Ela parou e o fitou aturdida. Seus ouvidos ainda não tinham assimilado bem a informação.
- Como assim?
- Simples, vamos ficar noivos aficialmente hoje querida. – disse ele lhe depositando um selinho nos labios.
Hermione teve vontade de responder a ele aos berros. Tinha sido feita de idiota e ele sorria a todos. As pessoas começaram a se aproximar a parabeniza-los pelo noivado. A castanha não conseguia compreender metade das palavras que lhe eram ditas. Virginia se aproximou junto de Harry e Marcelle.
- Gostou da surpresa baixinha? – perguntou Harry a abraçando.
- Foi a melhor surpresa!
- Gostou então Mionel? – perguntou Gina.
- Claro que sim, né!? Vocês todos me fizeram de boba!
- Meu amor, queriamos fazer uma surpresa! – disse Draco passando um dos braços em volta da cintura de Hermione.
- Obrigado pela surpresa amor! – disse ela dando um selinho nele.
- Madrinha! – exclamou Marcelle abraçando os joelhos de Hermione.
A castanha se abaixou e abraçou Marcelle forte. Passou as mãos pelos rosto da afilhada. Ela lembrava tanto a irmãziha que tinha perdido no acidente.
- A madrinha não pode te pegar no colo agora... – disse Hermione – Mas daqui a pouco a madrinha vai ficar só com você tá!?
Draco olhava Hermione. Ela parecia ter um brilho especial nos olhos enquanto falava com Marcelle. Ficava doce e compreensiva, parecia uma menina num corpo de uma mulher adulta.
- Tá bom madrinha. O tio Draco também né?!
- Claro que vou princesinha do titio. – disse o loiro sorrindo.
Hermione levantou-se.
- Tenho um convite para vocês dois. – disse ela. – Quero que vocês sejam os meus padrinhos de casamento. Aceitam?
- Claro Mione! – disse Harry sorrindo – acho melhor deixamos vocês cumprimentarem o resto das pessoas...
- Daqui a pouco eu encontro vocês. Sabe como o Draco é, não?
- Eu!? – perguntou ele que brincava com Marcelle.
- Vai sentar com os outros empresários e já viu!?
- Homens são todos iguais Mione... – disse Virginia.
- Vamos nos sentar amor? – perguntou Harry que parecia ter engolido em seco o que Gina acabrá de falar.
A castanha abraçou Gina.
- Não briguem. A Má esta aqui, se contanham. – disse Hermione no ouvido da amiga.
- Pode deixar... eu naõ vou brigar com ele.
Draco bateu nas costas de Harry.
- Cara, fica calmo! Não adianta.
- Eu sei, mas ela não para de me dar indireta.
- Talvez nem tenha sido uma... – disse o loiro – Vocês voltaram emtão vá com calma.
- Pode deixar, irei com calma.
Eles sairam deixando Hermione e Draco. Ficaram a maior parte da festa cumprimentando desde grandes empresarios até politicos com uma enorme influencia. Draco tinha escolhido a dedo todos que estavam na festa de seu noivado.
Luna se aproximou junto com Dario.
- Oi Mione. – disse Luna abraçando a amiga. – desculpa o atraso.
- Sem problemas. Oi Dário. Tudo bem com voce?
- Claro, parabéns pelo noivado. – disse o homem de cabelos roxos dando tapas no ombro de de Draco.
- Valeu cara. Finalmente estou me amarrando.
- Acabou os dias de garanhão de Draco Lucius Malfoy?
- Claro que sim! – disse ele dando um beijo na bochecha de Hermione. – Não posso sair da linha.
- Não pode mesmo. – disse Hermione sorrindo. – ai dele se aprontar.
- É isso ai Mione.... – disse Luna. – esses homens.
- E vocês dois? São o que? Amigos? Namorados? Amantes? – perguntou Draco de maneira casual.
- Um pouco de tudo... – respondeu Dário abraçando Luna pela cintura.
Hermione se separou de Draco. Ficou um pouco de tempo com sua mãe e Mariana, enquanto o loiro estava sentado com os empresários e alguns politicos discutindo certamente alguma coisa em que dinheiro estivesse envolvido.
- Hermione. – chamou Draco lhe cutucando as costas levemente.
- O que foi? – perguntou ela o olhando.
- Vem comigo...
A castnha deu um beijo em sua mãe e saiu com o agora noivo. Subiram em um palco que até a pouco tempo atrás estava tocando uma musica ambiente. Agora todos pretavam atenção em casa movimento do casal.
- Hermione Jane Granger – disse ele a olhando nos olhos. –Perante a todos os convidados que aqui estão... você aceita se casar comigo?
Hermione o olhou. Teve vontade de lhe dizer não e sair correndo e se esconder atrás da primeira coisa o suficientemente grande que permitisse que ninguem lhe achasse.
Draco a olhou dentro dos olhos. Tirou uma caixinha de veludo de dentro do bolso e abriu. Ali estava uma aliança de brilhante.
- Claro que eu aceito meu amor. – disse ela sorrindo de modo forçado.
Draco tirou o anel do pequena caixinha e lhe colocou no dedo anelar direito. Ela mirou o anel, foi surpreendida por um beijo. Um beijo de verdade e não meramente um selinho, era mecanico, sem vida e sem nenhum sentimento que não fosse o interesse por alcansar os proprios objetivos.
A festa demorou uma eternidade para acabar. Hermione e Draco eram obrigados e ficarem sempre um ao lado do outro. Ficavam conversando apenas alguns minutos com casa pessoa. Quando se viram sózinhos pela primeira vez Hermione voltou-se a ele com um olhar de repugnância.
- O que você tem na cabeça de ter feito isso Sr. Malfoy? – perguntou ela.
- Não quero escutar os seus discursos. Fique calada pelo menos hoje. – disse ele rispido.
- Quem é você para achar que pode simplesmente me mandar calar a boca?! – disse ela furiosa.
- Alguem que vai pagar a cirurgia da sua mãe.
- Você cale essa madita boca. Eu não sei onde eu estava com a cabeça quando aceitei isso... você é um estupido Sr. Malfoy.
- Muito obrigado pelo elogio. – disse ele de modo ironico.
- De nada, se quiser eu tenho muitos mais para lhe dizer. Você deveria ter me avisado dessa festa de noivado... espero que tenha cumprido a promessa sobre o casamento.
- Pode ficar tranquila Srta. Granger... será discreto. Será no meu sitio e terá somente 300 pessoas.
- Está bem. – disse ela se retirando.
- Você voltará para casa comigo... te levarei!
- Não... – disse ela virando-se – Estou indo embora com a minha mãe nesse momento.
- Sinto muito, mas você não irá... ficaremos por mais meia hora e é importante que sejamos fotografados juntos Hermione. – disse ele sério.
- Para que afinal? As pessoas já não sabem que estamos noivos?
- Faça o que eu digo. Aliás não lhe devo exoplicações com relação à isso...
Draco deu meia volta deixando Hermione ali sózinha. Olhou ao redor para ver se alguem tinha visto algo ou escutado a discussão entre eles. Mas estava totalmente sózinha como sempre. Se sentia totalmente abandonada a mercê de Draco Malfoy, não podia contar a ninguém sobre o contrato selado com ele. Certamente seria uma coisa que esconderia até o dia de sua morte.
- Que foi filha? – perguntou Jane sendo empurrada por Mariana.
- Nada mamãe.
- Brigou com o Draco?
- Coisas normais... – disse ela rindo.
- Sei como é, essas brigas sempre acontecem. Não precisa se preocupar.
- Sei que não... – disse a castanha sorrindo – gostaram da festa?
- Muito querida. – respondeu Jane.
- Foi tudo muito lindo Mione... – falou Mariana – foi tudo perfeito, se o noivado foi assim imagina o casamento.
- Será mais simples Mariana. Não queremos tantas pessoas, só os amigos mais intimos mesmos.
- Mas por que?
- Evitar muito escadalo se é que me entende, ele não gosta muito de mídia.
- Ah sim...- exclamou Mariana - vamos Dona Jane?
- Vamos sim Mariana. – virou-se para a morena – Filha, estamos indo. Esta tarde e você certamente voltará com o Draco. Aproveitem e conversem. Você ira dormir em casa?
- Claro que sim mamãe, mas que pergunta!
- Não tem nada demais Mione. – disse Jane sorrindo maternalmente.
- Mais tarde estarei em casa.
Jane se foi e Hermione foi procurar Gina, pois Luna tinha ido embora mais cedo. A ruiva estava sózinha na mesa com Marcelle adormecida nos braços.
- Conversou com o Harry?
- Estamos nos acertando aos poucos Mione. Não é facil. – disse ela ajeitando Marcelle. – ele pegou férias do hospital. Ou vai ou racha.
- Não pensa assim Gina, vocês nasceram um para o outro e teem um filha linda! Vocês vão ver, iram se acertar!
- Nós iremos viajar no dia seguinte do seu casamento.
- Vai levar a Marcielle?
- Ainda não sabemos. Estou pensando em deixar ela com a minha mãe... – disse Virginia – Acho melhor que fiquemos sózinhos.
- Ai certamente vocês vão se acertar! – disse ela sorrindo
- Mas que mente poluida você tem!
Draco e Harry não estavam a muitas mesas de distancia dela. As pessoas tinham começado a ir embora e o jardim estava começando a ficar vazio.
- Como está as coisas afinal cara? – perguntou Draco.
- Melhores, acho que estamos nos acertando.
- Você a ama não é!?
- Muito, você não tem ideia do quanto eu amo a Gina.
- Da para notar!
- Vamos viajar no dia seguinte do seu casamento.
- Conseguiu pegar férias então? – perguntou Draco pegando um copo de vinho para ele e outro para Harry.
- Consegui, vamos para o Caribe! – Falou Harry bebendo um gole de vinho. – Vai passar a lua-de-mel onde?
- Paris. – disse o loiro.
- Fui com a Gina para la também.
- Marcelle é made in Paris. – disse Draco rindo. – Quem sabe não vem mais um made in Caribe!?
- Não sei. Isso não é só comigo, mas eu não sei se um filho agora seria bom. Estamos nos acertando...
- É, voces teem que pensar muito bem antes de encomendar mais um.
- E você e a Hermione? Querem um herdeiro para agora?
- Vamos ver né!? – respondeu Draco sorrindo.
- Com essa cara já até tenho a resposta. Só te digo uma coisa, depois que o filho nasce tudo muda.
Hermione e Virginia conversavam sobre Marcelle. Estavam entretidas conversando quando Draco e Harry se sentaram.
- Vamos amor? – perguntou Harry à Gina.
- Vamos, estou com o braço dolorido. – disse a ruiva arrumando Marcelle em seus braços. – Ela está pesada.
- Deixa que eu pego ela. – disse Harry.
Gina passou Marcelle para os braços do pai. A garotinha suspirou no colo do morenoi, se mexeu um pouco mas logo voltou a dormir profundamente. Hermione e Draco olhavam a cena com admiração, cada um com os seus pensamentos.
Harry sempre fora desligado e sem juizo e um Dom Juan de primeira assim como Draco quando estavam no colégio antes deste se mudar de país e Hermione conhecer ele e Gina. Apesar do casamento, as atitudes impensadas de um jovem médico refletiam em seus olhos. Era um dos melhores cirurgiões que se formará, mas era irresponsável. A gravidez da ruiva fizera com que ele mudasse em todos os aspectos e se tornasse outra pessoa quando finalmente Marcelle nasceu.
- Quem diria hein? – disse Draco – Se alguém me dissesse uma coisas dessas a uns 10 anos atrás eu daria risada.
- Pois é. – disse ele arrumando a filha nos braços – logo logo vai ser você, Sr.Malfoy.
Hermione engoliu aquela afirmação em seco. Sempre que era lembrada do que lhe esperava em um futuro não muito distante sua garganta ficava seca e tinha vontade de sumir.
- Quem sabe!? – disse ele olhando para a morena ao seu lado.
Hermione chegou em casa exausta. Entrou trôpega pela porta de casa. Seus pés latejavam e sua pernas estavam pesadas. Estava tudo escuro. Mariana e sua mãe deviam estar dormindo. Tirou o sapato para que o salto não fizesse barulho. Foi direto para o banheiro, tomou um banho tranqüilo. Deitou-se em sua cama e dormiu.
- Filha, acorda! – disse Jane fazendo carinho nos cabelos da filha.
- O que foi mamãe?
- A Luna e a Gina estão ai.
Hermione não absorveu as informações de imediato. Virou-se. E logo em seguida sentou-se assustada.
- Que horas são? – perguntou coçando os olhos
- 13:30 Mione, elas estão te esperando para a prova do vestido que é as 15 horas não é isso?
- É sim mãe. Pede para elas esperarem um pouco. só vou escovar os dentes e comer alguma coisa. – disse a morena se arrastando para o banheiro.
Luna e Virginia olhavam Mariana com curiosidade. Tinham certeza de já ter visto esse moça em algum lugar.
- Eu já a vi em algum lugar. – disse Gina sussurrando
- Eu também, só não me lembro onde. – falou Luna no mesmo tom.
- Ela é estranha. – disse a ruiva que acompanhou com os olhos Mariana sair da sala. – Tenho certeza que já à vi em algum lugar! Que saco, eu não consigo lembrar de jeito nenhum!
Hermione apareceu na sala vestida de um jeito simples. Calça jeans e camizeta.
- Onde você pensa que vai desse jeito? – perguntou Gina.
- Fazer a prova do vestido. – disse Hermione – Por que?
- Pode ir trocar de roupa Mione. Não vou deixar você aparecer dessa maneira de modo algum.
- Essa roupa esta mais do que boa! – disse a morena de mau humor.
- Não está mesmo, vá se trocar! – disse Virginia empurrando a amiga para o quarto.
Hermione se jogou na cama. E fechou os olhos. Seu mau humor estava superando todos os obstáculos que podia encontrar.
- LUNA! – gritou a ruiva – Ajuda aqui!!
Luna entrou no quarto e encontrou Gina revirando o guarda-roupa de Hermione. Jogou algumas peças em cima da cama. Enquanto a ruiva e Luna discutiam a roupa, Hermione permanecia calada só esperando a sentença final.
- Pronto Mione, agora se veste! Estamos atrasadas! – disse Virginia estressada.
- Ok...
A castanha se trocou rapidamente, em poucos minutos estavam entrando no carro que as esperavam para levar até a botique.
- Você não engordou né Mione? – perguntou Luna.
- Espero que não... – disse ela batendo na barriga.
- A Mione não engorda de ruim! – disse Gina rindo
- Muito obrigado viu!?
- De nada Mi! – a ruiva abriu a porta do carro – Chegamos!
Hermione fez os últimos ajustes necessários para o vestido. Uma apertadinha ali, uma arrumadinha aqui que levou a tarde inteira.
- Temos que escolher o vestido da Ma! – disse Hermione – Vocês tem modelos de vestido de damas de honra?
- Temos sim. – respondeu a assistente – a Srta quer ver?
- Sim
- Trarei aqui em um instante. – disse a assistente saindo rapidamente.
As três conversavam animadas, discutindo qual seria o melhor vestido para Marcelle. O típico bolo de aniversário. Hermione não gostava de muitos babados, mas estava em desvantagem, pois Luna havia concordado com Virginia.
- Esta bém, vocês ganharam! – disse ela finalmente.
- Você vai entrar com quem Mione? – perguntou Luna.
- Sozinha. Irei entrar sozinha.
- Mi... – começou Gina.
- Já decidi! – interrompeu Hermione – Irei entrar sozinha. Queria que fosse meu pai, mas como ele morreu não será ninguém.
Luna e Virginia trocaram olhares. Hermione era teimosa e isso implicava que ela iria cumprir o que disse. Conheciam bem a amiga, a ruiva ainda mais. Lembrava-se de Hermione como uma menina romântica e extrovertida, estava sempre sorrindo e fazendo piadas junto com ela e Harry. Tinha uma luz no olhar que não se apagava jamais, mesmo quando tinha problemas em casa. Todos admiravam Hermione na escola. Agora não se via mais essa alegria contagiante na morena e o brilho do olhar a muito havia se perdido.
- Tudo bem Mione. – disse Gina suspirando – Vai ser o mais lindo casamento que eu já vi!
Hermione sorriu com a convicção a amiga. Era impressionante como as pessoas diziam-lhe isso direto. Ficaram mais um longo tempo ali escolhendo o vestido que Virginia e Luna iriam usar na grande noite. A morena chegou em casa já era começo da noite. Encontrou um bilhete de sua mãe dizendo que tinha ido ao supermercado e que voltaria logo.
Ela olhou por um instante para sua mão direita que ostentava uma enorme aliança de noivado Pegou-se sorrindo. Recriminou-se no mesmo instante. Ligou a tv e se jogou no sofá. A primeira coisa que viu foi:
Casamento de Designer com Bilhonário.
Draco Lucius Malfoy se casará nas próximas semanas com Hermione Jane Granger, uma importante designer do ramo de jóias. Os dois se conheceram a pouco mais de oito meses.Pelo que fontes seguras informam foi amor a primeira vista.
A pressa no casamento dos pombinhos é suspeita. Alguns falam em uma suposta gravidez. Agora torcemos para que o casamento de certo. Finalmente o garanhão encontra-se apaixonado. Moçoilas que esperavam casar com o galã desistam, afinal um dos homens mais sexys do mundo vai casar com uma das mulheres mais bonitas vistas em todos os tempos, até então desconhecida, Hermione Granger se mostra carismática apesar de ter aparecido poucas vezes ao lado do noivo em algumas das recepções das mais importantes do país.
Hermione ficou de boca aberta com as cenas que mostraram deles em seguida a pequena introdução. Ele a pegando na casa indo para o noivado surpresa. A discussão deles no final da festa. E a cara de emburrada da morena entrando com Draco no carro.
Pelo que vocês viram o noivado não foi assim o conto de fadas perfeito. Os protagonistas pareceram terminar a noite brigados. O real motivo ninguém sabe. A única coisa que temos certeza é que Hermione Granger não passou a noite do noivado na casa de Draco Malfoy, mas sim da própria. Será que o conto de fadas mais secreto da história resistirá a pressão?
A castanha olhava atônita a noticia que se desenrolava a sua frente. Sua mão estava fechada e sua unha machucava as palmas da mão devido a força que ela aplicava.
– Mary, o que você acha desse noivado? – perguntou o apresentador.
- Eles são lindos juntos, mas não pareciam muito felizes ao final da festa! O que você acha de causou o desestendimento deles Edward?
- O único real motivo que eu vejo é que a ex noiva de Draco Malfoy estar no noivado. – disse Edward. – Olha Pansy Parkinson nessa foto.
A foto de uma mulher apareceu na Tv. Cabelos escuros esvoaçantes e um olhar insinuante. Pansy desfilava com seu vestido preto pela festa
- Ela sumiu e voltou a ser manchete novamente. – disse Mary.
- Você acredita que ela foi o pivô da briga?
- Quem sabe!?
Hermione sem pensar duas vezes pegou o telefone que estavam a seu lado. Chamou uma, duas, três.
- Alô!? – perguntou uma voz sonolenta do outro lado da linha.
- Você viu!? – interrompeu Hermione aos berros - Eles filmaram quase tudo!! Como vc foi deixar isso acontecer Draco Mafoy?! Você não disse que eles não tinham permissão de entrar?
- Calma! – disse ele a interrompendo. – Do que você está falando cacete?
- Da para você manerar no palavriado? – protestou ríspida.
- Me desculpa Srta. Granger. Do que você esta falando?
- É melhor o senhor tomar mais cuidado! Pois a nossa discussão de ontem a noite foi parar em um programa de fofocas! – disse ela exasperada.
- Como!? – exclamou ele se ajeitando na cama.
- Isso mesmo que você entendeu! Mostraram cenas de nós dois brigando ontem a noite no final da festa. Creio que você lembra! Não estava tão bêbado assim!
- Claro que me lembro. – respondeu ele irritado.
- Pois então, a sua gracinha foi parar em um dos programas mais vistos do país. Parabéns Sr. Malfoy.
Hermione desligou o telefone na cara de Draco. O que era para ser discreto virou uma zona. E a briga deles ainda tinha parado na Tv, ela parou por um momento. Não tinha motivo real para estar irritada com ele. Mas tudo era motivo para brigas.
Draco ficou parado com o telefone no ouvido. Não entenderá absolutamente nada do que Hermione havia acabado de dizer. Nada se conectava. Ele pegou o controle e ligou a TV. Não precisou vasculhar muito até achar um canal que mostrava uma foto deles no canto do jardim. Exatamente no momento em que eles estavam brigando. Pegou o telefone, olhou pela a agenda e achou o telefone da emissora.
- Quero falar com Bittencour.
- Quem é? – perguntou a voz do outro lado.
- Draco Mlafoy. – disse o loiro seco.
- Um minutinho senhor Malfoy.
A ligação foi passada.
- Sr. Malfoy?!
- Ele mesmo. Eu não quero saber como você ira fazer isso Bittencour, não me interessa nem um pouco.
- Do que o senhor está falando? – perguntou o homem.
- Não se faça de tolo. Tem uma reportagem passando a meu respeito e da minha noiva... e eu já lhe disse que não quero ser figura para as promoções de seus programas.
- Me desculpe Sr. Malfoy.
- Não interessa o que você irá fazer, mas quero que seja vetado qualquer tipo de noticias sensacionalistas ao meu respeito.
- Compreendo. – disse o homem nervoso do outro lado da linha.
- Espero que isso não volte a acontecer. Eu havia deixado bem claro que não queria paparazzi por la.
- Me... me desculpe Sr... não consegui.
- Tire tudo do ar imediatamente. Se vire. – disse Draco desligando.
Pegou o telefone e ligou para Hermione.
- Seu problema foi resolvido querida. – disse Draco seco.
- O que você fez? – perguntou ela.
- Nada. Apenas um telefonema. Obrigado por ter me avisado. – disse polidamente.
- De nada Sr. Malfoy. – respondeu Hermione no mesmo tom de voz.
- Já lhe pedi para não me chamar assim.
- Ah... me desculpe. – disse ironia – tenho que ir dormir Sr. Draco... amanha eu trabalho.
A castanha desligou o telefone sem se despedir dele. Isso tinha virado rotina. Mas não era o pior. Eles não tinham motivos reais para se odiar, apenas a convenção de que isso deveria acontecer, eram respostas atravessadas e alfinetadas a todos os momentos, mas uma coisa Hermione não havia engolido. A ex noiva de Draco estivera no noivado, não importava com o fato dela já ter sido namorada dele, a questão era que ela estivera ali e agora as pessoas cogitavam coisas que não era realidade.
O dia do casamento finalmente havia chegado. Draco estava em um dos quartos da enorme casa do que ele chamava de sítio. Olhou as coisas montadas do alto de seu quarto. O local onde ocorreria o casamento, as mesas dispostas do jeito que Hermione escolherá. Estava exatamente como planejado. Seria um casamento apenas para os mais próximos. Passariam a noite de núpcias no quarto principal da casa.
Descerá para conferir o som. Era engenheiro de som, havia feito a faculdade por mero hobbie. Tinha duas faculdades ainda em seu curriculum: Administração e Direito. Olhou as mesas de som, estava tudo correto.
- Posso ajudar em alguma coisa Sr. Malfoy? – perguntou a organizadora.
- Não, estou apenas conferindo as mesas de som... – disse ele olhando atentamente a mesa de som.
- Claro... qualquer coisas é só chamar..
- Pode deixar! Farei isso qualquer coisa...
Ele mexia entretido nas mesas. Viu que o céu começar a escurecer. Assustou-se, olhou para o relógio. Já estava atrasado. Precisava se arrumar com urgência. Dali a alguns minutos os convidados poderiam começar a chegar e ele ainda estava de chinelo. Tomou um banho rápido, colocou o meio-fraque, o sapato cuidadosamente polido e desceu para ir receber os convidados que dali a alguns instantes estariam chegando.
Estava tudo pronto agora. Os arranjos em cima das mesas, os pratos cuidadosamente colocados em cima destas. As pessoas começaram a chegar rapidamente e logo o espaço estava todo tomado. Draco tinha sido avisado que montanhas de repórteres se encontravam a porta do sítio.
- Boa noite Draco querido! – disse Jane se aproximando. – Você esta muito bem...
- Obrigado... cadê a Hermione? – perguntou ele automático
- Vai demorar mais um pouco querido... ela é a noiva! – disse Jane sorrindo.
O loiro sorriu e pensou que ela pudesse fugir quando estivesse a caminho do casamento. Ele não sabia ao certo o que pensar, um medo absurdo havia começado a tomar conta dele. Se apegava a uma única coisa: Se ela fugisse sua mãe nunca voltaria a andar. Ficou um pouco mais aliviado quando pensou nisso... tinha Hermione em suas mãos de certa forma.
Virginia, Harry e Marcelle chegaram. A menininha seria a dama de honra do casamento. Logo em seguida, Luna e Dário também chegaram. Os dois casais de padrinhos já estavam ali, agora faltava apenas a noiva.
- Calma primo! – disse Dário com seus cabelos agora loiros, aproximando-se.
- Eu estou calmo.
- Não é o que parece... Você acha que ela ira fugir? – perguntou ele rindo.
- Claro que não... Pelo menos é o que eu espero. – disse Draco.
- Cara... fica calmo... noivas se atrasam...
- Eu sei disso poxa... – disse ele mexendo as mãos impacientes.
- É melhor eu deixar você ai sozinho... vou ficar lá fora... Afinal tenho que ficar a postos. É melhor você ir para o altar logo... Hermione já deve estar chegando.
Draco encaminhou-se para o altar. Todas as cadeiras já estavam ocupadas. As pessoas conversavam descontraídas. Aproximou-se o mais devagar possível do altar, o padre já encontrava-se da mesa, tinha um sorriso fraterno no rosto ao mirar o loiro. O rapaz suspirou ao se colocar do lado direito do altar para esperar a noiva.
- Calma meu rapaz. – disse o padre aproximando-se de Draco.
- Estou calmo...
- Não é o que parece, você está suando...
- Está calor... – respondeu o loiro tentando convencer-se de sua mentira.
- Você realmente está nervoso meu rapaz, não sei se você lembra, mas estamos no inverno.. – disse o padre batendo nas costas de Draco.
O padre voltou a arrumar as coisas para o casamento. Draco sorriu ao ver Germana se aproximar dele.
- Como você esta bonito meu menino... – disse Germana o abraçando. – Esperei muito por esse dia...
- Fala como se fosse a minha mãe as vezes... – disse ele dando um abraço apertado.
- Mas eu sou sua mãe... te crio desde que nasceu... – disse ela sorrindo
- Isso é verdade, por isso quero que a senhora fique aqui no altar. Do meu lado...
- Não menino... eu não devo...
- Posso saber por que?
- Por que não oras... – disse Germana sem graça.
- Vai ficar sim... aqui do meu lado. Como se fosse a minha mãe de verdade.
Germana sorriu e sentou-se em um banco reservado para a família do noivo. Poucas pessoas ali eram parentes de Hermione ou de Draco. Eram mais amigos que ali estavam presentes. Ele se mexei inquieto, as pessoas estavam distraídas, ao longe pode ver Marcelle de mãos dadas com Harry brincando de pular. Pode ver o sorriso estampado no rosto deles e de Gina que olhava a cena junto com Luna e Dário.
A Marcha Nupcial começou, trazendo Draco novamente a realidade. Ele olhou assustado ao seu redor, parecia ter viajado muitas milhas de distancia dali. Nunca imaginou casando-se nessas circunstâncias, na realidade nunca tinha imaginada se casar um dia.
Hermione apareceu perante as pessoas que olhavam ansiosas para o tapete branco por onde ela iria passar. O vestido realçava todas as curvas do corpo de um modo delicado. Todos se levataram para poder vê-la passar. A passos firmes e com um sorriso no rosto Hermione ia passando o corredor onde chovia pétalas de rosas brancas e vermelhas sobre ela.
Draco ficou ali parado, apenas olhando-a entrar com aquela delicadeza de uma menina mulher, que estava totalmente compenetrada no que estava fazendo. Os dois casais de padrinhos já encontravam-se em seus lugares. Luna e Virginia disfarçavam a emoção limpando cuidadosamente o rosto. Draco foi até a beira do altar e estendeu o braço, a ruiva o aceitou com delicadeza. Estava tremula, apesar de toda confiança que passava aos convidados.
- Você está bem? – perguntou Draco num sussurro enquanto caminhavam para o altar.
- Estou. – disse a morena de modo firme e suave.
Chegaram ao altar e pararam na frente do padre. Os pensamentos turbilhavam a mente de ambos. Muitas coisas passavam pelos olhos deles enquanto o padre falava sobre como a instituição do casamento era importante. Hermione não escutava nenhuma palavra, apenas imaginava como seria sua vida se não tivesse aceitado a proposta de Draco. Sua cabeça viajava, tinha tranpassado a barreira do tempo e do espaço. Podia ver e sentir tantas coisas em um único momento. Sua alma voltou para onde deveria estar, em seu casamento. Ao lado do homem que dali alguns momentos seria seu marido.
Draco estava ali ao lado de Hermione. Seus pensamentos vagavam em lembraças difusas que acreditavam ser de seus pais, poderia ser apenas a imaginação de criança que criou aquelas imagens. Preferia crer que haviam acontecido em um passado distante. Olhou para o banco ao seu lado e viu de relance seus pais sentados ali sorrindo para ele. Chacoalhou a cabeça discretamente.
Marcelle entrava com graça trazendo as alianças. Hermione sorriu para a afilhada, a garotinha sorria para todas as pessoas, roubando por um breve momento a cena do casamento. Harry e Virginia sorriam do altar olhando a filha. A pequena garotinha se aproximou com a almofada onde estavam as alianças do casamento e as entregou para Draco, que depositou um beijo na bochecha de Marcelle. O padre benzeu as alianças e o momento mais esperado por todos e mais crítico do casamento chegou finalmente.
Hermione encarou as alianças que estavam na almofada trazida por Marcelle. O padre as benzeu entregando a primeira aliança à Draco.
Ele a olhou fixamente por um momento e logo em seguida olhou para a morena a sua frente. Tinham plena consciência de que não poderiam voltar mais atrás.
- Hermione Jane Granger – falou o Padre – Aceita Draco Lucius Malfoy como seu marido?
O loiro a encarou. Fechou os olhos. A pergunta que mais o preocupava havia acabado de ser feita. Tinha pedido que isso fosse tirado, mas como receiou não haviam avisado o padre provavelmente.
Hermione o encarou e sorriu. Sentiu que em um breve momento tinha o controle da situação.
- Aceito. – disse ela finalmente.
Draco respirou com facilidade novamente.
- Draco Lucius Malfoy – falou o padre – aceita Hermione Jane Granger como sua legítima esposa?
- Aceito. – disse ele sorrindo.
O padre pegou as alianças e benzeu-as. Colocou-as novamente na almofada. Era o momento de oficializar a união.
- Eu, - começou Draco pegando uma aliança e segurando a mão esquerda de Hermione. – Draco Lucius Malfoy. Recebo você Hermione Jane Granger como minha esposa. Prometo te amar e te respeitar na saúde e na doença, na alegria e na tristesa. Hoje e para todo os sempre.
Ele colocou a aliança no delicado dedo da morena. Ela encarou o anel dourado que agora jazia em sua mão. Pegou a mão de Draco. Ela ainda tremia muito e ele reparou nisso, a encarou tentando passar confiança a ela.
- Eu – disse Hermione pegando a aliança – Hermione Jane Granger recebo como meu esposo. Prometo te amar e te respeitar na saúde e na doença, na alegria e na tristesa. Hoje e para todo os sempre.
Ela colocou a aliança no dedo dele, suas mãos tremiam violentamente. Fechou de modo a controlar a tremedeira, ele segurou as mãos delas. Ele sorriu.
- Agora, pode beijar a noiva. – disse finalmente o padre.
Draco inclinou-se e selou os lábios de Hermione. Para surpresa de ambos, não foi um beijo sem vida e frio. E sim um beijo de duas pessoas que estavam apaixonadas.
- Vamos manter essa farsa pelo menos hoje. – disse Draco no ouvido de Hermione.
- Só por hoje... iremos ser um casal apaixonado apenas por hoje, mas amanha voltamos a ser como antes...
Ele sorriu e a beijou arrancando aplausos de todos.
Hermione andava de mãos dadas com Draco por todos os cantos. Cumprimentavam todos os convidados e mostravam-se totalmente apaixonados, estavam cumprindo com a promessa que tinham feito. Pegavam-se roubando beijos um do outro. Hermione por breves instantes desejou que tudo fosse verdade, que seu casamento era o mais perfeito dos contos de fada.
- Posso saber qual a musica que o senhor escolheu para nós dançarmos? – perguntou ela o enlaçando pelo pescoço.
- A Senhora já vai ver, mas acredito que é uma de suas preferidas...
- E como você sabe qual a musica que mais gosto? – perguntou desafiadoramente.
- Daqui a pouco você verá se é a que você mais gosta ou não... – disse ele dando-lhe um beijo no pescoço.
Hermione se arrepiou com a caricia de Draco. Soltou-se dele assustada.
- Aconteceu alguma coisa? – perguntou ele a mirando.
- Não... não aconteceu nada... – disse ela sorrindo.
- Não acredito, mas tudo bem...
Hermione sorriu, e saiu de perto dele. Ainda não havia ido falar com sua mãe. Viu Jane a observando e sorriu. Se aproximou rapidamente da mesa da mãe e sentou-se.
- Filha... você está tão bonita! – disse Jane puxando Hermione para um abraço.
- Obrigada mamãe... está gostando da festa?
- Está tudo lindo meu amor... vocês dois tem muito bom gosto...
- Eu não Dona Jane... apenas a Hermione... – disse o loiro chegando e abraçando a sogra. – Ela que escolheu a decoração toda... apenas fiquei com a parte do som... mais nada.
- Aposto que ela não deixou... – disse Jane sorrindo.
- A senhora acertou... – disse ele sorrindo. – Não pude dar opinião em nada...
- Conheço bem a filha que eu tenho...
- Mamãe! – exclamou a morena rindo.
- Onde vocês iram passar a lua-de-mel? – perguntou Jane.
- Segredo...
- Não vai me contar? – perguntou Hermione fazendo bico.
- De maneira alguma... – respondeu Draco selando-lhe os lábios. – Agora vem!
O loiro a puxou para o meio da pista de dança.
- Essa é a musica que eu escolhi para dançarmos. – disse ele a mirando diretamente nos olhos.
>> Here without you – Three Doors Down <<
Draco e Hermione dançavam sem pensar em nada. Curtiam aquele momento que talvez nunca mais fosse acontecer, amanha seria outro dia e o conto de fadas teria acabado. Ela o abraçou com mais força fazendo com que o loiro sorrisse. Todos olhavam sorrindo, estavam em harmonia total. Eram corpo e musica naquele momento.
Não gostariam que tudo acabasse como a Cinderela, mas era assim que tinha de ser. Esse era o destino e nada poderiam fazer contra ele. Ambos estavam conformados. Ele a envolveu pela cintura enquanto dançavam. Absorviam cada palavra da musica, que para sempre fariam recordar aquele momento de amor, mesmo que fingido era amor ali. Tinham plena consciência de que aquele não era o sentimento da realidade e sim o sentimento do conto de fadas dos quais eram protagonista naquele dia. Apenas isso e mais nada.
- Como você descobriu? – perguntou Hermione o olhando.
- Primeiro porque é o toque do seu celular... e segundo porque é a musica que você mais escuta no seu Ipod...
- Como você sabe disso? Você bisbilhotou? – perguntou acusadoramente.
- Tenho que admitir que sim... – disse ele com um sorriso.
- Eu amo essa musica... – disse ela sonhadora
- Deu para perceber... eu não a conhecia, mas é realmente muito bonita. – disse ele – tenho que concordar que você tem um bom gosto para musica...
- Muito obrigada... – disse ela sorrindo. – Acho que os convidados precisam de atenção.
Marcelle veio ao encontro dos dois correndo. A garotinha pulou no colo de Draco e o abraçou.
- Oi dinda! Oi tio! – disse ela sorrindo.
- Oi meu amor... – disse Hermione dando um beijo estalado na testa da garotinha deixando marcado de batom.
- Tio Draco...
- Oi!?
- Você vai ser meu dindo agora? – perguntou Marcelle sorrindo.
- Se sua ‘dinda’ deixar eu vou ser... – disse ele olhando para Hermione.
- Claro que eu deixo, mas se você amar mais ele do que eu, ai eu pego você em mocinha! – disse a morena fazendo cócegas em Marcelle.
Virginia e Harry aproximaram-se.
- Mione! – exclamou Gina – Que lindo o casamento...
- Brigado Gina... – disse ela. – a Ma ta uma princesinha com esse vestido...
- Aê cara... – disse Harry cumprimentando Draco – finalmente casou hein!?
- Pois é... não tive muita opção... – disse ele rindo e dando um beijo na bochecha de Hermione. – Ela não me deu opção.
- Vão viajar hoje mesmo? – perguntou Hermione.
- Vamos sim... viemos nos despedir de vocês... – disse Virginia.
- Que horas é o vôo?- perguntou a morena.
- As três da manhã. Temos que ir em casa ainda arrumar as nossas coisas e deixar a Ma com a minha mãe... – respondeu Harry com Marcelle no colo.
- Então vai deixar ela lá? – perguntou Hermione.
- É... – respondeu Virginia – não tinha outra opção, minha mãe esta viajando com a minha irmã.
- Papai... – falou Marcelle.
- Que foi meu anjo?
- É verdade o que a vovó me disse?
- O que a vovó te disse meu anjinho? – perguntou Harry interessado.
- Que vocês vão viajar para fazer um irmãozinho para mim?
A ruiva parou estática, não sabia o que responder. Harry engasgou com a própria saliva enquanto Hermione e Draco seguravam a risada.
- Ela te disse isso? – perguntou Virginia com a voz fraca.
- Disse sim... – disse a garotinha confirmando com a cabeça. – É verdade papai? Vocês vão la para fazer um irmãozinho para mim é? E como é que faz?
Harry colocou Marcelle no chão.
- Pega a bolsa da mamãe lá na cadeira... – disse ele apontando – você faz isso para o papai?
Hermione e Draco começaram a rir, enquanto Harry afrouxava a gravata.
- Mas que situação meu caro. – disse Draco batendo nas costas do amigo.
- Essa pergunta veio cedo de mais... – disse Harry. – Não da risada Draco Lucius Malfoy porque logo logo é você meu caro...
- Quem sabe.. não depende só de mim.. – respondeu Draco.
