisa da parte dele e sei que ele falou na brincadeira. Simplesmente dei risada e nada fiz. Andamos alguns metros abraçados e ele do nada me soltou. Já era de se esperar. Olhei para o seu rosto e lá estava a expressão de bravo discreto que fazia quando eu agia de alguma forma que ele odiava. Fiquei um pouco feliz por causar isso nele, da mesma forma que causou em mim. Prosseguimos com a nossa caminhada sem imaginar que ela terminaria no shopping ao lado. Entramos olhamos as vitrines, tudo como se fossemos amigos. Não estávamos andando de mãos dadas. Foi rápido, o shopping não é tão grande e logo fomos embora.

O pior estava por vir e eu nem imaginava. Uma rua antes de chegar ao prédio ele parou fazendo com que eu parasse junto e já descobrisse o que ele faria. “Já vou indo então tá?” Odeio quando ele diz isso. Bom, nesse momento não consegui segurar tudo que estava entalado em minha garganta. Explodi. “Você não tem nada pra me dizer? Não tem nada pra me explicar?” Perguntei brava. “Não, o que eu teria que explicar?” Como uma simples pergunta dessa pode deixar alguém tão furioso né? Também não sei, só sei que eu despejei tudo na cara dele. Tudo que estava destruindo meu coração, as perguntas que não conseguia responder por conta própria, como nada fazia sentido naquele momento. Por incrível que pareça ele foi frio, insensível e só piorou as coisas. Assumiu indiscretamente que apenas estava me ignorando, que a culpada fui eu por ligar pra ele só à noite (o que é mentira) e por ter mentido descaradamente que eu só havia enviado três mensagens quando na realidade eu havia enviado mais de três. Tive que insistir para ele mostrar as mensagens que estavam no celular para comprovar o que dizia. E adivinha? Todas as mensagens que eu tinha enviado estavam lá, lidas! Como ele consegue agir desta forma às vezes? Nem eu sei. Tudo estava tomando um rumo absurdo, eu já não conseguia segurar os berros no meio da rua e as lágrimas ardiam sobre minha pele. Ele? Apenas ficou parado na minha frente sem fazer nada. Teve um momento que um impulso me dominou e dei-lhe um soco no peito. Sua reação? Riu. No fundo eu sabia que ele queria revidar, porém se conteve. Eu o olhava e negava com a cabeça desacreditada que ele não assumia que estava errado. Seu orgulho estava acima de tudo e pedir desculpas seria cair de um prédio de cem andares. Onde estava aquele rapaz que há um ano eu conheci? Carinho, atencioso, esforçado. O mais engraçado é que a atitude dele fez com que eu me sentisse uma palhaça, a errada da história. Impressionante como ele tem o dom de mudar tudo assim do nada. Eu tinha formulado pensamentos, perguntas só que na hora de falar tudo isso parecia estar errado. Então parei de falar. Acalmei-me falei mais alguma coisa que agora sinceramente não lembro e nos despedimos. Rolou alguns beijos e abraços, que em minha opinião estavam sem amor e cada um foi pro seu canto.

Entrei no apartamento com os olhos vermelhos cor de sangue e o rosto pálido pelo sumiço do fluído escarlate que meu corpo necessitava ter. Evitei maiores perguntas dos meus familiares. Dei boa noite e agora estou aqui, deitada em minha cama escrevendo meu infernal dia. Talvez você chegue a estas últimas palavras e pense “Que merda, li tudo isso pra nada.” Ou qualquer coisa negativa, mas eu não me importo. Afinal, isso é um diário. Um diário que terá como função descrever a dor que se passa em meu coração por causa de uma relação que saiu de sintonia ou por outros problemas.  Sei que não haverá um fim para Lucas e eu. Estamos apenas começando a conviver juntos, a lidar com problemas e frustrações juntos. Será que ser feliz para sempre parece ser tão fácil assim quanto nos contos de fadas?...

 

Mas olha que surpresa! Ele acaba de me mandar uma mensagem. E vejam o que esta escrita! “Boa noite amor. Obrigado por ter aparecido na minha vida. Eu te amo muitão.” Digam o que eu devo fazer com uma coisa dessas?

Enfim, boa noite Diário. Declaro este dia por encerrado. O amanhã me aguarda com mais novidades e coisas que nem posso imaginar.

 

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20 de julho de 2011.

 

   Nada melhor do que um dia após o outro né? Não... Eu discordo desta frase. Depois de um dia ruim o outro será pior ainda. Podem achar que sou pessimista ou uma menina infeliz, eu não ligo, no fundo sei que estou certa. Pra que ter esperanças de que um dia as coisas podem ficar bem? Não existe isso, pelo menos não na minha vida. Deixei de acreditar em muitas coisas devida as minhas experiências patéticas. Enfim...

Hoje o dia começou sem graça. Uma dor de cabeça me aterrorizava, meus olhos estavam inchados e não tinha nada para se fazer. As duas primeiras reclamações eu devo agradecer ao meu namorado que fez com que eu chorasse mais de duas horas ontem e a última porque agora sou uma desempregada com uma faculdade para pagar e não tenho o que fazer à tarde até arrumar um novo emprego.

Bom sem nada para fazer fui assistir TV. Alguns seriados engraçados para me divertir um pouco; Friends, Two and half men, The Big Bang Theory e outros que agora não me recordo. Pensei em alguns momentos ligar para o Lucas e ver qual ia ser a dele. É sempre assim, se eu não ligo é bem capaz de passar o dia sem vê-lo porque ele não ligará. Dou um tempo de meia hora e então liguei. Um oi tudo bem para começar e depois o que faríamos hoje. “Não sei você quem sabe.” Essa resposta dele... Hum... Não preciso nem dizer que me desagrada muito né? Opto então por ir a casa dele. Outro lugar num dia de quarta não teria. E outra encontraria com o irmão caçula dele e seria só palhaçada. Algo de bom, afinal.

Não sei quantos de vocês que estão lendo estas notas pegam ônibus por dia. Mas imagem um ônibus de lotação, que cabe 21 pessoas em pé transportando na realidade 40 ou mais. Imaginaram? Pois é, eu estava enfiada nesses quarenta, toda apertada e com falta de ar. Tudo para ver aquele bandido que só tem me maltratado nos últimos dias. Cheguei ao meu destino final torta. Desci os degraus com dificuldade e ainda por cima quase cai de cara no chão com o pé de um filho da mãe no meio da minha passagem. Ele era cego ou o quê? Tanto faz, o importante naquele momento foi que eu podia respirar novamente. Um ar poluído e de fim de tarde, todo suado por conta dos milhares de trabalhadores que voltavam a suas casas às seis horas da tarde. Quem nunca viveu uma experiência dessas, eu recomendo. Deixa você mais sensibilizado, mais humano com os problemas deste planeta. Impossível de acreditar às vezes. Posso ser pessimista, mas ainda tenho aquele sonho bobo de fazer a diferença no mundo. O que essas pessoas enfrentam todos os dias para ganhar um salário mínimo de 550 reais por mês e sustentar uma casa com cinco ou mais pessoas eu acho um milagre.

Depois de subir uma rua que dá de encontro com o céu, pois acredite, esta rua é muito inclinada cheguei à casa do Lucas.  Subi uma escada caracol muito íngreme e enfim na porta. Lá estavam eles: Lucas, Pedro e Bia os irmãos mais novos dele e Adriana, a mãe. Receberam-me atenciosamente como de costume, exceto o Pedro que sempre chega berrando meu nome e agarrando-se as minhas pernas. Fofo. Disse oi e fiquei olhando o individuo sentado à frente do computador jogando aquele Cabal dos infernos. Se ele não soubesse que é tão errado trocar a namorada por um jogo ele faria isso. Só não faz porque ele apanharia de todo mundo ali. Só por isso. Fiz um barulho com a garganta avisando que estava esperando-o. Com a maior cara de pau do mundo olhou para mim com um sorriso cínico e veio ao meu encontro. Deu um selinho e me arrastou para fora da casa dele indo de encontro à mureta que há ali do lado de fora. Encostamos-nos a ela e nada fora dito. Olhei seriamente para a cara dele e tudo que eu ouvi foi “O que foi?”, “Nada.” Respondi secamente. Pensei que ele ficaria ali parado feito um poste, mas não. Ficou frente a frente comigo e me beijou. Tá, eu tinha duas opções na hora. 1ª: empurrar ele e falar que ainda estava brava ou 2ª: retribuir o beijo e esquecer o que ocorrerá no dia anterior. Escolhi a segunda opção. Afinal, estava sem saco pra ficar brigando com aquela cabeça de vento que ele tem.

As duas horas que se passou foram lentas e sem muitas coisas interessantes. Ficamos mais um tempo ali nos beijando e conversando coisas aleatórias e depois entramos em sua casa para jantar. Esperei ele se arrumar para irmos embora. Dei tchau para todos e descemos a escada do mal. Nas primeiras vezes que subi e desci dela quase cai. Adivinha o que ele fez em todas as ocasiões? Riu. Que menino imprevisível né? Tanto faz. A questão é que até chegar ao portão existe um corredor que liga as outras casas da família e de noite ele sempre fica escuro. Quando tudo esta bem e pinta um clima a gente para nele e rola uns amasso gostoso. Hoje já era de se imaginar que isso aconteceria, ainda mais depois de ontem. Não que eu não goste, mas às vezes acho que ele só quer fazer isso pra abater nossos problemas. Uma forma de fugir da responsabilidade. Eu sinceramente cansei de insistir e falar para ele que temos de enfrentar isso e que se nada for feito das próximas vezes tudo se acumulará e se tornará uma bola de neve. Quem disse que ele escuta? Bem, retornando ao amasso. Foi gostoso, admito. Eu não quis que ele fizesse muita coisa em mim, não estava no clima como podem imaginar. Apenas beijos profundos e umas pegadas fortes em lugares estratégicos, que pelo menos ele sabe que eu gosto. Caprichei na masturbação e na oral nele. Até eu me surpreendi. Durou meia ou uma hora, minha noção de tempo é péssima. Mas não tem importância, o que vale mesmo é que ele gostou e até me tratou bem. Interesse? Vai saber. Enfim chegamos ao ponto de ônibus e pegamos o primeiro que passou. Em menos de 30 minutos estávamos descendo no ponto e subindo a rua de casa. Paramos no mesmo lugar e conversamos algumas coisas animadas. Que bom né? Ele comentou algumas coisas que tinha ocorrido na viagem que não falara ontem e até fez piadinhas sobre mim. Tudo pareceu estar normal de novo. Mas não vou me iludir, quantas vezes ele não pareceu estar normal e no fundo só reprimira mais um sentimento de raiva ou tristeza? Ficar esperta na deste menino. Demos uns beijos e no final de tudo ele disse que me amava e eu repeti o mesmo.