- Não vamos entrar nessa questão... – disse Hermione corando levemente.
- Concordo com você Mione...
Marcelle voltou trazendo a bolsa da mãe. Gina e Harry se despediram dos noivos e foram à caminho da tão esperada férias no Caribe.
- Esta na hora de sairmos daqui... – disse Draco no ouvido da morena.
Um pânico tomou conta dela. Não sabia o que fazer ao certo. Não queria contar a ele que aos 22 anos ainda era virgem. O que ele iria fazer? No mínimo dar risada dela. Ela chacoalhou a cabeça.
- Aconteceu alguma coisa? – perguntou ele.
- Não... não aconteceu nada Draco...
Hermione pegou mais uma taça de champangne enquanto seguia Draco onde quer que fosse, não estava mais raciocinando direito, iria ser melhor assim do que completamente sóbria. Saíram por trás do toldo sem que ninguém os notasse. Ali atrás mesmo ele a puxou pela cintura e a beijou com paixão. Ambos estavam sobre efeito da bebida, tinham bebido consideravelmente durante o casamento inteiro. A morena passou seus braços pelo pescoço do marido o beijando com desejo.
Foram beijando-se até encontrarem a porta da casa, entraram pelos fundos. A casa estava vazia. Apenas o luar iluminava , subiram para o segundo andar. Ele a pegou no colo, ela passou os braços pelo pescoço dele. Caminharam pelo corredor até chegar na ultima porta do fundo. Ele a empurrou e a porta se abriu mostrando um enorme quarto de casal todo decorado com pétalas e um garrafa de champangne em cima da mesa com frutas em sua volta.
Draco colocou Hermione na cama, pegou a garrafa e duas taças. Entregou ambas taças a ela enquanto abria o champagne. Ouve um estouro e a garrafa se abriu, colocou um pouco em cada taça e brindaram. Tomaram um pequeno gole.
>> Garotos – Leoni << (musica para cena que se segue)
- Quero... – começou Hermione – que pelo menos hoje finjamos que somos o casal mais apaixonado da terra Draco... só por hoje... – disse ela o olhando – sei que essas palavras podem estar soando um tanto estranho, mas hoje apesar de tudo é uma noite importante para mim...
Hermione parou e colocou a mão na boca. Tinha falado mais do que pretendia. A bebida realmente estava agindo sobre ela, nunca bebia e quando beba acabava daquele jeito. Sem conseguir controlar as palavras direito.
- Eu também quero... apesar de ser homem... acho que todo mundo idealiza essa noite... e eu te respeito por isso Hermione... – disse ele bebendo mais um pouco – Que sejamos pelo menos por hoje o casal mais apaixonado que já pisou nessa terra... não vamos pensar no amanhã... apenas no agora... – disse ele a mirando – não vamos pensar no que vamos achar amanha quando estivermos totalmente sóbrios...
Ela acenou com a cabeça concordando, levantou-se para ir em direção ao banheiro colocar a camisola que havia ganho especialmente para essa noite. Mas a mão do loiro segurou seu braço a detendo.
- Não somos um casal comum Hermione... porque respeitar tradições se não estamos as seguindo realmente?!
A morena nada respondeu, o argumento dele era totalmente valido e verdadeiro. Não tinha o que fazer. Ela sorriu dando o sinal que ele precisava para ir em frente. Ele a virou, fazendo com que ela ficasse de costas para ele. Lentamente Hermione sentiu o zíper do vestido deslizando por suas costas, estava totalmente entorpecida. Draco beijava o ombro descoberto da castanha, explorando o pescoço, onde percebeu uma linha sensível ali, que estava fazendo com que ela perdesse o controle.
O vestido estava totalmente solto. Ele a virou novamente, mirando-a nos olhos. Hermione começou a desabotoar a camisa dele, logo a peça estava no chão. Ele deslizou o vestido carinhosamente, descobrindo os seios da morena. Beijou-a com intensidade e urgência e ela retribuiu de bom grado. O vestido deslizou mais um pouco. O efeito da bebida estava ficando mais baixo em ambos, mas estavam totalmente soltos, sem medo de demonstrar suas vontades.
Hermione desabotoou a calça de Draco com um sorriso de menina-mulher no rosto, ele a puxou mais para perto e a beijou com mais intensidade, até que ambos ficaram sem ar. Pareciam dois adolescentes se descobrindo. E esse era o objetivo inconsciente te ambos. O vestido finalmente deslizou até os pés da castanha, mostrando o corpo dela através da luz do luar que entrava pela janela aberta do quarto. Ele a olhou de cima a baixo e ela corou levemente. A calça dele jazia ao lado das outras peças de roupas jogadas pelo quarto.
Ela o olhou. Nunca imaginará que ele fosse tão bonito assim. Ela não sabia o que fazer, estavam agora parados um na frente do outro, esperando a iniciativa de algum dos lados. Draco a pegou no colo e a depositou sobre a cama de lençóis brancos de seda. Hermione arrepiou-se ao sentir o tecido frio sob ela. O loiro a olhou ali estendida na cama. Sentou-se na cama e a puxou para si. Beijaram-se com desespero, precisavam sentir-se um ao outro. A calcinha de Hermione foi tirada lentamente junto com a cueca de Draco. Mais nada o impediam ali. A castanha respirou fundo. Ele a penetrou com carinho tampando-lhe a boca com um beijo. E naquele momento ele percebeu, tinha sido o primeiro. Olhou-a nos olhos, e beijou-lhe a face secando uma lagrima que caia dos olhos delas. Ele se mexia com doçura e rapidez, aquele corpo perfeito o seguindo a cada movimento o deixava mais excitado. Hermione não sabia ao certo o que fazer, a dor do principio havia se dissipado em um chama havia tomado conta dela, não sabia como agir, apenas acompanhava o corpo do loiro.
Era uma doce dança entre dois corpos que se completavam com uma perfeição nunca vista antes. Hermione estava proporcionando um prazer a Draco nunca sentido, ela com a inexperiência dela estava deixando-o louco como nenhuma mulher havia conseguido fazer. As bocas se procuravam para tampar os gemidos que saiam das gargantas involuntariamente. Ele a pressionou fortemente contra sua corpo e soltou um gemido, caindo inerte sobre ela. Ela beijava o pescoço dele com carinho, passava as mãos delicadamente pelo cabelo dele, tinha um sorriso terno em seu rosto. Draco deitou-se ao lado dela, a puxou para ele a enlaçando pela cintura.
- Hermione... você... – ele respirou sentindo o cheiro dos cabelos dela – você era virgem... por que não me contou?
- Porque?! – disse ela nervosa – quem lhe disse isso?
Ela afogou o rosto entre o peito dele e o colchão. Sentia-se envergonhada. Como ele pode descobrir!? De um jeito carinhoso sentiu o seu rosto sendo puxado novamente a tona. Os olhares se encontraram.
- Não precisa ter vergonha de mim Hermione... – disse ele a olhando – sei que estamos aqui por um contrato bem dizendo, mas bem ou mal seremos marido e mulher por um ano e meio e teremos que conviver – disse ele tirando uma mecha do rosto dela.
- Draco, o que aconteceu entre a gente não muda nada... temos que voltar a realidade... a noite que passou foi um fantasia... e temos que conviver com isso...
- Então eu te peço uma coisa...
- O que?
- Que essa fantasia só acabe quando voltarmos de nossa lua-de-mel.
A castanha o mirou por um momento. Não tinha sido ruim essa noite ao contrario, tinha sido uma das noites mais felizes desde o acidente. Tinha que admitir que ele não era de todo ruim. Muito pelo contrario, mas estavam fadados a não se gostarem. Pelo simples fato que os uniam.
- Você aceita ou não?
- Aceito Draco... será a nossa trégua! – disse ela com um sorriso doce no rosto.
- Posso te tratar de amor?
- Pode... – disse ela sorrindo – se vamos criar uma fantasia que seja completa...
- Então dorme meu amor... – disse ele.
Hermione sentiu-se repentinamente feliz após escutar aquilo da boca dele. Não poderia se envolver emocionalmente com ninguém. Isso estava fora de qualquer hipótese, dali a um ano e meio estaria cada um vivendo a própria vida, tentando esquecer que um dia foram marido e mulher. Ela virou-se e ele a enlaçou novamente pela cintura a trazendo mais para perto dele. Tinha sido uma doce noite para ambos.
Draco sentiu-se entranho ao chamar ela de meu amor. Tinha sido tão natural que o assustava. Ele não queria, nunca poderiam se envolver emocionalmente. Pelo menos não deveriam. A noite que se passou tinha sido uma das mais alegres que recordava ter passado em sua vida. Não lembrava de alguém que o tivesse completado tão bem quanto Hermione, apensar de sua inexperiência. Um sentimento de poder tomou conta dele, era um como se tivesse algum direito sobre ela, tinha sido o primeiro e isso fez com que pela primeira vez ele quisesse ser o primeiro e o único da vida dela. Chacoalhou a cabeça tentando tirar tais pensamentos de sua cabeça, mas a cada segundo que se passava esse sentimento se apossava mais dele. Aferrou-se mais ao corpo dela, a respiração da castanha estava normalizada. Estava dormindo. Ele ajeitou-se melhor, tirou os fios de cabelo que teimavam em cair no rosto de Hermione. Finalmente adormeceu.
Hermione acordou, olhou para o lado e notou que Draco já não estava mais ali. Encontrou-se coberta apenas com o lençol de seda. Espreguiçou-se e pode notar que estava com um pouco de dor de cabeça. Tinha exagerado consideravelmente na bebida. Olhou no quarto a procura de algum sinal do loiro. Apurou os ouvidos e escutou o barulho de chuveiro ligado. Jogou-se novamente em seu travesseiro e pode sentir o cheiro de Draco impregnado nele. Inspirou lentamente e as lembranças afloraram em sua mente.
A porta do banheiro abriu-se e Draco Mafoy apareceu com a toalha apenas enrolada na cintura, passando as mãos nos cabelos para tirar melhor a umidade deles. Hermione enterrou o rosto no travesseiro.
- Bom dia Mione... – disse ele sentando-se na cama ao lado dela – vai se acostumando. Sempre ando assim no quarto... quando não ando sem a toalha.
Ela nada disse. Respirou fundo. Sentou-se na cama, puxando o lenços até seu pescoço. O encarou.
- Você tem certeza sobre o que você me pediu ontem a noite? – perguntou ela desafiadoramente – Por que sinceramente, acho que não iremos conseguir cumprir...
- Claro que vai dar certo... tem que dar, teremos muitos fotógrafos nos seguindo! – disse ele passando a mão no rosto dela.
- Eu sabia que tinha algo a ver com isso... – disse ela levantando-se e levando o lençol consigo – Eu estou aprendendo...
- Hermione... eu não quero brigar esses dias... teremos apenas uma semana de lua-de-mel. – disse ele cansado – vamos tentar ser um casal normal... apenas por sete dias, depois tudo volta a ser como antes...
- O único problema é que eu sei que não dará certo... uma coisa é apenas uma noite... outra são sete dias...
- Eu concordo com você – disse ele a mirando – mas vamos tentar! – disse o loiro firmemente – Eu não esqueci que você aceitou, não estava tão bêbado para não me lembrar.
- Tudo bem Malfoy... eu dei a minha palavra e não irei voltar atrás. Cumpri-la-ei durante esses sete dias como combinado.
- Ótimo. – disse ele levantando-se – É melhor você ir tomar banho logo, temos que pegar o vôo daqui a três horas. Então apresse-se por favor.
- Claro... – disse ela levantando-se – Você estava vendo como não conseguira cumprir o que me pediu!?
Hermione entrou no banheiro e Draco apenas ficou-a olhando. Sentou-se na cama. Aquilo tinha sido um desafio da parte dela, se era assim iria cumprir a sua parte do combinado com relação aqueles sete dias. Seria o homem mais apaixonado que existira algum dia na Terra.
Ele se trocou, colocou uma roupa simples. Iriam ter uma viajem longa de avião. Escutou o chuveiro se fechar. Seria o marido mais apaixonado na semana que se seguiria. Precisava apenas da cooperação da morena, isso não seria nada fácil, mas iria domá-la de algum jeito. Não queria o amor dela e provavelmente nem ela o dele, isso não iria acontecer. Não tinha com que se preocupar, apenas estava querendo vencer um desafio. Isso lhe motivava consideravelmente.
Hermione saiu do banheiro usando apenas um vestido branco que lhe acentuava a silhueta perfeita.
- Você está muito bonita Mione... – disse ele a olhando
- Ah... obrigado. – ruborizou Hermione – Você também esta muito bonito.
- Não quero te apressar – disse ele meigamente – mas temos que ir para o aeroporto. O nosso vôo sai em duas horas...
- É verdade, eu não me lembrava disso... nem arrumei as malas...
- Não precisa...
- Como não!?
- Vamos comprar tudo la! – disse ele com um sorriso travesso no rosto.
- Do que você está falando Draco?
- Estou falando que nós não iremos levar roupa nenhuma a não ser a que estão com a gente...
Ela o olhou. Não sabia onde estava indo e simplesmente não iria levar roupa nenhuma. Hermione fitou Draco como se ele fosse louco.
- Posso saber ao menos onde iremos?
- Não senhora... só saberá no aeroporto...
- E o meu passaporte!? – perguntou ela repentinamente aflita.
- Esta tudo arrumado.
- Eu... como você faz essas coisas? – perguntou ela supresa.
- Se eu te contasse...
- Teria que me matar – disse ela rindo.
- Ainda bem que você já sabe... – disse ele sério – Podemos ir?
- Sim...
Draco estava se sentindo patético. Estava entrando no jogo que ele mesmo tentava evitar, o seu modo de agir não era mais controlado ao lado de Hermione. Tudo estava saindo natural demais. Estava levando aquele joguinho muito a sério. E isso era extremamente perigoso para seus projetos futuros. Não queria pensar neles, deixaria isso para dali a uma semana exatamente quando voltariam da viajem.
Chegaram ao aeroporto pela parte de trás. Hermione olhava tudo atentamente. Havia andado de avião algumas vezes, mas isso tinha sido à muito tempo atrás. Aviões aterrissavam e decolavam o tempo todo. Draco a segurou pelo braço delicadamente, levando-a a um avião pequeno que os esperava.
- Você não vai me dizer onde vamos?
- Sinto muito, mas não vou Hermione. Você verá quando chegarmos la.
Entraram no avião. Era pequeno, porem muito luxuoso. As iniciais D.M estavam por todas as partes. Não era muito difícil chegar a conclusão de quem era o proprietário daquele jato. Draco deixou a morena em uma das poltronas e foi até a cabina acertar os últimos detalhes para a viajem .
Hermione olhava tudo com admiração. O interior era ricamente decorado, uma aeromoça apareceu trazendo uma bandeja com comida.
- A Sra gostaria de comer alguma coisa? – perguntou delicadamente.
- Por enquanto não. – respondeu Hermione – esperarei Draco para comer...
- Como a Sra quiser. – respondeu a aeromoça.
O loiro não demorou muito a aparecer. Sentou-se ao lado de Hermione que parecia um tanto tensa.
- O que aconteceu meu amor? – perguntou Draco.
A morena assustou-se ao escutar ele falando daquele modo. Lembrou-se do combinado. Seria uma semana de conto de fadas. Ela sorriu.
- Estou um pouco nervosa. Fico um pouco tensa antes do avião decolar... – disse ela.
No sistema de som escutaram o piloto pedindo para que se colocasse o cinto para que pudessem decolar. Ela o fez juntamente com ele. Hermione agarrou a poltrona da cadeira quando sentiu o avião saindo do chão. Draco vendo a agonia da esposa, pegou a mão dela e apertou tentando-lhe passar confiança, pode sentir aos poucos a tensão da morena foi se esvaindo. Quando finalmente o avião se estabilizou Hermione estava normal outra vez.
- Passou?! – perguntou Draco sorrindo.
- Passou. Não gosto dessa sensação.
- Vamos comer alguma coisa!?
- Você que sabe... – Hermione respirou fundo – amor.
Draco Malfoy se sentiu realizado ao escutar aquilo. Podia não ser verdade, mas havia sido bom. Uma sensação inexplicável, da qual ele nunca tinha sentido.
- O que você quer comer querida?
- Não sei Draco. O que você comer eu como...
- Vou ver o que tem para comer. Quer beber alguma coisa?
- Qualquer coisa que não contenha álcool pode ser?! – perguntou ela sorrindo.
- Se você quer assim... – disse ele sorrindo maroto – vou pegar um suco para você então.
- Ta bom...
Draco pediu para a aeromoça uma comida leve, tinha 2 horas até chegar em Paris. Olhou o horário, chegariam por volta de 8 horas da manhã. Seria um dia para ir até a Torre Eiffel e jantar no restaurando que há no topo da torre. Os outros dias iriam visitar a cidade, ele seria o guia turístico de Hermioe, conhecia aquela cidade como as palmas das mãos dele, afinal metade de sua vida havia passado naquela linda cidade.
Levou a comida até a esposa, comeram sem pressa. Ela bocejava disfarçadamente entre uma garfada e outra. Terminaram que comer e os olhos de Hermione insistiam em fechar. A aeromoça recolheu os pratos.
- Dorme Mione querida. Vai demorar até chegarmos. – disse ele tirando uma mecha que caia no rosto dela.
- Onde vamos afinal?
- Você vai ver... agora durma querida. – disse ele sorrindo.
- Eu não estou com sooono. – disse Hermione bocejando.
- Da para perceber... porque você não dorme um pouco?
A morena fechou os olhos, a ultima coisa da qual se lembra é de encostar a cabeça no ombro do esposo. Ele passara as duas horas meio acordado, meio dormindo. Tantas coisas passavam por sua mente que estava quase impossível pegar no sono. Evitava mexer-se, não queria acordar Hermione, que estava desmaiada em seu ombro. Era tão bonita dormindo, parecia tão dócio e meiga, que ninguém imaginaria a determinação que aquele rosto de boneca escondia. Draco acariciou o rosto dela.
- Deseja beber alguma coisa Sr. Malfoy? – perguntou a aeromoça.
- Não, obrigado. Arranje por favor um cobertor.
- Claro... – disse a moça saindo apressada.
Hermione parecia estar com frio. Abaixou as duas poltronas, transformando-as em uma cama confortável, ajeitou-a melhor. A aeromoça entregou-lhe dois cobertores grandes, cobriu Hermione e logo em seguida deitou-se e dormiu profundamente.
Draco Malfoy acordou assustado. Olhou pela janela, estavam quase aterrisando. Com carinho começou acorda a castanha ao seu lado.
- Você quer ver onde estamos ou não? – perguntou ele no ouvido de Hermione.
A morena abriu os olhos aos poucos, não recordava bem onde estava. Sentou-se assustada.
- Calma Mione... estamos no avião...
- É verdade... – disse ela sorrindo – Já chegamos?
- Olha pela janela que você terá a sua tão aguardada resposta... – disse ele levantando-se.
Hermione abriu a janela devagar, na primeira instancia não sabia ao certo o que falar. Christopher esperava impaciente por alguma reação dela.
- Eu... eu... – começou ela virando-se para Draco – Como você advinhou? – questionou ela emocionada – Como você sabia Draco?! Eu sempre sonhei em conhecer Paris...
- Eu tenho minha fontes amor... gostou da surpresa ou não?
- Eu... – suspirou – não tenho nem o que falar...
- Então não fale nada... teremos uma semana para realizarmos o seu sonho... – disse o loiro sentando-se novamente – Iremos conhecer todos os castelos, o museu do Louvre, vamos jantar na Torre Eiffel...
Hermione olhava admirada para o rapaz encantador que surgia a frente dela, parecia estar empolgado para lhe mostrar a grande e bela Paris. Sentia-se extasiada ao lado dele, suas palavras saiam com emoção ao caracterizar a cidade em toda a sua beleza. A morena nem perceberá que o avião aterrisava, estava totalmente absorta nas palavras do agora marido.
- Draco... foi aqui então que você veio morar depois que saiu da Inglaterra?
- Na realidade não... – disse ele num lamento – fui para a Suíça na realidade. Sempre que podia vinha para Paris. Adoro esta cidade, me trás boas recordações... na realidade as únicas que eu tenho dos meus pais.
Draco surpreendeu-se ao escutar aquelas palavras saindo de sua boca. Aqueles eram sentimentos que nunca havia confessado para ninguém. Hermione percebeu nos olhos dele uma sentimento de medo e embaraço.
- O que aconteceu? – perguntou ela confusa.
- Nada... não aconteceu nada... estava pensando em algumas coisas apenas... – disse ele distraído – Mas do que estávamos falando mesmo?
- Das vezes que você vinha para cá...
A aeromoça aproximou-se deles.
- O carro está esperando por vocês já... – disse ela.
- Ah claro... – disse Draco levantando-se – vamos?! Iremos deixar as coisas em casa e logo iremos explorar a cidade! O que você acha?
- Achei que nós iríamos ficar em hotel... – disse ela o acompanhando para a saída do avião.
- Não gosto muito dos hotéis franceses... – disse ele rindo – eles não gostam que se gaste sabonete, e eu sou um
Hermione deu uma gargalhada gostosa. Desceram as escadas do avião, e um luxuoso carro já os aguardavam a poucos metros dali.
- Você está brincando não? – perguntou ela ainda rindo.
- Claro que não... esperam que nós fiquemos com um sabonete que não dá nem para um único banho direito...
- E desde então você resolveu que não iria ficar mais em hotel... acertei? – perguntou ela divertida.
- Em cheio... – disse ele sorrindo e entrando no carro.
Aquele nem parecia o Draco que ela conhecia. Nunca o tinha visto dando risada, aquela tinha sido a primeira vez. Ele ficava excepcionalmente bonito quando sorria, parecia ser os ares franceses que traziam aquela felicidade a ele, definitivamente não parecia em nada com o homem austero que conhecerá atrás da mesa da grande empresa “Malfoy”. Ela abaixou o vidro para poder ver um pouco da cidade. Passaram em frente ao Arco do Triunfo e a Torre Eiffel.
Draco Malfoy à observava meticulosamente. Olhava tudo com atenção, parecia que aqueles eram seus últimos instantes de vida com tal a intensidade que seu olhar se dirigia para os monumentos e pessoas. Gostava de olhar Paris, mas de modo discreto. Era assim que admirava aquela cidade tão peculiar. Podia conhecer o mundo inteiro, mas aquela cidade era sempre a que o acolhia. Era a primeira vez que alguém o acompanhava a cidade e conhecia sua casa. Apesar da única coisa que os uniam era uma folha de sulfite A4 assinada por ambos, confiava em Hermione. Ela não tinha idéia do que estava sendo para ele, levá-la até o aquela casa, talvez nunca fosse compreender.
- É tão bonita Draco... – disse ela olhando para o loiro ao seu lado – Paris é perfeita.
- Concordo com você... nunca vi cidade tão bonita quanto essa em toda a minha vida... – disse ele baixando os vidros. – Apesar de que entre a cidade e os campos que a rondam... – disse ele inspirando – prefiro mil vezes o campo... aqui é tudo calmo... você verá a noite...
- Aposto que sim... está tudo tão verde... – disse ela olhando as flores e planícies que estendiam-se a sua frente – o ar tem um cheiro tão gostoso de flores...
- Estamos em plena primavera... nessa época é tudo assim mesmo... gosto de sair de casa e caminhar pela estrada... – disse ele sorrindo – estamos quase chegando...
- É tão bonito quanto eu imaginei que fosse... eu não sei nem como lhe agradecer...
- E desde quando eu quero agradecimentos?! – perguntou ele sorrindo. – Mione, pare de me agradecer e curta...
Hermione apenas sorriu, o carro foi diminuindo a velocidade, até entrar numa pequena estradinha de paralelepípedos. Parecia que ali o tempo havia congelado. Pelo seus cálculos não estavam muito distantes de Paris, mas naquele lugar as pessoas pareciam ter ficado paradas no tempo. As mulheres usavam saiotes cumpridos e os homens calças largas. Trabalhavam mexendo na terra, colhendo frutas maduras. O carro parou na frente de um pequeno palacete . Hermione olhou admirada enquanto Draco dava a volta e abria a sua porta.
- O que achou Hermione? – perguntou ele olhando o palacete que estendiasse a sua frente.
- É... muito bonito Draco... – disse ela olhando – eu nunca poderia imaginar que... ah... é muito lindo...
- Sempre que quiser vir para cá é só me dizer...
A castanha riu do modo com que ele falou.
- Você diz como se fosse daqui ali na esquina Draco... – disse ela sorrindo.
Ele apenas sorriu. Hermione parou a frente da construção, maravilhada. Era um lugar tão doce aquele, que passaria sua vida inteira ali sem que percebesse o tempo passar a sua volta. Um homem muito bem vestido veio os recepcionar.
- Bom dia Sr. Malfoy. Espero que tenham feito uma bom viagem...
- Fizemos uma bom viagem sim Henry.
- Está tudo arrumado para o senhor e para a senhora. – disse ele dispensando um sorriso a Hermione.
- Que bom – falou Draco.
- O quarto está do jeito que o senhor gosta, se estiverem com fome, preparamos a mesa para o café da manhã de vocês.
Os dois entraram na casa, tudo era ricamente decorado e sem exageiros. Condiziam com o lugar onde estavam. Os moveis de madeira, cortinas brancas nas janelas, uma enorme lareira. As salas eram amplas e arejadas. Hermione sentiu-se totalmente em casa, lembrou-se do sitio onde tinha passado boa parte de sua infância.
A mesa do café estava cheia. Bolos, tortas e frutas diversas compunham a ceia. Draco sentou-se na ponta da mesa e Hermione ao seu lado. Comeram sem trocarem palavras, estavam totalmente absortos em seus próprios pensamentos.
- O que você quer fazer Mione querida?
- Não sei... você que sabe! Nunca estive aqui lembra?! – enfatizou ela com simplicidade.
- Bem, então eu acho melhor você ir se trocar, por que vamos andar a cavalo. O que você acha?
- Uma ótima idéia... – disse ela sorrindo.
Draco acompanhou-a até o quarto. Admirou o quarto por um momento. Era tudo em tons claros, e os moveis em madeira, as cortinhas de renda.
- Nunca pensei que o interior da França fosse assim. – disse Hermione olhando pela janela – é tudo tão doce, tão calmo Draco...
- O interior da França e muito bonito, acho que é ainda mais bonito que o interior da Itália...
- Eu não sei... – disse ela sorrindo – Nunca sai da Inglaterra, essa foi a primeira vez.
Ele aproximou-se e ficou ao lado dela, olhando pela janela.
- Bem, você vai ter que se acostumar. Tenho que fazer muitas viagens e quero que você terá de me acompanhar. – disse ele a mirando – provavelmente conhecerá a Itália em breve...
- Eu não gosto de deixar a minha mãe sozinha Draco.
- Poderemos levá-la conosco... – disse ele a cercando.
A respiração de Hermione começou a se acelerar com a aproximação dele. Ele apenas viu o colo dela subindo e descendo com a respiração acelerada. Ele enlaçou-a pela cintura, aproximando os corpos lentamente. Estavam se beijando com intensidade, as mãos do loiro percorriam as costas de Hermione lentamente. Estavam se despindo aos poucos, as roupas caiam no chão naturalmente. Á passos lentos deitaram-se na cama, amavam-se com tranqüilidade, gemidos eram calados por beijos sem muito controle.
Draco deitou-se ao lado dela quieto, não sabia o que falar. Nunca tinha feito amor com ninguém daquela maneira. A inexperiência dela o excitava, ela era doce e pura e seu corpo nunca tinha sido tocado por ninguém alem dele. Viu-a virar-se de lado calada. Aquela lua-de-mel estava saindo de seu controle, tinha de voltar a focar seus objetivos, mas ela não estava deixando. Mesmo inconsciente disso. Ela levantou-se sem falar absolutamente nada, com o lençol enrolado no corpo entrou no banheiro, em breves momentos ele escutou o chuveiro aberto.
A morena estava deixando a água cair sobre o seu corpo. Agora além de seu orgulho já ter ido por ralo abaixo, seu amor próprio também. Estava começando a se envolver com Draco Malfoy. Isso era uma coisa que não podia acontecer jamais. Eles iriam se separar em breve, dali a um ano e meio seriam apenas ex- marido e ex-mulher.
- O que eu estou fazendo? – perguntou ela deitando-se na banheira.
Hermione estava jogada ali na banheira, a água morna caindo sobre ela parecia relaxar os músculos tensos.
- Posso?!
A castanha sentou-se assustada. Draco estava atrás dela totalmente nu. Ela baixou a cabeça, corando fortemente.
- O que você está fazendo aqui? – perguntou ela olhando para a parede.
- Vou tomar banho com você... – disse ele entrando na banheira e sentando-se de frente para ela.
- Como assim? Se já não bastasse... – começou irritada
- Hermione querida... lembre-se da sua promessa... estou cumprindo a minha parte!
Ela respirou fundo. Nunca tinha tomado banho com ninguém, a não ser com a sua irmã quando ela era bebe. Ele já tinha levado todo seu orgulho, no momento em que ela aceitará o contrato. Agora estava perdendo o controle da situação. Ele estava à sua frente sorrindo, como se tomar banho com outras pessoas fosse a coisa mais natural do mundo.
- Drac...
- Hermione... é apenas um banho... – disse ele sorrindo - a menos que você queira mais do que isso... – ele sentou-se ao lado dela – a banheira é bem grande... o que você acha de um segundo round?
Hermione já não conseguia mais pensar direito. O calor que emanava de Draco Lucius Malfoy a deixava entorpecida.
- Temos que ir a Paris... – disse a castanha tentando se concentrar
- Posso te garantir que Paris não saíra de onde está... temos ainda a semana toda para conhecer a cidade... – disse ele a puxando para o seu colo.
Hermione não lembrou de mais nada antes da boca de Draco reclamar a sua possessivamente. A água morna parecia evaporar ao tocar nos corpos quentes. As mãos dele percorriam todo o corpo de Hermione com perícia em caricias ousadas, e ela estava perdendo o controle mais uma vez.
- É a sua vez de me conhecer... – disse ele com a voz rouca.
- Do que você está falando? – perguntou ela o olhando
- Quero que você conheça meu corpo assim como conheço o seu...
Hermione o olhou assustada, não sabia ao certo o que fazer e nem como fazer. Ele pegou uma das mãos dela e colocou sobre seu abdomem. Lentamente as mãos da morena foram andando. Podia sentir os contornos dos músculos de Draco sob sua mão. Hermione viu que o loiro tinha os olhos fechados e as mãos em suas costas. Suas mãos desciam lentamente e o coração do loiro parecia estar a cada momento mais acelerada. Suas mãos finalmente chegaram a masculinidade de Draco que estava ereta. Ele gemeu fraco com a o toque da esposa. Ela não sabia o que fazer e ele também sabia disso. As mãos dele encontraram com as dela e lhes mostraram pequenos movimentos enquanto Draco gemia.
Ele não conseguia mais se contou e a encostou na banheira penetrando-a com rapidez. A boca de Draco brincava com o ponto sensível de Hermione no pescoço. Estavam totalmente sem controle sobre seus corpos e emoções. Marcas vermelhas de paixão apareciam no corpo de ambos junto com um gemido de prazer. Draco se aferrou mais ao corpo dela, Hermione gemeu.
Ficaram abraçados assim até que os tremores finalmente tivessem passado. Ela o olhou sentando-se ao seu lado, estava aturdida com o que acabará de acontecer. Ela pensou na hipótese de engravidar logo, certamente se isso acontecesse não seria mais obrigada a fazer amor com ele.
- Com o tempo você ira se acostumar Mione... irá aprender com o tempo. – disse ele a olhando.
A castanha corou fortemente.
- Eu sei que essas conversas te deixam encabuladas, mas entre um casal essas coisas são normais...
- Se nós fossemos um casal normal eu concordo, mas não somos...
- Você se esqueceu da promessa que fez? – perguntou ele a mirando.
- É claro que eu não me esqueci...
- Então aqui somos um casal mais do que normal...
- Eu não quero mais discutir esse assunto. – disse Hermione seca.
- Mas não há o que ser discutido... eu cumpro a minha palavra e quero que você cumpra a sua...
- Com relação a isso pode ficar tranqüilo. – disse ela lançando-lhe um sorriso sarcástico.
Hermione percebeu que Draco agora olhava distraído para o lado. E pela primeira vez ela ousou a olhar o corpo dele. Sua pele era branca e macia, suas coxas eram bem torneadas, seu abdômen definido. Olhou atentamente para o rosto dele, era como se nunca o tivesse visto realmente. Tinha traços marcantes, uma boca bem delineada, com apenas um pouco de barba que o deixava com um ar displicente, os olhos azuis profundos, o cabelo totalmente liso e claro, que balançavam ao menor movimento. Seu rosto não aparentava a idade que tinha, se não soubesse quem era lhe daria no máximo 22 anos.
- Que foi Hermione? – perguntou ele a mirando.
- Ah!? Nada... – disse ela virando o rosto rapidamente – eu estava pensando apenas...
- Isso eu percebi...
- Se não se importa eu vou tomar banho no boxe...
- Me importo sim... – disse ele sorrindo – eu vou te dar banho...
Hermione estava no carro olhando para a paisagem que passava rapidamente por seus olhos rapidamente. Os rio Sena margeava os campos tornando as paisagens verdes. A paisagem ia se modificando rapidamente, agora começava a ficar mais urbana.
- Onde nós vamos Draco? – perguntou ela curiosa.
- Está quase anoitecendo... – disse ele pensando – vamos no Arco do Triunfo e ver a Torre Eiffel... o que você acha?
- Eu estava louca para ver eles a noite... eu já vi umas fotos... – disse empolgada, com um sorriso infantil no rosto.
- Eles ficam muito mais bonitos pessoalmente, principalmente a noite... – disse o loiro. – Nós vamos jantar...
- Onde?
- Surpresa... – disse Draco sorrindo.
- Começou termina...
- Comecei de propósito... não tem coisa melhor do que te ver aflita de curiosidade...
- Como você é chato! – disse ela mostrando a língua. – Eu não vou mais dizer nada...
Draco Malfoy riu. Ela tinha lhe virado a cara, e parecia absorta olhando pelo vidro de cara amarrada. Falou em um francês rápido com o motorista que os deixaram em uma suntuosa praça.
- Está pronta para andar Sra. Hermione Malfoy?
- Estou... – disse ela sorrindo.
- Ele só nos virá buscar de madrugada...
- Não tem problema... vamos Draco?! Por favor...
- Calma! Não temos pressa... – disse rindo.
Andavam entre as pessoas de mãos dadas entre as pessoas, conversavam sobre coisas banais e riam. A cidade trazia sem duvida ares de paixão a qualquer casal. Por mais que esse de fato fosse Draco Malfoy e Hermione Jane Granger. Andaram pouco até a morena avistar o Arco do Triunfo. Ela olhou para o marido que estava ao seu lado e sorriu, atravasseram a rua praticamente correndo.
- É maravilhoso de perto... – disse ela.
- Concordo com você... o acho mais bonito a noite... – disse Draco puxando a castanha mais para perto. – Você conhece a história não?
- Claro que sim... Napoleão construiu ele em homenagens as guerras ganhas pelo exercito francês...
- Isso mesmo... boa aluna de história.
- Apenas de história francesa... – disse ela rindo. – Não me pergunte mais nada de história que eu não vou saber te responder!
- Era a minha matéria favorita da escola...
- Quem diria que Draco Lucius Malfoy gostasse de história!?
- Senti um quê de ironia hein Mionel! – disse ele rindo.
- Só um pouquinho. – disse ela enquanto passavam por baixo do arco – Onde vamos agora...
- Pegar um táxi! – disse ele – Não gosto muito de andar...
- Quem foi que me disse que iríamos andar?! – enfatizou Hermione rindo.
- Mudei de idéia... – falou o loiro sorrindo.
Pegaram o primeiro táxi que passou na rua. Draco falou rapidamente em francês, dando as coordenadas para o motorista. A castanha olhava encantada para a cidade toda iluminada. Não era a toa que a chamavam de Cidade das Luzes.
- Chegamos... – disse o loiro pagando ao motorista.
Hermione olhou ao fundo. Ali atrás dela estava a Torre Eiffell, conhecida um dia como a Dama de Ferro. Ela estava totalmente iluminada por luzes que saiam de todos os pontos principais.
- É melhor nos apressarmos... – disse ele.
- Para onde?
- Você já vai ver...
Andaram rapidamente em direção a torre. Aproximaram-se e encontraram um elevador, Draco a puxou para dentro. Subiram intermináveis metros. Altura amedrontava ela um pouco, mas nada a iria impedir de aproveitar aquela paisagem, considerada por muitos uma das mais bonitas do mundo.
- Chegamos... – disse ele entrando no restaurante da torre.
- É maravilhoso... – disse ela emocionada – Eu... não sei o que dizer de novo poxa...
- É melhor você não dizer nada... apenas curta Hermione!
Um garçom aproximou-se deles e os levaram até a mesa. A paisagem entorpecia tanto à Draco quanto à Hermione. Ele poderia ir ali todos os dias, mas era algo mágico. Olhou a mulher a sua frente, parecia ainda mais bonita perante aquela beleza toda. Ela olhava fascinada para tudo, queria gravar todos os momentos em sua mente, tinha que tirar fotos, levar para sua mãe poder vê-las. Tirou o celular da bolsa e tirou uma foto.
- Esqueci de trazer a maquina... – disse Draco.
- Eu nem lembrei...
- E nem ia... você estava eufórica...
- Não é verdade...
- A não!? Você não ficava quieta Hermione... – disse ele rindo – Admite que você estava ansiosa para vir para cá...
- Ta... estava e muito... a cidade faz jus a fama...
- Eu passei a melhor época da minha vida aqui Hermione... conheci grandes pessoas nessa cidade... e também perdi muita gente aqui... – disse ele sério – Ela me trás muitas lembranças, não vou mentir. Nem todas são boas... – respirou fundo – Mas não consigo me desligar daqui, as lembranças boas superam as ruins...
Hermione não tinha o que falar. Aquele não era o Draco Malfoy que conhecia. Paris parecia mexer realmente com ele, parecia mais sensível e mais presente ali. Ainda não tinha o escutado citar trabalho ou dinheiro. Era outro Draco Lucius Malfoy que estava ali a sua frente. Parecia consumido por uma essência nova, fazendo com que uma nova pessoa aflorasse de dentro dele.