Às vezes queria ter a habilidade de ler pensamentos. Por mais que pudesse me partir de vez o coração o que ele pensasse seria melhor. Adiar o que talvez não seja o melhor para nós seria burrice. Se no fundo ele cansou do namoro e não quer mais uma simples conversa pacífica poderia resolver tudo. Ai surge a pergunta: você não o ama? Amo e como amo. Mas dá para viver numa relação assim? Estou surpresa por não ter dado um basta em tudo de uma vez. Só não faço isso porque quando aceitei namorá-lo deixei bem claro que com ele eu não desistiria logo. Porque a história é a seguinte, quando uma ficada começava a virar coisa séria eu terminava com o garoto. Medo. Mas devido a toda minha transformação de vida quando cheguei aqui em São Paulo resolvi encaixar ele nessa mudança. Se eu desistir dele agora estarei sendo fraca e medrosa mais uma vez. Tudo que tenho a fazer é ser paciente, e ter um pouco de jogo de cintura. Ele só tem 17 anos, por Deus. É só um moleque que não sabe o que quer da vida. Para maiores informações estou prestes há fazer 19 anos, nossa diferença de idade é de 1 ano e 4 meses. Muita coisa? Sei lá, nunca me importei com esse lance de idade. O único problema é que ele ainda é imaturo e não sabe ter vários pontos de vista apenas o seu umbigo.

Ai, ai... Estou cansada. Esse dia foi um pouco melhor que o de ontem, mas ainda tenho a tormenta de decidir o que farei para dar um chega pra lá nas coisas. De repente é a rotina que esta cansando a ele e a mim também. Dar tempo ao tempo e esperar uma resposta cair do céu. HAHA.

 

Boa noite, Diário. Dou este dia por encerrado. E que o amanhã venha cheio de novidades.

 

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27 de julho de 2011.