- Sabe Draco... por mais que as lembranças sejam ruins as boas sempre tem que as superar... por que nem só de coisas boas é feita a vida... – disse ela com simplicidade – temos que virar a pagina e continuar por mais difícil que seja... e eu te admiro por você conseguir superar – Hermione sorriu – você é um homem corajoso...
Draco mirou Paris do alto. Tantas coisas afloraram em sua mente. Tentou conter os pensamentos, mas eles simplesmente vieram como um turbilhão de sentimentos. Sabia que a castanha o mirava, tinha dito mais do que planejara.
O garçom trouxera a comida, servindo os dois. Eles comeram calados. Agora o céu estava totalmente escuro e as luzes lá em baixo tornaram-se mais evidentes.
Os sete dias passaram rapidamente, foram a todos os pontos turísticos como: Mulin Rouge, Museu do Luvre, passearam pela Champs-Élysées, conheceram a Catedral de Notre-Dame, e fizeram muitas compras. O guarda-roupa de Hermione estava totalmente reformulado com as novas tendências da moda parisience. Eles se divertiam na noite parisience como dois adolescentes, iam onde o vento os levasse.
- Onde vamos agora? – perguntou Hermione curiosa.
- Temos que aproveitar a nossa ultima noite em Paris... você acha que eu vou deixar você se esquecer dessa viajem?
- Isso é impossivel de esquecer... mas no que você está pensando?
- Mas meu Deus, como você é impaciente... como pode trabalhar como disigner de jóias? – perguntou ele interessado.
- O que isso tem haver?
- Você desenha o tempo todo, tem que ter paciencia...
- Ah sim, mas essa paciencia eu deixo somente para o meu trabalho... – disse ela rindo.
- Estou percebendo.. – disse ele a puxando enquanto caminhavam pela rua cheia de pessoas – quem vê você trabalhar acha que é a pessoa mais paciente do mundo...
- Afinal onde estamos indo?
- Calma, você consegue esperar um pouco?
- Acho que sim, mas não por muito tempo... – respondeu rindo.
- Os ares de Paris lhe fazem bem... – disse Draco a admirando. – Nem parece aquela Hermione mal humorada da Inglaterra...
- Muito obrigado pelo elogio. – riu ela. – digo o mesmo que você, parece um adolescente nessa cidade... se eu não o conhecesse na Inglaterra diria que você é uma pessoa desocupada que não faz nada da vida...
- Pois é... as aparencias enganam não é verdade!?
- Concordo... elas nos enganam. – disse a castanha séria – e como não é!?
Hermione acordou indisposta, tinham comido em um restaurante dentro de um pequeno barco que navegava pelo Rio Sena. Levantou-se enrolada no lençol, seu estomago parecia revoltado. Ligou o chuveiro e deixou a banheira encher. Encostou a cabeça e fechou os olhos. Um barulho distante veio de encontro aos seus ouvidos.
- Pode entrar...
Draco entrou no banheiro com apenas uma cueca box. Olhou para ela.
- Tudo bem Mione?
- Ta... por que?
- Você não é de levantar cedo... – disse ele.
- Acho que eu comi alguma coisa que não me fez bem ontem, estou com um pouco de azia, nada demais...
- Você vai deitar de novo? – perguntou ele a mirando.
- Não... quero aproveitar o dia..- disse ela – vou andar um pouco...
- Tudo bem, se você não se importa eu vou voltar a deitar...
- Sem problema nenhum. – disse ela.
Hermione passou amanhã inteira passeando pelos arredores do palacete. Adorava ficar perto da natureza, principalmente quando andava a cavalo. Tinham feito isso apenas uma vez essa semana. Uma senhora aproximou-se dela.
- Enton você é a esposa do Monsier Malfoy?
- Sou sim... – respondeu Hermione sorrindo.
- Ele ser um menino de ourro... – disse a senhora – nom deixe que ele sofra mais...
- Do que a senhora está falando?
- Su marrido já sofreu de mais, foi un menino muito carrente... sem o pai e a mãe... ele viveu sozinho a maiorr parrte a vida...
- Eu sei..
- Ele nunca trouxe ninguém aqui... – disse a senhora – você é a primeirra pessoa que ele trás aqui neste lugarr...
A castanha não sabia disso. Tinha acreditado em tantas hipóteses que nunca perderá seu tempo tentando as confirmar.
- Só esperro que perceba antes que o seu parrazo vença... – disse a senhora mirando-a
- Do que a senhora está falando?
- Querrida, as coisas eston em su carra... basta olhar parra frente...
- Ele não tem nenhum parente vivo?
- A família dele é muito mais complicada que se tem conhecimento cara... você nom foi a única prrejudicada naquele acidente...
Hermione ficou parada ali, não tinha reação. Como aquela mulher tinha conhecimento do acidente. Ela se afastou e desapareceu no meio da plantação, a morena ainda olhou tantando a avistar, queria questioná-la sobre o que tinha acabado de mencionar.
- Vamos Mione?
A castanha pulou. Olhou para trás e Draco estava arrumado.
- Onde?
- Embora, o vôo sai daqui a duas horas e temos que estar lá antes... te procurei por todo canto, onde esteve?
- No estábulo. – disse ela sorrindo – fui olhar os cavalos...
- Eu estava suspeitando que você estaria ali, estava indo para lá... – disse ele mirando-a – você está bem?
- Por que a pergunta?
- Está pálida...
- Impressão sua Draco. Estou bem. – disse ela colocando os óculos de sol novamente. – nunca estive melhor...
- Pois bem, vamos... as suas coisas já estão no carro... você vai assim?
- Por que!? – disse ela olhando a própria roupa – esta feio?
- Não, mas se você quisesse trocar teria de tirar sua mala novamente do carro...
- Não vou querer me trocar... estou bem assim... – disse ela.
Ele caminhou a sua frente, parecia preocupado com alguma coisa. Sua fisionomia estava tensa, era perceptível para Hermione, em apenas uma semana conseguia distinguir algumas características dele. Ele pisava fundo, algo tinha acontecido enquanto ela estava caminhando pela propriedade.
Sentaram-se no carro. A morena permaneceu calada, não tinha o direito de se intrometer na vida dele. Mesmo porque eram casados apenas no papel e mais nada. Ela continuou a mirar a paisagem que passava rapidamente perante seus olhos. Chegaram rapidamente no aeroporto.
- Aconteceu alguma coisa? – perguntou Hermione sentando-se na poltrona.
- Não. Não aconteceu nada.
- Não é o que parece. – disse a castanha num murmúrio – você está sério.
- Voltar para a Inglaterra faz isso comigo. – disse ele sem emoção.
- Percebo... – ela respirou fundo, o conto de fadas estava terminando. – Não vi nenhum fotografo atrás de nós.
- Mas tinham – falou seco – e não eram poucos... é sempre assim...
Draco Malfoy percebeu que ela calou-se e não disse mais nada. Uma idéia perspassava em sua cabeça incansavelmente, não acreditava que Hermione fosse concordar. Não custava nada tentar. Sorriu.
O avião decolou, e o loiro sentiu o nervosismo da esposa enquanto ela segurava sua mão firmemente.
- Isso sempre me deixa nervosa... – disse ela respirando rapidamente.
- Dá para perceber! – disse ele sorrindo, tentando mexer os dedos – Os meus dedos também estão percebendo.
- Oh... me desculpe! – disse ela soltando. – eu não gosto muito disso.
- É melhor você se acostumar... vamos viajar muito esse ano ainda... – disse ele.
- Você está falando sério? – perguntou ela agarrando a poltrona.
- Estou, temos duas viagens até o final do ano... relaxa Mione, a decolagem já acabou...
- É verdade. – ela soltou o cinto de segurança – para onde nós vamos?
- Itália e Espanha. – disse ele – Mas não quero pensar em trabalho agora, tenho outra coisa em mente.
- Dormir?! - perguntou ingenuamente.
- Não. – ele levantou-se e estendeu a mão para ela. – Vêm comigo?
- Onde vamos?
- Isso eu não posso te contar, mas você não vai se arrepender... – ele sorriu.
Ela tremeu. Não era muito chegada a surpresas, principalmente quando não sabia ao certo o objetivo da outra pessoa. Draco caminhava para o fundo do avião, segurava a mão de Hermione firmemente. Inconscientemente ela sabia onde eles estavam indo, mas preferia pensar que não. Ele não poderia estar pensando naquilo. Entraram no minúsculo banheiro do avião.
A respiração da castanha estava acelerada, estavam com os corpos colados pelo espaço ínfimo.
- Você...
Hermione tentou protestar, mas era tarde demais. Draco já tinha reclamado sua boca possessivamente.
- Vão nos pegar... – disse ela afobada.
- Não vão... confie... ninguém vai nos pegar... – disse ele beijando o pescoço dela. – Esquece eles Hermione Granger Malfoy - ele riu - Voltamos para o nosso mundo ainda hoje...
Ela suspirou, voltariam a ser tudo como antes. As brigas e as respostas atravessadas como sempre. Talvez melhorasse depois dessa semana de convivência. Mas o futuro como sempre era totalmente incerto para ambos.
O espaço era irrisório. Mal dava para ficar um ali dentro quanto mais dois. Estavam apertados um contra o outro. Draco a puxou ainda mais para perto. E Hermione pode sentir o quanto o marido estava excitado com tudo aquilo. Se beijaram com ardor e selvageria. A calça de de Draco fora tirada junto com a cueca. A castanha que não raciocinava direito. As marcas vermelhas no pescoço haviam começado a aparecer. A saia dela foi parar no mesmo lugar em que a calça de Draco se encontrava junto com a calcinha dela. Estavam nus na parte debaixo e era isso que interessava. A colocou sobre a pia e ali mesmo a penetrou arrancando gemidos da esposa. Ela enlaçou as pernas pela cintura dele de modo que ele pudesse a segurar melhor. Os prazer era tão intenso para ambos que chegava a ser insuportável. Estavam cansados, suados. Mas Hermione queria mais e Draco podia notar no olhar da mulher que estava enlaçada em sua cintura gemendo em seu ouvido o deixando ainda mais excitado.
Hermione voltou para sua cadeira desconcertada com o que acabará de fazer. Tinha feito amor com Draco Malfoy no banheiro do avião de um modo selvagem e sem pudor. Sentiu-se pior ainda em saber que havia gostado daquela experiência. Pode ver o loiro platinado aproximando-se.
- Está tudo bem Mione?
- Por que não estaria?! – perguntou ela seca – estou cansada. Quero dormir.
Draco percebeu que a trégua já havia acabado. As respostas atravessadas e a ironia iriam recomeçar. Não podia se queixar, ela havia cumprido o que prometerá. Sentiu culpado por um momento, tinha percebido a relutância de Hermione no banheiro, mas mesmo assim a forçara a fazer o que ele queria. Ela agora dormia ao seu lado, ou fingia. Draco passou as mãos pelo rosto, sentiu nojo de si mesmo. Não se importou com a opinião dela, a única coisa que ele queria era satisfazer sua fantasia, tinha ficado cego pelo desejo e nem percebera a relutância dela perante a situação. Ele levantou-se a procura de algo para beber.
Hermione sentiu que ele levantava-se, esperou que ele saísse de perto. Levantou-se e ajeitou a cadeira, deitando-a. Fechou os olhos, mas o sono não vinha de maneira alguma, ainda estava com adrenalina no corpo pelo que tinha acabado de ocorrer. Não culpava ele, pois tinha permitido que ele fosse em frente, mesmo que ela tivesse pedido para parar, duvidava que Draco fosse escutar. A vergonha tomava conta dela, estava perdendo a vergonha e o pudor de seus atos. O que mais a deixava irritada era que tinha gostado do que acabara de acontecer. Ajeitou-se melhor na poltrona tentando afastar os pensamentos que a atormentavam. Sentiu a poltrona ao seu lado afundar, ele estava de volta. Parecia estar bebendo alguma coisa, sentia-se mais tranqüila agora. Ultimamente sentia-se segura com ele por perto. Mas isso tinha de acabar, era apenas por conveniência o casamento e estava fadado a acabar dali a um ano e meio.
Chegamos... – disse Draco com as mãos no ombro de Hermione.
A morena estava sonolenta. Levantou-se com dificuldade, o sono teimava em fazer com que seus olhos fechassem involuntariamente. Desceu as escadas que a levavam para terra firme concentrando-se o máximo que conseguia. Qualquer descuido iria cair.
O carro já os esperavam na frente do avião. Hermione sentou-se e adormeceu instantaneamente. Draco a mirou enquanto ela dormia. Tirou uma mecha que teimava em cair no rosto dela. Ajeitou-a melhor no carro, de modo que não ficasse dormindo de mal jeito. Ele olhou o céu do lado de fora, estava num azul profundo. As únicas coisas que o iluminavam eram as estrelas e a lua. Sue apartamento ficava um pouco afastado do centro da cidade, estava morando ali enquanto a casa que tinha comprado não ficava pronta. O loiro sentiu-se aliviado quando entraram pela garagem do prédio. Hermione continuava a dormir profundamente. Ele chamou o elevador, foi até o carro e pegou-a no colo. Ele não soube exatamente como, mas entrara em casa sem o auxilio de ninguém e a colocará na cama.
O dia amanheceu e com ele a morena acordou assustada sem saber onde estava. A única coisa que percebeu que Draco dormia profundamente ao seu lado. Conseguiu distinguir algumas coisas. Estavam provavelmente do apartamento dele, ainda não conhecia o lugar. Avaliou rapidamente o quarto. Era amplo e bem mobiliado, ao seu lado direito estava uma porta, provavelmente a do banheiro. Olhou o relógio no criado-mudo ao seu lado. Tinha que se apressar, entraria no trabalho dali apenas a duas horas. As malas estavam ao pé da cama, vasculhou-a e pegou um belo conjunto que havia comprado em Paris. Tomou um banho rápido.
O apartamento era enorme, eram dois andares. Hermione desceu a passos inseguros, não sabia onde estava indo.
- Você deve ser Hermione... – disse uma senhora ao pé da escada.
- Sou eu mesma...
- Sou Germana, governanta da casa.
- Olá... – respondeu a morena sem jeito.
- Não fique assim querida. Venha que eu te mostrarei onde fica a mesa do café.
A castanha agradeceu intimamente por ela ter aparecido ali. Ela tomou um café rápido. A mesa estava repleta de bolos, pães, sucos.
- O chofer está esperando para leva-la para o trabalho. – disse Germana.
- Ah... eu... que bom. – disse Hermione pensando – estou super atrasada.
- Percebe-se, a senhora nem tomou o café direito.
- Por favor, chame-me apenas de Hermione. – disse a morena levantando-se. – tomar café!? Não gosto de comer de manhã... – sorriu – principalmente quando estou atrasada...
- Claro que sim... vou lhe mostrar onde o Henry a esperará todos os dias...
- Muito obrigado... – disse a morena apressada. – não precisa me levar, apenas me diga como eu chego...
- Não, faço questão. – disse a senhora amavelmente.
Germana levou Hermione e apresentou-a a Henry. Em poucos instantes estavam a caminho da empresa. Draco sem duvida morava um pouco mais afastado do centro da cidade do que ela imaginará, era um condomio afastado e de segurança máxima. Ela detestava pensar que não poderia mais pegar um ônibus e fazer o que quisesse da sua vida. Ela olhava o relógio impaciente, não era por ser agora esposa do chefe que chegaria atrasada. Nunca daria esse gosto a Draco Lucius Malfoy, trabalharia como antes.
Entrou pelo elevador particular do marido, sabia que se alguém dissesse a ele que estava entrando pela porta principal iria escutar um sermão dele. E não estava disposta a brigar, apesar de saber que isso seria uma rotina. A sala dele estava arrumada como sempre, passou pela secretária que a olhou com um desgosto aparente.
- Bom dia. – falou Hermione formalmente.
- Bom dia Sra. Malfoy – respondeu a secretária seca. – espero que tenham feito uma ótima viagem.
- Para falar a verdade foi excelente. – respondeu a morena saindo rapidamente.
Ela entrou no elevador, apertou seu andar. A luz de sua sala já estava acesa. Entrou e Luna já encontrava-se sentada em sua mesa trabalhando distraidamente.
- Posso atrapalhar? – perguntou Hermione aproximando.
Luna Lovegood levantou o rosto e sorriu. Abraçou a amiga forte.
- Me conte tudo Sra. Malfoy... – começou ela – como é Paris?
- É maravilhosa Luna...
- Com aquele homem do lado fica melhor ainda né?!
- Pois é... trouxe um monte de coisas de la... – disse Hermione pegando a bolsa. – Espero que você goste.
- Você não precisava ter trazido nada Mione... tinha que ter aproveitado a cidade e não ficar lembrando de comprar coisas para mim...
- Eu não vou nem responder Srta.Lovegood... não mesmo... – disse Hermione tirando três pacotes da bolsa. – espero que você goste. Não é muita coisa, é mais uma lembrança...
- Ai Mione... brigado...
- Licença?!
Hermione e Luna viraram-se para porta e encontraram Odete parada olhando-as. Tinha uma arrogância implantada em seu rosto. Luna fechou a cara para a secretária, não gostava nem um pouco dela. Era arrogante e prepotente. Hermione suspirou, certamente ela trazia algum recado de Draco.
- O que aconteceu Odete? – perguntou Hermione diretamente.
- O Sr. Malfoy pediu para eu lhe avisar que não poderá almoçar com a senhora essa tarde.
- Sem nenhum problema. Diga a ele que almoçarei fora então. – disse a morena fria. – e diga que não voltarei para casa com ele... que irei mais tarde.
- Sim senhora. – disse Odete saindo.
Hermione sentou-se na cadeira da mesa de Luna. Fez uma negação de desprezo com a cabeça.
- Eu não gosto dela... – disse Luna – ela é arrogante, parece estar sempre tramando alguma coisa. Quando vocês viajaram ela se achou no direito de dar ordens. Você precisava ter visto. Chegou a me mandar calar a boca... – disse Luna colocando o bibelô que ganhara de Hermione na mesa. – Ela vinha todo o momento aqui para me encher o saco...
- Eu não acredito que ela fez isso... eu vou falar com o Draco...
- Não Mione, não quero que você fale com ele por isso. Vocês voltaram, acho que agora as coisas vão se normalizar por aqui...
- Eu vou falar com ele sim... não era o Dário que tinha que tomar conta?!
- Sim, e ele estava tomando, mas ela fazia as coisas por trás dele. Ela me disse uma coisa que supostamente ele tinha me mandado fazer. Fui falar com ele... e era mentira! Ele não tinha mandado fazer nada.
- Ele disse isso ao Draco? – perguntou Hermione.
- Eu não sei, mas disse que falaria...
- Como vocês estão?
- Juntos... – disse Luna rindo. – estamos juntos... eu estou morando com ele.
- Não acredito! – disse Hermione sorrindo – tudo isso aconteceu essa semana que eu não estava?
- Claro que não... a parte de eu ir morar com ele sim, mas de estarmos juntos já faz um mês... quer dizer... oficialmente estamos juntos a uma semana...
- E você nem para me contar não é!?
- Não é assim também né Mione, nós não queríamos espalhar... e alem do que você estava em Paris lembra-se!?
- Nem vêm com isso... sou sua amiga poxa... – disse a morena olhando Luna cheirar o perfume que ela lhe tinha trazido – noticias da Gina?
- Ela ligou e disse que semana que vem está de volta...
Draco estava em seu escritório trabalhando com o planejamento das jóias da próxima coleção. Ele e Hermione tinham visto muitas tendências em Paris, e planejavam as trazer para a próxima coleção. Seria uma mudança arriscada, mas necessária. O telefone tocou.
– Pois não Odete.
– Ligação para o Sr. Na linha dois.
– Obrigado. – disse ele.
Ele transferiu a ligação.
– Alô?!
– Ola querido.
– Andromeda!? – perguntou ele ajeitando-se melhor na cadeira. – Onde você está?
– Sou eu mesmo Draco. Onde estou não posso lhe dizer. Liguei para perguntar como está o seu casamento?
– Está bem. Bom, dentro do planejado.
– Quem bom querido. E o bebe!?
– Que bebe?! – perguntou ele.
– Já está a caminho? – perguntou Andromeda um pouco nervosa.
– Não sei ainda, mas se depender de mim está a caminho sim. Por que a pergunta?
– O seu tempo está passando. Lembra-se disso?
– Claro que sim. Me lembro perfeitamente. Isso me persegue o tempo inteiro, não tenho como esquecer. Quando você voltará?
– Ainda não sei, mas não ira demorar. Voltarei assim que puder. – disse ela – tenho que desligar agora.
– Está bem.
– Antes de desligar, procure Pansy.
– Para que? – perguntou surpreso
– Procure ela assim que puder, mas mantenha isso em sigilo absoluto.
A linha ficou muda. Draco colocou o telefone no gancho. Procurar Pansy?! Isso não estava em seus planos, ela era sua ex-noiva, não queria desrespeitar Hermione, apesar de tudo. Seria arriscado encontrá-la. Ele pensou por instantes e decidiu que iria encontrá-la na semana seguinte.
Bateram em sua porta.
– Entre.
Gabriela apareceu entrando na sala. Ela o olhava de forma indiferente. Já não parecia mais aquela moça que tinha contratado para descobrir tudo da vida de Hermione Jane Granger. Ela estava diferente, tinha um ar mais sereno e mais simples.
– O que você quer? – perguntou ele diretamente.
– Descobri duas coisas que talvez lhe sejam de seu interesse.
– Você disse que não iria trabalhar mais para mim.
– Realmente não vou, mas eu quero te dizer somente duas coisas.
– Fale logo Gabriela. – disse ele impaciente – Não tenho muito tempo!
– Eu sei. Você nunca o tem, mas é importante. A Hermione já foi noiva.
– Como!?
– Isso mesmo. O noivo dela morreu, mas ainda não sei como.
– Você pode descobrir para mim? – perguntou ele rapidamente.
– Acho que sim, não sei. A mãe dela não quis me dizer, mas eu faço com que ela me diga. Fique tranqüilo.
– Por que essa mudança repentina?
– Porque... por nada.
Hermione estava a porta da casa de sua mãe. Bateu na porta uma única vez e escutou o barulho dela se destrancando.
– Mione, querida! – disse Jane sorrindo
– Que saudades mãe. – disse a morena abaixando-se e abraçando a mãe.
– Quando você chegou? – perguntou Jane dando – entra filha, sente que você vai me contar tudo...
– Claro que vou mamãe... – disse Hermione entrando.
Tudo estava igual, mas parecia que tinha saído daquela casa havia anos. Sentia falta daquilo. De ter sua mãe por perto principalmente. Foram para sala, a castanha jogou-se no sofá.
– Como é Paris filha? – perguntou Jane animada.
– É maravilhosa mamãe... do jeito que eu sonhava... é encantadora!
– E como está o Draco?
– Está bem, trabalhando. – disse Hermione sorrindo forçadamente. – ele disse que viria falar com a senhora esses dias.
– Espero que venha mesmo... mas me conte tudo... vocês ficaram onde?
– Na casa dele.
– Como assim na casa dele? – perguntou Jane assustada – Não ficaram em um hotel?
– Não mãe... ficamos na casa dele, que é muito melhor do que qualquer hotel... pode acreditar! É um palacete maravilhoso, com cavalos, plantações.
– Você está falando sério filha?
– Claro que sim mãe... fica um pouco afastado de Paris. É um dos lugares mais lindos que eu já vi na minha vida
– Mas e o casamento, como anda?
– Está ótimo – respondeu ela de modo automático – ele é maravilhoso.
– Que bom que você o ama Mione... – disse Jane contente – essa semana vieram pegar as suas roupas para levar para casa dele...
– Ah foi é!? – perguntou ela surpresa.
– Foi filha. Levaram todas as suas roupas... onde vocês estão morando?
– Não muito longe... essa semana a sra. quer ir conhecer?
– Claro que sim... Mariana vai adorar sair um pouco mais do que alem desses quarteirões que rodeiam a casa... – Jane sorriu.
– Ela ainda está morando aqui? – perguntou Hermione desconfiada.
– Está filha – confirmou – Mariana está me fazendo muita companhia... está trabalhando...
– Com o que? – perguntou a castanha imediatamente.
– Estamos fazendo bombons, pão-de-mel... essas coisas e ela está vendendo...
Hermione ficou olhando atentamente para cada detalhe da casa. Nada havia mudado, apenas tinham novas fotos na estante. As do seu casamento. Seu conto de fadas de mentira. Agora percebeu muitas embalagens e pequenas caixinhas.
– Está dando dinheiro os bombons mãe?
– Dá para ajudar querida... a pensão que ficou do seu pai não é muito grande e com a venda dos bombons entra mais dinheiro...
– Que bom mãe... se precisar de ajuda...
– Não Hermiona, de maneira alguma filha! – disse Jane – Você está trabalhando muito já... além do que esta casada.
– E o que tem isso haver mamãe?
– Oras Hermione... você tem que se preocupar com o seu casamento... deixa que os bombons eu me viro sim!?
– Está bem... se a senhora quer assim. – disse a castanha sorrindo – acho que vou levar uns desse para o escritório... assim eu ajudarei a vender...
Hermione ficou ali arrumando alguns bombons e pães de mel para levar para o escritório. Chegou na empresa em cima da hora. Correu até seu escritório. Estava vazio. Luna não se encontrava na mesa, estava tudo escuro. Acendeu as luzes, sentou-se em sua mesa. Gina fazia falta ali.
– Pensando em que Mione? – perguntou Luna aproximando-se – o que é isso aqui?
– São bombons e pão de mel que minha mãe está fazendo. To vendendo... você quer?
– Quero...
Luna pegou alguns bombons e pães de mel.
– Algum novo projeto? – perguntou Hermione.
– Nenhum... – disse a morena – Antes que eu me esqueça... o Sr. Malfoy - riu ela - está te procurando... já ligou para cá umas quatro vezes.
– Ah... vou ligar para ele.
– Ele quer que você vá na sala dele.
– Agora?!
– Parece que sim... eu não sei. Ele disse para eu te avisar que assim que você chegasse era para você subir na sala dele.
Hermione levantou-se e dirigiu-se a sala de Draco. O pior não era ter que vê-lo e sim ver a secretária. Parecia que ela faria de tudo que para que seu casamento acabasse antes do tempo previsto. Pela primeira vez pensou na hipótese de que ela fosse apaixonada por ele. Passou por ela sem a cumprimentar.
Não havia ninguém na sala. Olhou por cima da mesa do marido e encontrou um bilhete.
Hermione,
Tive um compromisso... terei que sair.
Não sei a hora que irei voltar, por isso não me espere para ir embora.
Hermione riu, não iria espera-lo de maneira alguma. Aquilo certamente tinha sido escrito apenas para irritá-la. Pelo pouco que já conhecia de Draco Malfoy, essa era uma atitude própria dele.
Espero que não tenho esquecido que tem uma reunião está tarde.
Terá que ir apenas você e Luna,
Provavelmente não conseguirei chegar a tempo.
Mas te encontrarei em casa para o jantar.
Não durma antes de eu chegar.
Tenho noticias para você.
Draco.
Hermione chegou em casa cansada. Tinha os pés doloridos por ter passado o restante da tarde em cima do salto expondo suas criações que havia feito até antes de sua partida para a lua-de-mel. Draco não havia ido a reunião.
– Hermione... – falou Germana vindo em sua direção – está tudo bem?
– Estou sim Germana... estou bem. Um pouco cansada... cadê o Draco?
– Ele ainda não chegou... já quer jantar?
– Vou esperar ele... alguma ligação do Draco?
– Não Hermione.
– Vou para o quarto tomar um banho... se ele chegar avise-o que estou no banheiro.
– Está bem... eu o avisarei. – disse Germana.
A castanha subiu as escadas lentamente. Seus pés latejavam. Tirou as sandálias e as colocou no closet. Pegou uma roupa confortável e entrou no banheiro. Queria tomar um banho longo, dormir ali se fosse possível. Sentiu-se tonta, cambaleou.
Draco Malfoy entrou em casa e Germana já o esperava na porta.
– Como sempre sabe quando eu estou chegando? – perguntou ele sorrindo.
– Conheço o barulho do seu carro e as câmeras de televisão ajudam. – disse Germana sorrindo.
– O barulho do meu carro!? Estamos no 12º andar... – disse ele sorrindo. – Mas tudo bem... tenho que dar um desconto... afinal me criou desde muleque...
– Isso mesmo meu menino... – disse ela pegando a maleta da mão dele.
– Hermione já chegou Germana?
– Já... ela disse que iria tomar banho e para que quando você chegasse fosse lá avisar. – disse ela.
– Estou subindo então... daqui a pouco iremos descer para jantar.
– Mandarei colocar a mesa então. – disse Germana indo em direção ao escritório de Draco Malfoy.
O loiro subiu as escadas rapidamente. Abriu a porta do quarto e encontrou Hermione caída no chão. Em um primeiro momento não soube como reagir. Em seguida correu até ela e a pegou no colo, depositando-a na cama.
– Germana! – gritou ele enquanto tentava reanimar a morena. – Traga álcool para mim! Rápido!!!
O rapaz estava começando a ficar desesperado. Ela respirava normalmente, mas não acordava. Germana apareceu rapidamente com um vidro de álcool e um pano em mãos.
– O que aconteceu? – perguntou ela aproximando-se rapimente.
– Eu não sei... – disse ele desesperado, molhando o pano no álcool. – Cheguei no quarto e encontrei ela desmaiada.
– Calma menino Draco... deixe que eu faço isso... – disse ela pegando o pano da mão dele.
O homem levantou-se dando espaço para Germana. A senhora sentou-se ao lado de Hermione e aproximou o pano do nariz dela. Draco olhava aflito. A esposa estava pálida, tinha olheiras, parecia cansada. Percebeu que ela começou a mexer-se. Germana levantou-se e Draco sentou-se ao lado dela no mesmo instante que ela abriu os olhos.
– O que aconteceu Hermione? – perguntou ele aflito.
– Eu não sei... – disse ela num murmúrio.
– Dói alguma coisa querida? – perguntou Germana.
– A minha cabeça dói um pouco... – disse a morena passando as mãos pela cabeça. – o que aconteceu?
– Eu te encontrei desmaiada – disse o loiro colocando a mão sobre a testa dela. – você comeu hoje?
– Não... – disse Hermione ajeitando-se na cama. – eu já estou bem... só preciso de um banho.
O marido a mirava preocupado. Nunca tinha sentido tanta preocupação por alguém como tinha sentido naqueles instantes. Ver Hermione desmaiada o deixará em pânico. Agora ela estava a sua frente com um sorriso débil no rosto, a cor aos poucos voltava-lhe a face.
– Você está bem mesmo? – perguntou ele.
– Estou... – disse ela sorrindo. – minha pressão deve ter baixado...
– Deve ter sido isso... – disse Germana – você acabou de dizer que não almoçou...
– Não tive tempo. – disse Hermione. – Hoje o dia foi corrido. Vou tomar um banho e nós vamos jantar...
– Germana... você pode pedir para que tragam a comida para gente aqui no quarto? – perguntou Draco gentilmente.
– Claro que sim menino... estará aqui daqui a pouco.
– Não precisa – disse a morena – a gente vai comer la embaixo.
– Você trás para a gente Germana por favor. Vamos comer aqui no quarto. – disse Draco lançando um olhar altivo e desaprovador à Hermione.
A senhora saiu do quarto deixando-os sozinho. Hermione estava irritada, detestava quando ele tentava mandar em sua vida, principalmente quando lhe dizia o que fazer, mesmo que não diretamente.
– Por que você fez isso? Eu não quero comer aqui no quarto. – disse ela.
– Mas vai... – Draco a olhou indiferente. – Iremos comer aqui no quarto. Você não está bem para ficar andando por ai...
– Quem tem que dizer se estou bem ou não sou eu. – disse ríspida – e lhe garanto que estou muito bem...
– Não me interessa o que você vai falar Sra.Malfoy ... iremos comer aqui e ponto final. Por que você não almoçou hoje?! Achei que iria na casa da sua mãe.
– Eu fui na casa dela, mas não para almoçar. Voltei para a empresa logo... tinha coisas a fazer. E não deu tempo de almoçar, tive de ir na reunião... lembra-se?! Alem do que eu não te devo explicações.
– Claro que você me deve explicações.
– Em que parte do contrato está isso que eu não me lembro!? – perguntou ela levantando apenas uma das sobrancelhas – não vou perder meu tempo discutindo com você Sr. Malfoy. Estou indo tomar o meu banho.
Ela levantou-se. Desequilibrou-se momentaneamente. Ele a segurou. Hermione devencilhou-se dele, tirando as mãos dele que a seguravam.
– Ainda bem que não quer perder seu tempo... vai tomar um banho para ver se o seu humor melhora.
Ela não resistiu e mostrou-lhe o dedo do meio.
– Mas quem diria que Hermione Jane Granger Malfoy sabe esse tipo de gestos?! – riu ele.
A castanha nada respondeu, entrou no banheiro e bateu a porta. Draco riu. Escutou a banheira encher-se. Entrou no banheiro, o vapor tomava conta do todo o recinto. Ela parecia totalmente perdida em seus próprios pensamentos que nem percebeu que havia entrado no banheiro. Ele entrou na banheira a assustando.
– O que você está fazendo aqui Malfoy? – perguntou ela encolhendo-se para o outro canto da banheira.
– O que mesmo que você. – disse ele em tom brincalhão – tomando banho.
– Não podia ter esperado eu sair?
– Não... não podia perder a melhor parte do dia.
– Melhor parte do dia?! – perguntou confusa.
– Sim... aquela em que eu vejo você nua – ele sorriu maroto – e lhe pego contra a sua vontade e lhe amo.
Hermione não conseguiu processar direito as palavras, pois já encontrava-se beijando Draco. Tentou o afastar, mas não conseguiu. Seu sistema nervoso gritava pela posse. A castanha não teve outra alternativa a não ser ceder. Beijavam-se com volúpia e Hermione ousou a toca-lo pela primeira vez desde que haviam chego da lua-de-mel. Sentiu-o tremer abaixo dela, tinha tanto controle da situação quanto ele. Ela tocou-o mais ousadamente, e ele gemeu baixo. Estavam brincando apenas, agora o jogo havia se invertido. Draco provocava a esposa. Ele a beijava e fazia caricias ousadas até que percebia que logo a castanha iria perder o controle e parava. Ela o olhou profundamente. O loiro sorriu e a encostou no lado oposto da banheira.
– Você... esta me torturando. – disse ela com a voz entrecortada. – Por que não acaba logo com isso?
– Por que... – disse ele brincando com um dos seios dela – por que não teria graça...
Ele a penetrou sem que ela esperasse. Gemidos saíram da boca de ambos. As mãos de Hermione arranhavam os músculos firmes das costas de Draco e ele beijava o pescoço dela com precisão e desejo, fazendo com que tremores orgásticos passassem pelo corpo dela inteirinho. Ele extasiava-se ao ver a esposa reagir daquela maneira. Estava mais linda do que nunca. Ela era ingênua, mas sabia o completar como nenhuma mulher havia conseguido até aquele momento. Apertou-a mais contra o seu corpo, ficando longos segundos daquele jeito. Os corpos juntaram-se de tal modo que pareciam estar colados. Foram afrouxando aos poucos. Ele saiu de dentro dela e ajeitou-se ao lado.
– É melhor sairmos... – disse a castanha levantando-se.
– Por que? – perguntou ele preguiçosamente.
– Por que certamente a comida já chegou. – disse ela tentando se desvencilhar dele.
– Achava que você iria topar um segundo round. – disse ele a olhando.
– Que bom que você apenas achou.
Draco tinha uma visão completa do corpo de Hermione de costas. Ela era realmente perfeita. Seu pele levemente bronzeada o estava deixando louco novamente. Ela era sensual de um modo natural, não provocava para o ser. Ele sorriu ao poder ficar olhando por longos minutos as curvas da esposa.
– Não devia ter colocado o roupão... – disse ele.
– Do que você está falando? – perguntou ela.
– Estava lhe admirando... apenas isso.. – ele levantou-se e viu Hermione virar-se no mesmo instante. – O que aconteceu?
– Nada... – disse ela.
– Você esta vermelha novamente... ainda não acostumou-se a me ver assim? – perguntou ele ficando na frente dela.
– Me da licença Draco.
– Não te dou até você me olhar nos olhos. – disse ele parado em frente a porta – Achei que você tinha se acostumado.
Hermione o olhou no olhos. Teve vontade de beija-lo. Seus olhos a traíram e pela primeira vez pode contemplar o corpo de Draco Malfoy por inteiro, mais um vez entre tantas outras que já havia feito.
– Agora que você já me viu mais uma vez... – disse ele sorrindo – eu lhe dou licença.
– Você é... – Hermione descobriu que não tinha palavras – me deixa em paz com isso Draco. eu... é melhor eu ficar quieta. Não quero dizer o que estou pensando.
– Claro que não... – riu – imagino o que pode estar passando por essa sua cabeçinha...
A castanha pegou o pijama que estava em baixo do seu travesseiro e colocou-o. O loiro saiu apenas de samba-canção. Já havia acostumado com isso. Ele dormia somente assim, quando não dormia sem roupa nenhuma, mas isso era uma coisa que ela o tinha pedido para parar de fazer e ele a respeitara. Hermione viu que em cima da mesa estava a comida deles.
– Eu estou com fome Draco. Dá para você parar de se embelezar e vir comer por favor. – disse ela sentando-se.
– Sim senhora... – disse ele indo para mesa. – não entendo você...
– E quem lhe pediu para tentar?
– Eu não quero discutir com você...
– Oras... – disse ela colocando comida no prato – então não discuta... afinal o que você tinha para me falar?
– Está curiosa? – perguntou ele a provocando.
– Se não quiser falar... não fale.
– Calma leoa... meu Deus... – disse rindo. – mas voltando ao assunto... eu fui falar com o médico.
– Eai? – perguntou interessada. – O que ele disse Draco? Minha mãe poderar voltar a andar novamente?
– Marquei uma consulta para semana que vem. – disse ele servindo-se – para começar a fazer os exames. Só depois deles saberemos com certeza se ela voltara a andar ou não.
– Espero que eu não tenha feito tudo isso em vão... – disse ela parecendo de repente cansada.
– Você verá... não terá sido em vão. – disse ele carinhosamente.
Hermione o mirou. Ele tinha um sorriso doce nos lábios. Parecia confiante no que falava, lhe transmitia uma confiança enorme. Ela respirou profundamente, aquele era o sorriso que seu pai l dava quando lhe queria passar confiança.
– Obrigado Draco... – disse ela sorrindo. – obrigado por estar fazendo isso... sei que foi o combinado, mas mesmo assim. Obrigado.
– De nada Hermione... espero que eu possa fazer muito mais do que isso pela sua mãe. – disse ele sorrindo. – as vezes o dinheiro precisa achar algo mais útil do que gastar com coisas fúteis.
Aquele era o Draco Malfoy que Hermione conhecerá em Paris. E agora estava perante a ela novamente. Sorrindo carinhosamente e lhe passando confiança.
– É melhor você ir dormir morena... – disse ele. – Se não estiver bem, não precisa trabalhar amanhã.
– Isso não existe Draco... não é porque estou casada com você que não irei trabalhar apenas por não ter me sentindo bem hoje. Amanha é um dia normal e eu sou uma funcionária como outra qualquer.
– Está bem... você ira amanha comigo ou sairá mais cedo? – perguntou ele ajeitando a cama. – Amanha eu irei mais cedo... se quiser poderá ir comigo. – ele deitou-se.
– Pode ser... você pode me acordar? – perguntou ela. – eu detesto acordar com despertador.
– Sem nenhum problema.
Os dias passaram-se demoradamente. Hermione andava estranha, não conseguia comer direito e passava mal frequentemente.
– Posso entrar Hermione? – perguntou Germana colocando o rosto para dentro da porta.
– Claro que sim... – disse a morena sentando-se na cama.
– Você esta melhor? Draco disse que você não passou muito bem a noite. – disse a senhora sentando-se na cama,
– Estou melhor sim... eu não sei o que está acontecendo...
– Não mesmo?! – perguntou a senhora de forma bondosa.
– Não... – disse Hermione respirando fundo – eu não entendo, talvez esteja com uma infecção alimentar...
– Como assim Hermione querida? Infecção alimentar?! - riu a senhora bondosamente. - eu acredito que seja uma pessoinha então que está lhe causando essa 'infecção alimentar'. Ah Mione querida, você está gravida.
Hermione ficou em choque. Esse era o propósito do casamento, mas não tinha parado ainda para pensar quando poderia acontecer. No fundo, no fundo não acreditava que isso iria acontecer tão cedo. Ficou ali processando a idéia de que dali a poucos meses teria o filho ou filha que Draco Malfoy tanto esperava. Ela sorriu alegre. Achava que seria uma noticia ruim a alguns meses a trás, mas naquele momento sentia-se a mulher mais feliz do mundo em saber que esperava um filho. Não interessava de quem era naquele instante, apenas que o seu filho estava em seu ventre.
– Você não sabia Hermione?! – perguntou Germana incrédula.
– Eu ainda não tinha parado para pensar nisso... – disse ela sorrindo – o Draco já sabe!?
– Eu não sei... ele é um pouco desligado para essas coisas se você quer saber querida... – disse Germana sorrindo – mas acredito que ele pelo menos desconfie...
– Germana... é o meu bebe! – disse a morena rindo.
– É sim Hermione. Seu e do Draco.
Hermione ficou séria repentinamente.
– Aconteceu alguma coisa?
– Não Germana... não aconteceu nada. – disse ela passando a mão na barriga. – estou pensando como contarei isso a Draco.
– Não fique pensando nisso por hora Hermione. Deixe que saia naturalmente. Você saberá a hora de contar... – disse ela sorrindo – eu vou descer... você quer alguma coisa?
– Não Germana... vou me trocar. Tenho que esperar meu marido para levarmos a minha mãe para fazer os exames...
– É hoje!?
– Sim... – disse a morena ansiosa – vou tomar uma ducha e me trocar...
Germana saiu do quarto deixando Hermione com os próprios pensamentos. Ela levantou-se da cama rindo. Como ainda não tinha pensado nisso. Estava tão preocupada em xingar Draco Malfoy que nem perceberá os sintomas que se desenrolavam à sua frente. Pegou uma roupa fresca, entrou no banheiro. Prendeu os cabelos em um coque alto para que não os molhasse, abriu o chuveiro deixando a água morna.
Ficou ali tempo o suficiente para que seus dedos ficassem enrugados. Colocou a calcinha e o sutiã, pôs um roupão por cima. Parou em frente ao espelho que havia pendurado em uma das paredes. Deixou que o roupão caísse no chão e ficou se olhando no espelho. Não havia nenhuma mudança realmente brusca em seu corpo. Sua barriga estava um pouco mais redondinha que o normal, seu quadril havia aumentado um pouco, seus seios havia ganho um volume considerável.
Passou as mãos lentamente por sua barriga. Era como se pudesse sentir o que acontecia dentro dela. A sensação era de que um pequenino ser estava se transformando a casa segundo que se passava. Ela mirou-se no espelho. Dali a alguns meses estaria pesada da gravidez, e teve medo. Será que Draco iria a descartar para procurar conforto nos braços de alguma outra mulher?! Ficou com medo, não queria o perder. Ela assustou-se, não podia sentir absolutamente nada por ele. Era proibido. Estavam juntos apenas por um mero contrato e após o vencimento deste teriam de se separar. Agora era tarde demais, estava totalmente envolvida com Draco, por mais que tivesse lutado. Era fato, realidade.
Draco Malfoy ia bater na porta, mas a cena o havia chamado para a realidade que não esperava que acontecesse tão cedo. Hermione estava ali, mirando-se no espelho com uma das mãos na barriga. Estava totalmente distraída avaliando seu corpo que não o perceberá na porta. Olhava-se de perfil como se procurasse algum vestígio.
– Hermione?!
Ela assustou-se e virou-se para ele que a encarava parado na porta. Ela pegou o roupão que estava no chão e cobriu-se rapidamente.
– O que foi Draco? – perguntou ela afastando-se da porta onde ele se encontrava de pé. – o que aconteceu?! Chegou mais cedo!
– Consegui sair mais cedo... – disse ele entrando e fechando a porta – Mione...você...
– Eu o que?! – perguntou ela assustada.
– Você... – Draco aproximou-se rapidamente da esposa. - você está...
Hermione engoliu em seco. Aquele era o momento para contar a ele.
– Draco... euestouesperandooseufilho.- disse ela rapidamente.
– Fala de novo – disse ele quase colado a ela. – por favor.
– Eu... eu estou esperando o seu filho. – disse ela de olhos fechados.
Ele a mirou. Ela estava de olhos fechados, certamente esperando uma reação dele. Estava esperando essa noticia, mas não sabia que ela viria assim tão cedo. Sentia-se o homem mais feliz de todo o Universo, seu filho ou filha iria nascer dali a alguns meses. Naquele momento não lembrava de testamento ou qualquer outra coisa do gênero. Sabia apenas que aquela mulher que estava a sua frente estava esperando um filho dele. Colocou uma das mãos sobre o ventre da castanha, esperando que pudesse senti-lo mexer. Ela abriu os olhos e o encarou. Draco percebeu que estava mais envolvido do que podia imaginar. Sentiu-se desejando aquela criança mais do que tudo, pois sabia que assim teria um vinculo vitalício com aquela mulher que tinha o ensinado mais do que ele próprio conhecia.
– Hermione... você tem certeza? – perguntou ele finalmente.
– Quase toda Draco... – disse ela sorrindo. – os sintomas apontam para isso...
Ele a olhou nos olhos, duas estrelas tinham nascido no olhar de Hermione. Ela parecia serena e confiante. A castanha era muito mais do que ele tinha esperado, tentou pensar racionalmente, mas não conseguiu. Naquele momento nada além do presente passava em sua cabeça. Ele a abraçou e rodou-a no ar
– Me coloca no chão Draco Malfoy!! – disse ela ofegante.
– Me desculpa... eu não acredito ainda. – disse ele bobo.
– Nem eu... – sorriu – não tinha parado para pensar...
– Eu não tinha ligado as coisas – disse ele – estava achando estranho as coisas que estavam acontecendo, mas não consegui ligar tudo...
– Normal... – riu – bem, acredito que a minha parte eu cumpri não.
– Não vamos falar disso agora por favor Mione... – disse ele sincero – Não quero pensar nisso. Eu ainda não consigo raciocinar.
– Você tem razão.
– Meu Deus... a gravidez te deixou louca?
– O que você quis dizer com isso? – perguntou ela séria.
– Você me deu razão!
Ela riu. Hermione podia ver no olhar do marido que ele estava tão feliz quanto ela. Ainda não acreditava na reação de Draco. Parecia mais feliz do que ela, por um momento achou que era porque ele teria o filho do qual tanto precisava para alcançar o objetivo, mas podia perceber que não era esse o motivo da felicidade. E sim o fato dela estar grávida do filho dele. Isso o estava deixando contente.
– Temos que ir lembra?! – falou a castanha.
– Ir para onde?
– Consulta da minha mãe...
– Não podemos remarcar para outro dia?! – perguntou ele choroso
– Não. Não podemos. Ela está nos esperando. – disse ela firme.
– Mas eu quero comemorar.
– Depois ok!? Te prometo que comemoraremos... – disse Hermione amável.
Draco Malfoy dirigia com um sorriso bobo no rosto. Estava pouco se importando para o testamento, para o dinheiro, para o contrato. Sentia-se feliz como nunca fora na vida. Hermione o tinha mostrado o que era um pouco da felicidade na lua de mel e naquele momento lhe mostrava o que ela a real felicidade. Ele sentia-se cada vez mais ligado a ela e aquela criança só formava uma elo ainda mais forte entre eles. O loiro pegou-se pensando que queria mais do que apenas o corpo de Hermione, queria seu coração por completo. A queria de corpo, alma e coração ao seu lado. Sabia que era uma coisa improvável de acontecer. Dependia tanto dela.
Pegaram Jane e Mariana e seguiram para o hospital. Hermione conversava animada com a mãe. Elas discutiam sobre as chances de Jane voltar a andar em breve, o rosto da castanha ficava ainda mais iluminado com essa possibilidade. Os planos para o futuro que Hermione traçava arrancavam sorrisos inconscientes de Draco que estava dirigia atentamente desatento. Mariana ao contrario, permanecia alheia a felicidade que emanava das duas.
– Chegamos. – disse Draco estacionando o jaguar na porta do hospital. – D. Jane vou chamar alguém para lhe ajudar.
– Obrigado querido. – disse ela amável vendo Draco afastar-se. – O que você fez com ele filha?
– Por que mamãe? – perguntou a castanha sem entender a pergunta. – o que a senhora quer dizer com isso?
– Ele está diferente do Draco Malfoy que eu conheci... – disse ela avaliando a filha. – O que aconteceu que você esta feliz?
– Nada... – falou Hermione sorrindo.
– Eu já volto. – disse Mariana saindo do carro. – Encontrarei com vocês lá dentro.
– Está bem. Estaremos no andar da ressonância.
– Encontro vocês lá. – disse Mariana afastando-se.
– Me conta o que aconteceu filha. – disse Jane sorrindo maternalmente – Espera! Não me diga que você está...
– O que mamãe? – Hermione sentiu o coração disparar em seu peito.
– Grávida.
A morena a olhou assustada. Como ela poderia desconfiar disso.
– Por que a senhora acha isso mamãe?
– Eu não acho... eu tenho certeza! Você está grávida Hermione. – disse ela sorrindo.
– Eu também acho mamãe... – a castanha sorriu e abraçou a mãe emocionada. – vou fazer o exame enquanto a senhora faz a ressonância.
– Ele já sabe? – perguntou Jane passando a mão carinhosamente pela bochecha rosada de Hermione.
– Já mamãe... ele já sabe. Contei para ele antes de sairmos de casa.
Draco viu Mariana aproximar-se dele. Aumentou a velocidade de seus passos em direção ao hospital.
– Está fugindo porque Sr. Malfoy?
– O que você quer Gabriela? – perguntou ele impaciente.
– A Hermione está grávida, não?
– Porque a pergunta?!
– Essa não é a questão... – disse ela seca.
– Então qual é?
– Você está apaixonado por ela não está?
– Como!? – perguntou ele assustado. – Do que você está falando?
– Dá para ver na sua cara Sr. Draco Malfoy... você pode dizer o que quiser, mas você se apaixonou por ela. Só espero que a hora que ela perceber quem você realmente é não lhe abandone.
– Você está me ameaçando? – perguntou ele parando na frente dela.
– Não... apenas estou lhe alertando. Se a quiser do seu lado não deixe que ela descubra quem você realmente é Draco Lucius Malfoy.
– Muito obrigado. Não preciso dos seus conselhos Gabriela. E se eu estou apaixonado ou deixo de estar isso não é um problema seu.
– Claro que não é... mas já pensou se Hermione descobre o que você já fez!? Posso lhe assegurar que ela está se apaixonando por você.
– Eu não quero mais lhe escutar. – disse ele ríspido. – e não se aproxime de Hermi...
– Viu como você está apaixonado por ela?! – disse ela rindo.
O loiro sentia-se como se alguém tivesse acabado de lhe socar o estomago. Viu Gabriela/Mariana afastar-se em direção onde estava Hermione e Jane conversando. Não poderia ser verdade o que ela acabará de lhe jogar na cara. Não suportaria perder a castanha, seria a pior coisa que o podia acontecer depois da morte dos seus pais. Ele chamou um enfermeiro para que pegasse Jane e levasse para dentro do hospital.
– O que foi Draco? – perguntou Hermione vendo ele aproximar-se pálido.
– Não foi nada querida... não gosto muito de hospitais. – disse ele olhando disfarçadamente para Mariana.
– Se não quiser entrar não tem problema. Pode ir para casa... se quiser eu ligo quando terminar.
– Eu vou ficar aqui com vocês. – disse ele sério. - Não tenho nada para fazer em casa a não ser assistir TV.
– Se você quer assim tudo bem... – disse a castanha compreensiva aparentemente.
O enfermeiro ajeitou Jane na cadeira de rodas do hospital. Atrás dela ia Hermione e Draco, muitos passos atrás ia Mariana. Eles acompanharam Jane até a sala de ressonância.
– Você pode ficar aqui com ela um pouco Mari? – perguntou Hermione.
– Claro que sim... onde você vai Mionel? – perguntou Mariana. – Não precisa se preocupar que eu fico com ela ta!?
– Temos que resolver uma coisa e daqui a pouco estamos de volta. – disse a castanha – vamos Draco?
– Vamos. – disse ele olhando para Mariana. – daqui a pouco estamos de volta Mariana... se a dona Jane perguntar você a avisa por favor.
– Tudo bem. – disse Mariana.
Hermione e Draco Malfoy saíram da sala. Deixando Mariana com Jane. A castanha precisava fazer o exame de sangue para confirmar a gravidez.
– Eu não gosto dela. – disse Hermione.
– De quem?
– Da Mariana...
– Por que?
– Eu não sei, mas não confio nela Draco... não me pergunte porque.
– Está bem, agora esqueça isso. Vamos fazer o exame ok!?
– Eu vou fazer... – disse ela rindo – e você ficará ai.
– Eu não posso entrar? – perguntou ele a encarando.
– Na hora eu vejo isso... – disse ela rindo.
Os dois foram até a recepção. Rapidamente Hermione conseguiu uma consulta, teria que passar primeiro pelo médico para depois conseguir uma guia para fazer o exame de sangue.
– Boa tarde Sra. Malfoy. O que lhe trás aqui? – perguntou o médico.
– Bem doutor, eu acredito estar grávida. Queria apenas fazer um exame de sangue para confirmar.
– Claro... – disse ele lhe entregando uma via. – aqui está.
– O exame fica pronto hoje?
– Sim... você fazendo o exame mais duas horas e ele estará pronto. – disso o médico.
– Muito obrigado. – disse Hermione saindo do consultório.
A castanha saiu do consultório e Draco a esperava em pé impacientemente. Ele aproximou-se e a olhou de cima a baixo.
– O que foi Draco? Algo de errado?
– Nada... onde vamos agora?
– No ambulatório... tenho que tirar sangue. – disse ela chacoalhando o papel.
– Então vamos. – disse ele nervoso.
– Calma. Você sabe onde é? – perguntou ela.
– Sei...
Chegaram rapidamente no ambulatório. Em poucos minuto Hermione já havia tirado o sangue. Só restava esperar. Seriam duas longas horas.
– Quanto tempo vai durar o exame Mariana? – perguntou Hermione olhando Jane na maquina de ressonância.
– Cerca de três horas Mione. Parece que tem que ser bastante detalhada.
– Se você quiser em comer alguma coisa pode ir... eu vou ficar aqui com a minha mãe Mariana.
– Vou tomar um café então. – disse a mulher – Você vai querer alguma coisa?
– Não... estou sem fome.
– Mas você vai comer. – disse Draco categórico – Não tomou café da manha. O que você quer Hermione?
– Eu já disse que não quero nada...
– Entendi. – disse ele – Você quer um suco de laranja e um lanche natural. Que bom! Vou pegar.
Hermione crispou a boca. Não iria brigar com ele ali na sala de exames. Respirou fundo ao ver Draco sair pela porta com Mariana logo atrás. A castanha saiu da cabina e sentou-se no sofá da sala de espera. Pegou uma revista que estava sobre a mesinha ao seu lado. Folheou-a durante longos minutos. O tempo se arrastava, estava ansiosa. Na ultima pagina da revista encontrou um pequeno resumo do que seria a próxima revista.
As fotos do casamento de Draco Malfoy.
Na próxima edição da revista vocês verão com exclusividade as fotos tiradas do casamento de Hermione Granger e Draco Lucius Malfoy.
Hermione achou aquilo estranho. Draco tinha lhe garantido que não haveriam fotos nas revistas. Olhou a data da edição, tinha sido lançada apenas alguns dias após seu casamento. Odiava essa pressão da mídia em cima deles. Não podiam sair de casa sem ter um paparazi os seguindo. Começava a se acostumar com isso, mas não estava sendo nada fácil.
Draco ia em direção a lanchonete. Mariana estava ao seu lado calada.
– Pensou no que eu te disse? – perguntou Mariana interrompendo o silencio.
– Não tenho o que pensar... já não me lembro do que você disse... – disse ele aproximando-se do caixa.
– Você tem uma memória fraca.
– Apenas para o que me interessa Gabriela.
– Não me chame assim. – disse ela assustada.
– E por que não? Você não tem nada a esconder. – disse ele rindo.
Draco pediu o lanche da esposa e o seu. Mariana o acompanhou. Pegaram a comida.
– Agora sou eu quem vai perguntar uma coisa. – disse Draco sério. – Porque você ainda teima em ficar ao lado de Jane?
– Por uma coisa que você não iria entender. – disse ela.
– Se você não me falar eu não irei compreender mesmo... – disse ele caminhando rapidamente entre os corredores.
– É simples... – disse ela respirando fundo. – eu sou irmã da Hermione.
– COMO!?
– Isso mesmo Sr. Draco Malfoy. – disse Mariana. – Jane não me reconheceu. Meu nome não é Gabriela, e sim Rachel. Alem do que minha mãe acredita que eu estou do outro lado do mundo ou morta. Com um pouco de pratica e conhecimento eu consegui te manipular para que me colocasse dentro da casa de Hermione e de minha mãe.
– Hermione nunca mencionou a sua existencia... e me manipular? – disse ele rindo. – eu saberia se isso fosse verdade.
– Claro que não, Hermione não sabe de nada... não sabe da minha existência. Jane nunca contou isso a ninguém. Eu sou meia irmã de Hermione na realidade, apenas por parte de mãe.
– Eu não estou entendendo nada. – disse Draco confuso.
– Eu vou te explicar. – disse Rachel .
– Não podemos demorar.
– Não tomarei nem cinco minutos do seu tempo.
“Minha mãe, no caso a Jane quando tinha 17 anos apaixonou-se por um colega da mesma sala. O nome desse homem era Lucius. No primeiro momento ele nem sequer a notou, o que mudou rapidamente quando começaram a estudar juntos. Eles se tornaram amigos inseparáveis, iam a todos os lugares juntos. Jane ficava cada dia mais apaixonada por ele, mas ninguém sabe ao certo se ela era correspondida. E depois de muito trabalho por parte de Jane, os dois começaram a namorar.
Meus avós maternos não aprovavam o namoro, pois o garoto não tinha uma das melhores famas do bairro, mas do mesmo jeito minha mãe continuou a se encontrar ele. Eram apenas beijos e abraços, nada alem disso. “
– Continua. – encorajou Draco interessado.
“ Eu não sei ao certo essa parte, mas parece que Jane e Lucius enjoaram de ficar apenas nos abraços e beiiinhos. Resolveram que deveriam experimentar aquilo que todos os adultos falavam. E lá foram eles. . O que aconteceu é que ela engravidou. Quando eles descobriram entraram em pânico sem saber ao certo que fazer, os pais de minha mãe eram extremamente conservadores e nunca a entenderiam. Então Jane resolveu sumir de casa até ter a criança. Lucius deu a idéia de um aborto, mas Jane não aceitou e disse que iria levar a gestação até o final e depois iria decidir o que fazer.
Lucius era filho de uma das famílias mais ricas da Inglaterra e a manteve em uma casinha no interior onde Jane teve uma menina. Ela a principio queria ficar com a menina, mas Lucius a convenceu dar a criança para um casal que não podia ter filhos. E ela o fez, entregou para o casal e voltou para casa. Os meus avós quando viram a filha voltando ficaram exultantes, pois acreditavam que ela havia sido seqüestrada e que Lucius havia pago uma fiança. Eles sustentaram a história para qualquer pessoa que perguntasse o que havia acontecido. Com o tempo foram se afastando, já não sentiam mais nada um pelo outro. Foi quando minha mãe conheceu Sean, o pai de Hermione e seu pai conheceu sua mãe. ”
– Você quer dizer que... esse Lucius... – falou Draco fraco.
– Isso mesmo Sr. Draco Malfoy. – disse ela o encarando – esse Lucius é o seu pai. Lucius Malfoy, meu pai também.
– Você só pode estar mentindo para mim.
– Não... eu não estou. Queria estar. – disse ela séria. – descobri isso à pouco tempo, apenas alguns dias antes de eu ir para casa de Jane, sei que não era para eu ir, mas com uma ajudinha de sua secretária... Só peço que não conte isso a Hermione.
– Eu... eu não contarei isso a ela. – disse ele transtornado. – não por enquanto... - Draco passou as mãos pelos cabelos muito lisos.
– Eu lhe peço que para ninguém saiba disso...
– Jane já sabe quem você é?
– Não... eu não sei como contar a ela... – suspirou Rachel – preciso de mais um tempo.
– Você que sabe, não sou eu quem irei contar. – disse Draco dando as costas a ela. – com relação a isso pode ficar tranqüila.
Draco caminhava desolado com o que acabará de descobrir. Ele era irmão de Raquel e consequentemente Hermione também. Colocou a mão sobre a cabeça, isso não estava planejado. Como poderia contar a morena, certamente aquele não era o momento mais propício para isso. O lanche dela ainda estava em suas mãos. Andou depressa, um medo absurdo tomava conta dele. E se Raquel simplesmente resolvesse contar para a esposa? Não permitiria que isso acontecesse.
– Você demorou Draco. – disse a castanha levantando-se.
– Trouxe seu lanche. Agora sente-se e coma tudo.
Hermione o fitou por alguns instantes. Ele estava pálido. Nunca o virá daquela maneira, parecia inseguro e incomodado com alguma coisa.
– Aconteceu alguma coisa? – perguntou Hermione.
– Não, não aconteceu nada. Por que a pergunta? – ele entregou o lanche a ela.
– Você está pálido.
– Impressão sua querida. Agora coma o lanche.
Hermione tomou um pouco de suco e mordiscou o lanche. Seu estomago revirou bruscamente e ela colocou a comida de lado. Olhou-a com repulsa, sabia que se colocasse aquilo na boca iria vomitar logo em seguida.
– Você tem que comer...
– Não dá caramba! – disse ela irritada – não consigo. O gosto do suco me enjoou. E não consigo sentir o cheiro do lanche.
– Tenta mais uma vez.
– Eu não quero e ponto final. Não vou comer isso e nem tomar o suco. Pode esquecer, se quiser coma você.
– Não precisa falar desse jeito. – disse ele seco.
– Então pare de insistir.
– Faça o que você quiser então. – ele deu ombros – você é muito teimosa. Eu desisto, a hora que você quiser comer, vá e compre.
– Pode ficar tranqüilo que não pedirei para você. Mais uma coisa... – ela jogou a revista nele – de uma olhada na nota que saiu na ultima pagina.
– Se for de fofoca...
– Não é... – interrompeu Hermione - leia antes de falar alguma coisa. Pode ficar tranqüilo que não é sobre a sua ex- noiva também.
– O que tem ela? – perguntou indiferente.
– Apenas esqueci-me de lhe agradecer por ter a convidado para o nosso noivado. – ela sorriu cinicamente.
Ela mudou de lugar, ficando o mais distante dele possível. Viu que ele leu a nota algumas vezes seguidas.
– Você já devia ter se acostumado com a imprensa. – disse ele finalmente.
– Não, muito obrigado. Não quero ter a minha vida vigiada por gente que não tem nada o que fazer.
– Se você não sabe, saíram fotos nossas em Paris em varias revistas.
– Fico feliz por isso. – resmungou a castanha. – não sabe o quanto isso me deixa contente.
– Eu vou dar uma volta. – disse ele – já vi que não da para ser gentil com você. – ele levantou-se – daqui a uma hora estarei de volta. Iremos pegar o exame de sangue juntos. Não vá sem eu por favor Hermione.
– Claro que lhe esperarei Sr. Malfoy. Vai querer teste de dna?
– Não seja estúpida. – disse ele irritado – agora se me da licença vou andar um pouco. Se precisar estou no celular.
– Estúpida é a...
Hermione viu que não adiantaria retrucar, ele já havia saído. Ela refletiu e perceberá que tinha sido rude com ele, mas Draco estava sempre a provocando. Não que isso tivesse realmente acontecido naqueles instantes que passaram ali na sala de espera. Ela se recriminou por te-lo tratado daquela maneira, parecia transtornado quando chegará para lhe entregar a comida. E ela nem ao menos insistirá para saber o que havia acontecido. Olhou para o relógio, ainda faltavam longos 30 minutos para pegar o exame que confirmaria ou não sua gravidez.
O loiro não conseguia pensar com clareza. Sua mente borbulhava de pensamentos e imagens. Raquel aparecia neles em sua maior parte. O que havia acabado de descobrir ecoava fortemente em sua cabeça. Deu varias voltas no quarteirão do hospital sem saber o que fazer. Como iria administrar essa questão. Nunca lhe passará por sua cabeça que pudesse ter uma irmã bastarda. Seu pai era tão integro e justo e Blanca transpassava a mesma coisa. Quando iria imaginar que os dois um dia se conheceram?! E que tiveram uma filha juntas. Isso era inconcebível. Raquel poderia estar simplesmente mentindo para ele, para que ele lhe desse uma parte da fortuna da família, mas não era o que parecia. E algumas coisas começaram a se encaixar. Esse podia poderia ser um dos motivos para seu pai ter exigido que se casasse rapidamente após a sua morte. Tinham vivido pouco tempo juntos, eles sempre estavam em outros paises. Durante toda sua infância fora criado por Germana, os vias apenas uma vez por ano, até a pouco tempo atrás quando ocorrerá o acidente tirando a vida deles.
Sua cabeça latejava. O que eles estaria fazendo naquele local quando sofreram o acidente?! Não sentia realmente falta deles, mas os amavam. Afinal eram seus pais apesar de toda a distancia que os envolviam. Draco respirou fundo. Lembrou-se do pedido de Sol. Tinha que se encontrar com Pansy rapidamente. Pegou o celular.
– Pansy sou eu. – disse ele tenso.
– Olá Draco. O que aconteceu para estar me ligando? Já enjoou da sua designer? – perguntou ela rindo do outro lado da linha.
– Não te liguei com esse objetivo.
– O que queres então?
– Andromeda disse que você precisa me falar algumas coisas. – disse ele tentando parecer tranqüilo.
– Ah sim... é verdade. Preciso conversar com você o quanto antes se possível. Quem sabe não temos um revival depois.
– Quando posso lhe encontrar?
– Amanhã... a tarde. Na hora de almoço.
– Pode ser.. onde?
– No mesmo restaurante de sempre. Agora preciso desligar querido. Nos vemos amanha.
– Nos vemos amanhã então. – disse ele desligando.
Draco olhou o relógio. Estava na hora de encontrar a esposa para poderem ir buscar o exame. Seu coração palpitou fortemente em lembrar que ela poderia estar esperando um filho seu. Andou apressado em direção ao hospital. Ao longe viu Hermione caminhando em direção ao ambulatório.
– Onde você vai Hermione?
Ela assustou-se.
– Vou pegar o exame oras. – disse ela o encarando.
– Te pedi para me esperar.
– Olha o horário. Estou te esperando a mais de meia hora. Achei que você não vinha, por isso resolvi vir pegar sem você.
– Ok... então vamos lá.
Em chegaram no ambulatório e em poucos segundos já tinham o exame nas mãos.
– Quem abre? – perguntou a castanha.
– Você...
– Não... você.
– Ok... eu abro então. – ele pegou o envelope nas mãos. – Se der negativo continuaremos a tentar certo.
– Sim... e se der positivo?
– Continuaremos a nos divertir. – ele riu.
Hermione o olhou torto. Viu ele abrir o envelope e tirar o papel branco de dentro. Ele lia cada linha atentamente. Seu feição foi mudando a cada instantes. Ele estava sério.
Draco colocou o papel novamente dentro do envelope. O fitou por um pequeno instante. Encarou Hermione e em num movimento rápido a abraçou firmemente. Ela percebeu no mesmo momento o que aquilo significava. Estava realmente grávida. Eles fitaram, os rostos aproximaram-se e deram inicio a um longe e sereno beijo. Se separaram sem saber ao certo o que fazer. O loiro entregou o envelope para ela e saiu andando. Hermione olhou confusa para ele.
– O que eu fiz dessa vez? – perguntou ela alto.
– Você não fez nada – disse ele virando-se – fui eu que fiz. Não devia ter te beijado.
– E por que não?
– Não sei... se você não quiser isso não ira voltar a acontecer. – ele aproximou-se dela novamente.
– Estamos num hospital. – disse ela o alertando.
– Sei onde estamos – disse ele roucamente – obrigado Hermione. Não sei nem o que dizer na realidade...
– Não precisa dizer nada.
Ela o abraçou. Ficaram ali por um longo tempo. Hermione tinha tantos planos para o futuro agora. Ela pensou que dali a um pouco mais de um ano teria que deixar seu filho com Draco Malfoy, isso seria uma coisa que não poderia permitir. Não conseguiria viver sem ter o seu filho ou filha ao seu lado. Seria provavelmente sua condenação.
– Draco...
– O que foi? – perguntou ele.
– Quando nos separarmos... quando o contrato tiver terminado... – ela respirou fundo – com quem ficara o bebe?
Ele foi pego de surpresa. Pensou em Raquel, e tomou sua decisão. Não iria fazer o que seu pai fez com Jane, abrigando-a entregar a criança. Mesmo que o caso deles fosse diferente e que Hermione fosse entregar a criança para ele. Sabia que isso seria assinar a sentença de morte dela.
– Ficará com você se assim quiser. – disse ele sério.
– Você está falando sério?
– Sim... estou. O bebe ficará com você. A única coisa que eu lhe peço é que deixe ele ficar comigo as vezes.
– Claro que eu deixarei. – ela sorriu. – obrigado. Achei que você me obrigaria a deixar ele com você.
– Eu sei que isso seria o fim para você. Ele ou ela morara com você. Tens a minha palavra.
O exame de Jane terminou horas depois com um resultado detalhado. Era aquele o exame que daria o aval final. Era o ultimo de uma série de exames que já havia feito.
– Terrível ficar três horas deitada naquela maquina. – disse Jane entrando no carro com a ajuda do enfermeiro. – Espero que tenha valido apena.
– A senhora vai ver como valeu. – disse Raquel.
– Onde você esteve Mari? – perguntou Hermione. – Não te achei em lugar nenhum.
– Fui passear um pouco. – respondeu Raquel indiferente.
Draco Malfoy lançou um olhar rápido a Raquel antes de entrar no carro.
– Tem um parque muito bonito aqui perto. – apressou-se Raquel em dizer.
– Onde fica? – perguntou Jane.
– Algumas quadras daqui... se a senhora quiser eu a levo um dia desses la.
– Adoraria.
– Draco... vamos? Minha mãe deve estar querendo descansar. – falou a castanha.
– Vamos sim. – disse ele. – a senhora não quer ir em casa D. Jane?
– Não querido. Quero descansar. Irei outro dia pode ser?
– Claro que sim mamãe. – respondeu Hermione. – eu fiz o exame mãe.
– O que deu? – perguntou ela ansiosa.
– O que já esperávamos. – a castanha sorriu.
– Parabéns filha. – disse a senhora animada. – parabéns Draco. Vocês serão ótimos pais.
– Parabéns. – disse Raquel esboçando um sorriso. – você está de quanto tempo Hermione?
– Não sei. Pretendo marcar o médico para essa semana.
Deixaram Jane e Raquel em casa e partiram.
– A Mariana estava estranha, não Draco? – perguntou a esposa pensativa.
– Não percebi... na realidade não prestei atenção. Mas mudando de assunto, posso ir ao médico com você?
– Claro que pode. Você tem todo o direito.
Hermione estava cansada. Queria deitar um pouco e dormir. Estava morta de sono. Chegou em casa e subiu direto para o quarto. Não tinha fome nem sede, apenas queria deitar e dormir até o outro dia. Já tinha tirado o dia para poder levar sua mãe para fazer o exame, não poderia faltar amanha. Jogou –se na cama e dormiu no mesmo instante.
O loiro entrou no quarto e viu que a castanha dormia profundamente. Encostou a porta. Germana o esperava no escritório.
– O que aconteceu menino Draco? – perguntou Germana aflita.
– Você conhecia bem meu pai não?
– Sim... o conhecia muito bem na realidade. Por que a pergunta?
– Então você também sabe que meu pai teve uma filha antes de conhecer a minha mãe não?!
Aquela afirmação parecia ter sido um golpe duro a Germana. A senhora sentou-se no sofá pálida como gesso. Pegou um lencinho que estava em sua saia e enxugou o rosto.
– Como você descobriu isso menino? – perguntou ela lívida.
– Isso não importa. Quero que me confirme isso. É verdade?
– Sim... é verdade. Mas não se tem paradeiro dessa menina.
– E você sabe quem é a mãe dessa criança não sabe?!
– Bem... – ela o olhou nervosa. – eu sei quem é. Seu pai me confidenciou na antevéspera de sua morte.
– É a mãe de Hermione não é!?
– Eu...
– Fale por favor Germana. Eu descobri, você não tem mais porque esconder isso.
– Sim. É Jane.
– Obrigado Germana. – disse ele sério. – pode ir descansar. Já é tarde.
– Você e Hermione não iram jantar? – tentando esconder o surpresa pelas palavras dele. – o jantar está pronto.
– Duvido que ela acorde. Pode ir deitar-se.
– Tem certeza que está bem menino?
– Sim... estou perfeitamente bem Germana.
Draco Malfoy esperou Germana sair e pegou o testamente que seu pai havia deixado. Releu-o diversas vezes, mas não achou nada que o pudesse comprometer. Não dava pistas de uma outra herdeira. A única exigência que continha era de que ele se casasse no máximo 4 anos depois de sua morte, caso contrario perderia sua fortuna e junto com ela a empresa. Agora só lhe restavam um pouco mais de um ano para que aquela exigência estivesse cumprida.
Hermione acordou assustada, Draco ainda não havia deitado. A porta do banheiro estava aberta e as luzes apagadas. Olhou o relógio, já eram altas horas. Colocou um chinelo afim de procurar o marido pela casa. Se ele tivesse saído certamente a teria a acordado e avisado que estaria saindo. Estava tudo escuro exceto pela luz do escritório dele. Aproximou-se sem fazer barulho, ele estava sentando em sua cadeira com as mãos apoiando o rosto. Hermione bateu de leve na porta.
– Você está bem Mione? – perguntou ele a mirando.
– Estou, mas não lhe vi deitado e vim te procurar. – disse ela bocejando. – é melhor vir deitar. Amanha temos que acordar cedo.
– Não estou com sono. – disse ele.
– Por que você não toma um banho para relaxar.
Ele levantou-se, deu a volta na mesa e parou em frente à esposa. Tirou os cabelos dela que cobriam seu pescoço. Segurou-a pela cintura e a beijou de modo possessivo. Hermione retribuiu o beijo de bom grado. Sabia que ele precisava daquilo, não se negaria para ele hoje. Ele a pegou no colo e subiram para o quarto. Draco a colocou suavemente no chão e voltou-a beijar com mais intensidade. Queria amá-la até o dia amanhecer se pudesse, estar com ela tinha se tornado o único lugar no qual realmente esquecia todos os problemas. Tirou a parte de cima do baby doll, podia ver e sentir a respiração acelerada da castanha. Brincou com o ponto sensível dela no pescoço. Tirou o sutiã dela e jogou-o no chão junto com sua camiseta que jazia ali, se olharam ternamente. Hermione desabotoou a calça dele, fazendo com que caísse aos pés dele. Logo estavam nus. Ele a carregou e deitou-a na cama, beijou-a dos pés até encontrar a boca dela mais uma vez. As mãos da esposa faziam caricias cada vez mais ousadas arrancando suspiros da boca de Draco.
– Preciso de você. – disse o loiro num murmúrio.
Draco separou as pernas de Hermione gentilmente e a penetrou rapidamente. Ela soltou um breve gemido de satisfação. Mexiam-se ora rápido ora devagar. O esposo queria esquecer todos os problemas mergulhando no corpo daquela mulher que lhe mostrava um mundo novo a cada momento. Estavam suados e Hermione já havia chego em seu limite diversas vezes quando Draco finalmente deitou-se sobre ela cansado. Era como se tivesse esquecido tudo por alguns instantes e estado no paraíso.
– Você está bem Draco? – perguntou assim que o marido deitou-se ao seu lado – Se quiser pode falar comigo.
– Não aconteceu nada Hermione. – disse ele sério.
– Ok... tudo bem. – disse ela – não precisa falar nada. Esqueci que isso não está nas clausulas do contrato. – ela o olhou com desprezo – perdoe a minha intromissão. Isso não irá mais acontecer Sr. Malfoy.
Ela levantou-se da cama bruscamente e foi em direção ao banheiro. Ela queria tentar vencer aquela barreira que ele tinha colocado em volta. Ele contudo, não permitia, mantia-se inflexível. Ela fechou a porta com violência, com o lençol enrolado em seu corpo ela sentou-se no chão, apoiada na porta. Não tinha motivo para ficar irritada com ele, afinal Draco Malfoy não era obrigado a contar nada à ela. Eram apenas duas pessoas ligadas por um contrato e pela cama nas atuais circunstancias.