  Prefiro não escrever a situação da minha vida nos últimos sete dias, vocês não achariam tão interessante. O que contarei hoje será mais dinâmico e um problema completamente absurdo.
  Depois do dia 20 nada de útil aconteceu. Ele continuou com a cara de bunda, agiu de forma vazia e sem animação para comigo e eu só segurando a minha raiva para não explodir novamente e bater de verdade naquele rosto irônico. Dentro de casa a pressão para conseguir logo um novo emprego só sufocando-me. Será que as pessoas não percebem que estas coisas não são fáceis? E outra, tenho o seguro desemprego por alguns meses posso ficar de boa por algum tempo e pagar a faculdade sem nenhum problema. Alguém conhece vagas de estágio em Recursos Humanos por aí? Aceito qualquer uma com o valor do salário acima de 700,00 reais. Rsrs.
Hoje não fiz nada demais. Acordei meio dia, comi alguma coisa desnecessária para o meu organismo e liguei para o Lucas. Que novidade, o celular desligado. Desta vez não fui trouxa o bastante pra ligar na casa dele pedindo pra carregar o celular vou deixar por conta dele. Se vir, maravilha, se não vir foda-se. Eu dou carinho atenção tudo que ele “merece” e o que ganho em troca? Falta de reconhecimento. Vamos ver se fazendo nada ele vai melhorar. Medidas desesperadas pedem ações desesperadas.
  Quem tem canais assinados sabe que é uma maravilha né? Depois de comer sentei no sofá e procurei algum filme legal para assistir. Estava passando Sherlock Holmes na HBO e com certeza eu assistiria. O ator que interpreta este detetive brilhante é muito lindo, vamos combinar né? O parceiro dele também, fala sério. Uma droga ter memória fraca acabou que esqueci seus nomes. Enfim, quem assistiu ao filme sabe do que estou falando. Este filme tem umas duas horas e alguns minutos de duração e quando comecei a assistir era quase duas horas, então imaginem a minha alegria ao perceber que eram mais de quatro horas da tarde e nenhum sinal da criatura sim? Pois bem, por ventura resolvi ligar para o Lucas e saber se o celular enfim estava ligado, bingo! Estava, aleluia. Ele atendeu todo carinhoso, quando começa falando assim eu já sei que ele já sabe que ele esta encrencado. Perguntei se estava tudo bem e se viria pra cá para sairmos. “Ah não encontrei o carregador do celular, só agora pouco. E já to indo pro ponto pegar o ônibus.” Isso significava que ele estaria aqui só depois das cinco horas e teríamos apenas três horas e meia para ficar juntos. “Ah, tudo bem Lucas. Estou aqui te esperando então.” Não ia estressar por causa dele, ainda mais porque tinha acabado de assistir ao Sherlock e estava sob o efeito do filme que é absurdamente contagiante.
  A fim de descarregar todas as minhas energias negativas decido tomar um banho. O mesmo durou uns quarenta minutos relaxei pra valer. Uma dica para as pessoas que não costumam passar hidratante no corpo depois do banho: façam isso. O hidratante refresca o corpo, deixa a pele lisinha e sem contar que com o corpo descarregado da negatividade o hidratante absorve apenas a positividade tranqüilizando tudo em você. Eu simplesmente não chamo o banho de banho e sim de relaxante. Enfim, chega de dicas de saúde né? Rs.
  Arrumada, cheirosa e bem disposta aguardei a chegada do senhor Lucas em minha residência. Deu tempo de tomar café e assistir o começo da Malhação quando ele chegou. Desci e o recebi com um selinho e uma pergunta “O que vamos fazer a essa hora?” Ele respondeu que não sabia e lá foi o cérebro pensar no que fazer. É gostoso às vezes você decidir o que fazer, mas virar hábito já é um porre. “Vamos ao shopping então, quero comer batata recheada.” Falo e ele concorda sem dar nenhuma opinião. Isso já foi assunto de nossas conversas. Por que ele nunca expõe sua opinião sua vontade? Ser reservado é uma coisa, mas acatar tudo sem falar nada já é fora do comum. Por mim tanto faz, sempre terei as coisas que eu desejar e ele nem terá a vontade de questionar ou recusar. Bom e ruim.
  O shopping não estava cheio. Pessoas chegavam depois do trabalho no intuito de descansar a cabeça e encontrar algo interessante. Como eu sei disso? Simples, roupas formais, rostos cansados e a esperança de esvaziar tudo e curtir o único momento do dia em que se pode ser humano de verdade. Já trabalhei e sei perfeitamente como funciona. Passeamos pelos corredores olhando as vitrines sem muito querer ver o que elas mostravam. Ele nunca falava nada a menos que eu falasse e segurava minha mão mais por obrigação do que por carinho. Odeio quando seus dedos ficam frouxos em minha mão, o que entendo disso é que ele não quer estar próximo de mim. Linguagem corporal diz mais do que as palavras, nunca se esqueçam disso. Mas tudo bem, ainda fiz questão de segurar fortemente sua mão e acariciá-la com o dedo. Por fim chegamos ao terceiro andar onde estavam os restaurantes, lanchonetes e bufês. Depois de tentar descobrir o que ele queria comer desisti. Fomos para a Batata Recheada. Escolhi o de quatro queijos e ele de carne seca. Esperamos alguns minutos e escolhemos um lugar bom para sentar e comer. Tudo aconteceu no mais incrível silêncio. A cada colher enfiada na boca ele olhava para outros lugares e eu fazia o mesmo. Teve um momento que ele começou a me olhar e eu não olhei de jeito nenhum pra ele. “Ta evitando olhar pra mim é?” Ele perguntou e eu não respondi. Mas como sou muito boba acabei olhando pra ele depois e os dois riram. A refeição enfim acabou e fomos embora. Não tinha mais nada de legal para se fazer no shopping e eu estava ficando cansada de tudo aquilo.
Em casa conversamos algumas coisas, insisti na tecla “Tem algo errado com você”, mas o rapaz é difícil. Eu faço psicologia e sei o que estou falando. Bom, era quase oito e meia da noite e decidimos encerrar nossa companhia naquele momento. Não me senti mal e nem fiquei com uma lasquinha de arrependimento na consciência. Retornei para o apartamento e segui direto para o computador. Depois de tudo ligado, MSN, facebook, email puxo assunto com alguns amigos no MSN. As conversas foram bem divertidas, assuntos tão bizarros, piadas, alguns esclarecimentos, coisas deste tipo. O que eu não esperava naquele momento era o Renato, um cara que não via há muito tempo, mas que às vezes converso no MSN falar comigo. A história dele é a seguinte, ano passado quando me mudei aqui para São Paulo ele foi a primeira pessoa que conheci e que fiquei. Foi apenas esta vez que ficamos os demais encontros foram as esbarradas que demos na faculdade, mas isso só no primeiro semestre depois nunca mais o vi. Este ano a única vez que falei com ele foi há uns três meses atrás, eu acho. E hoje, assim do nada, ele surge na tela do meu MSN perguntando como eu estava. A princípio era uma conversa típica. Como vai, as novidades, o que tem feito, esse tipo de coisa. Aí que eu levo um susto de verdade, ele fala que esta com saudades de mim e quer ficar comigo de novo. Eu como uma pessoa sensata disse que estava namorando sério e que não rolaria. Eu já sabia que o tipo de pessoa que Renato é fica resumido em: cafajeste! E não desistiria fácil. Relembrou o dia da nossa ficada, que ainda era muito recente em sua mente e que estava com vontade de me encontrar mais uma vez.  Disse que isso seria improvável de acontecer já que sou uma namorada fiel. Mas o cara insistiu vou contar a vocês. Tá louco. Bom, o pior de tudo é que eu também estou com uma vontade de vê-lo sabe? O Lucas fica ai boiando em seus problemas patéticos e deixando-me de lado. Talvez eu seja o problema e se afastar seja a melhor forma dele melhorar, ou não. O que me deixa brava ao pensar isso é que ele poderia conversar comigo, acertar as coisas, mas ele é orgulhoso demais. E eu quero um pouco de atenção, quero ser desejada de verdade. E pra ser bem sincera o Renato tem uma pegada agressiva. O tipo de atitude que a mulher sonha em ter ao lado e não é em qualquer esquina que você encontra um homem deste. As coisas que ele me disse... Ai ai. Estou resistindo ao máximo possível, não vou me render à tentação. Disse a ele que só ficaríamos de novo em duas situações, 1ª: solteira e 2ª: se o Lucas fizer por merecer. De verdade, se ele continuar me afastando desta forma logo logo eu estarei ao lado do Renatão recebendo toda a atenção e desejo que quero receber de um homem.
  Resumindo a conversa, eu não aceitei sair com ele. Mas sei que ele não vai desistir tão fácil. Pra ele é fácil trair, nunca namorou sério. Até onde eu o conheço ele só fica e namorar esta fora de cogitação. Então tanto faz pra ele se vou me ferrar depois. Tem esse lado que tenho de analisar. Só porque não estou numa boa fase do meu relacionamento não quer dizer que tenho de apelar a outros caminhos para mudar as coisas. E o Lucas é totalmente fiel a mim, nisso não tenho nem do que reclamar. E eu jamais vou traí-lo, mas fica a vontade né, rs.
  Ninguém é santo e disso todos nós sabemos, então por que não tirar proveito um pouquinho da situação? Posso não ficar com o Renato, mas posso provocá-lo. Atiçar um pouco aquele safado a ponto dele criar um desejo absurdo de querer ter só a mim custe o que custar por um curto tempo. Eu não me importo. Só de vê-lo ansioso por querer marcar um encontro, de fazer e falar coisas para me convencer, isso é o máximo. HAHA.
  Dou por encerrado este dia. Boa noite, Diário. Vamos ver o que o amanhã reserva para mim.

 

 

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29 de julho de 2011.

 

Olá Diário! Tudo bem? Que bom, eu? Ah, eu não estou tão bem quanto você sabe, mas é a vida. O que aconteceu? Vou lhe contar o que aconteceu... (Momento insano)

Faltam 3 dias para as aulas na faculdade começarem, nem dá para acreditar. Este semestre promete ser muito interessante. Neuropsicologia? Whatahell? Só estudando para descobrir mesmo.

O dia amanheceu como outro qualquer. Levantei um pouco tarde (tipo meio dia), e não fiz nada de útil. Comi alguma coisa e fui tomar um banho. Minha vida é uma rotina até mesmo nas férias, impressionante. A uma hora destas eu estaria no meu emprego, conversando com as minhas colegas e fazendo o que eu era paga pra fazer. Não era um ambiente chato nem nada do que eu fazia. Era até legal olhando agora. Mas tudo virou passado e eu preciso encontrar o meu futuro... Estágio não é uma coisa fácil de se encontrar, desde antes de sair da empresa já procurava, mas nunca encontrava. O jeito hoje, precisando do emprego é buscar fervorosamente uma empresa que aceite minha imensa vontade de aprender e desenvolver da melhor forma possível meus conhecimentos aprendido dentro da sala de aula.

Depois do banho me arrumei. Pois é, hoje eu estava determinada a melhorar as coisas com o Lucas pamonha. Iria surpreendê-lo. Coloquei uma roupa super bonita, passei o perfume Glamour Secrets Black e fui para o ponto de ônibus. Ainda bem que não era mais a hora do rush, se não viraria purê de Felippa. Bom, cheguei ao meu destino final e subi aquela rua dos infernos que vocês já conhecem. Lá em cima não existia mais ar em meus pulmões só a imensa necessidade de respirar, e estava difícil vou te contar viu.

Exatamente às 14h56min mandei uma mensagem ao celular dele. "Desce na rua que enviei um presente pra você." Não demorou muito ele respondeu, "Não entendi." Era de se esperar, pelo amor. Mas logo escutei seu assovio e já sabia que ele desceria. O processo é lento na cabeça daquele indivíduo, surpreendente. Enfim ele surgiu e ficou um pouco assustado. "O que você esta fazendo aqui?" Estou aqui porque sou idiota, quase falei. "Vim te fazer surpresa, gostou?" Não queria ter sido carinhosa ao perguntar, queria era metralhar ele com todas as palavras, mas fora inevitável. "Gostei sim gata." Fazia dias que ele não me chamava assim e sorria tão sinceramente. Confesso que fiquei feliz, afinal tudo ocorreria bem aquele dia... Ou foi o que eu pensei que aconteceria né?