A morena entrou no chuveiro e tomou uma ducha rápida. Saiu vestindo um baby doll confortável, olhou para cama. Draco não estava ali novamente. Seu coração acelerou, sentiu um medo terrível tomando conta dela. Saiu andando apressada pelo enorme apartamento. Correu quarto por quarto, mas nem sinal dele. As salas estavam escuras e o escritório também. A única luz que havia era a da cozinha. Foi até lá, mas não havia ninguém. Hermione olhou o chaveiro onde ficavam as chaves dos carros de Draco e viu, ali estava faltando uma chave. Seu coração foi parar na boca, pensou em pegar uma das chaves, para o seu pesar lembrou que não sabia dirigir.
– O que está fazendo aqui menina Hermione?
A castanha assustou-se. Germana estava na porta da cozinha com um semblante de sono, mas ao mesmo tempo parecia preocupada.
– O Draco...
– O que tem ele? – perguntou a senhora impaciente.
– Ele sumiu Germana. – Hermione tremia – eu fui tomar um banho e quando voltei para o quarto ele já não estava mais ali.
– Ele não disse nada?
– Não. – falou a castanha chorosa – ele não me disse nada. Eu simplesmente sai do banheiro e ele não estava mais.
– Já tentou ligar para ele?
– Não...
Hermione foi até o telefone instalado em uma das paredes da cozinha e legou para o celular de Draco. Chamou até cair a linha. Ela tentou mais uma vez.
“ Este celular encontra-se indisponível no momento. Tente mais tarde. “
Se isso tivesse acontecido antes do casamento, pouco se importaria com ele. Seria indiferente se ele sumisse ou estivesse ali ao seu lado comendo bolachas. Ela estralou todos os dedos e começou a roer o pouco de unha que ainda tinha nos dedos. Germana parecia tão aflita ou mais do que ela. Perecia inquieta enquanto preparava o que parecia um chá.
– Ele estava tão estranho Germana... parecia transtornado... desde que voltamos do hospital ele estava assim.
– Ele não lhe disse o motivo?
– Não... disse que não havia acontecido nada. Você sabe o que aconteceu?
– Não querida. Sei tanto quanto você. – disse Germana tremendo ao colocar as duas xícaras de chá sobre a mesa.
– Eu não quero.
– Você não pode ficar assim Hermione. Não faz bem para o bebe...
– Esse chá simplesmente não me ajudará em nada. – disse num murmúrio – o que me ajudará e ver o Draco entrando por aquela porta. – disse ela sem pensar.
– Você se apaixonou por ele Hermione? – perguntou Germana a encarando.
– Do que a senhora está falando? – a castanha perguntou perplexa.
– Eu sei do contrato de vocês querida. Muito antes de você mesmo saber... conheço o menino Draco desde bebe. Você se apaixonou por ele não foi?
– Claro que não. – disse orgulhosa – apenas estou preocupada. Ficaria assim por qualquer um.
– Vejo que ainda não está pronta para admitir não é!?
– Não tenho nada que admitir Germana. Apenas estou preocupada com ele. Somente isso, não gostaria que ele se machucasse.
Hermione a muito sabia que tinha se entregado. Mas não o amava ainda, apenas não sabia o que sentia em relação a ele. A preocupação estava a matando aos poucos, aprecia que um pedaço havia sido arrancado dela a força.
– Está bem Mione. Entendo você, mas aconteceu. Você não pode lutar contra algo que já é maior do que você mesma.
– Estamos apenas a dois meses casados. – disse ela rapidamente – estou com ele apenas pelo contrato. E mais nada.
Draco não sabia quanto tempo exatamente estava dirigindo. Apenas dirigia entre as ruas sem rumo. Olhou para o horizonte, tons avermelhados denunciavam o iminente amanhecer. O relógio do painel marcava exatamente 5 horas da manhã. Estacionou o carro e olhou o sol se levantar preguiçosamente, alheio a todos os seus problemas e vontades. Rapidamente percebeu onde se encontrava, estava apenas alguns quarteirões de sua casa. Na rua apenas alguns transeuntes saiam para trabalhar ou chegar em seus empregos. Ele não tinha pressa de chegar em casa, certamente todos estariam dormindo principalmente Hermione. Nenhum deles teriam percebido o seu sumiço no meio da noite. Entrou com o carro no estacionamento do prédio. Pegou o elevador e mirou-se no espelho, definitivamente não era ele. Seu cabelo estava bagunçado e sua barba estava por fazer. Decidiu entrar pela cozinha, faria menos barulho.
A luz estava acesa e Draco Malfoy viu para sua surpresa a esposa dormindo em cima da mesa. Parecia ter ficado ali a noite toda certamente na sua espera. Ela parecia totalmente desconfortável com uma das mãos apoiando a cabeça. O loiro ficou parado olhando a cena que se desenrolava em sua frente. Escutou um barulho vindo da sala, passos se aproximavam da cozinha rapidamente.
– Graças a Deus você chegou Draco. – disse Germana o olhando – estávamos aflitas.
– O que ela faz aqui? – perguntou o homem olhando para uma Hermione profundamente adormecida.
– Hermione ficou o tempo todo lhe esperando Draco. Estava preocupada, tive que lhe dar um copo de água com açúcar para se acalmar.
– Ela está desde que horas aqui?
– Não sei ao certo. Mas eu cheguei aqui já era 2 hra da manha e ela já estava onde você à esta vendo agora.
– Devia ter feito ela ir deitar Germana. – disse ele se aproximando dela.
– Ela não quis. Disse que não sairia daqui enquanto você não chegasse. Hermione deixou bem claro isso. Fiquei com ela até umas 3 horas e ela me fez ir deitar. Ficou aqui, pelo que vejo acabou adormecendo.
– Eu não me perdoarei se algo acontecer a esse bebe.
– Não ira acontecer nada. – disse ela sorrindo – ele está bem.
Ele a olhou. Esboçou um sorriso ínfimo.
– Vou leva-la para o quarto. – disse ele a pegando no colo com cuidado. – Germana, hoje não iremos para o empresa. Evite qualquer barulho, Hermione precisa descansar.
– Certamente. Evitarei qualquer barulho. Agora vá descansar menino. Teve um dia agitado ontem. Tente não pensar em nada, apenas durma.
Draco Malfoy afirmou com a cabeça. Subiu as escadas cuidadosamente com a morena no colo. Ela dormia profundamente em seus braços, a depositou na cama com cuidado. Ele viu-a se ajeitar no travesseiro sem acordar. Trocou de roupa rapidamente e deitou-se. Fechou os olhos e adormeceu rapidamente.
Hermione acordou sobre saltada olhando para os lados a procura de Draco. Viu-o do seu lado dormindo profundamente. Tinha a feição cansada e respirava profundamente. Ela percebeu que estava em seu quarto, tinha as costas doloridas por ter dormido sentada na cozinha. Sentou-se esfregando os olhos. Em cima do móvel de canto sua bolsa tremia. Correu e pegou o celular que vibrava. Entrou no banheiro.
– Alô...
– Bom dia Mione. – disse uma voz feliz do outro lado da linha.
– Gina! Você já está na Inglaterra?
– Sim... cheguei hoje pela noite.
– E onde estas?
– Na empresa...
– Mas ainda é cedo.
– Cedo!? – Virginia riu – Você olhou no relógio...
– Não... – disse Hermione ainda sonolenta – que horas são?
– Quase meio dia!
– Ah meu Deus. Já estou indo...
– O que aconteceu?
– Uns problemas... – disse ela – mas me conte da viajem.
– Conto quando chegar aqui. – disse a ruiva. – te espero. Poderemos almoçar juntas, sim!?
– Claro... daqui a pouco estarei ai.
Ela olhou para o relógio do celular. Eram 11 horas da manhã. Tinha perdido a hora. Passou uma maquiagem leve no rosto. Saiu do banheiro arrumada, faltando apenas a roupa que ela escolheu a esmo rapidamente. Olhou para Draco mais uma vez e saiu do quarto.
A morena entrou na cozinha e encontrou Germana dando as coordenadas para as cozinheiras.
– Já acordada Hermione? Espero que nao tenha acordado com o barulho...
– Não, não escutei qualquer barulho, Gina me ligou e acabei acordando com o celular vibrando, ainda bem porque estou mais do que atrasada, perdi o meu dia de trabalho. – disse Hermione bocejando.
– Draco disse que não iriam para a empresa.
– Ele disse por ele. Estou indo. Avise a Draco por favor que estou no celular e que irei almoçar com Gina.
A morena entrou no carro onde o chofer a esperava. Chegaram na Malfoy rapidamente, as ruas sem transito ajudaram. Em poucos minutos estava dentro no escritório sendo abraçada por uma Gina afoita.
– Me conte tudo – disse Hermione empolgada.
– Depois de você nos dizer o que aconteceu. – falou a ruiva.
Luna já estava ao lado delas para saber o que havia acontecido.
– Depois eu conto. Mas antes você irá me contar como foi a viajem. – disse a castanha sorrindo.
– Foi mágica. – disse Virginia. – eu e o Harry nos acertamos em todos os sentidos...
– Isso quer dizer que eles tiraram o atraso. – disse Luna dando risada. – mas prossiga.
– Besta! – riu a ruiva corando levemente – nos acertamos e fizemos alguns acordos.
– Podemos saber quais foram esses acordos?
– Não foi bem um acordo... – disse ela sorrindo – foi mais um projeto.
– Que projeto é esse oras?! – perguntou Hermione curiosa – desembucha logo Virginia Weasley.
– Queremos um baby ainda para esse ano. – disse ela sorrindo – e estamos treinando. Sabe como é né!?
– Eu não acredito! – gritou Luna dando pulinhos de felicidade.
– Ai Gina, que bom. Será que esse bebe já não foi feito!? – perguntou Hermione.
– Quem sabe!? Eu realmente não sei.. temos que esperar... – disse a ruiva sorrindo – Mas o que aconteceu afinal morena?
– Antes de tudo eu tenho um comunicado a vocês duas...
– Qual? – perguntou Luna. – Vocês andam muito cheia de mistérios viu?! Só eu que nunca tenho nada para comunicar. – ela riu. – mas quem sabe daqui a pouco não seja eu!?
Hermione e Gina trocaram olhares cúmplices.
– Bem... o comunicado que eu tenho que fazer...
– Diz logo Mione. – falou Gina – você está me deixando nervosa.
– Vocês vão ser titias!
Gina e Luna pularam em cima da castanha. Gritavam e abraçavam-na com força.
– Quando você descobriu? – perguntou Luna radiante.
– Descobri ontem de tarde. Fui com a minha mãe fazer uns exames e decidi fazer um exame de sangue. Por isso não vim ontem.
– Que mágico Mione. – disse Gina. – e o Draco?
– Me surpreendi com ele... precisava ver a felicidade dele Gina... – os olhos de Hermione brilharam – parecia uma criança.
– Parabéns mamãe Hermione... nossa... vão ter muitas crianças por aqui hein!? – falou Luna rindo.
– E você e o Dario!? – perguntou Virginia. – como estão?
– Estamos bem... namorando oficialmente. Estou morando com ele. – disse Luna. – quem sabe daqui a algum tempo não vem mais um noivado por ai.
– Isso seria maravilhoso Luna. – falou a castanha.
– O que aconteceu afinal essa noite Mione?
– Ai Gina, mas que pergunta mais indiscreta! – falou Luna rindo.
– Não é isso... você não parecia nada bem a hora que eu te liguei Hermione.
– O Draco. Eu acabei falando umas coisas para ele... e ele saiu de casa. Simplesmente sumiu. – disse ela – depois que recebemos o exame confirmando a gravidez, ele foi comprar um lanche para mim e voltou estranho. E acabamos discutindo, entrei no banheiro e quando eu voltei ele tinha sumido.
– Meu Deus! – exclamou Luna.
– Ele já está em casa? – perguntou Virginia.
– Sim... eu o deixei dormindo. – respondeu a castanha – eu fiquei o esperando no cozinha, mas acabei por dormir. E fui acordar hoje no nosso quarto.
– Ai Mione... vocês tem brigado muito? – perguntou Luna.
– Não... foi só dessa vez. Fiquei desesperada. – disse ela sem pensar. – tive tanto medo que houvesse acontecido algo com ele.
– Posso imaginar.
Draco levantou-se, Hermione não estava mais ao seu lado. Olhou para o relógio. Lembrou-se que tinha marcado o almoço com Pansy Parkinson. Arrumou-se rapidamente, estava mais do que atrasado. O restaurante não era muito longe, mas tinha que ter sorte para não pegar transito.
– Boa tarde Draco – disse Germana.
– Diga para Hermione que irei almoçar fora, estarei em uma reunião de trabalho. – disse ele tomando uma xícara de café rapidamente.
– Ela não está em casa.
– Onde ela está? – perguntou ele.
– Foi trabalhar.
– Eu não acredito. – disse ele irritado – o que ela tem na cabeça? Bem, quando eu voltar eu resolvo isso. Esqueci que eu tinha essa reunião.
– Voltará para jantar?
– Sim... você me faz um favor Germana?
– Claro que sim menino.
– Ligue para Hermione... não não... deixa que eu ligo.
Draco saiu apressado. Entrou no primeiro carro que encontrou. Pegou um pouco de transito no caminho.
O loiro entregou a chave do carro para o manobrista e entrou rapidamente no restaurante. Viu os escuros e sedosos cabelos de Pansy escorrendo pela cadeira. Aproximou-se e sentou-se a frente dela.
– Achei que não viria querido. – disse a morena sorrindo sensualmente.
– Sabia que viria... Andromeda pediu para que conversasse com você. – disse ele.
– Sim... sua tia me ligou. Mas receio que seja tarde demais já. – disse Pansy séria – você já descobriu.
– O que eu descobri?
– Sobre a Raquel. Receio que tenha descoberto ontem. – disse ela sem emoção.
– Sim... descobri ontem pela tarde.
– Era sobre isso que sua tia pediu para que falasse com você.
– Você sabia?! – perguntou ele incrédulo.
– Sim... – ela sorriu – soube logo que comecei a namorar você. Soube por acaso antes que me pergunte
– Ótimo... agora eu já sei. Tem mais alguma coisa que eu deveria saber?
– Não... não por mim. Pelo menos não por hora.
– Desde quando você faz esse jogo Pansy?
– Desde que entrei um dia para sua família querido. – ela riu – aprendi muito com sua tia. E com sua mãe...
– Elas devem ter sido boas professoras... e sei que você ainda me esconde alguma coisa...
Ela riu. Ajeitou os cabelos e o garçom aproximou-se. Pediram a comida.
– Esqueci de lhe parábenizar.
– Sobre o que?
– Soube que será papai em breve.
– Como soube!?
– Todos tem seu preço.
– Não seja ridícula.
– Podíamos ter um revival essa tarde. O que acha?
Era um convite tentador para ele.
– Quem sabe. Não respondei por hora também. – ele sorriu.
– Sempre misterioso Draco Malfoy. – ela disse – pelo que sua tia diz, você é assim desde pequeno.
– Não posso lhe confirmar isso. Não me lembro. – ele sorriu.
Draco estava incomodado. Ainda não tinha falado com a esposa, levantou-se da mesa dizendo que ia ao banheiro. Pegou o celular e discou.
– Alô.
– Quem é?
– Sou eu Mione...
– Olá Draco... você está bem? – perguntou Hermione.
– Sim... estou. Liguei para saber como você está. Te encontrei dormindo e...
– Estou bem. Pode ficar tranqüilo. Apenas com um pouco de dor no pescoço... você esta bem mesmo?
– Sim... estou bem. Não precisa se preocupar. – disse ele – estarei em casa antes do jantar. Você está onde?
– Trabalhando. Daqui a pouco sairei para almoçar. – Hermione respondeu sem animo – é melhor você voltar para sua reunião. Não precisa mais me ligar.
– Está bem... passo para lhe buscar.
– Não precisa. – disse ela automática – irei com o motorista.
– Como quiser então. Até mais tarde.
Ele respirou fundo. Estava mais tranqüilo por saber que Hermione estava bem. Tinha sido uma conversa tão fria e de resposta tão automáticas que ele não sentiu confiança em todas as respostas da esposa. Não tinha tempo para ficar analisando as respostas dela, Pansy o esperava na mesa.
– Você demorou querido. Foi ligar para ela não? – perguntou a morena sorrindo, mostrando seus dentes brancos.
– Fui. Podemos ir então?
– Iremos para onde? – ela sorriu sensualmente. – Conversaremos melhor no meu apartamento.
– Pode ser. – disse ele.
Draco pagou a conta. Ele e Pansy entraram no carro e seguiram direto para a casa dela. Era mais afastada da cidade que o apartamento onde ele morava. Ficava num belo condomínio afastado de qualquer barulho da cidade grande.
– Ainda não se cansou daqui? – perguntou o loiro.
– Fico aqui alguns dias da semana e outros passo no apartamento da cidade. – disse ela. – mas adoro ficar aqui.
– Entendo. É realmente muito bonito aqui.
– Diz isso toda vez que vem aqui querido. – disse Pansy passando uma das mãos pelo rosto de Draco. – estacione ali. – apontou ela para uma das vagas.
Entraram na casa. Era muito bem mobiliada. A morena não esperou e agarrou Draco ali mesmo no meio da sala. Foram direto para o quarto, as roupas voavam rapidamente e iam parar no chão. O loiro jogou-a em cima da cama e lhe separou as pernas quando a imagem de Hermione apareceu em sua mente. Olhou para a mulher que estava deitada e sua frente, o desejo em seus olhos era visível, mas ele não a queria. Levantou-se e começou a vestir-se. Draco Malfoy estava totalmente vestido quando olhou para Pansy que permanecia na mesma posição que ele à havia deixado. Tinha um misto de surpresa e raiva em seus olhos, ele apenas a encarou e saiu do quarto.
Draco entrou no carro, nunca lhe havia ocorrido isso. Nunca havia dito “não” a Pansy Parkinson, nem quando ele estava com outras mulheres. Mas com Hermione havia sido diferente, ele simplesmente não conseguirá, algo nele o impedirá de ir em frente. Passou as mãos pela nuca, estava suando frio. Se soubesse que a castanha o trairá certamente não saberia quais seriam suas reações, mas não foi ela que estava prestes a fazer isso e sim ele. Dirigiu velozmente pelas ruas, respeitava apenas os sinais vermelhos e mais nada. Estava sentindo-se culpado, nojento por ter traído Hermione. Parou em frente a Malfoy Enterprises, olhou para o relógio. Hermione deveria sair a qualquer momento para almoçar com Gina e Luna. Avistou-a de longe, parecia sorrir, estava radiante. Saiu do carro deixando que ela o visse.
A castanha viu o esposo encostado no carro, parecia lhe esperar. Virginia e Luna sorriram.
– Por que você não almoça com ele Mione? Vamos outro dia... – disse Gina.
– Não... eu vou com vocês.
– E quem disse que queremos a companhia de vocês!? – perguntou Luna rindo.
– Vai lá falar com o seu marido logo... qualquer coisa você sabe onde nos encontrar não!?
– Está bem. – concordou a castanha.
Ela aproximou-se de Draco. Ele parecia um tanto tenso.
– O que aconteceu? Achei que só o veria no jantar.
– Mudei os meus planos... o que você acha de irmos ver o enxoval do bebe!?
– Cedo demais ainda Draco... prefiro deixar isso mais para frente... – disse ela sorrindo.
– Você já almoçou?
– Ainda não...
– Você não pode fazer isso...
– Eu não quero brigar ok!? Estava indo almoçar agora...
– Estou indo para casa então... vá almoçar com elas. Antes que eu me esqueça... você já marcou as consultas?
– Ainda não... farei isso hoje a tarde.
Draco selou os lábios de Hermione com um beijo doce.
– Nos vemos a noite. – disse ela saindo.
O loiro entrou no carro desorientado. Ela era tão firme com ele, nunca demonstrava o que sentia, ali era uma mulher firme e forte, mas em casa quando estavam sozinhos ela era meiga. Lembrava-se dessa Hermione em Paris. Sorriu. O rosto de Pansy Parkinson pareceu em sua mente e mais uma vez abominou-se por ter quase feito sexo com ela. Pensou no contrato, não tinha nenhuma clausula que o obrigava a ser fiel a Hermione. E portanto se ele a traísse não teria problema nenhum, mas algo dentro dele o impedia. Não era mais o mesmo Draco Malfoy de antes, algo nele havia mudado e simplesmente as coisas que fazia antes eram agora sem nexo. Suas noites de farra e bebedeira já não faziam mais sentido.
O restante da semana passou rápido e com ela veio um final de semana tão rápido quanto. Hermione e Draco não haviam passado sequer um instante juntos, as recepções e coquitéis haviam os consumido brutalmente. A morena chegou em seu escritório, estava vazio ainda. Gina e Luna chegariam somente mais tarde, mas ela precisava terminar um projeto urgentemente que já estava atrasado. Sentou-se em sua cadeira e em cima de todos os papeis havia o exemplar de uma das revista de fofoca colocado mais lidas de todo o Reino Unido . Ela passou os olhos pela capa, seu respiração ficou tensa e pesada quando leu o titulo da capa:
“Draco Malfoy e Pansy Parkinson, encontro as escondidas”
Hermione olhou atentamente a capa. Folheou rapidamente a revista a procura da reportagem. Ele não podia ter feito isso com ela. Sabia do que ele era capaz, mas ela estava esperando o filho que ele tanto queria. Será que isso não havia sido levado nem por um momento em conta? Olhou a reportagem que ocupava apenas uma pagina seguida por muitas fotos.
“Na tarde de ontem, Draco Malfoy foi visto almoçando com Pansy Parkinson, sua ex-noiva. Pareciam estar divertindo-se enquanto Hermione Malfoy, atual esposa de Draco Malfoy, encontrava-se em uma reunião na empresa da qual o marido é o dono. As fotos mostram o quão a vontade os dois se encontravam no local onde eles almoçavam. Fontes informam que esse era o restaurante onde eles sempre iam quando eram noivos a cerca de dois anos atrás, quando o noivado acabou sem explicações claras.
Draco e Pansy não tiveram nenhum tipo de contato físico durante o almoço, pareciam amigos de longa data conversando calmamente. Poderiamos jurar que eram pessoas conversando sobre negócios, mas não foi isso que Pansy demonstrou no momento em que saíram o restaurante. Estavam de braços dados e ela sorria abertamente enquanto ele lhe falava. Entraram no carro em direção a casa da socialite que mora mais no interior da capital.
As fotos que seguem foram tiradas na entrada do condominio de luxo. A casa onde Pansy Parkinson mora foi herdada por ela após a morte dos avós em um tragico acidente a aproximadamente cinco anos.
Será que o conto de fadas com Hermione Granger terminou? Ou simplesmente Draco Malfoy e Pansy não passam de grandes amigos? É uma duvida que realmente nos fica. Será que Hermione está sabendo que o marido saiu para se encontrar com a ex-noiva!? São perguntas que ficam no ar. Agora só nos resta esperar para ver qual será o desfecho da história. “
Hermione não podia acreditar no que lia. Repassou toda a reportagem novamente. As lagrimas brotaram em seus olhos. Passou as costas da mão no rosto tirando as lagrimas que insistiam em cair. Ela não devia estar enxergando direito.
– Está tudo bem, Mione?
A castanha virou-se e encontrou Luna alguns passos de sua mesa, olhando-a. Parecia preocupada. Aproximou-se da amiga e a abraçou fortemente. Ela certamente já sabia da fofoca do ano. Sentiu-se humilhada por ele, Draco não tinha esse direito.
– Você está bem mesmo? – perguntou Luna apreensiva.
– Estou. Não precisa se preocupar Luna. – disse Hermione séria – irei resolver esse problema agora...
– Não vá fazer algo da qual se arrependerá depois! – disse a morena mirando Hermione preocupada.
– Luna... eu já sei o que eu vou fazer.
A castanha saiu pisando firme com o exemplar da revista nas mãos. Ela entrou no elevador sem olhar para os lados. Chegou ao andar e passou reto por Odete que tinha um sorriso disfarçado no rosto.
– A senhora não pode... – começou Odete.
– Mas eu posso lhe mandar calar a boca. – disse Hermione a encarando – faça isso por mim.
Odete olhou espantada enquanto a morena entrava no escritório.
– Bom dia querida. – disse Draco aproximando.
– Bom dia o cacete. – disse ela jogando a revista em cima dele. – eu sei que estou com você pelo contrato, mas isso não lhe da o direito de sair com sua ex-noiva.
– Mas do que você está falando? – perguntou ele sem entender nada.
– Como assim do que eu estou falando? – ela riu – se você quiser sair com Pansy Parkinson fique a vontade, não me oponho. As únicas coisas que lhe peço é que isso não deixe chegar a mídia e que nunca mais deite comigo.
– Eu não estou entendendo... – ele estava começando a ficar nervoso.
Hermione pegou a revista que estava no chão e entregou a ele de maneira brusca.
– Leia. As fotos ficaram uma graça.
Draco Malfoy começou a ler o artigo, sua feição ficava tensa a cada linha que ele lia e as fotos eram sem duvida comprometedoras.
– Na casa dela!? Na cama dela!? – riu Hermione com desgosto. – acho que entendo esse tipo de negócio...
– Eu não fiz sexo com ela...
– Eu duvido Draco Malfoy! – Hermione o desafiou – nem mentir direito você consegue meu caro. Precisa ver a sua cara.
– Você quer a verdade?
– Quero. Ao menos isso eu tenho direito não!? Se eu não estava sendo o suficiente para você tivesse me avisado. Teria saído da sua cama a muito tempo. – disse ela áspera.
– Nós não chegamos a transar... eu não consegui ir para cama com ela. – disse ele desesperado.
– Vai dizer que é por minha causa? – ela soltou uma risada estridente – Não me faça rir por favor.
– E foi Mione. Eu não consegui fazer nada com ela. Não consegui... pensei em você. Ninguém me completa como você... pelo menos não fisicamente.
– Você está querendo me fazer rir Draco. Você consegue ser tão hipócrita quando quer. – ela o olhou com despreso. – Sabia que você era canalha, mas não acreditava que chegasse a esse ponto.
– Você não pode ficar nervosa.
– Não posso!? Coitada dessa criança... tenho dó dela por ter um pai desse.
– Me desculpe Hermione... me perdoe.
– Eu não tenho o que lhe desculpar não é verdade?! Não está no contrato que você deve ser fiel a mim... ou seja não tenho o que lhe perdoar.
– Claro que sim... – ele estava desorientado – eu não tive nada com ela.
– Não quero mais explicações Draco. Você não deve nada a mim. – disse ela firme.
Hermione Granger Malfoy deu as costas a ele, não sabia o que estava acontecendo com ela. As coisas começaram a sair de foco e ela parou de andar. Sentiu o chão caindo perante seus pés. A luz estava ficando cada vez mais fraca e nem seus olhos e nem seus ouvidos conseguiam destinguir alguma coisa alem de borrões e sons distantes.
Draco viu Hermione desmaiando em câmera lenta. Ela caiu no chão com um baque surdo e ele entrou em desespero. Tinha a morena agora em seus braços desacordada , entrou no elevador e sem saber como apertou o botão para o subsolo. Sentiu-se culpado, o remorso batia em sua cabeça o torturando a cada segundo que passava. Ele tinha sido o culpado por tudo o que acabará de acontecer. A culpa era somente dele e de mais ninguém, pois tinha sido o próprio a ir na casa de Pansy.
O loiro a colocou no banco de trás e saiu em disparada em direção ao hospital. Não parou nos sinais vermelhos e estava no limite de velocidade em todos os instantes durante. Olhava Hermione em todos os momentos pelo retrovisor, ela ainda estava desacordada no banco de trás. O desespero foi se apoderando dele.
Draco Malfoy estava sentando na sala de espera. Sua mente não raciocinava direito e ninguém dava informação nenhuma sobre Hermione. Se ela perdesse o bebe o único culpado seria ele. Nunca devia ter ido àquele encontro com Pansy. Não havia lhe acrescentado sequer uma vírgula a mais no que já sabia e ainda tinha sucumbido ao desejo momentâneo que se apoderou dele. Nunca a havia lhe amado e jamais se sentira tão bem com a ex-noiva quanto agora com Hermione. Ela lhe havia mostrado tantas coisas apesar de viverem em pé de guerra constante. Mas aquela semana em Paris lhe mostrara quão amável Hermione podia ser com alguém, ela tão doce e carinhosa que o admirava. Viu o médico aproximando-se dele e levantou-se de imediato.
– Como a Hermione está Dr!? E o bebe?
– Calma Sr. Malfoy. – disse o médico – ela está bem e o bebe também.
– Quem bom. – disse ele aliviado.
– Mas eu preciso que o Sr não a deixe mais passar por situações nervosas, porque se isso continuar a acontecer – falou o médico sério – não afetará apenas o bebe, mas sim Hermione. O começo da gestação é o mais importante, pois é onde o feto está se formando. Portanto não deixe que ela se estresse ou tenha emoções mais fortes.
– Não deixarei... posso ve-la?
– Claro... ela está descansando.
– Quando ela sai?
– Amanha de manhã. Ficara hoje apenas por precaução.
O médico mostrou onde era o quarto em que Hermione encontrava-se. O loiro parou perante a porta sem saber ao certo o que fazer, mas tinha que ver como ela estava. Abriu a porta e viu que a castanha estava acordada olhando fixamente para a parede em frente.
– Posso entrar?!
– Por mim... – disse ela numa voz fraca.
Draco aproximou-se e sentou na cadeira ao lado da cama da esposa. Ela estava um pouco pálida. Parecia estar totalmente indiferente a sua presença.
– O que você quer aqui Sr. Malfoy? – perguntou a castanha.
– Me perdoa. – disse ele a mirando.
– Eu não tenho nada que lhe perdoar...
– Eu não tive nada com ela...
– Você ao menos podia ter sido discreto não é!?
– Eu tive que ir conversar com a Srta. Parkinson... mas foi a negócios...
– Eu sei que tipo de negócios entre você e ela Draco Malfoy. – Hermione sorriu desdenhosa.
– Mione... eu não tive nada com ela.
– Por que eu teria que confiar em você Malfoy?
– Por que... por que eu sou seu marido.
– Contrato lembra-se!?
– Claro que eu me lembro. Entre eu e Pansy não a mais nada a muito tempo. E aquele dia foi... foi um erro.
– Então quer dizer que houve algo não foi!?
– Você quer mesmo a verdade?
– Você me deve pelo menos isso não!? – disse ela o encarando. – Sei que isso não está no contrato, mas afinal eu estou sendo ridicularizada publicamente...
– Com relação a isso não se preocupe... já tomei as minhas providencias...
– Já aconteceu. Não há o que fazer meu caro...
– Todas as revistas saíram de circulação já.
– Não é possível e você sabe. – disse ela indiferente.
– É tão impossível que eu já não existe mais esses exemplares nas ruas.
Hermione o olhou indiferente, mas aquilo não lhe importava mais. Sua reputação já havia sido manchada por ele e pela suposta amante de Draco.
– Você quer mesmo a verdade? – perguntou ele novamente.
– Quero.
Ele a olhou impaciente. Queria que ela desistisse no ultimo instante, mas ela permaneceu como uma rocha deitada perante ele o olhando firme nos olhos.
– Eu fui realmente até a casa da Srta Parkinson...
– Disso eu sei... quero saber o que rolou la dentro, só me poupe dos detalhes...
– Eu... eu realmente quase fiz... quase fiz sexo com ela... – disse ele tentando manter a calma – mas eu não pude...
Hermione apenas o encarou. Draco analisou-a por um momento, estava fria como gelo. Tinha os olhos pregados nele com indiferença.
– Mas eu não consegui... – disse ele – eu não pude. Porque eu não parava de pensar em...
– Eu não quero mais escutar nada Malfoy. Não me interessa o que você ira me dizer... agora me faz um favor!? – ela o olhou de cima abaixo com repugnância. – saia por onde você entrou.
Draco a olhou mais uma vez. Sabia que não havia o que se feito. Deu as costas e saiu do quarto. Fechou a porta com um estalo fraco, apoiou-se nela, passou as mãos pelo cabelo. Tinha vontade de se matar por ter feito Hermione sofrer, sabia que ela estava se sentindo mal por causa dele. Exclusivamente por ele e por mais ninguém. Tinha estado tudo tão bem e ele estragou. A passos lentos seguiu para a saída do hospital.
Hermione olhou para aquele quarto vazio. Todos aqueles meses haviam sido quase como um sonho, ela e Draco estavam se dando tão bem e ele a traiu. Traiu o que, por mais que houvesse lutado, estava começando a sentir pelo marido. Pegou o telefone ao lado de sua cama.
– Alô!? – disse a pessoa do outro lado do telefone.
– Luna!? E você!? – perguntou a morena.
– Sou eu sim, Mione! Como você está? – perguntou a moça preocupada - Eu estou indo para ai.
– Então conversamos quando você chegar.
– Está bem. Eu e a Gina estaremos ai dentro de cinco minutos.
Hermione Granger Malfoy colocou o telefone novamente no gancho. Endireitou-se naquela cama horrível de hospital. Pousou a mão sobre o ventre que começava a demonstrar algumas pequenas modificações. Seu ventre começava a arredondar-se para mostrar e proteger a nova vida que estava a caminho.
– Porque ele fez isso com a gente, bebe!? – perguntou a castanha acariciando a barriga – por que ele fez isso!? Será que eu não sou o suficiente!? O que eu fiz de errado meu pequenininho? Será que é errado estar sentindo o que eu não quero sentir?! Eu não posso me envolver mais com ele... eu não podia estar me sentindo assim... não podia.
Duas batidas leves ecoaram no quarto.
– Pode entrar. – disse ajeitando-se melhor.
Luna Lovegood e Gina Weasley entraram no quarto, a feição das duas mulheres demonstravam tensão e preocupação. Tudo ao mesmo tempo.
– Como você está, Mi? – perguntou Luna sentando-se na cadeira ao lado da cama.
– Estou bem. Estou melhor, eu acho. – disse a castanha forçando um sorrindo.
– Mesmo?! – perguntou Gina desconfiada.
– Mesmo. - Hermione confirmou com a cabeça. - Estou melhor. Não sinto mais nada.
– Você nos deu um susto ! – disse Gina sentado-se na cama, ao lado dos joelhos da castanha
– Luna, você pode me fazer um favor?
– Claro que sim Mione. Do que você ta precisando?
– Você pode me emprestar o seu apartamento? Você ta morando com o Darian agora, não está? – perguntou Hermione um pouco de receio – eu queria sumir uns dias. Não estou em condições de voltar para casa, ainda. – respirou fundo – se você pudesse me emprestar só por uns dias...
– Você não tem que ficar me dando explicações, Hermione! – disse Luna abraçando a amiga – claro que eu posso lhe emprestar. O apartamento está fechado. Pedirei a moça que limpa o apartamento do Darian dar uma geral lá.
– Não precisa . Você já esta fazendo demais por mim! – respondeu a morena sem jeito.
– Nem comece, que eu não quero ouvir Mi.
– Iremos te ver todos os dias. – disse a ruiva sorrindo. – Eu comprarei algumas coisas... sabe comida!? E deixarei a dispensa feita.
– Para, Gina! Não é necessário. Eu mesma posso fazer as compras.
– Mione! – falou Gina olhando para a amiga com ternura – Eu irei fazer isso você, querendo voce sim ou não.
– Eu não sei nem como agradecer vocês duas por tudo o que estão fazendo.. – disse a castanha emocionada – obrigado Luna! Obrigado Gina!
– Não precisa nos agradecer boba! – disse Virginia abraçando a amiga com carinho.
– É verdade. – disse Luna se juntando-se ao abraço. – estamos fazendo isso porque te adoramos. E não só por você não é!? Esse pimpolho que você ta esperando também né?!
– Obrigado! O Draco não pode saber de nada. Vocês prometem!?
– Claro que sim. Ele não saberá de nada Hermione. – respondeu a ruiva sorrindo. – Mas falando nisso o que ele te disse sobre isso?
– Se não quiser falar não precisa. – disse Luna rapidamente.
– Eu preciso desabafar. – disse a castanha suspirando – Ele disse que quase transou com ela, mas que não conseguiu...
– Mas que filho de uma boa mãe! – disse Luna com raiva. – O que ele esta pensando hein!?
– O que mais que ele te disse Mi? – perguntou Gina compreensiva.
– Mais nada por que eu mandei ele embora! – disse Hermione enquanto as lagrimas teimavam a escorrer por seu rosto – não queria escutar mais nada que viesse dele. Nada! - a castanha enxugou as proprias lagrimas com raiva.
A enfermeira entrou no quarto.
– O horário de visitas acabou. Vocês terão que sair.
– Tudo bem. – disse Gina. – Tente não pensar mais no assunto. - a ruiva deu um beijo carinhoso da testa da amiga. - Quando você irá receber alta, Mione?
– Amanha de manhã. Por volta das dez horas.
– Eu venho te buscar. – disse a ruiva – não irei trabalhar pela amanha. Chegarei aqui lá pelas nove. Quem sabe não te liberam mais cedo!?
– Tudo bem. Só não quero encontrar com o Draco.
– Ta certo. – disse Gina. – até amanha, amiga.
– Tchau Mi. – disse Luna imitando Gina. Deu um beijo carinhoso no topo da cabeça da castanha – passarei lá na hora do almoço.
– Esta bem! Amo vocês.
Hermione estava novamente sozinha naquele quarto enorme. Levantou-se da cama quando escutou novas batidas na porta.
– Pode entrar.
– Como está se sentindo, Hermione? – perguntou o médico que entrara
– Estou muito bem doutor.
– Não sente dor?
– Nenhuma.
– Enjôos?!
– Também não. Estou bem doutor. Não sinto nada... – ela sorriu – quando poderei ir embora?
– Amanha pela manhã como havia lhe dito mais cedo. - respondeu o médico bondosamente.
– Que bom! Mais ou menos que horas? – perguntou Hermione interessada.
– Entre 9 e 10 horas. – disse ele sorrindo ao ver a aflição da moça – o senhor sabe se o Dr. Harry está de plantão?
– O Dr Harry? - o médico pensou por breves instantes. - Oh, sim... ele acabou de chegar.
– Pode me fazer um favor?
– Claro que sim Sra. Malfoy.
– Pode pedir que ele venha aqui?
– Claro que sim. Pedirei a ele. – disse o médico – você quer que avise o seu marido quando sair?
– Não será necessário. Minhas amigas virão me buscar.