Namoramos um pouco ali na rua, muitos beijos e abraços e a saudosa frase que ele não cansava de dizer "Que saudades de você..." Tudo prometia que o dia seria maravilhoso e voltaríamos a ser o que éramos. Bom, só que nem tudo que parece ser é. Tentando acessar a internet através do celular dele e acabei tendo a retardada ideia de olhar suas mensagens. Eu não desconfio dele em nada, pelo contrário, confio plenamente no meu namorado. Porém, uns dias atrás ele havia recebido uma mensagem de uma tal amiga da sala dele, a Tassy. Menina feia pra caralho, mas que ele permitia uma aproximação detestável. Enfim, ela havia escrito "eai lu", pera aí, Lu? Que porra de intimidade é essa? Nem eu chamo meus melhores amigos por apelido. Fiquei um pouco brava aquele dia, mas deixei passar. Então, suponho que meu inconsciente hoje tenha se recordado deste fato e me fez ir até a caixa de entrada dele. Não tinha nada nas primeiras, só as minhas mensagens. No final havia uma da tal menina dizendo "Nem sei." Tá bom, nada demais. Fui fuçar nas mensagens enviadas, pra que... Encontrei na última uma frase nada interessante. "Olha la em, comigo vai ser bem melhor." Tá. O que se entende por uma frase desta com destinatário feminino? Bom, merda é óbvio. Eu pensei logo de cara em sexo. É a única coisa que se encaixa com a frase, mas pensei que ele teria uma explicação e pedi que ele falasse sobre.

É pessoal... Ai que as coisas começam a se complicar. Quando ele é pego no pulo do gato ele faz uma expressão que eu reconheceria em qualquer lugar. A típica cara de "Putz" misturada com risadinha. Em minha opinião isso é semelhante ao sarcasmo, só que na expressão facial. Perguntei o que aquilo significava e ele dizia que não tinha explicação. Caralho, como assim não tem explicação? Comecei a ficar realmente brava e exigir dele a resposta. Para o seu azar ele se embolou nas medíocres explicações que não faziam sentido. Onde já se viu falar que estava pedindo pra ela não ir à casa do namorado fazer a putaria deles e ir para a escola? Com qual intenção ele iria querer isso se ele mesmo sempre diz não se importar com nada? E por que falaria aquele tipo de frase pra ela? Que tudo que ela faria com o namorado seria bem melhor com ele? Haha, a menina iria se decepcionar. Eu não sou nenhuma perita nestas coisas, ele foi o primeiro rapaz que realmente fiz amor e eu a primeira moça da vida dele no mesmo sentido, então não teria nada a oferecer de melhor a vadia da garota. O pior é que ele falava as coisas e depois dizia que não era nada daquilo. E eu com a minha imaginação fértil cogitei várias coisas e impus a ele para me dizer se estava certa ou errada. Em resposta recebi o típico comentário "Isso é coisa da sua cabeça não tem nada a ver." Se é coisa da minha cabeça e não faz sentido por que inferno não me dizia a verdade? "Não existe verdade nenhuma, eu só não consigo me lembrar qual era o assunto da conversa." Eu até concordo que quando uma pessoa te pergunta algo e você não se lembre é natural, agora quando se tem dica de memória como a tal mensagem fica improvável a pessoa não se lembrar. Depois de muita raiva, muito choro e muita, mas muita vontade de socar ele eu me acalmei. Ficamos por mais de meia hora sem falar nada. Eu, preocupada com o meu esmalte desbotando e ele parado feito estátua ao meu lado.

No final o que restou foi a minha vontade de ir embora. Peguei minha mochila e fomos até o ponto de ônibus. Agora não era mais uma questão de traição, até porque eu sei que ele não ficou com ela, mas se trata de ser sincero comigo expor os fatos sem medo da conseqüência. Ele nunca soube me falar seus pensamentos ou suas vontades. Em partes estou acostumada com isso, mas têm vezes que não dá para tolerar, a pessoa precisa amadurecer entender que a vida não é da forma que ela quer e o Lucas infelizmente é imaturo e mimado. Ele poderia até não me dizer nada ali, mas isso ficaria rondando a minha cabeça e eu nunca mais aceitaria o silêncio dele. Tudo seria briga? Sim, seria. Ficaríamos cansados um do outro? Com certeza. Só que eu não desistiria dele e suportaria tudo isso para ensiná-lo o que é ser uma pessoa responsável. Se ele fosse o primeiro a desistir e querer terminar, por mim tudo bem. Só porque eu sei que um dia ele perceberia que eu estava certa e apenas desejava seu bem e ele perdera uma pessoa única ao seu lado.

O ônibus apareceu no meu campo visual e fiz sinal para ele parar. Dei um beijo nele e disse tchau. Ele por sua vez deve ter notado a minha mudança e depois do tchau disse eu te amo. Eu não respondi, apenas subi no ônibus e fiquei a mirá-lo. Sua expressão era de tristeza e fracasso. Naquele momento não me importei com nada, pra falar a verdade eu queria destruí-lo da pior forma possível, do mesmo jeito que ele tem feito comigo nos últimos meses. Só que eu não consigo ser esse tipo de pessoa, assim que cheguei em casa meus pensamentos já haviam mudado e tomei um baita susto ao ver cinco mensagens não lidas no meu celular. Uma por uma eu fui lendo e o coração derretendo. A primeira dizia "É triste perceber que você não me ama mais, eu desisto me desculpa." Acho que ele ia terminar, não sei. A segunda já era diferente "Me desculpa pela outra mensagem mozão eu te amo demais." Hum... A terceira "Você é a mulher mais perfeita desse mundo amor, obrigado por ser a minha companheira." É ele nunca escreveu coisas assim pra mim. E por fim a quarta "Amanha eu vou dar uma explicação pra você amor, você vai ver. Sem confiança não vamos longe, por isso não quero que você a perca." Essa me atingiu em cheio. Pela primeira vez ele estava levando a sério um compromisso e demonstrando seus pensamentos. Eu não sabia que ele prezava a confiança tanto assim, fiquei muito emocionada. Não sabia o que responder, estava sem palavras. Mas conhecendo o Lucas bem se eu não respondesse logo ele iria achar que estava ignorando-o, então tentei responder alguma coisa. "Estou feliz por saber que você preza tanto a confiança amor. Eu te amo." Foi o que saiu. Depois disso a conversa ficou um pouco melhorzinha. Na real eu não estava nem um pouco a fim de conversar com ele. Era muita coisa pra minha cabeça. Se já não bastasse os outros dias que ele me feriu com palavras tão horrorosas como descrevi nos capítulos anteriores ter que processar uma situação como a de hoje. A única coisa que me ocorreu depois de finalizar a conversa com ele foi trocar de roupa e escrever aqui.

Enfim, foram uma hora e meia pra redigir tudo isso que vocês acabaram de ler e agora vou dormir. Meus olhos ardem tanto por causa do choro que só uma longa noite de sono pra resolver.

Boa noite, Diário. Em outra ocasião vou estar aqui de novo relatando os fatos.

 

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12 de agosto de 2011.

 

Olá pessoal, demorei pra escrever né? Como já disse não vou ficar fazendo da minha vida uma novela pode parecer, mas não é rs. Bom, não queiram saber o que aconteceu depois daquele incidente com a mensagem da menina. Tudo que posso dizer é que deixei pra lá, ultimamente não estou nem ai pras coisas que ele fizer. Sinceramente tenho certeza que ele não fez nada, é a maldita mania que eu tenho de imaginar merda aonde não existe. Fala ai mulherada, vocês sabem do que eu estou falando né? Complicado.

Enfim, ae domingão, dia dos pais aposto que todos estão mega ansiosos para dar aquele abraço e o presente pro paizão. Eu estou. Daqui a pouco vou para a rodoviária pegar o ônibus para ir a minha cidade visitar o meu pai. Só para esclarecer a minha relação com ele não é tão próxima assim, só estou fazendo o papel da boa moça de família... Brincadeira, mas sério, não sou muito chegada ao meu pai. A minha infância foi um pouco perturbada, não cresci com ele ao meu lado e sim um padrasto muito retardado e porco, pelo amor de Deus. O cara arrotava estrondosamente e peidava que era uma beleza. Sem contar que zoava comigo e o meu irmão mais novo... Ai, ai, essa vida bandida viu, enfim. Mas ele é meu pai e isso eu não posso negar então tenho que fazer toda a cerimônia mesmo.

Ontem eu e o Lucas fomos comprar os presentes para os nossos pais. Não posso dizer que estamos MEGA bem, mas não esta aquela guerra de umas semanas atrás. Demos um pulinho na C&A e na Renner, compramos um monte de camiseta, KKKKKK. Adoro isso viu, todo mundo dá camiseta ou alguma peça de vestuário, fala sério! Quantos de vocês darão roupa para seus pais levanta a mão? \o/. É isso ai. Compramos duas camisetas estilo surfista e duas pólos, clássico. Depois voltamos para casa e sobrou pra quem embrulhar elas nas caixas de presente? Lógico, pra mim! Ele pra dobrar uma camiseta é o fim do mundo, eu ri demais vocês não imaginam. Ai fui eu com toda a minha delicadeza dobrar tudo certinho e colocar dentro das caixinhas. Após essa trabalheira toda ficamos um pouco juntos e logo ele foi embora. Combinamos o horário que nos encontraríamos para ele me acompanhar até a rodoviária.