– Está bem. Não se esforce. Evite de ficar levantando.
– Pode deixar. Levantei apenas por estar com as pernas dormentes.
O médico saiu deixando a castanha mais uma vez sózinha. Hermione arrumou a cadeira deixando-a de frente a janela. O céu do lado de fora estava estrelado e a lua em quarto minguante brilhava no horizonte. Detestava hospitais com todas as suas forças. Fazia a lembrar de coisas que lutara parte de sua vida para esquecer. Escutou a porta se abrir. A morena correu e abraçou Harry Potter.
– O que aconteceu, Mione? – perguntou o seu melhor amigo preocupado
– Você viu as revistas, não?!
– Vi. – disse ele abraçando a amiga fortemente. – mas por que você está aqui?
– Você pode imaginar.
– Sim... – disse ele visivelmente triste. – Sente-se. Não é bom que fique de pé.
Hermione sentou-se obediente.
– Preciso te tratar como doutor aqui? – perguntou ela acanhada.
– Claro que não. – ele sorriu – como você esta, Mi!?
– Estou bem Harry... pelo menos eu acho.
– O Draco conversou comigo. – disse Harry mirando-a – ele está mal, Hermione.
– Eu não quero saber dele, Harry. – disse a castanha segurando o choro – ele me traiu.
– Eu sei Mione. Eu não tenho nem o que te falar. Não tenho nem como defender ele... – disse ele cansado – mas ele esta arrependido... está preocupado com você. E me liga a todo momento para saber como você está.
– Não quero que ele saiba de nada, Harry. Por favor.
– Eu não posso fazer isso Mione e você sabe disso!
– Pode sim se eu pedir ao Doutor Harry Potter.
– Está bem Hermione Granger. Não irei falar nada a ele. – Harry respirou fundo – você irá perdoa-lo?
– Sinceramente eu não sei... – disse a castanha.
– Ele me contou do contrato.
Hermione prendeu a respiração quando escutou aquelas palavras da boca de seu melhor amigo. Ela o olhou com os olhos arregalados como os de uma criança que tinha sido apanhada no flagra. A castanha abaixou a cabeça.
– Desde quando você sabe disso? – perguntou ela olhando para as mãos.
– Desde o começo. Draco acabou me contando tudo num momento de desespero. – disse o moreno – eu disse que não contaria a ninguém sobre contrato... tanto é que nem Gina sabe.
– Ela não sabe mesmo? – perguntou Hermione com sua natural desconfiança.
– Não, ela não sabe de absolutamente nada. E nunca saberá pela minha boca. – disse ela sério.
– Obrigado Harry. – ela o olhou com carinh.. – sei que não está fazendo isso por mim, mas mesmo assim...
– Faço isso por você e por Draco. – disse o homem sorrindo. – E eu também sei que você está gostando dele de verdade.
– Claro que não estou. – disse ela surpresa – eu não sinto nada por ele.
– Tanto eu quanto você sabemos que é mentira. – disse ele firme. – sei que você lutou por isso mas está totalmente envolvida. Tanto você quanto Draco. Posso até arriscar que vocês estejam apaixonados um pelo outro.
– Não fala besteira Doutor Harry Potter. – disse Hermione firme. – Isso é mentira. Como eu poderia gostar de alguém que me traiu!?
– Você só ficou assim porque gosta dele, se não lhe importasse nada aconteceria com você. E você bem sabe!
– Harry... eu não posso gostar de alguém que faz isso comigo. Você não me entende?!
– Mas no coração ninguém manda Mione e eu sei melhor do que ninguém... e você também sabe!
– Mas o que eu estou passando não tem nada haver com que aconteceu com você e a Gina! – disse a castanha.
– Não vou insistir, mas você agora já sabe a minha opinião. – disse ele. – só lhe peço para não cometer nenhuma besteira.
– Jamais colocaria a vida do meu filho em risco.
– Eu sei disso! Falo com relação a Draco.
– Está bem.
O celular de Harry começou a tocar.
– É o Draco novamente. – disse Harry olhando no visor do celular.
– Você não está aqui comigo ok!?
O moreno foi para o canto do quarto e falou de maneira rápida com Draco e para a surpresa dela falaram em outro idioma. Falavam rapidamente em dinamarques. Hermione só pudera distinguir o idioma e algumas palavras perdidas, pois havia feito o primeiro modulo como disciplina eletiva na mesma escola que cursará com Harry e Gina.
– O que ele queria? – perguntou Hermione seca.
– Saber como você está. Será que você ainda não percebeu que ele também está apaixonado por você Mione?
A castanha riu.
– Isso não é paixão, Harry. É peso na consciência. – ela o olhou. Falava de modo irônico – e você sabe que é.
– Não. Eu não sei, Hermione. – ele a encarou.- Agora deite e descanse. Amanha pela manhã passarei para ver como está.
– Esta bem, então! Boa noite. – disse Hermione sorrindo.
– Pense no que conversamos.
– Tentarei pelo o contrario. Quero esquecer Draco Malfoy. – disse ela o encarando.
– Estou tranqüilo porque eu sei que você irá pensar. – ele riu – te conheço bem, morena.
Hermione acordou assustada. Havia dormido consideravelmente. Olhou para o relógio, estava quase na hora do médico passar em seu quarto para lhe dar alta. Arrumou-se rapidamente, dentro de alguns instantes receberia alta e Gina a levaria para o apartamento de Luna.
– Posso entrar?
– Claro que sim doutor. – disse a castanha sorrindo – receberei alta hoje!?
– Sim, nesse exato momento. Sua amiga Virginia já se encontra a sua espera!
– Que bom! – disse Hermione sorrindo – obrigado por tudo doutor.
A castanha saiu apressada. Quanto menos tempo ficasse naquele hospital melhor. Encontrou a ruiva na sala de espera.
– O Harry não está sabendo de nada não é?! – perguntou Hermione ao se aproximar de Gina.
– Não, porque eu sei que se ele soubesse contaria ao Draco.
– Obrigado Gina! - a castanha abraçou fortemente a amiga.
– Pare de me agradecer! E vamos antes que o Draco chegue!
– Está bem.
Entraram no carro de Virginia. O apartamente de Luna não ficava muito longe da empresa, mas era um lugar discreto e Draco Malfoy jamais desconfiaria.
– Você acha que o Darian está sabendo? – perguntou Hermione preocupada.
– Não. Eu combinei com a Lu. Nem ele e nem o Harry irão saber onde você está.
– Melhor assim. - disse Hermione olhando para o cidade que passava atraves da janela.
– Você pretende ficar lá por quanto tempo?
– Eu não sei ao certo.
– Não fuja dos problemas Hermione, uma hora ou outra voce terá que enfrenta-los.
– Eu não estou... – disse a castanha respirou fundo – apenas preciso colocar a minha cabeça no lugar.
Chegaram no prédio em que anteriormente Luna morara, era modesto, não havia muito luxo. Subiram rapidamente. O apartamente estava impecável, a castanha olhou tudo, nunca tinha ido ali. Era pequeno e aconchegante. Sentaram-se no sofá.
– Adorei Gina! – disse Hermione olhando as coisas.
– O apartamento da Luna é muito fofo mesmo. – disse a ruiva – tem tudo o que você precisa ai. A dispensa está cheia... comprei tudo o que voce gosta.
– Eu me viro! – disse a castanha sorrindo.
– Eu e a Luna passaremos aqui assim que sairmos da empresa. - Nos espere, hein?
– Claro que sim... vou ficar esperarando por vocês!
– Então tudo bem! Deixa eu ir por que ainda preciso levar a Ma para a escola.
– O Harry não está em casa?
– Está, mas como foi plantão, ele está cansando e prefiro eu leva-la na escola. Tenho dó do estado que ele chega em casa.
– Posso imaginar.
– Posso te contar uma coisa Mione?
– Claro que sim né! Diz logo!
– Eu acho que você vai ser titia de novo! – disse a ruiva rindo.
– Eu... EU NÃO POSSO ACREDITAR! – as duas abraçaram-se fortemente. – Que lindo! Quanto tempo?
– Estou de três mêses e meio.
– Oh! – disse ela rindo. – Não precisa dizer nada. Caribe! Caribe! Caribe!
– Besta!
– O Harry já sabe!?
– Ainda não. Vou contar logo logo, quero fazer surpresa! - Gina pegou a bolsa – Tenho que ir Mione!
Virginia foi embora e Hermione jogou-se no sofá. Era um apartamento realmente pequeno: sala, quarto, cozinha, banheiro e uma pequena varanda que Hermione não arriscava em ir devido ao seu pavor com alturas muito grandes. Seu celular tocou ao seu lado, era o telefone da casa de sua mãe.
– ONDE VOCÊ ESTÁ HERMIONE? – perguntou uma voz estridente do outro lado da linha.
– Calma mamãe. Eu estou bem.
– COMO CALMA?! VOCÊ FOI INTERNADA E NINGUEM ME FALOU!
– Eu estou bem mamãe.
– E ONDE VOCÊ ESTÁ?! O DRACO ACABOU DE ME LIGAR DESESPERADO POR NÃO SABER DE VOCÊ! QUE SIMPLESMENTE SUMIU DO HOSPITAL! EU EXIJO UMA EXPLICAÇÃO, HERMIONE JANE GRANGER. – Jane berrava do outro lado da linha.
– Calma mãe. Eu estou bem e o bebe também. Não precisa ficar nervosa.
– ONDE VOCÊ ESTÁ, HERMIONE GRANGER??
– Se eu falar você irá contar ao Draco. Por tanto mamãe... simplesmente saiba que eu estou bem.
– EU NÃO QUERO SABER SE VOCÊ ESTÁ BEM OU NÃO! QUERO SABER ONDE VOCÊ ESTÁ!
A castanha respirou fundo. Nunca tinha brigas com sua mãe, mas quando elas ocorriam eram longas e exaustivas e normalmente era ela quem saia perdendo. Sua sorte é que já não morava mais na casa da mãe, não tendo por abrigação perder uma briga.
– Mamãe. – Hermione respirou fundo. – já lhe disse que não direi onde estou. Contente-se em saber que estou bem e mais nada. Deixarei o celular ligado o dia inteiro para que se quiser falar comigo que consiga.
– HERMIONE GRANGER ME OBEDEÇA!
– Desculpa mamãe, mas não irei lhe obedecer nesse caso. Quero sumir por um tempo. Compreenda isso, quero um tempo para colocar as minhas idéia do lugar...
– Está bem. – Jane parecia estar mais calma – Se é assim que você quer. Mas lembre-se que você está esperando um filho e que os cuidados redobram nessa época.
– Disso eu sei. Não precisa me lembrar.
– Pois um lembrete é sempre bom para uma teimosa como você. Espero que você não tenha esquecido que tem um marido também.
– Disso eu não tenho como esquecer.
– Sei que você está magoada, mas tente entende-lo.
– Se quer ficar do lado dele mamãe, faça bom proveito. – disse Hermione irritada.
Desligou o celular na cara de sua mãe. Sabia que não deveria ter feito isso, mas ela a tirara do sério finalmente. Sua cabeça latejou em pensar que sua mãe estava defendendo Draco Malfoy. Urrou de raiva. Por que tudo isso estava acontecendo com ela? Esmurrou o sofá como uma criança com raiva dos pais.
O celular tocou incansavelmente os dias que se seguiram. Draco e Jane ligavam a cada minuto. E a castanha simplesmente ignorava, estava trancafiada no apartamento a pouco mais de uma semana. Sabia que estava pronta para voltar para casa. Gina e Luna haviam ido todos os dias lhe visitar e ficar com ela durante horas a fio. Na mesa de centro da pequena sala viu seu celular vibrar. Era Draco.
– Alô.
– ONDE VOCÊ ESTÁ HERMIONE?
– Abaixe o tom de voz primeiro Sr. Malfoy. – disse seca.
– Onde você está?
– Só quero que você me prometa uma coisa antes de eu dizer onde estou.
– Claro.
– Que enquanto estiver casado comigo irá me respeitar apesar de ser apenas uma farsa... eu quero que você seja fiel Sr. Malfoy e mais nada.
– Aquilo foi um erro, não o cometerei mais. – disse ele sincero. – já lhe pedi perdão por isso Hermione.
– Só que perdão não vai arrumar o estrago que foi feito. Mas mesmo assim. Irei confiar em você, Draco...
– Eu lhe prometo que mesmo sendo uma farsa, como você mesmo intitulou, não lhe trarei mais desgostos e nem a envergonharei de novamente. – disse ele polidamente – prometo-lhe que não virei mais a cometer esse erro grotesco.
– Ótimo.
– Onde você está? – perguntou ele receoso.
– No apartamento onde Luna morava.
– Sei onde é. Estive ai com Darian semana retrasada.
– Ficarei lhe esperando então. – disse ela seca.
Hermione desligou o celular. Estava na hora de retomar o seu casamento. Soubera por Gina que a cirurgia de sua mãe havia sido marcada e que ocorreria no próximo mês. Colocou a mão sobre o ventre, sua barriga não estava mais tão lisa quanto antes, ja encontrava-se levemente arredondada. Sorriu. Logo poderia sentir o bebe se mexendo dentro dela. A campainha tocou duas vezes seguidas fazendo com que a castanha assusta-se. A passos lentos aproximou-se da porta.
Hermione olhava Draco atentamente. Parecia bem mais velho do que lembrava. Haviam olheiras embaixo dos olhos claros e a barba estava por fazer. Estava uns 10 anos mais velho do que recordava.
– Podemos ir? – perguntou ele.
– Claro.
Hermione trancou a porta do apartamento. O loiro ia ao seu lado calado, tinha um dos braços rodeando a cintura dela. Entraram calados no carro. Não havia o que ser dito por nenhum dos dois, tinham ainda 1 ano e 1 mês para conviverem como casados. Seria uma longa jornada para ambos. Hermione teria que aprender a conviver e a esquecer o que Draco Malfoy havia lhe feito e ele teria que aprender alguns valores morais e éticos dos quais ele desconhecia.
Hermione entrou no apartamento de Draco, parecia ainda maior do que era depois de viver no pequeno apartamento de Luna. Germana e os demais empregados a esperavam com uma alegria contida no olhar.
– Que bom que voltou Hermione. – disse Germana a abraçando.
– Precisei de um tempo.
– Vejo que sua barriguinha está começando a aparecer... – disse a senhora em tom amavel.
Pela primeira vez Draco Lucius Malfoy tomou coragem e olhou em direção ao ventre da esposa. As transformações do corpo dela estavam ficando visíveis. Ele ficou parado apenas contemplando o lugar onde seu filho ou filha estava se desenvolvendo. Mesmo por baixo da blusa, era perceptível a pequena barriga que a morena já ostentava. Havia acabado de fazer 4 meses pelas contas de Draco.
– É melhor você subir para o quarto. – disse Draco numa voz rouca.
– Sim... irei para o quarto de hospedes. – disse Hermione quando notou que todos os empregados haviam saído.
– Tudo bem. – disse ele cansado – pedirei que Germana arrume-o para você.
– Obrigado. Preciso apenas pegar um pijama e algumas coisas...
– Fique a vontade.
Hermione entrou no quarto que um dia havia sido o seu e de Draco. Pegou algumas roupas no guarda-roupa e levou para o quarto de hospedes ao lado ao do marido. Lembrou-se que tinha uma consulta com o ginecologista no dia seguinte. Iria fazer o seu primeiro ultra-som. Sentiu-se nervosa. Draco não estava sabendo de nada, teria que contar a ele, mas não tinha vontade. Entrou no quarto de hospedes. Era sem duvida menor do que o quarto que dividia com o loiro, porém tão aconchegante e bem mobiliado. Colocou as roupas no guarda-roupa com cuidado e deitou-se na cama.
– Posso entrar?
– Claro que sim Germana. Entre. – disse a castanha sentando-se.
– Não precisa levantar-se querida. Vim saber se está precisando de alguma coisa...
– Não Germana. Estou bem aqui.
– Vocês não vão voltar?
– Nunca estivemos juntos.
– Nós duas sabemos que não é verdade. Vocês se gostam.
– Não Germana! – Hermione a olhou – Nós não nos gostamos, apenas convivemos por um detalhe.
– Está bem. Essa semana que você não deu noticias, Draco ficou tão mal querida. Não comia direito e não foi a empresa. Passou todos os dias no quarto que vai ser do bebe.
– Isso é peso na consciência.
– Seja o que for... – disse Germana bondosamente – ele mudou muito desde sua chegada nessa casa e na vida dele. – ela suspirou – ele arrependeu-se Hermione. Pode ter certeza que sim.
– Pode até ser, mas eu não confio mais nele Germana. – disse cabisbaixa – será que eu não sou mulher suficiente para ele? Por que ele teve de ir atrás dela?
– Não é nada disso querida.
– Como não Germana?! – as lagrimas escorriam pelo rosto da castanha – ele me traiu com uma mulher que já o fez sofrer! Que traiu ele com o próprio amigo, mas ele foi atrás dela do mesmo jeito.
– Se ele foi almoçar com ela é porque teve seus motivos...
– Que foram suficientemente bons para leva-la para cama com ele!
– Você sabe que não aconteceu nada. – Germana levantou o rosto de Hermione – você sabe que eles não consumaram o ato. E você sabe por que?
– NÃO, EU NÃO SEI... MAS POSSO PRESUMIR! – Hermione estava entrando em desespero – ELE TEVE MEDO... NÃO QUERIA QUE O CASO EXTRACONJUGAL DELE VIESSE A TONA.
– Hermione! – Germana a olhava – Você não está falando nada com nada.
A castanha encarou a velha senhora que estava a sua frente. tinha uma ternura indefinível ao falar de Draco. Ela ajeitou-se melhor na cama de modo que pudesse encarar Hermione melhor. Ela parecia totalmente segura do que estava falando.
– Agora me escute querida. Isso que eu vou lhe contar saiu da própria boca de Draco.
– Eu não quero saber... – disse Hermione enxugando as lagrimas.
– Mas vai saber.
A castanha olhou assustada para a senhora que estava a sua frente. tinha uma posição de respeito que era bastante altiva quando queria.
Calou-se com o seu protesto que certamente seria infundado. Olhou para Germana atentamente esperando que ela começasse logo a falar o que precisava.
– Bem Hermione... eu espero que você entenda o que eu vou lhe falar e tire as suas conclusões.
“ Assim que Draco chegou do hospital, ele passou por mim e nada disse. Se trancafiou no escritório por horas até que me chamou. Entrei no escritório o menino estava jogado no sofá. Parecia ter bebido uma garrafa inteira de wisk. Ele fez com que eu sentasse a sua frente. E começou a falar o que havia acontecido. Estava sob os efeitos da bebida e acabou me contando exatamente o que aconteceu. Ele disse que chegou na casa de Pansy e que tinha a intenção de fazer sexo com ela...”
A castanha assustou-se. Nunca imaginou que Germana pudesse falar desses assuntos tão abertamente quanto estava falando com ela.
“ Só que ele não conseguiu, porque você não saia dos pensamentos dele e que ele tinha vontade de estar com você ali e não com ela. Ele disse que não conseguiu por que a sua imagem veio na mente dele. Ele te procurou e pediu para ir almoçar com você, mas você estava indo almoçar com suas amigas. No dia seguinte você descobriu a traição e foi parar no hospital. Ele disse que estava arrependido por ter feito aquilo com você e que não surportaria lhe perder, e ele disse que não se perdoaria se acontecesse algo com o bebe ou mesmo com você. No dia seguinte ele foi lhe buscar no hospital, mas você tinha sumido. E durante toda a semana que você sumiu, Draco estava sempre com o celular na orelha tentando-te ligar. Mas você não atendia. Ele passou esses dias todos sem comer direito. Não foi a empresa um dia sequer. Ele simplesmente não fazia nada.”
Hermione estava muda, não sabia o que falar. Sua cabeça estava um turbilhão. Nunca imaginará que Draco tinha ficado desse modo com o seu ‘sumiço’.
– Vocês dois ainda não perceberam que estão apaixonados?
– Isso não é verdade Germana.
– Está bem. Vou deixar você descansar... já é tarde da noite.
– Está bem Germana. – disse Hermione sorrindo – boa noite.
A castanha pegou o pijama e colocou. Tinha passado uma semana estranha no apartamento de Luna, não havia dividido a cama com ninguém. Sentia-se desprotegida. Agora estava no quarto de hospedes olhando para o teto com a mesmo sensação. Sentia-se tão protegida quando estava ao lado de Draco Malfoy. Tinha que se acostumar, isso não iria mais acontecer. Era passado, não voltaria atrás de sua decisão.
E os dias foram passando-se assim. Cada um em um quarto. Não se falavam e mal se encaravam. Eram dois estranhos dividindo o mesmo teto. Ela ia para o trabalho em horário diferente do dele para não se encontrarem. Tinham se visto poucas vezes durante aquela longa semana.
O final de semana chegou e com e com ele o coquetel mais esperado do ano. Local onde todos os grandes empresários do ramo de jóias do mundo se reuniam para uma conferencia anual. Hermione estava sentada na poltrona de sua penteadeira fazendo a maquiagem. O vestido que Draco comprará para ela usar estava sobre a cama. Leves batidas foram escutadas.
– Pode entrar. – disse ela arrumando o estojo de maquiagem.
Germana entrou, parecia apressada.
– O que aconteceu Germana? – perguntou a castanha.
– Vim ver se estava pronta.
– Só falta colocar o vestido.
– Irei avisar Draco então. – disse Germana. – ele pediu para que você se apressasse Hermione. Afinal, vocês iram ser os anfitriões dessa edição.
– Está bem... só vou colocar o vestido.
Germana saiu do quarto deixando Hermione sozinha novamente. Ela respirou fundo, tirou o hobbie que estava vestindo e colocou o vestido que Draco Malfoy lhe comprará. Era todo preto com exceção de um pequeno detalhe em prata perto do colo. Olhou-se no espelho e reparou que o vestido delineava seu corpo, deixando evidente a pequena barriguinha que aumentava a cada dia. Era sem duvida um vestido delicado e sensual ao mesmo tempo. Colocou a mão sobre a barriga. Estava para completar quatro meses e em breve faria ultra-som.
– Está pronta querida? – perguntou Germana aparecendo
– Sim... só falta colocar o sapato. – disse Hermione terminando de fivelar a sandália.
– Você não pode ficar muito tempo de pé com esse salto querida.
– Não ficarei. – ela sorriu – por enquanto não tem problema. Minha barriguinha ainda está tão pequena Germana.
– Mas já da para perceber querida. – disse Germana sorrindo. – agora desça antes que Draco tenha um filho de tanto esperar.
– A única que vai ter um filho aqui sou eu. – disse a castanha rindo.
Hermione desceu as escadas de modo suave e viu que o loiro a esperava na ponta. Ele a olhou de cima a baixo como a medisse. Parou alguns segundos no local que abrigava seu filho ou filha.
– Estás muito bonita, Hermione.
– Muito obrigada. – disse a castanha seca. – Vamos!?
– Claro. – disse ele.
Ele engoliu em seco. Respirou fundo. Foram calados o caminho inteiro. Não tinham assunto e Hermione não dava abertura ao marido.
– Chegamos. – disse ele quebrando o silencio.
Dois manobristas rapidamente apareceram. Draco entregou a chave do carro a um deles e deu a volta ao carro. Ofereceu o braço a Hermione e ela aceitou de modo mecanico, mas gentil.
– Podemos entrar? – perguntou o loiro.
– Claro...
– Passaremos pelos fotógrafos e pelos jornalistas. – disse ele a encarando.
– Sem problemas... me acostumei com isso.
Draco a olhou surpreso e seguiram em direção a porta. Foram barrados por inúmeros fotógrafos e jornalistas que pareciam os esperar.
– Pode falar conosco Sr.Malfoy? – perguntou um dos jornalistas.
– Claro. – disse ele sorrindo.
– Como se sente sendo o anfitrião?
– É realmente uma honra para mim e para Hermione. Ficamos surpresos com o convite e aceitamos imediatamente. – disse ele sorrindo.
– Sra.Malfoy. – chamou um dos jornalistas.
Hermione virou-se para ele e muitos flash’s vieram em sua direção.
– Os boatos são verdadeiros? – perguntou um jornalista.
– Depende do qual você se refere. – disse a castanha de modo gentil.
– Você realmente está grávida?
– Fique na duvida. – disse ela sorrindo.
Os anfitriões finalmente conseguiram passar pelos fotógrafos.
– Você conseguiu se livrar no fotógrafo de modo fantástico Hermione. – disse Draco sorrindo gentilmente.
– Isso se chama diplomacia. – disse ela sorrindo.
O coquetel estava em seu auge e Draco procurava Hermione incansavelmente com os olhos. Fazia algumas horas que já não à via. Estava preso em uma roda de empresários que discutiam o preço da grama do ouro. Draco Mlafoy viu os cabelos castanhos de Hermione ao longe sentada em uma mesa, parecia muito entretida conversando com alguém.
Capítulo 63
Hermione andava de um lado a outro cumprimentando as pessoas. Já não estava do lado do marido havia algum tempo, e também não fazia questão nenhuma de permanecer junto a Draco Malfoy.
– Está sozinha? – perguntou um moço aproximando-se. – posso me sentar?
– Estou sózinha sim, pode sentar-se, claro.
– Meu nome é David. Davis Becker. – disse o moço beijando as mãos de Hermione sensualmente.
– Muito prazer. Sou Hermione Malfoy. – disse ela sorrindo.
– Sei quem você é. – disse ele sentando-se. – É esposa do Malfoy não?!
– Sou eu mesma. – disse ela sorrindo.
– Não sei como Draco encontra pérolas como você. – disse ele olhando Hermione. – anda muito difícil encontrar mulheres com tal beleza.
Hermione nada disse, apenas abaixou os olhos para o prato que estava à sua frente. O homem que estava a sua frente estava flertando com ela, a castanha sentiu como se tivesse um triunfo nas mãos, pensou na hipótese de fazer dar o troco a Draco, lhe pagando na mesma moeda.
– Desculpe-me se deixei-a constrangida. – disse David – A revista tinha razão...
– Que revista Sr. Becker?
– Não me chame assim. chame-me de Davis apenas. – disse ele sorrindo.
– Está bem, me chame então de Hermione.
– Está bem Hermione.
– Mas que revista que você esta se referindo?
– Aquela que disse que você era a mulher mais bonita de Inglaterra. – Davis sorriu – aposto que Draco Malfoy morre de ciúmes de você.
– Até que não. Ele não tem porque ter ciúmes de mim.
– Você é designer, não é?
– Sou sim... – confirmou Hermione.
– Vi alguns de seus trabalhos na exposição... são de muito bom gosto e elegância.
– Muito obrigado... – respondeu – adoro o que faço...
– Consegue-se perceber pelo formato que suas jóias adquirem... – disse Davis – você é muito boa no que faz.
– Não trabalho sozinha. Tenho duas colegas trabalhando comigo...
– Ah sim! Eu sei disso. Virginia Potter e Luna Lovegood, as conheço já. São excelentes designer... podemos arriscar que vocês são as melhores do mundo no que fazem...
– Isso já é exagero de sua parte. – disse Hermione sorrindo encabulada– somos boas no que fazemos porque gostamos.
– Daria o mundo para estar casado com você Hermone ou com uma mulher igual a você. – disse ele de modo displicente – Draco achou uma jóia rara.
– Você ainda irá achar alguém melhor do que eu.
– Acho improvável... – ele riu – se fosse para ter alguém teria que ser você ou alguém igual.
Hermione Malfoy estava começando a sentir-se desconfortável com o rumo que a conversa estava tomando. Ele havia se aproximado dela e estavam apenas alguns poucos centímetros longe um do outro. A castanha olhou Davis altivamente e afastou a cadeira dele.
Draco estava acompanhando a cena de longe. Seu sangue estava fervendo de ódio. Davis Becker dando em cima de Hermione descaradamente. Suas mãos estavam começando a suar.
– Está tudo bem Draco? – perguntou Darian.
– Não... – disse em resposta.
– O que foi cara? Parece que viu um fantasma...
– Vi um fantasma chamado Davis. – disse Draco Malfoy irritado.
– O que tem Davis?
– Ele está dando em cima da Hermione, Darian. – disse o loiro.
– Vai até lá Draco. – falou Harry Potter intrometendo-se.
– Conselhos assim são dispensáveis Harry. – disse Darian.
– Ele está certo. – respondeu Draco.
O loiro apenas assentiu com a cabeça. Os punhos estavam fechados.
– Você não é ingles, não Kuno? – perguntou Hermione formalmente. – pelo seu sotaque...
– Não. Sou da Africa do Sul na realidade. – disse ele – minha linha de jóias na Africa do Sul...
– Conheço a os belos diamantes da Africa do Sul... quero ir conhecer, dizem que no seu país tem paisagens maravilhosas.
– Com toda certeza. São tirados belos diamantes das minas da Africa do Sul. – disse ele. – quando for para lá poderá ficar em minha casa...
– Quando formos para lá irei comprar uma casa, ou iremos ficar em um hotel. Ficar em sua casa não será necessário de modo algum.
Hermione assustou-se com a voz grossa vinda de trás dela. Davis apenas levantou os olhos encontrando-os com o de Draco Malfoy. Ele estava de pé atrás da esposa olhando o homem fixamente.
– Vejo que conheceu a MINHA esposa, Davis.
– Sim... Hermione sem duvida é uma mulher encantadora. – disse Davis levantando-se.
A castanha viu o olhar de Draco em direção a Davis e vice-versa. Ela abaixou a cabeça colocando as mãos sobre a tempora. Ela sabia que o marido era impulsivo e explosivo e isso lhe receiou. Ele não mediria palavras nem força se Davis Becker o provocasse.
– Davis é da Africa do Sul, Draco querido. – disse Hermione tentando amenizar o clima.
– Eu sei amor. Conheço Davis a bastante tempo... de longa data.
– Sim, nos conhecemos a bastante tempo. – disse Davis o encarando - gostaria que fizesse um desenho para mim Hermione. Quero uma jóia sua em minha coleção, gostei muito das jóias da Malfoy esse ano!
– Ela não vai poder aceitar não é amor? – perguntou Draco mirando Hermione.
– E por que eu não vou poder aceitar?!
– Você terá um bebe dentro de meses amor... esqueceu-se!?
– Mas isso não tem nada haver amor... – disse ela. – agradeço a seu interesse em meu trabalho Davis, mas não pretendo trabalhar para outra empresa que não seja a de meu marido.
– Entendo, mas se um dia tiver interesse vai saber como me encontrar. – disse Davis. – E parabéns! Não achava que você queria um filho tão cedo Draco. Mal acabaram de se casar...
– Pois achou errado meu caro Davis Becker. Queremos muito uma família completa. – disse Draco abraçando a esposa. – Estamos bem estabilizados, por isso não vimos motivos para esperar.
– Sim. – disse Hermione forçando um sorrindo. – queremos muito esse bebe. Ele veio na hora certa.
– Vou deixá-los a sós. – disse Davis se retirando. – Parabéns mais um vez Sr.Malfoy.
Hermione lançou um olhar gélido à Draco.
– Você é realmente inconveniente Sr. Draco Malfoy. – disse ela levantando-se. – não sabe ser gentil com toda a educação que recebeu?
– Vamos embora Hermione. – disse ele sério.
– Por que?
– Você tem que descansar. Além do que a festa já terminou.
– Preciso me despedir de Luna e Gina.
– Elas já foram embora. Não te encontraram e pediram que eu avisasse você.
– Eu te vi conversando com Harry.
– Ele tinha vindo se despedir. Agora vamos porque eu já mandei buscar o carro.
Hermione estava inconformada pela atitude do marido perante Davis Becker. Se ele quisesse poderia ter contornado a situação de modo diferente, não sendo necessário a arrogância e secura com que tratou o homem.
Entraram na casa calados, cada um tomando seu rumo. Draco parou diante da porta de seu quarto.
– Boa noite. – disse a Hermione.
Mas não houve resposta, Hermione já havia entrado em seu quarto. Quanto tempo aquela situação levaria ele não sabia ao certo. Draco Malfoy tomou um banho tranqüilo, colocou uma samba-canção e jogou-se na cama. A cena de Hermione conversando com Davis Becker estava lhe atormentando. Ele já havia roubado outras namoradas, mas Hermione ele não permitiria. Conhecia-o de longa data e sabia que sua fama era a mesma que ele tivera a meses atrás antes de se casar com a castanha. Passou a mão pelos cabelos para tirar o excesso de água que tinha deixando-o apenas úmido. E a cena de Davis convidando Hermione para trabalhar com ele estava em sua cabeça mais uma vez, mas isso não era o que mais o irritava e sim o fato de Hermione ter pensando em aceitar. Socou o travesseiro com força. Como ela podia ter pensado em aceitar uma proposta feita por ele.
Capítulo 64
Hermione tirou toda a maquiagem, tomou um banho rápido. Sentada em sua penteadeira encovando os cabelos, pensava no ocorrido de instantes atrás. Tinha ficado irritada com a atitude de Draco, mas sabia que não poderia esperar nada menos que aquilo dele. Prendeu os cabelos e sentou-se na cama.
– Hey bebe da mamãe... – disse a castanha alisando o ventre – sabia que eu já te amo muito. E seu papai também. Eu sei que você sente falta dele, mas prometo que isso um dia vai passar. Eu gosto muito de seu pai... eu o amo de verdade. – ela sorriu, havia admitido isso pela primeira vez – mas esse é o nosso segredo. Os adultos são tão complicados pequenininho. Não vejo a hora de poder te sentir ai de dentro bebe.
Hermione Malfoy ajeitou-se na cama, arrumou o travesseiro de modo que parecesse que alguém dormia ao seu lado. Como gostaria se estar no quarto ao lado abraçada com o marido. Desde que chegará naquela casa novamente pensava nisso com freqüência.
Capítulo 65
Hermione esperava o marido impaciente. Olhou o relógio, ele estava atrasado.
– Você...
– Desculpa Hermione. Acabei me atrasando. A reunião durou mais do que eu esperava.- o loiro afrouxou a gravata e tirou o paletó.
– Tudo bem, eu sabia que isso iria acabar acontecendo.- Hermione suspirou - vamos porque estamos mais do que atrasados.
Ela olhou para o rosto do marido, parecia tenso.
– Você está nervoso Draco? - perguntou ela rindo.
– Não. – disse ele convicto. - é claro que não, estou ansioso na realidade.
A morena riu, pegou a bolsa e sairam do apartamento rapidamente. Em poucos instantes estavam a caminho da clinica.
– Draco...
– Oi.
– Você quer um menino ou menina? – perguntou a morena de supetão.
– Eu... nunca parei para pensar nesse fator. - ele parecia estar pensando por um momento.
– Mas se você tivesse que escolher. - a morena estava insegura ao tocar naquele assunto com o marido.
– Hermione, eu realmente não tenho preferência. – ele a olhou e notou o brilho da insegurança nos olhos da esposa – estou falando sério.
Em poucos minutos estavam entrando no consultório totalmente especializado na area de ginecologia e obstreticia. Draco Malfoy a tinha escolhido a dedo, pois era o lugar com os melhores médicos do país no quisito saude da mulher. Sentaram-se na sala de espera.
– Sra. Hermione Malfoy. – chamaram.
A castanha levantou-se e Draco a seguiu. Andaram por um corredor largo de paredes muito brancas, pararam em frente uma porta com os dizeres: Dr. Black.
– Sra. Mafoy. - cumprimentou o médico estendendo a mão a gestante e logo em seguida ao marido.
– Olá Dr. Black. Quero lhe apresentar o meu marido.
– Muito prazer. – disse o loiro – sou Draco Malfoy.
– Já ouvi falar muito de você. – disse o médico sorrindo.
Dr. Black era um senhor de meia idade, cabelos negros e olhos muito vivos. Era um dos melhores obstetras da Inglaterra, e por tanto o unico em que Draco depositara sua confiança para cuidar de Hermione e do bebe que estavam por vir.
– Sra.Malfoy, peço que vá ate o banheiro e coloque esse avental para que eu possa examina-la. - disse o medico entregando o avental branco.
Draco ficou no consultório conversando com o médico enquanto Hermione trocava-se no banheiro.
– Eu gostaria de fazer algumas perguntas ao senhor. – disse Draco sem delongas.
– Já sei quais são. – disse o médico sorrindo – pode fazê-lo sem nenhum problema.
– Como o senhor sabe!?
– Todos os pais de primeira viajem fazem a mesma pergunta.
– Então não tem problema fazer sexo? - perguntou o loiro desconfiado. - não vai machuca-la ou incomoda-la?
– Nenhum, com relação a incomoda-la com o tempo isso acabará ocorrendo pelo aumento do ventre, mas poderá fazer sem nenhuma restrição. Lembro-lhe também que ela esta mais sensivel, então tenha mais paciencia a Sra. Malfoy.
– Entendo.
– Mas não há problema algum. Pode ficar tranqüilo, não irá machucar ela e nem o bebe, esse está muito bem protegido. - sorriu o medico. - só quero te lembrar que os hormonios dela estão a flor da pele, e por isso ela fica mais sensivel e seu humor varia com grande intensidade.
– Isso eu notei, e muito obrigado por ter tirado minhas dividas.
– Não há porque me agradecer Sr. Malfoy, sempre que precisar estarei a disposição.
Hermione saiu do banheiro assim que os dois homens haviam terminado de trocar as ultimas informações.
– Estou pronta.
– Nervosa? – perguntou Dr. Black.
– Um pouco. – respondeu Hermione confirmando. - acho que Draco está mais nervoso do que eu.
– Eu não estou nervoso, apenas ansioso. - disse o loiro corrigindo-a.
O médico piscou cumplice para a gestante.
– Querem saber o sexo do bebe hoje?
– Sim! – respondeu Hermione imediatamente.
– Algum palpite papai? – perguntou o médico a Draco.
O loiro assustou-se do modo com que o médico acabará de lhe chamar. Seria pai dali a alguns meses apenas e não tinha acostumado-se com isso, na realidade não tinha parado para pensar que aquele bebe que Hermione estava esperando o chamaria de papai um dia.
– Hein papai?! – perguntou o médico novamente.
– Não. – disse ele fraco.
A castanha estava deitada na maca que havia dentro do consultório. Dr. Black passou o gel e ligou o pequeno aparelho. Um som alto invadiu a pequena sala.
– É o coração do filho de vocês. – disse ele passando o transdutor – o bebe está crescendo perfeitamente Sra. Malfoy, será um bebe grande e saudável.
– Bem... – disse o médico olhando para a tela. – parabéns papai... é um menino.
Hermione tinha os olhos mareados e Draco estava ali parado, ao lado da cama. Não fazia nenhum movimento, apenas encarava a tela que mostrava seu filho se mexendo-se levemente. Ele não tinha palavras para descrever o que estava sentindo naquele momento. Seus olhos encontraram-se com os de Hermione e ela estava chorando.
– Mione... – disse ele fraco.
Ele deu um selinho estalado nos lábios dela, passando as mãos pelos cabelos das esposa.
– É o nosso menininho Draco! – disse ela limpando os olhos. – parabéns papai.
Draco Lucius Malfoy estava abobado em ver o filho. No começo de toda a história com Hermione nunca poderia imaginar que pudesse sentir algo assim, ao ver seu filho no ventre daquela mulher que tinha lhe trazido tantas coisas boas para sua vida. Tinha jurado que não iria se envolver com ela e nem com o bebe, mas isso já não mais possível. Estava apaixonado por Hermione e tinha plena consciência disso, e já queria essa criança mais do que tudo. Como um serzinho tão pequeno podia ter tanto poder!? Apesar de saber o que sentia pena esposa, nunca iria admitir isso, não poderia por tudo a perder e acima de tudo não suportaria colocar a vida dela e de seu filho em risco. Preferia tê-la longe dele protegida do que perto correndo risco de morte.
– É o nosso menino Mione – confirmou ele fraco.
O médico continuava a passar o transdutor pela barriga de Hermione. O nenê aparecia em diversos ângulos. Estava todo formado. Podia se ver as perninhas, os pezinhos, as mãozinhas. A mamãe tinhas os olhos cheios de água quando finalmente o médico desligou a pequena tela.
Os dois se encontravam agora no consultório do Dr. Black novamente. Pareciam perdidos, cada um em seus pensamentos, mas ambos com o mesmo enfoque.
– Sra. Malfoy... tirei algumas duvidas de seu marido. Vou repeti-las a você. – disse o médico.
A castanha olhou para o marido sem entender, ele apenas fez um sinal com a cabeça sem nenhum sentindo.
– Vocês podem manter relações normalmente, não terão problemas nenhum. O bebe não será machucado – disso o médico sorrindo – esse é um medo típico de pais de primeira viagem.
Draco Malfoy sorriu e Hermione apenas afirmou com a cabeça. Ela não acreditava que o loiro pudesse ter ido tirar essas duvidas com o seu obstetra. Ela apenas riu com seus pensamentos.Estava disposta a ficar com o homem que estava ao seu lado o resto de seus dias, sabia que isso não era possível e que provavelmente isso nunca aconteceria. Cada um seguiria seus passos assim que o contrato acabasse.
– Você tem alguma duvida Hermione?
– Quanto a viagens de avião? Eu poderei fazê-las normalmente?
– Claro, peço apenas que você venha uns dias antes da viajem para fazer uma avaliação do estado do saúde de vocês dois.
– Ela fará. – disse respondeu o marido prontamente.
Hermione despediu-se do médico, sem antes tirar mais algumas duvidas que ela julgava importante saber. Draco apenas escutava, seus pensamentos estavam na fita que se encontrava nas mãos da castanha. Saíram do consultório quase uma hora depois da consulta ter começado. Tinham tirado algumas duvidas e o médico os tranqüilizou-os dizendo que as perguntas iram vir com o tempo.
– Com fome ? – perguntou Draco logo após saírem do consultório.
– Estou, parece que faz um ano que não como.
– Agora você come por dois! – disse ele rindo.
– Não vem como essas. Você escutou o que o médico disse.
– Claro que escutei, apenas estou brincando um pouco. Você quer comer onde?
– Tanto faz. – disse ela – tem alguma sugestão?
– Podíamos ir naquele café perto da empresa, sei que você gosta de lá. – disse ele entrando no carro.
– Pode ser, faz tempo que eu não vou lá. Agora me bateu uma vontade de comer aquela empadinha de camarão que eles fazem que você não tem idéia.
– Então vamos satisfazer a sua primeira vontade. – disse ele sorrindo – não quero que meu filho nasça com cara de empadinha de camarão.
– Isso definitivamente não teve graça Draco.
Ele a olhou e corou. Sem duvida Hermione tinha jogado um banho de água gelada em seu senso de humor. Todos os assuntos que tinham era de trabalho, mas nenhum deles se encaixava naquele momento. A castanha olhava pela janela do carro distraída, tinha uma das mãos pousadas gentilmente sobre a barriga enquanto a outra enrolava uma mexa de cabelo. Essa era uma das manias da esposa que Draco Malfoy mais gostava, a deixava com um aspecto delicado de uma menina.
O café não era um lugar sofisticado, muito pelo contrario. Era simples e aconchegante, o tipo de lugar que Draco nunca ia e que Hermione adorava. Sentaram-se numa mesa de canto.
– O que vocês iram querer? – perguntou o garçom.
– Eu quero uma pizza enrolada e uma coca – disse o loiro – e você Mione?
– Eu vou querer uma empada de camarão.E um suco de maracujá.
O garçom se retirou deixando os dois novamente sozinhos.
– Um suco de maracujá!? – perguntou Draco curioso.
– É, tem sido um ótimo remédio para o meu nervoso. – disse ela rindo.
– Ah sim! Entendo. – disse ele olhando para a plaquinha da mesa. – obrigado Hermione.
– Pelo que? – perguntou sem entender nada.
– Por essa nova vida que eu estou levando.
– Licença?
Draco Malfoy levantou o rosto e deparou-se com Davis Becker o olhando. Seu semblante fechou e ele apenas mediu o homem que estava parado ao seu lado de cima abaixo. Suas mãos fecharam instintivamente enquanto a castanha que estava em sua frente não sabia ao certo que fazer.
– Como você sabia que estávamos aqui? – perguntou Draco seco.
– Me disseram que tinham visto vocês entrarem aqui. Acabei de sair da sua empresa Malfoy. Tinha negócios a tratar com o departamento de Relações Internacionais.
– Espero que tenha resolvido. – disse o loiro.
– Sem duvida nenhuma. Seus funcionários são muito prestativos, mas do mesmo jeito terei que ficar por mais algum tempo por aqui.
– Interessante. – disse Draco indiferente. – só espero que cuide da sua vida nesse meio tempo.
– Draco! – exclamou Hermione espantada.
A castanha estava no meio do fogo cruzado. Agora Draco e Davis tinham voltado a se medir de cima a baixo.
– Estou de saída. – disse Davis Becker ao ver a cara da castanha. – só vim lhe ver Sra. Malfoy.
– Fico muito agradecida. – disse ela gentilmente.
– Agora se me dão licença, tenho problemas a resolver. – disse ele olhando para Hermione.
– Lhe dou toda. – disse Draco.
O garçom se aproximou trazendo os dois pedidos. Colocou-os na mesa. Os olhos de Hermione brilharam ao ver a empada que estava à sua frente. O loiro sorriu ao ver a esposa comendo a empadinha com tanta vontade. Ele tinha ficado incomodado com a presença de Davis que chegava a ter perdido a fome.
– Você não vai comer Draco?
– Ah... vou. – disse ele olhando para a pizza enrolada.
Draco ainda lutava para dormir. Sentou-se na cama, olhou para o quarto vazio. Não tinham uma roupa se quer de Hermione ali. Sentia falta dos perfumes dela em cima da prateleira que agora estava vazia. Deitou-se novamente de barriga para cima, olhava o teto branco e sem graça. Sua cabeça girava pelos momentos que a castanha estivera em seus braços, estava quase dormindo quando um berro entrou por seus ouvidos.
A castanha estava sentada na cama chorando quando Draco entrou correndo pelo quarto. Correu até ela e sentou-se.
– O que aconteceu Mione?
– Me abraça Draco... por favor.
O loiro a abraçou e percebeu que ela se ajeitava em seus braços. Hermione tremia em meio aos braços do marido.
– O que aconteceu?.
– Tive um pesadelo... eu perdia o bebe Draco... foi horrível. – disse ela soluçando.
– Isso não vai acontecer... o nosso bebe esta bem. Ele está dentro de você e está bem. Não ira acontecer nada com ele, te prometo está bem!?
– Como você pode ter tanta certeza?
– Eu não sei, mas nada irá acontecer com o nosso bebe.
Hermione aos poucos foi se acalmando, estava mais tranqüila e já não chorava mais. Draco Malfoy passou as mãos pelos cabelos da esposa.
– Eu vou para o meu quarto. – disse ele levantando-se.
– Não vai Draco... não me deixa aqui sozinha por favor.
Ele a olhou por longos segundos, aproximou-se da cama e a pegou no colo.
– O que você está fazendo?
– Estou te levando de volta para o nosso quarto! Ou você quer ficar aqui?
– Não. Eu quero ir para o nosso quarto. – disse ela sonolenta. – eu estou com tanto sono.
– Volte a dormir. – disse ele abrindo a porta com os pés.
Germana estava quase na porta do quarto quando Draco saiu com uma Hermione sonolenta nos braços. A velha senhora olhou sem entender nada.
– Onde você estava levando-a?
– Ele está me levando para o nosso quarto. – respondeu Hermione sonolentamente.
– O que aconteceu? Escutei um grito e vim o mais rápido que eu pude.
– Não aconteceu nada Germana. Hermione teve apenas um pesadelo e mais nada. Pode ir dormir sossegada que ficaremos bem.
– Tem certeza?
– Absoluta.
– Qualquer coisa é só me chamar... – disse a senhora olhando a castanha aninhada nos braços do marido.
– Pode deixar.
Draco entrou com a castanha no quarto e a colocou gentilmente na cama. Ela ajeitou-se na cama.
– Você não vai deitar? – perguntou ela.
– Vou... vou daqui a pouco. Pode dormir Mione.
– Por favor... – disse ela quase implorando. – deite-se aqui comigo.
O loiro olhou nos olhos da esposa e viu o medo estampado neles. Levantou-se da cadeira e deitou-se ao lado dela a abraçando. Pela primeira vez em semanas Hermione sentia-se protegida. O marido a abraçava com tanto carinho que ela finalmente dormiu. Ainda dormindo ela virou-se ficando cara a cara com ele, Draco tirou uma mecha de cabelo que caia sobre o rosto da esposa e a observou calmamente, como nunca tinha feito. Seus cabelos castanhos combinavam com o rosto angelical que ela possuía. Ali ao seu lado parecia tão pequena e indefesa. Draco deu-lhe um beijo carinhoso na testa, passando-lhe as mãos pelo rosto. Seus pensamentos estavam no lugar e agora sabia exatamente o que sentia por aquela mulher que estava aninhada em seus braços dormindo tão tranquilamente, enquanto esperava um filho seu. Queria Hermione Granger em sua vida para sempre, não apenas por um pouco mais de um ano.
Será que tinha realmente se apaixonado por ela? Coçou a cabeça pensativo e olhou para o rosto da esposa novamente. Não estava somente apaixonado por ela, amava-a com cada fibra do seu ser. Abraçou-a novamente.
Hermione acordou nauseada, fazia tempo que não enjoava daquele modo. Levantou-se rapidamente e correu para o banheiro, vomitando apenas o suco gástrico. Draco acordou assustado com o barulho, com as mãos tentou alcançar Hermione e constatou que ela não estava deitada ao seu lado. despertou no mesmo instante. Bateu na porta do banheiro.
– Posso entrar? – perguntou ele batendo na porta.
O loiro escutou a descarga.
– Pode.
Hermione estava sentada no chão com a cabeça apoiada na tampa da privada que estava fechada, totalmente pálida.
– O que aconteceu Mi? – perguntou ele agaichando-se ao lado dela.
– Enjoei...
– Ainda continua com isso? – perguntou ele preocupado.
– Faz um tempo que eu não tinha nada, mas o médico falou que é normal até o 4º mês de gestação... – ela suspirou – eu entrei essa semana...
– Você consegue levantar?
Hermione tentou, mas não tinha forças para se erguer do chão.
– Acho que isso foi um não. – disse ele a pegando no colo.
– Espera
– O que foi?
– Eu quero escovar o dente. – disse ela fazendo cara de nojo.
– E onde ela está?
– No quarto de hospedes.
Draco foi e rapidamente estava de volta com a escova de dentes da castanha
– Obrigado.
Hermione escovou os dentes bem para tirar aquele gosto horrível da boca. E um pouco vacilante foi até o quarto sob protestos de Draco. Batidas na porta foram escutadas.
– Pode entrar.
Germana apareceu na porta com o telefone sem fio.
– É para você Hermione. – disse Germana tampando o telefone – é do consultório. Eles querem que você confirme a consulta de hoje a tarde.
– Ah sim... já tinha me esquecido. – disse ela pegando o telefone.
Rapidamente Hermione confirmou a consulta.
– O que foi Draco?
– Se eles não tivessem ligado e você atendido aqui é provável que eu nem soubesse não é?!
– Eu... – ela engasgou – eu não iria te falar mesmo se fosse ontem.
– Entendo.
– Mas hoje é diferente. – ela sorriu – eu vou fazer o primeiro ultra-som e se você quiser vir comigo eu vou gostar muito.
Ele a mirou por um instantes sem reação. E finalmente um sorriso se esboçou em seu rosto. Draco Malfoy abraçou Hermione Granger Malfoy.
– É claro que eu irei. – disse ele – que horas vai ser?
– 4 horas. Entendo se não puder ir.
– Eu vou... tenho apenas algumas coisas para resolver na empresa. – disse pensativo – é melhor você não ir trabalhar, não passou nada bem essa manhã.
– Eu vou... – disse decidida. – senão eu não recebo o meu salário.
– Está bem então. Nós podemos ir juntos?
– Claro. Temos que chegar meia hora antes lá. Não vai esquecer Draco, só lhe peço isso.
– Não vou esquecer.
Ao meio dia, Hermione encontrava-se almoçando com Gina e Luna no restaurante ao lado da empresa.
– Mione, e você e o Draco? – perguntou Gina.
– Voltamos! – disse ela.
– Voltaram!? – Gina e Luna juntaram-se em um coro unissono.
– Sim, na verdade não foi uma coisa dita com palavras sabe!? Ontem a noite eu tive um pesadelo a acabei gritando e quando eu percebi ele estava do meu lado me abraçando.
– Ai que lindo! – exclamou Luna sonhadora.
– Acabei indo dormir no quarto dele, desde então creio que reatamos.
– Ai Mi isso me deixa tão contente! – disse Gina piscando para a amiga.
– Eu vou fazer o ultra-som hoje e ele vai comigo. – contou Hermione animada – Você já fez o seu Gina?
– Já! fiz a uns três dias atrás.
– Já sabe se é menino ou menina?
– É mais uma menina! – disse Gina sorrindo de orelha a orelha.
– Parabéns! – Hermione abraçou Virginia Weasley Potter. – E vocês nem para me contar né!? – ela mostrou a língua para Luna – o que o Harry disse?
– Você sabe que ele adora meninas. Sempre me disse que não conseguiria lidar com meninos. Ele ta todo bobo.
– Posso imaginar! – disse Hermione.
– O Draco também está. – disse Gina.
– Quem te disse isso?
– O Harry/O Darian – respondeu Gina e Luna ao mesmo tempo.
– Ele não demonstra muito essas coisas para mim. – disse Hermione.
– Ele é assim mesmo Mi, mas o Harry e ele conversam muito. E você precisa ver a felicidade que ele está quando fala da sua gravidez.
– É... ele está todo empolgado com esse bebe. Agora só falta a Luna ter o dela.
– Vai demorar meninas! Não estamos planejando um bebe agora... nem casados estamos...
– Isso é uma questão de papel apenas. – disse Gina rindo.
Hermione estava exausta, a consulta havia sido tranqüila, porém o encontro com Davis Becker havia lhe deixado tensa. Entrou no quarto do marido e encontrou todas as suas roupas no closet. Germana era realmente incrível, pensou a morena vendo suas roupas exatamente do modo que gostava que fossem colocadas. Seus perfumes e maquiagem já se encontravam na penteadeira do quarto. A porta do quarto se abriu e Draco Malfoy entrou.
– Achei que não iria subir tão cedo para o quarto.
– Não tinha muito o que fazer no computador. – disse ele tirando a camisa. – nada que eu pudesse resolver por ele entende?!
Listen to your heart – Roxette. (link: https://www.youtube.com/watch?v=jK4EeGtsr7E)
Hermione o olhava sem saber o que falar. Era como senão o visse daquela maneira a um longo tempo. Draco sorriu ao ver que a esposa o olhava tão distraidamente. Aproximou-se dela colando seus corpos.
– Faz tempo que eu não sei o que é ter você Sra. Malfoy. – disse ele sussurrando no ouvido dela.
A castanha estremeceu, a voz rouca de Draco em seu ouvido lhe tiravam qualquer resistência que pudesse vir a ter. Tentou se afastar, mas as mãos dele a seguravam pela cintura firmemente. Estavam numa distância perigosa. Hermione estava rendida desde o primeiro momento em que ele entrara no quarto e Draco sabia disso. Sorriu ao olhá-la nos olhos.
– Tem certeza disso? – perguntou ele aproximando-se da boca de Hermione.
– Não... – respondeu ela de olhos fechados.
Essa era sem duvida a resposta que Draco Malfoy queria escutar, pois num momento depois ambos estavam entregues a um beijo cheio de saudades e desejo. A blusa de Hermione foi tirada com delicadeza e perícia pelo marido, seguindo por sua camiseta pólo.
– Espero que ninguém nos atrapalhe dessa vez! – disse ele sorrindo.
A castanha apenas sorriu, queria tanto Draco quando ele a queria. Trouxe-o mais para perto, fazendo suas bocas colarem e seus corpos também. Com uma das mãos, Hermione desabotou a calça do marido o fazendo rir.
– Ta rindo do que?
– Eu to rindo porque era sempre eu quem dava o primeiro passo... – disse ele dando um beijo no pescoço dela.
– Tem horas que é preciso renovar.
Miraram-se por um curto instante antes de se beijarem novamente. As mãos do loiro percorriam as costas de Hermione a procura do fecho do sutiã. Quando finalmente o encontrou, soltou-o com delicadeza. Conhecia cada centímetro do corpo da morena , em apenas um toque ele pode perceber que o corpo dela estava totalmente diferente do que na primeira noite. Sorriu. Estava mais bonita do que antes. As calças de Hermione faziam companhia para as do marido num canto do quarto. A castanha foi deitada carinhosamente na cama, estavam sem uma única peça de roupa. Ele a olhou. Suas curvas estavam menos acentuadas e seu filho começava a demonstrar que estava presente, a barriga dela estava mais distendida. Draco Malfoy deitou-se e puxou-a para cima dele. Não colocaria seu peso em cima dela. Os cabelos castanhos de Hermione Malfoy caiam como cascata sobre ele o fazendo ficar ainda mais excitado.
Mexiam-se com cuidado e precisão. O nível de sensualidade que os corpos desprendiam era algo que deixava aquele momento ainda mais mágico. Não tinham pressa em terminar algo que os unia e os transformavam em um único ser. Hermione sentia-se completa e protegida quando estava nos braços do marido. Ela riu para ele, beijando-o. O brilho nos olhos de Hermione estava entorpecendo-o, parecia uma menina quando sorria para ele.
Draco a apertou fortemente e Hermione deitou-se sobre ele com um sorriso nos lábios discreto. Fechou os olhos e se aconchegou melhor nos braços dele, adorava o cheiro que desprendia do pescoço do marido. Ficou ali, sentia-se calma. Deitou-se ao lado de o mirando.
– Mi...
Ela colocou um único dedo sobre a boca dele o impedindo de falar.
– Não Draco... não diz nada. – disse ela mexendo nos cabelos dele.
– Eu preciso...
Ela o mirou. Draco Lucius Malfoy tinha um semblante calmo, diferente de todos os que ela já tinha visto.
– Então diz...
– Eu quero te agradecer por ter voltado para mim... – disse ele.
– Não vamos falar nisso...
– Mione... por favor.
Ela apenas sorriu, lhe dando permissão para que continuasse.
– Eu... obrigado por tudo o que você fez por mim até agora. – disse ele passando as mãos pelo rosto dela, que estava deliciosamente aconchegado em seu ombro – você tem sido maravilhosa e eu fui um burro em todos os momentos... – ele sorriu – quero que a gente conviva em paz até o final. Quando o bebe nascer... – ele colocou a mão sobre o ventre dela – enquanto você viver comigo eu quero dar um lar para essa criança e não apenas uma casa.
– Eu...
– Deixa eu continuar. – ele apenas a olhou – sei que vai ser por um curto espaço de tempo, mas quero dar uma coisa que eu nunca tive à ele. Nem que seja por apenas 5 meses... quero sentir que eu não fiquei em total falta com ele. Sei que nunca será a mesma coisa, mas enquanto vocês estiverem aqui na minha casa eu preciso saber que ele será feliz.
Hermione sorriu e selou os lábios do marido. Teve vontade de falar que se fosse por ela, nunca iria sair dali. Nem ela e nem o bebe que ela estava esperando, mas ele já havia determinado. Após o bebe nascer, apenas mais cinco meses e ela estaria de volta a casa de sua mãe. Ela suspirou, mas nada disse.
– Você concorda comigo Mione? – perguntou ele temerário.
– Claro que concordo. – disse sorrindo. – não tenho motivos para não concordar. Acho que você tem razão.
Draco puxou a castanha mais para si, e a abraçou. Sentiu que a respiração dela foi se normalizando. Ela estava dormindo tranquilamente em seus braços, puxou a coberta para que ela não ficasse com frio durante a noite.
Tantas coisas passavam em sua cabeça. Não queria que Hermione saísse de sua casa um dia, mas isso já estava determinado. Ela mesmo não ficaria, mesmo que ele pedisse para que ficasse. Draco tinha a certeza que ela estava apenas com ele para que sua mãe fosse operada. Pela primeira vez sentiu-se tentado em adiar a cirurgia de Jane para que ela fosse obrigada a ficar do seu lado mais tempo. Sentiu-se nojento depois de pensar isso, como isso poderia ter passado por sua mente!? Jamais faria isso com a esposa. Preferia tê-la longe dele, mas feliz do que perto e infeliz. Além do que seu filho não tinha o porque passar por uma situação dessa. Afagou os cabelos da esposa, ela era um anjo que tinha caído em sua vida. Mais do que nunca precisava agora saber o que realmente acontecera na noite em que seus pais e a irmã e o pai de Hermione morrerá. Tinha poucas pistas em suas mãos e todas tinham um lacuna em volta. Nada encaixava-se e a única pessoa que o podia ajudar estava em algum lugar distante e não o ligava já fazia alguns meses. Seus pensamentos estavam girando em torno de Andromeda, ela poderia estar em qualquer lugar. Certamente não estaria nem na França e nem da Suécia, pois se estivesse já estaria sabendo. Isso o estava deixando inquieto. Não tinha uma explicação plausível para o sumiço dela.
Capítulo 67
Draco Malfoy acordou a manha já se fazia alta. Era segunda-feira. Tinham o feriado inteiro pela frente, mas antes tinha que resolver o ultimo empecilho para a cirurgia de Jane. Conseguiria a data ainda naquele dia. Trocou-se e desceu para o escritório, em poucas ligações conseguiu agendar a cirurgia.
– Posso entrar?
– Claro que sim Germana. Aconteceu alguma coisa?
Germana fechou a porta.
– Ela ligou menino. – disse a senhora preocupada.
– Quem ligou?
– Andromeda.
– Por que não me chamou? - perguntou ele levantando-se
– Por que isso foi de madrugada e o telefone não tocou. Só vi hoje pela manha.
– Como sabia que era ela? – perguntou ele aflito.
– Por que eu vi no identificador de chamada. Era uma chamada restrita e internacional. – disse a senhora rapidamente – acho que ela deixou alguma coisa na secretária eletrônica.
O loiro pegou o telefone nervoso. Acessou a secretaria eletrônica e a voz de Andromeda entrou por seus ouvidos.
“Meu amado Draco,
Não se preocupe comigo. Estou bem e me encontro na Europa.
Já estou sabendo do bebe. Parabéns, ele vai ser lindo como você, tenho certeza disso.
Sei que não ligo a muito tempo, mas é assim que deve ser.
Hermione Granger é uma garota muito especial e sei o que você sente por ela,
Mesmo estando longe. As fotos não me enganam. Você pode ser um bom ator
Mas não para mim... te conheço desde de bebe.
Faça o que tem que fazer, tem muita gente interessada em que essa gravidez não chegue no final. E sei que você sabe disso meu anjo.
Cuide de Hermione e de seu filho ou filha e não cometa as mesmas besteiras.
Que já cometeram antes de você.
Sei que já sabe sobre Pansy.
Iremos conversar muito em breve sobre isso... lhe contarei tudo o que sei.
Mas não agora. Rachel é uma peça chave que se encaixará com o tempo.
Por enquanto apenas cuide dela sem que ninguém saiba. Faça isso.
E por favor Draco, cuide de Hermione como se fosse sua vida.
Não deixe que nada aconteça a esse bebe que ela espera.
Te amo muito meu sobrinho.
Andromeda.”
Draco escutou a mensagem diversas vezes. Queria ter certeza de que não havia perdido uma palavra sequer dela.
– Posso entrar?
– Claro que sim Mione... – disse o marido.
– Se estiver ocupado eu saio... – disse ela vendo a expressão séria de Draco.
– Não estou querida... estava apenas conferindo as mensagens da caixa eletrônica. – disse ele – Germana a gente vai tomar café agora tudo bem!?
– Sem problemas menino. – disse a senhora retirando-se. – Qualquer coisa podem me chamar.
– Mione, posso falar com você?
– Claro... posso te ajudar em alguma coisa?
– Eu consegui marcar a cirurgia da sua mãe definitivamente... – disse ele sério.
– Você ta falando sério?! – perguntou incrédula.
– Claro que eu estou. – disse ele sorrindo. – será semana que vem. Já tem tudo marcado.
Hermione se levantou deu a volta na mesa e abraçou o esposo inesperadamente. Ele a principio achou estranho aquela atitude dela, no primeiro momento ele não conseguiu retribuir o abraço, mas em seguida abraçou-a com força.
– Eu não sei nem como te agradecer Draco! – disse ela chorando.
– Não precisa me agradecer. – disse o loiro afagando os cabelos de Hermione – por que você ta chorando?
– Eu to muito feliz. Não sei nem o que lhe dizer...
– Já disse que não precisa me dizer absolutamente nada. Quero apenas que sua mãe volte a andar logo.
– Eu preciso ligar para ela. – disse afoita.
– Usa esse telefone aqui. – disse Draco entregando o objeto.
Hermione pegou o telefone com as mãos tremulas. Discou os números e colocou o telefone na orelha. Parecia uma eternidade a cada toque que o telefone dava.
– Alô!?
– Mariana? – perguntou Hermione.
Draco Malfoy engoliu em seco quando a morena em sua frente disse aquele nome. As lembranças se mostraram forte em sua mente, o nome ‘Raquel’ ecoava em seu cérebro.
– Sou eu. Quem é? – perguntou Mariana do outro lado da linha.
– Sou eu, Hermione. Minha mãe está ai?
– Sim... eu vou chama-la.
– Obrigada.
Hermione batia os pés no chão. Dracp analisava cada detalhe da esposa. Os cabelos estavam presos de modo displicente, usava uma batinha branca que deixava a barriga quase escondida e uma calça jeans clara. Constatou que ela apenas havia ganho o peso da barriga além de seus seios terem tido um aumento considerável. Ele sorriu. Eram mudanças realmente magníficas, jamais imaginou que desejaria uma mulher grávida como desejava Hermione Granger Malfoy. As mudanças da gravidez haviam sido tão cuidadosamente extraordinária que haviam deixado a castanha com uma beleza totalmente diferente.
– Mamãe?!
Draco saiu de seus devaneios e voltou a prestar atenção na conversa de Hermione.
– Que voz é essa filha? – perguntou Jane do outro lado da linha.
– Tenho uma boa noticia para a senhora.
– Me diga filha. – disse ela aflita. – que noticia que tem para me dizer?
– A sua cirurgia...
– O que tem ela afinal?
– Será semana que vem!
– Tem certeza querida? – perguntou Jane com a voz fraca.
– Claro que tenho mãe... o Draco acabou de me dizer isso... – disse a castanha – Será semana que vem. Está tudo pronto.
– Como ele conseguiu isso filha?! O médico disse que só sairia...
– Mãe... eu não sei como ele conseguiu. – disse ela interrompendo. – só sei que semana que vem a senhora estará sendo operada.
Hermione falava animada com a mãe e o loiro apenas observava. O vestido que ela vestia balançava deixando a barriga dela em evidencia. Ele apenas sorriu. Não conseguia deixar de reparar na esposa, principalmente agora. Ela desligou o telefone e sorriu.
– O que sua mãe disse Mione?
– Ah Draco... ela não conseguiu falar direito. Pediu que fossemos hoje la... a menos que você tenha algum compromisso...
– Não tenho nada hoje. É domingo lembra ?!
– É verdade... eu acho que perdi a noção de tempo ultimamente. – disse ela sentando-se novamente – eu preciso voltar a trabalhar Draco.
– Mas para que Mione?
– Como assim para que!? Eu não posso ficar em casa só por que meu marido é dono da empresa. Isso não tem nada haver. – disse ela séria. – amanha estarei trabalhando normalmente.
– Eu não sei se...
– Eu vou trabalhar! – disse Hermione decidida – você querendo ou não. A Gina ta com o mesmo tempo de gravidez que eu e está trabalhando normalmente.
– Eu não vou dizer nada. – disse o loiro encarando-a – e sei que se eu não concordar você brigará comigo e irá do mesmo jeito.
– Você tem toda a razão.
– Por isso amanhã se quiser pode ir comigo para a empresa. – disse ele enfim vencido.
– Acho que eu vou acertar a carona. – disse sorrindo.
Hermione ficava tão angelical sorrindo daquele modo. Estava tão radiante que nem parecia a mesma quando estava de mau humor ou irritada. Era simplesmente outra, tinha o dom de cativar e atrair atenções daquele modo. Tornava-se repentinamente uma garota no corpo de uma mulher.
– DRACO!!!! – falou Hermione alto.
– O que foi?
– Estava me escutando?
– Não... – disse ele rindo. - o que você estava dizendo?
– Eu queria saber se podemos ir almoçar na minha mãe. – disse ela sorrindo.
– Claro que sim.
– Lá não tem comidas finas e nem requintadas então...
– E quem disse que eu me importo com isso Mione?! Acho que você realmente não me conhece nem um pouco.
– É que você ta sempre acostumado com comidas chiques e em casa a minha mãe faz comidas simples... – ela sorriu – essas coisas. Não tem nada de carneiro...
– Não me faça rir. – disse ele de modo juvenil – estou louco para comer uma comida decente.
– Então vamos?! – perguntou ela mais animada repentinamente.
– Claro que sim Mi. – disse ele sorrindo e levantando-se.
– Posso te falar uma coisa? – perguntou ela um pouco acanhada.
– Claro que sim. – ele volteou a mesa e parou em frente dela. - O que quiser.
A castanha respirou fundo e por breves seguintes perdeu-se na mirada de Draco Malfoy. Seus olhos eram de um azul tão profundo e misterioso que era impossível não parar para reparar e tentar decifrar a alma daquele homem que ainda lhe era uma incógnita.
– Mione... o que você quer dizer afinal? – perguntou indagador.
– Ah sim... – disse ela voltando a si – por um momento você parecia o Draco que eu conheci em Paris.
Ela virou-se sem dizer mais nada. O loiro ficou parado apenas olhando a esposa afastar-se. “ por um momento você parecia o Draco que eu conheci em Paris” ecoou em seu cabeça. A castanha subiu as escadas sob o olhar do marido, aquela afirmação tinha mexido com ele, será que ele estava voltando a ser como antes?! Antes de toda a tragédia se abater sobre ele!? O único e verdadeiro Malfoy que restou. Draco passou as mãos pelo cabelo lentamente, saiu do escritório e subiu as escadas, entrou no quarto vazio. Trocou apenas a camisa que o estava incomodando.
– Você já está pronto? – perguntou Hermione entrando no quarto.
– Já. – disse ele pensativo.
– Ta acontecendo alguma coisa?
– Não. Por que?
– Você parece pensativo.
– Estou bem... podemos ir?
– Claro que sim. – disse Hermione colocando uma sandália rasteira.
Capítulo 68
A casa de Jane não era tão distante da casa de Draco e Hermione.
– Filha querida! – disse Jane abrindo a porta.
A castanha abaixou-se e deu um beijo na mãe. Mariana apareceu atrás da mulher vestindo um avental de cozinha.
– Vejo que minha mãe arranjou uma substituta definitivamente neh!? – disse Hermione abraçando Mariana.
– É... – disse Mariana sorrindo – agora que você não está sou eu e sua mãe apenas né!?
– Como você está querido? – perguntou Jane à Draco.
– Estou bem Dona Jane. – disse ele sorrindo.
– Entrem. Vamos, o almoço esta quase na mesa. – disse ela virando a cadeira e entrando dentro da casa. – espero que não se importe Draco, a comida aqui é bem simples.
– Claro que não. – disse ele sorrindo – faz muito tempo que eu não sei o que é comida de verdade.
– Minha filha nunca cozinhou para você!? – perguntou indignada.
– Não. – disse o loiro olhando para uma Hermione ja corada. – acho que faltou oportunidades..
– Hermione cozinha muito bem – disse Jane. – sentem-se. Vocês são de casa. Aqui não tem cerimônia Draco querido.
– Que bom. – disse ele espontâneo. – não agüento mais cerimônia. Acho que nem Hermione.
– Pode acreditar que não agüento mesmo. E olha que estou a bem menos tempo nesse mundo que ele. – disse a castanha sorrindo. – é muita cerimônia para pouca coisa. É bom estar em casa.
– Essa vai ser sempre sua casa filha. – disse a matriarca sorrindo. – sinta-se como se estivesse em sua própria casa querido.
– Faz tempo que eu não me sinto em casa assim. – disse ele sincero.
Mais uma vez Hermione viu o menino Draco nos olhos do homem que estava a sua frente. Seu olhar estava tranqüilo e sereno, não tinha nenhum vestígio da mascara de indiferença que sempre trazia neles. Mariana colocou a comida na mesa e sentou-se.
– O que eu te falei Draco!? – disse Hermione colocando arroz no seu prato.
– É verdade. – disse ele se servindo de mistura. – esse cheiro está muito bem.
– Espero que gostem. – disse Jane já comendo. – eu não sei nem como lhe agradecer Draco.
– Não tem o que me agradecer Dona Jane. – disse ele sincero – eu faço isso porque é importante para Hermione e para a senhora. – ele olhou para Mariana – a senhora ganhou mais uma filha.
– É... Mariana foi um anjo que caiu na minha vida. Ela me lembra quando eu era mais nova.
– A senhora me disse uma vez isso. – disse Mariana pela primeira vez. – como está a gravidez Hermione?!
– Está bem! É um menino! – disse a castanha exultante.
– Eu vou ter um netinho então!?
– Sim. – respondeu Draco sorrindo . – é um menino.
– Parabéns filha, parabéns Draco. Isso é uma noticia maravilhosa. – disse Mariana sorrindo. – fico muito feliz por vocês dois.
– É um menino lindo mãe... depois eu trago o ultra-som do bebe para a senhora ver. – disse Hermione animada.
– Eu quero muito ver o meu neto. – disse ela sorrindo. – soube que a Gina também está grávida é verdade querida?
– Sim mamãe... ela está de 4 meses também. Assim como eu. Mas ela como sempre, está magra né!
– Você não engordou nada Hermione. – disse Mariana.
– Eu já disse isso a ela. – disse Draco – mas ela não acredita.
– Estão todos contra mim. – riu a castanha. – vocês estão fazendo complô.
Mariana/Rachel encarava Draco Malfoy discretamente. Ele a tinha cutucado no almoço quando disse que Jane tinha ganho mais uma filha.
– O que achou da comida Draco? – perguntou Jane.
– Uma das melhores que eu já comi. – disse ele sincero. – fazia muito tempo que eu não comia desse jeito.
– Filha! – exclamou Jane.
– O que foi mamãe?
– Você tem que cozinhar para o Draco pelo menos uma vez querida. Faça a macarronada.
– Pode deixar que eu farei.
Passaram uma tarde agradável na casa da mãe de Hermione. Draco sentia-se amado naquela casa, era como se aquelas fossem sua verdadeira família. Fazia muitos anos que não se sentia querido daquela maneira, a casa onde Jane morava era pequena, mas aconchegando e acolhedora. E em muitos anos tinha comido uma comida de verdade, comida caseira, como apenas a sua mãe sabia fazer, ou pelo uma lembrança que associava uma mulher sendo sua mãe.
– Draco... espero que essa tarde não tenha lhe entediado. – disse Hermione o observando enquanto ele dirigia.
– Muito pelo contrario. Foi uma das melhores tardes que eu já tive.
– Que bom! Fico tão feliz em saber que você se sentiu assim. – disse ela sincera.
– Brigado por hoje Mione.
– Você não tem o que me agradecer. – disse ela séria – eu acho que selamos uma paz não!? – ela riu.
– Acho que sim. – disse ele sorrindo – e eu não quero que isso acabe.
– Nem eu. – disse desabafando.
O sol já se punha quando eles colocaram os pés novamente no apartamento de Draco. Germana estava na porta a espera deles.
– Aconteceu alguma coisa por aqui Germana? – perguntou o loiro.
– Nada. Tudo como sempre. – disse Germana.
– Alguém ligou? – perguntou Hermione.
– Luna e Virginia – disse Germana. – pediu para que você retornasse assim que chegasse em casa Hermione.
– Ligarei para elas.
Hermione ficou horas conversando com Gina, ela contava tudo sobre a outra menininha que estava esperando. Ela falava sem parar e a castanha apenas sorria. Ela eVirginia fizeram planos para seus filhos.
– Somos duas idiotas. – disse Hermione rindo.
– Ah Mione... – disseGina com voz de bebe – não é assim tão impossível.
– Gii.. olha o que a gente tava falando. Os nossos bebes se casando.
– Vai saber o dia de amanha.
– Ta ta... Essa é nova! Ai Virginia, voce não existe!
Hermione desligou o telefone, sua orelha estava quente. Não tinha idéia de quanto tempo havia falado com Gina e com Luna logo em seguida. Já era tarde e Draco Malfoy ainda não estava no quarto. Ela estranhou o horário, já haviam jantado e normalmente o marido não demorava tanto tempo para subir. Colocou um camisolão, sentou-se na cama e ligou a tv. As horas passaram e nada do loiro, suas pupilas estavam pesadas, acabou dormindo sentada enquanto assistia televisão.