Hoje acordei no horário de sempre fui para a faculdade assistir aula de Neuroanatomia funcional, what fuck is that???? Vocês devem estar se perguntando, pois é, é o que eu vou descobrir ao longo deste semestre. O nome promete ser algo foda pra caralho. Bom voltei para casa e terminei de arrumar as minhas coisas. Até que ter sido mandada embora do meu trabalho foi algo bom, agora tenho os finais de semana inteiramente para descansar e fazer o que eu quiser. Até eu arrumar um estágio terei também as tardes livres, vida boa essa. Agora estou aqui almoçando, escrevendo o começo do meu dia para vocês e esperando o meu lindão chegar. Olha que almoço interessante, arroz e ovo, KKKKKK. Pobre é outra história, mas tudo bem. Olha pessoal, vou parar de escrever agora e vou retornar quando eu estiver na estrada. Então farei a marquinha de três bolinhas abaixo dessa linha e em seguida será o que aconteceu. Já volto rs.

•••

Vocês não vão acreditar! Tudo que eu não esperava aconteceu. Deixa eu começar pelo começo, melhor. O Lucas chegou na hora que combinamos milagre, ele veio todo carinho pro meu lado gente. Chegou me abraçando e beijando dizendo que me ama. Derreti completamente nos braços dele, não fazem ideia. Bom, ele foi um cavalheiro e tanto. Levou as minhas mochilas que estão pesadas pra caramba e ainda fez questão de me abraçar pela cintura. Que fofo. Conversamos algumas coisas que já não estão frescas em minha memória, mas isso não importa.

Enfim estávamos na rodoviária Tiete. Paramos no Subway e comemos um lanche gostoso demais, nunca tinha comido nesse lugar antes valeu a pena. Liguei para a minha mãe informando que horas eu sairia e lá fomos nós para a plataforma 41. Meu coração já começava a doer, porque eu ficaria alguns dias sem vê-lo. Ninguém imagina como eu sou sem ele, é coisa de outro mundo. Sinto muitas saudades, por trás desta raiva e birra existe uma flor do campo que anseia por ter seu dono sempre. Ui, profundo isso. Mas é a verdade, eu amo esse menino mais do que o possível.

O que eu não esperava era que assim que eu chegasse à plataforma o pessoal já estivesse embarcando no ônibus, isso fez com que eu me despedisse dele muito rápido... O abracei bem forte e disse que sentira saudades e ele fez o mesmo. Com a maior cara de tristeza do mundo eu subi no ônibus olhando para ele. Sentei na segunda poltrona e não desgrudei literalmente o meu olhar do dele. Através de mensagens via celular fui notificando-o do que eu estava sentindo e ele me surpreendeu quando disse que já estava com saudades e que me amava muito. Não parece algo estranho, mas para aquele momento foi. Depois fui pega de surpresa de novo porque ele escreveu assim “Nunca me senti tão triste de ver você partir como hoje.” E olha que ele já me viu partir nessas ocasiões várias vezes, isso me partiu o coração em milhões de pedaços. Queria tanto que ele fosse comigo...

E agora estou aqui relatando tudo isso para vocês. Há esqueci de dizer uma coisa, ele é danadinho né? Colocou meu MP4 na mochila, mas sem que eu percebesse ficou com o meu fone de ouvido só para ele voltar para casa escutando música. Ah Lucas... KKKKKK olha só a mensagem que eu acabei de receber “Putz gata acabei de me perder no metro, passei sem querer da estação da Sé e vim parar aqui no Paraíso.” Eita, isso que dá ele se distrair. Pronto, já tentei ajudá-lo a se orientar. “Tudo bem já to chegando na barra funda, te amo.” Ele responde. Caraca que rápido ele foi, ainda bem que ele ao menos sabe ser malandro rs.

Gente eu estou acabada pra ser sincera. Vou ler um pouco do livro A Batalha do Apocalipse e depois cochilar. Viajarei por loongas 3 horas, então imaginem. E não se preocupem, vou arrumar um tempinho nesse final de semana para contar a vocês como vai estar sendo o meu feriado de dia dos pais.

 

Feliz dia dos pais para todos! Fui...

 

 

Comente aqui:

Data 13/08/2011
De Diretoria Oficial Oliveira
Assunto Postagem Nova

Está aí mais um desabafo! Dessa vez é do dia 27 de julho! Obrigada pela leitura!

Data 31/07/2011
De Larissa Avellar ;*
Assunto - Felippa

- Eu gosteii mt , é smp bom desabafar , aaa mas vooc podia postar todo dia né ? Ai agt fica ligado no que ta te acotecendo rs' Asheii mt legal!

Data 02/08/2011
De Felippa
Assunto Re:- Felippa

Ah, mas vocês não iriam gostar do meu cotidiano. Fora os desentendimentos com meu namorado o resto da minha vida é tudo banal... Mas posso pensar no seu caso e falar sobre meus outros dias :P

Data 31/07/2011
De Gabriel
Assunto Diário de Uma Dor

Nossa, que desabafo!!! Adorei!!!

Data 31/07/2011
De Felippa
Assunto Re:Diário de Uma Dor

Ah valeu meu querido, você não sabe como isso me fez bem.

 

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