Draco olhava os extratos bancários da empresa com atenção, estava tudo sobre controle. Olhou as planilhas, os planejamentos. Estava andando tudo corretamente, a empresa funcionava muito bem sem ele. Anotou na agenda eletrônica os compromissos para a manhã seguinte. Olhou para o canto esquerdo do leptop e assustou-se com o horário, estava trabalhando desde que haviam chego da casa de Jane. A imagem de Rachel surgiu em sua mente, uma hora ou outra toda essa história viria a tona, a única coisa que não entendia era o motivo de Andromeda ter mencionado-a. Espreguiçou-se na cadeira, saiu do escritório e encontrou todas as luzes apagadas, as escadas estavam iluminadas por luzes fracas vindas do topo. Entrou no quarto e encontrou Hermione sentada adormecida e um programa sobre partos passando. Draco desligou a tv e aproximou-se da esposa, teria que ajeita-la sem que à acordasse.
Pegou-a com cuidado e deitou-a no travesseiro. Ela mexeu-se até estabilizar-se, sua camisola havia subido consideravelmente deixando sua barriga inteirinha à mostra. Draco sentou-se ao lado dela e pousou a mão sobre a barriga da castanha. O bebe mexeu-se levemente fazendo com que um sorriso bobo aflorasse no rosto de Draco.
– Você demorou para subir. – disse uma voz sonolenta;
Draco viu que Hermione estava com os olhos semi-serrados, pois a luz vinha forte em direção a eles não permitindo que abrisse-os completamente.
– Te acordei? – perguntou ele sussurando.
– Não... – negou a castanha – toda vez que o bebe mexe eu acabo despertando... mas acho que a culpa é sua por ele ter mexido. – disse ela sorrindo ao olhar para a mão do marido.
– Me desculpe... – disse ele sincero – não queria te acodar, mas eu não resisti...
– Não tem porque se desculpar Draco. Esse bebe não é só meu filho, é seu também. E você tem todo direito de sentir ele mexer. – ela sorriu.
– Obrigado Mione... é fantástico poder sentir ele mexendo. Eu nunca me imaginei fazendo algo parecido.
– Sem duvida nenhuma. É mágico. – ela sorriu.
– Ele se mexe todo momento? – perguntou ele passando as mãos pela barriga de Hermione.
– Não, tem horas que ele fica quieto. Mas quando escuta a sua voz, ou você coloca a mão na minha barriga como agora ele se mexe bastante. – disse ela colocando a mão de Draco mais para o lado. – ele chuta bastante quando você chega perto. Ele reconhece e voz do pai.
– Ele está se mexendo... – disse ele com os olhos brilhando – quando você faz cinco meses?
– Daqui a duas semanas... – disse ela. – ainda está longe...
– É melhor dormimos...
– Sim... – disse ele ajeitando-se no travesseiro – amanha eu temos que ir trabalhar.
Draco confirmou com a cabeça, deitou-se ao lado da esposa que já dormia pesadamente ao seu lado. Ele olhou para o teto pensando nas coisas que aconteciam rapidamente em sua vida, sentiu que o sono enfim estava chegando, deitou-se ficando cara a cara com Hermione e adormeceu.
Capítulo 69
Hermione acordou com o primeiro toque do despertador. Estava cedo ainda e Draco dormia tranquilamente ao seu lado. Entrou no banheiro, tomou um banho tranqüilo, colocou um vestido solto. As calças estavam começando a ficar levemente apertadas na cintura e isso a deixava irritada. Escovou bem os dentes e penteou os cabelos, prendendo-os em um grande coque no alto da cabeça, fez uma maquiagem fraca. Saiu do banheiro e viu que o marido ainda dormia, tinha o corpo coberto apenas por um fino lençol. Ela sorriu. Na ultima semana tinham se amado todos os dias. Sua barriga estava cada dia maior, e seus enjôos tinham parado de vez.
A castanha ajoelhou-se na cama e deu um beijo na testa de Draco que se mexeu, virando-se do outro lado. Tudo tinha mudado tanto entre os dois, não brigavam mais e se tratavam com respeito e carinho. Hermione sentia-se tentada em revelar tudo o que sentia por ele, mas seria tola. Sabia que ele não sentia o mesmo por ela. Passou as mãos pelos cabelos do homem delicadamente fazendo com que este mexesse novamente.
– Draco... acorda. Está na hora. – disse ela.
Ele abriu os olhos lentamente, colocou as mãos na frente para proteger os olhos contra a luz que Hermione havia acabado de acender.
– Que horas são? – perguntou ele com a voz rouca.
– Quase 7 e meia ... – disse ela olhando o radio-relógio – você ainda tem que se arrumar.
– Não... eu não quero ir hoje. – disse ele enterrando o rosto no travesseiro.
A castanha riu com a atitude dele. Parecia uma criança que fazia manha para não ir para a escola.
– Pelo amor de Deus Draco Malfoy. – ela riu – você vai se atrasar... temos uma reunião na parte da manha.
Ele finalmente abriu os olhos e a encarou.
– Ok... vou me levantar. – disse rabugento – e é sua culpa esse sono que eu to sentindo.
– Minha!? – perguntou assustada.
– Claro que é... – disse ele levantando nu da cama e indo para o banheiro.
Hermione pode olhar todo o corpo de Draco. Tinhas as costas largas e torneadas e uma bunda que ela delirava. Ele não era de todo mal, na realidade ele era gostoso como nenhum outro. Ela bateu na porta do banheiro.
– Pode entrar.
Draco tomava banho dentro do boxe.
– Eu não costumo deixar a porta fechada... – disse ele de baixo do chuveiro. – pode entrar quando você quiser.
– Você já me disse isso, eu sempre esqueço. Estou descendo para comer alguma coisa.
– Não vai me esperar? – perguntou ele desligando o chuveiro e saindo do boxe com a toalha enrolada na cintura.
– Estou com tanta fome...
– Então vai... – disse ele chacoalhando o cabelo.
– Você me molhou seu palhaço... – disse ela rindo
– Desculpa... – Draco sorriu maroto - vai que eu te encontro lá em baixo.
Hermione desceu e encontrou a mesa do café da manha como sempre impecavelmente colocada.
– Bom dia Germana
– Bom dia Hermione... cadê o menino Draco? – perguntou a senhora.
– Está terminando de se trocar... – disse ela pegando um pedaço de mamão – daqui a pouco ele desce. Por que?
– Ele tem sempre descido com você... – ela sorriu. – o seu médico ligou para confirmar a consulta da semana que vem e eu tomei a liberdade de confirmar.
– Obrigado Germana. Ainda bem que você existe.
Germana sorriu e se retirou. Draco desceu logo em seguida e sentou-se na mesa à frente da esposa.
– Temos que comprar o enxoval do bebe Mione. – disse ele passando a manteiga no pão.
– Eu sei, temos o final de semana livre para isso.
– Ia te falar justamente isso, podemos sair para comprar depois do almoço.
– Por que não antes?
– Por que eu quero acordar tarde! – ele sorriu e deu uma mordida no pão.
– Ok, amanha é a cirurgia da minha mãe.
– Eu sei disso, já está tudo arrumado. –disse o loiro. – a pegaremos as 7 horas e as 8 ela é internada.
– Que hora que será a operação?
– 10 horas da manhã. – respondeu Draco. – Mione, nem inventa de querer passar a noite no hospital.
– Por que? – perguntou ela séria.
– Por que você ta grávida e isso não vai te fazer bem. – disse ele sério – a Ra... Mariana ira passar a noite com a sua mãe.
– Tenho escolha!? – perguntou Hermione seca.
– Receio que nenhuma.
A castanha chegou em sua sala estressada. Luna e Gina se entreolharam.
– O que aconteceu Hermione? – perguntou Luna.
– Amanha é a cirurgia da minha mãe. – disse a castanha sentando-se.
– Nossa... é verdade! – disse Gina. – já ta tudo certo?
– Sim... parece que o Harry vai estar na sala.
– Ele comentou comigo. – disse Gina pensativa. – ele quer acompanhar pelo menos uma parte da cirurgia.
– Estaremos lá com você Mione! – disse Luna sorrindo meigamente – que horas que vão operar a sua mãe?
– 10 horas da manha de amanhã. Vão internar ela hoje a noite e opera-la amanha...
– Estaremos lá... – disse Luna – eu e a Gina vamos tentar pegar um dia de folga. Estamos cheias de horas extras, vou conversar com o Draco.
– Ai Mione, você vai ver , vai dar tudo certo! – sorriu Virginia.
– Espero que sim meninas. – disse Hermione pegando uns papéis – quero muito que minha mãe volte a andar.
– Mas é claro que ela vai! – disse Gina confiante – pensamento positivo poxa!
– É isso ai! Pensamente positivo morena! – Luna sorriu.
– Ok! – disse Hermione sorrindo – mudando de assunto... você já viu o enxoval da bebe Gina?
– Eu vou ver no sábado! – disse ela – eu ia até te convidar! Ainda bem que você me lembrou. Eu e a Luna estávamos falando sobre isso mesmo. O Harry disse que quer ir e o Darian disse que acompanha... o que você acha?
– Adorei a ideia. Vou me distrair um pouco. Não vai ser nada fácil com a operação da minha mãe. – suspirou – o Draco disse que quer ir junto também.
– Que bom! Fechou então. – disse Luna contente – meninas, tenho uma coisa para contar.
– O que? – levantou Gina indo até a mesa da loira. – conta, estou curiosa...
– Eu também quero escutar..
– Eu vou casar! – disse Luna mostrando o anel de noivado
– Ai que felicidade! – disse Hermione abraçando a amiga.
– Parabéns loira! – disse Gina abraçando a amiga também. – quando foi isso?
– Ontem a noite. Ele me levou para jantar e me pediu em casamento na frente de todo mundo.
– Que mágico isso! – disse Gina sorrindo.
– Lindo. – falou Hermione abraçando a amiga forte. – já marcaram o casamento?
– Ainda não, mas não vai ser para agora. Queremos que os bebes de vocês sejam a nossa dama de honra e o nosso pajem. – disse Luna emocionada.
– Você é tão perfeita! – disse Hermione com lagrimas nos olhos.
– Mas isso vai demorar então!?
– É... vai demorar um pouco, mas quem sabe a gente não muda de idéia e adianta o casamento. não importo que a minha dama de honra e o meu pajem entre no colo.
– Ai Luna! Eu não sei nem o que falar. – Gina estava a ponto de chorar. – essa gravidez está me deixando muito emotiva.
As 3 mulheres deram risada.
– É uma honra que o meu principezinho seja seu pajem! – disse Hermione abraçando a amiga novamente.
– E eu amo vocês duas demais. – disse Luna sorrindo sonhadoramente.
Capítulo 70
Hermione acordou assustada. Ainda eram cinco horas da manhã, sua mãe já estava no hospital internada acompanhada de Mariana. Sentia-se culpada por não estar la com ela, mas nem Draco e nem Jane aceitaram que ela ficasse no hospital.
A castanha sentou-se na cama, o suor escorria lentamente por suas temporas, olhou para o lado e viu que o marido dormia tranquilamente ao seu lado. Levantou-se e sentou na poltrona de canto do quarto. Ficaria ali vendo Draco dormir, só se acalmaria após a cirurgia de sua mãe ter terminado. Viu que o marido se virou a e passou as mãos na parte vazia do colchão certamente a sua procura.
Draco Malfoy abriu os olhos e não viu Hermione ao seu lado, sentou-se imediatamente. Encontrou-a sentada o olhando. Estava estática e o mirava, talvez nem olhasse para ele, parecia concentrada em seus pensamentos.
– Mione... – começou ele.
Hermione despertou dos devaneios ao escutar a voz de Draco a chamando. Notou que ele encontrava-se sentado na cama a olhando com preocupação.
– Você está bem? – perguntou Draco.
– Estou...
– Então vem deitar, ainda são 5 horas da manhã... – disse ele olhando o radio-relógio.
– Eu sei, mas não estou conseguindo dormir.
– Eu entendo, mas pelo menos deita. Não faz bem você ficar sentada. – disse ele sério.
– Vou ficar sentada aqui mais um pouco Draco, depois vou tomar um banho. Volte a dormir.
– Não vou conseguir dormir Hermione. – Draco suspirou – não sabendo que você está nesse estado. Lhe farei companhia.
– Não precisa. Volte a dormir.
– Vou tomar um banho para acordar sim!? – disse ele se levantando – depois você vai... ou você quer ir primeiro?
– Não... pode ir... vou ficar aqui.
– Que horas quer ir para o hospital?
– Não sei... estava pensando em umas 8 horas.
– Está bem... iremos as 8. – disse ele entrando no banheiro.
A castanha viu a porta do banheiro fechando-se. Draco estava sendo maravilhoso, não parecia nem um pouco com o homem prepotente e arrogante que conhecera no começo. Ele estava dócil e parecia preocupado seriamente com alguma coisa. Ele andava dormindo tenso e reclamava constantemente de dor de cabeça à Germana. Escutou o chuveiro abrindo, sentiu-se tentada em estar lá com ele, mas não era o momento, sabia que sempre que estava nos braços de Drao todas as suas preocupações sumiam, mas não era o momento para isso. Ela respirou fundo, foi até o closet e escolheu uma roupa leve, esperariam por horas dentro do hospital.
Draco saiu e viu a roupa de Hermione em cima da cama, ela estava sentada no sofá com a cabeça encostada dormindo. Aproximou-se e a pegou no colo, colocou-a na cama e deitou-se ao seu lado.
– Que horas são? – perguntou Hermione sentando-se assustada.
– Calma Mione, são 6 horas... – disse ele olhando para o relógio – você não cochilou nem meia hora.
– Eu... eu vou tomar banho. – disse ela levantando-se e indo para o banheiro.
O loiro não conseguia imaginar o quão nervosa a esposa estava, sentia-se preocupado com a sogra, tinha por ela um carinho especial. Tinha aprendido a admirar Jane por sua trajetória de vida, mesmo não conhecendo-a completamente. Escutou o chuveiro abrindo, ficou imaginando o que se passaria pela mente de Hermione e de Raquel, ambas filhas de uma mesma mulher. A castanha uma hora iria acabar descobrindo a existência de Raquel, mesmo já a conhecendo. Temia a reação da esposa, principalmente se ela descobrisse durante a gravidez.
Hermione saiu do banho e notou que Draco não estava mais no quarto. Certamente estaria no escritório ou tomando café. Trocou-se rapidamente, pegou sua bolsa e desceu ao encontro do marido. Olhou para a porta do escritório e constatou que estava vazio, ele só poderia estar na cozinha como sempre fazia.
– Acabei de passar o café Mione. – disse Draco pegando duas xicaras.
– Como!? – perguntou surpresa – você fez o café?
– Fiz... por que a pergunta? – perguntou o marido com uma das sobrancelhas erguidas.
– Bem... eu não sabia que você sabia fazer café... – disse ela olhando incrédula.
Draco pegou uma das xícaras e colocou um pouco de café, entregou-a nas mãos da esposa. Ela olhou para dentro da pequena xícara.
– Experimente e me diga o que achou. – disse ele a mirando.
– Ta!
A castanha bebeu um gole do café que estava bem quente. Nunca, em sua vida toda, tinha tomando um café tão gostoso quanto o de Draco Malfoy.
– O que achou? – perguntou ansioso.
– Eu... nossa... você me surpreendeu... – Hermione sorriu – nunca tomei um café tão bom!
Draco sorriu e colocou a garrafa térmica em cima da mesa. Sentou-se na frente da esposa com a sua xícara de café já em mãos.
– Que bom que você gostou... posso te pedir uma coisa? – perguntou ele um pouco sem graça.
– Claro que sim. – disse ele dando mais um gole no café.
– A sua mãe disse que você faz uma macarronada espetacular... e desde aquele dia confesso que estou com vontade de comer...
– Mas é claro que eu faço Draco. – ela sorriu – devia ter me pedido antes. A única que tem direito de ter vontade aqui sou eu. – Hermione riu.
– Eu fiquei sem jeito de te pedir. – disse ele sorrindo.
– Mas que besteira sua Draco... devia ter me pedido. – Hermione olhou o relógio – tenho outras especialidades na cozinha também. Não é apenas a macarronada...
– Quero experimentar essas suas especialidades... é melhor irmos não?
– Farei com maior gosto. Quero chegar cedo no hospital...
– Entendo. – disse ele levantando-se – se quiser podemos ir agora. Estou pronto.
– Então podemos ir. – disse ela levantando-se. – você tem idéia da duração da cirurgia?
– Pelo que me disseram entre 5 e 6 horas. – disse ele chamando o elevador. – teremos uma longa manhã querida.
– Sim... será bastante longa. – disse ela num suspiro.
– Sei que é difícil, mas tente relaxar.
Entraram no carro de Draco. Hermione estava inconformada com o fato do marido saber fazer café. Nunca pensaria que ele pudesse saber fazer tal coisa.
– Posso te perguntar uma coisa?
– Claro que sim Mione..
– Onde você aprendeu a fazer café?
Draco Malfoy riu com a pergunta. Estava esperando alguma pergunta relativa à essa questão.
– Sei fazer mais do que café Hermione. – disse ele finalmente – quando eu morei na Suécia fui obrigado a aprender a me virar. Estava brigado com os meus pais e quem tinha o dinheiro era eles e não eu, portanto tive que aprender a cozinhar e me virar...
– Eu nunca imaginei que...
– Acho que ninguém imagina não é verdade? – perguntou ele com um sorriso sincero no rosto – tive que trabalhar para me sustentar. Foi um período bem complicado.
– Imagino que sim... – disse Herrmione – deve ser estranho para quem sempre teve tudo ter que se virar de uma hora para outra...
– Chegamos. – disse ele entrando no estacionamento do hospital e evitando assim de responder a pergunta.
Hermione olhou apreensiva para aquele enorme prédio que apresentava-se a sua frente, olhou aquelas pequenas janelas, em uma delas estava a sua mãe preparando-se para a cirurgia.
Capítulo 71
Hermione entrou no quarto junto com o marido, Jane estava deitada na maca. Parecia pronta para a cirurgia. Mariana aproximou-se e cumprimentou os dois com delicadeza, lançou um olhar preocupado a Draco, mas ele nada disse, apenas fez um gesto quase imperceptível com a cabeça.
– Como você está mamãe? – perguntou Hermione aproximando-se da cama.
– Estou bem querida. – disse a matriarca. – e você e o meu netinho?
– Estamos muito bem. A senhora está bem mesmo?
– Claro que sim. O enfermeiro vem daqui a pouco para me levar para a sala de cirurgia.
– Será as 10 horas mesmo!? – perguntou Hermione tensa.
– Sim. – respondeu Mariana no lugar de Jane. – eles a vem pegar daqui a alguns minutos.
– Queria ter chego mais cedo mamãe. – disse Hermione triste – queria ter dormido aqui.
– Filha, eu nunca deixaria você dormir aqui estando grávida minha querida. – disse Jane. – isso estava fora dos planos. Além do mais Mariana esteve aqui comigo o tempo inteiro, não tinha com o que se preocupar.
– Mãe, a senhora sabe que não vai me convencer não é!? – sorriu Hermione.
Mariana lançava olhares discretos a Draco Malfoy toda vez que Hermione dizia mamãe, ele apenas desviava o olhar como se não tivesse acontecendo absolutamente nada. Negava-se olhar aquela mulher que permanecia do lado da mãe de sua esposa. Posou a mão sobre os ombros de Hermione aproximando-se da cama.
– Obrigado por isso querido. – disse Jane emocionada.
– Não tem o que me agradecer Dona Jane. – respondeu Draco – se precisasse eu faria tudo de novo, por isso não precisa me agradecer.
– Muito obrigado do mesmo jeito, querido. – disse Jane sorrindo. – você não tem idéia do que está fazendo.
Hermione Malfoy encarou o marido, tinha os olhos marejados. Olharam-se apenas por alguns rápidos instantes. A porta do quarto abriu-se e dois enfermeiros entraram no quarto.
– Está na hora Dona Jane. – disse um dos enfermeiros.
– Ótimo. – respondeu a paciente. – estava ficando tensa com tanta espera.
– Quanto tempo de cirurgia? – perguntou Hermione aos enfermeiros.
– Por volta de 6 horas. – respondeu o homem de branco. – não há nada com que se preocupar.
– Mamãe...- Hermione deu um beijo na testa da mãe – que Deus te proteja.
– Irá proteger sim minha querida. – disse a matriarca emocionada.
Os enfermeiros levaram Jane, enquanto Hermione acompanhava com o olhar a saída da maca onde sua mãe estava deitada sendo empurrada pelos dois enfermeiros. Seu coração ficou apertado e sentiu seus olhos aguarem. A castanha virou-se para o marido e o abraçou fortemente, as lagrimas começaram a escorrer por seu rosto e cair na blusa do homem que a abraçava fortemente.
Mariana assistia tudo calada. Hermione estava abraçada a Draco enquanto este a envolvia com seus braços como se quisesse afastar dela todos os medos e lhe dar segurança. Sentou-se no sofá calada, seriam longas horas de espera. A castanha separou-se de Draco.
– Obrigada. – disse Hermione numa voz fraca.
– Já disse que não tem nada o que me agradecer. – disse ele limpando uma das lagrimas que escorriam pelo rosto da esposa – saíra tudo bem querida, sua mãe daqui a poucas horas estará voltando para o quarto.
– Espero que sim Draco.
Já haviam passado horas e horas, Hermione estava deitada no colo de Dracp enquanto Mariana havia saído para caminhar, Luna e Gina haviam aparecido e ficado um bom tempo com a castanha. Estavam sozinhos no quarto agora, fazia poucos minutos que a castanha havia conseguido pegar no sono o que deixava Draco um pouco mais aliviado. A porta do quarto abriu-se. Hermione levantou-se de imediato e viu um médico entrando no quarto.
– Como minha mãe está doutor? – perguntou Hermione levantando-se e se aproximando do médico. – como foi a cirurgia? Ela está bem? Quando ela vem para o quarto?
– Calma Mione! – disse Draco do lado dela agora.
– Sua mãe está bem. – disse o médico – a cirurgia foi um sucesso. Ela está sendo encaminhada para a UTI.
– Por que? – perguntou a castanha preocupada.
– Calma... – disse o médico – ela ira para a UTI até se recuperar, amanhã provavelmente estará voltando para o quarto. Com relação a ir para casa, preferimos que sua mãe passe esse primeiro mês no hospital.
– Claro. – disse o loiro. – ela passará sem duvida aqui.
– Mas por que um mês? – Hermione estava ficando mais aflita – Tem mesmo necessidade? Tenho certeza que podemos cuidar dela em casa.
– É mais seguro que fique aqui no hospital, temos toda a infra-estrutura aqui, podendo fazer um trabalho mais tranqüilo.
– Esta bem. – disse Hermione. – posso vê-la?
– Claro. Siga-me por favor. – disse o médico – quem irá dormir com sua mãe esse mês? Pergunto isso por que não aconselho que seja a senhora, pois está grávida.
– Serei eu. – disse Mariana entrando no quarto. – eu vou dormir aqui.
– Sim... – disse a castanha séria – será ela.
– Pode me acompanhar então.
Mariana fez a menção de acompanhar Hermione.
– Sinto muito – disse o médico a mulher – apenas uma pessoa poderá visitar Jane hoje.
– Tudo bem. – disse Mariana seca.
Hermione acompanhou o médico enquanto Mariana e Draco ficaram no quarto. Estavam se encarando firmemente.
– O que foi Raquel, Mariana, Gabriela? – perguntou Draco. – seja la quem você for.
– Como assim o que foi!? – disse a mulher. – a propósito, me chame de Mariana. Não uso mais Raquel.
– Oh sim... – disse ele – soube que mudou de nome definitivamente não!?
– Sim. Vejo que já foi informado.
– Mas é claro. Agora me diz que cara foi aquela que você fez.
– Quem tinha o direito de estar vendo Jane era eu e não Hermione. Eu sou filha dela tanto quanto sua esposinha.
– Cale a sua boca antes de falar de Hermione na minha frente. – disse Draco sério.
– Vejo que se apaixonou por ela. – Mariana pareceu se divertir – meu rapaz, tome cuidado. O prazo está terminando. Logo vocês se separaram.
– Cale a boca por favor. – disse Draco sério. – faça isso para o seu bem.
Hermione estava na UTI, sua mãe estava sedada. Estava toda ligada a aparelhos que a monitorariam 24 horas.
– Posso entrar?
– Não... não hoje. – disse o médico – poderá vê-la daqui a 2 dias, provavelmente já estará no quarto.
– Dois dias é muito tempo, mas que seja. – disse Hermione derrotada. – posso lhe pedir um favor?
– Se estiver ao meu alcance - disse o médico.
– Deixe que aquela moça, que está dormindo com minha mãe no quarto, veja a minha mãe. Ela tem cuidado de minha mãe a bastante tempo.
– Está bem.
Aqueles corredores brancos deixavam Hermione incomodada, eram tão frios e sem piedade. Sentiu um arrepio percorrendo a espinha de fora a fora. Caminhava o mais rápido possível, entrou no quarto. Draco olhava pela janela enquanto Mariana estava sentada na cadeira ao lado da cama onde Jane havia se deitado.
– Mariana... – disse Hermione – o médico te levará para ver mamãe.
O loiro virou-se rapidamente e encarou Mariana.
– Da próxima vez dobre sua língua Mariana. – disse Draco irritado. – espero que pense antes de falar.
Mariana apenas o encarou e nada disse, falou rapidamente com o médico e saiu do quarto. Hermione não entenderá o motivo do marido ter dito aquilo a moça.
– O que aconteceu? – perguntou Hermione.
– Nada. – disse ele seco – você quer ir para casa?
– Sim, só quero esperar Mariana chegar para perguntar se ela quer algumas coisa Draco. – disse a castanha bondosamente.
– Tudo bem. Esperamos ela voltar então. – disse ele.
Capítulo 72
Após a cirurgia de Jane as coisas se acalmaram, tudo estava mais calmo e Hermione agora entrava em seu quinto mês de gestação. Sua barriga não deixava mais dormir em certas posições, apesar de não estar grande propriamente dita. Agora o pequenino mexia-se constantemente, principalmente na parte da noite.
Como todos os dias Hermione fora para a empresa com o marido. Entrará na sua sala, apenas Gina havia chego e parecia concentrada no que estava fazendo. Hermione aproximou-se e deu um beijo na cabeça da amiga que assustou-se.
– Boa dia Gina! – disse Hermione sorrindo – tudo calmo por aqui?
– Sim Ligaram para você.
– Era do hospital? – perguntou Hermione já preocupada.
– Não. Era um tal de Davis. Eu ainda insisti, mas ele não disse qual era o assunto. – bufou Gina impaciente.
– Ele disse mais alguma coisa? – perguntou Hermione mais tranqüila.
– Disse que passará aqui hoje a tarde para conversar com você. Mi, eu vou sair mais cedo hoje.
– Vai no obstetra?
– Vou, fazer o segundo ultra-som hoje. – disse Gina sorrindo – e você quando irá fazer o seu?
– Só semana que vem.
– Bom dia! – disse Luna entrando na sala – como as duas grávidas estão hoje?
– Cansada. – disseram Gina e Hermione ao mesmo tempo.
– A noite deve ter sido boa então! – riu a loira. – afinal por que estão tão cansadas? – sentou-se na mesa.
– Ela não para de se mexer... – disse Gina suspirando – e o pior é que ela prefere a noite para fazer isso.
– Eita Gina.E você ta cansada por que Mione?
– Mesmo motivo da Gina, ele troca o dia pela noite. – ela sorriu. – mas e você está sorridente por que dona Luna?
– Por que?! Acordei bem!
– Eu conheço outro nome para esse ‘acordei bem’ – riu Hermione.
– É!! Isso tem outro nome minha querida. – Gina olhou para a castanha e sorriu. – Acho que algem viu o passarinho verde essa noite.
Gina e Hermione cairam na gargalhada, enquanto luva ruborizava levemente.
– Ok ok. – Luna mexia em um papeis. – eu não vou falar mais nada, porque tudo que eu disser vai ser usado contra a minha pessoa.
– Tenha certeza disso. – disse Gina ainda rindo. – Mione, como esta a sua mãe?
– Está se recuperando, mas ainda falta duas semanas para receber alta. – disse ela suspirando. – temos que esperar... a única coisa que pode ser feita.
– Mas como ta indo a fisioterapia? – perguntou Luna prestando atenção na conversa.
– Ela esta progredindo bem, já consegue sentir as pernas novamente.
– Ai que bom Mione! – disse Gina sorrindo. – o Harry tem passado todos os dias para vê-la e me disse que Dona Jane está muito bem.
– Eu sei, encontro com Harry direto. Ele está contente com a evolução, disse que está ótima. – sorriu a castanha – Harry é sem duvida um excelente médico, pena que não foi ele que operou minha mãe.
– É, ele é bom até demais. – Gina disse ressentida.
– Credo. O que aconteceu? – perguntou Luna.
– Ele mal consegue me acompanhar nas consultas – disse Gina chorosa – o trabalho ocupa todo o tempo dele, sei que ele é medico, mas poxa!! – ela secou uma lagrima que escorria pelo rosto – eu quero ele do meu lado agora, nem que seja só por um pouco mais de tempo. Ele não dorme direito a três noites.
– Gina, você sabia que seria assim desde o começo. – comentou Luna.
– Eu sei e eu apoio ele. – Gina suspirou – agora ele está se especializando com casos parecidos com o da mãe da Mione e esta sendo mais difícil vê-lo.
– Não fica assim. – disse Hermione – vai passar e você sabe.
– É, eu sei.
Hermione estava preocupada com a amiga, ela e Harry estavam novamente em uma crise, mas dessa vez não iria se meter na confusão dos dois. Eles tinham que resolver seus problemas por eles mesmos. Estava esperando Davis a alguns minutos quando seu telefone tocou avisando que ele já havia chego.
Davis Becker entrou na sala e encarou Hermione que permanecia sentada em sua mesa.
– Sente-se por favor. – disse a castanha polidamente.
O homem sentou-se e mirou Hermione.
– O que te fez me procurar Davis? – perguntou Hermione diretamente.
– Queria saber se não quer trabalhar para mim. – disse ele sem rodeios.
– Eu já lhe disse que não me interessa. – falou amavelmente – obrigado pela oferta.
– Você está sendo desperdiçada aqui.
– Não estou. - disse Hermione repentinamente séria – eu não sei por que está fazendo isso, mas não quero trabalhar em outro lugar. Ficarei aqui onde estou, na empresa do meu marido.
Draco Malfoy que entrava na sala escutou Hermione dizendo a ultima frase, sorriu ao escutar o quão decidida ela havia dito aquilo. Naquele momento pode ter certeza que a castanha lhe era fiel, sentiu-se mal por ter, um dia, quebrado aquela confiança. Preferiu não entrar na sala, iria escutar o resto da conversa.
– Você confia demais nele. – disse Davis sério.
– Tenho motivos para desconfiar?
– Acho que ele mesmo já te deu provas que não merece sua confiança. Como você pode continuar com um homem que te traiu com a ex-noiva!?
Hermione apenas encarou o homem que estava a sua frente, sua única vontade era de pular no pescoço dele e o estrangular por fazer lembrar-se do que Draco havia feito com ela. Passou a mão pelo rosto, precisava terminar com aquilo o mais rápido possível.
– Trabalhe para mim, Hermione Granger. – disse o homem mais uma vez. – lhe darei tudo o que precisar e para a criança que está esperando também, se você quiser eu assumirei essa criança.
– Eu não acredito que escutei isso. – disse ela abismada.
– Peça divorcio à Draco e case-se comigo. – disse ele a encarando. – eu me apaixonei por você desde o momento em que lhe vi Hermione. – ele debruçou-se na mesa. – trabalhe para mim e casa-se comigo.
– Eu não quero ser mal educada com o senhor, mas acho que está me obrigando. – disse ela fingindo calma. – já disse que não sairei da empresa de Draco e jamais lhe pediria o divórcio.
– Por que? – perguntou ele persistente. – ele não lhe merece Hermione.
– Porque ele é meu marido e eu o amo. Está satisfeito!?
Draco entrou na sala altivo, olhou para Hermione e Davis que o olhavam. Sem dizer nada pegou uma cadeira e sentou-se de frente para o homem encarando-o, o mediu de cima a baixo. O loiro não conseguia assimilar o que havia escutado ainda, toda aquela situação estava saindo do controle.
– O que está fazendo aqui? – perguntou Draco Malfoy seco.
– Vim conversar com Hermione. – disse Davis seco.
– Acredito que já conversamos tudo, não há o que ser discutido aqui. – contra-pos Hermione. – minha decisão está tomada.
– Ira se arrepender Hermione Malfoy. – disse o homem levantando-se.
– Isso é uma ameaça? – perguntou Draco levantando-se também.
Hermione levantou-se, ficando de pé. Os dois homens se encaravam com ódio, teve medo que saíssem no tapa ali mesmo no escritório onde a castanha havia resolvido receber Davis Becker.
– Não, apenas um recado dado. – disse o frances saindo da sala.
Hermione desmontou na cadeira quando Davis Becker saíra da sala, apoiou a cabeça na mesa. Sabia que Draco a encarava, não conseguiria o olhar nos olhos. Ele tinha dito à ela para que não recebesse Davis em caso algum e Hermione havia feito exatamente o contrário. Escutou o barulho de gente se sentando.
Draco mirava a esposa que permanecia de cabeça baixa, sua mente estava um turbilhão. As frases de Hermione ainda percorriam sua cabeça, ela tinha dito a Davis que o amava. Poderia ter sido tudo uma farsa da castanha para despistar Davis, mas do jeito que ela havia falado parecia tão real, tão verdadeiro. Não sabia como resolver aquela situação, o que iria falar para Hermione? Estava ressentido por ela ter o recebido, mas por outro lado estava encantado por ela ter o defendido e dito que amava-o. Passou as mãos no cabelo, sempre que estava nervoso mexia no cabelo.
– Mione... – começou ele.
Não houve resposta, a castanha permanecia de cabeça baixa. Desconheceu aquela Hermione Malfoy que estava a sua frente, jamais havia visto ela fazer isso, nunca havia visto a esposa baixar a cabeça. parecia tão frágil que qualquer baque mais forte ela se quebraria em milhares de pedaços.
– Mione... – disse ele novamente – fale comigo.
– O que você quer que eu te fale Draco!? – perguntou ela levantando a cabeça e o encarando.
– O que Davis Becker veio fazer aqui?
– Certamente você não acha que eu o chamei não é!? – questionou ela ríspida.
– Não, não acredito que você o tenha chamado, mas preciso saber o que ele disse.
Draco Malfoy estava jogando, queria saber se Hermione iria contar a verdade para ele ou iria omitir alguma coisa, ou até mesmo inventar. Sentia-se mal ao fazer isso, mas tinha sido a primeira vez que Hermione havia sido colocada contra a parede.
– Bem, - a castanha respirou fundo – hoje pela manhã Gina me disse que ele havia ligado e avisado que estaria agora a tarde aqui na empresa e que queria falar comigo, ele chegou aqui e disse que queria que eu trabalhasse para ele.
– O que mais ele disse? – perguntou Draco curioso.
– Que eu deveria sair da empresa e ir trabalhar para ele, que se fosse preciso ele registraria o nosso bebe. – suas mãos tremiam – pediu para que eu me divorciasse. Não me obrigue a continuar Draco, você sabe do resto, sei que estava escutando. – ela o encarou.
– Como você sabe? – perguntou ele surpreso.
– Eu escutei a sua voz falando com Dario e depois eu vi sua sombra parando do lado da porta.
– Me desculpe. – disse ele sem jeito.
– Não Draco, não precisa se desculpar. Ainda bem que você estava ali. – disse ela passando as mãos pelo rosto – não sei o que ele teria feito, ele me olhava tão estranho. Me desculpa por ter recebido ele!
– Não precisa se desculpar, você não errou. – disse ele – você apenas confia nas pessoas Mione, mas teremos que tomar mais cuidado daqui por diante.
– Sim, eu sei.
Chegaram em casa já era tarde da noite, ambos estavam arrumando os últimos detalhes para o congresso que Draco iria participar.
– Quando você volta? – perguntou Hermione olhando o marido sair do banheiro.
– Daqui a dois dias. – disse ele – chego na terça pela manhã. Mione, quero que você fique na minha sala nesse meio tempo.
– Por que? – perguntou ela sem entender.
– Odete... – disse ele arrumando o barbeador dentro de uma pequena bolsa – quero que você fique por perto.
– Está bem. – disse ela assentindo.
– Mais uma coisa... – disse ele – Davis acha que está indo comigo. Não saia da empresa, só na hora de vir para casa.
– Não tem com que se preocupar Draco, ele não fará nada.
– Mas todo o cuidado é pouco, faça o que estou lhe pedindo Hermione. O conheço e não é de hoje. Evite qualquer tipo de exposição.
– Está bem. – disse ela ajeitando-se na cama.
Data | 18/09/2013 |
De | Luu Nogueira |
Assunto | Re:Virou palhaçada!! |
Olá, estou repostando esta história e tenho ela COMPLETA: https://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=6103540&tid=5914286253492040370&na=2&npn=145&nid=
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Data | 23/03/2012 |
De | Diretoria Oficial Oliveira |
Assunto | Atenção! |
Leiam as informações na página inicial e no mural das webs, att Diretoria.
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Data | 20/03/2012 |
De | Caarol |
Assunto | Cadê? Posta logo! |
Poxa todos os dias eu venho aqui e não vejo nenhum post novo poxa, eu sei que você tem sua vida em off assim como eu também mas não seja por isso eu sempre tiro nem que seja 5 minutos pra vir aqui ver se você postou, mas eu continuo aqui ansiosa por um novo post
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Data | 21/03/2012 |
De | Biia |
Assunto | Re:Cadê? Posta logo! |
concordo com vc caarol, tambem venho aqui todos os dias... e olha qe é raro eu ter tempo sobrando ¬¬.....ansiosa *O*
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Data | 17/03/2012 |
De | Site |
Assunto | . |
Site
https://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=119672390&tid=5695203618143689359&na=1&npn=1&nid=
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Data | 07/03/2012 |
De | Leurice Amorim |
Assunto | KD O RESTANTE DA NOVELA!? |
puts.. ta demorando, heein !!!?...
acho que vou pra outro... aqui demora muito ...
e aê quem vai comigo ?
talvez quando pararmos de vim aqui, eles postam ...
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Data | 12/03/2012 |
De | Regina |
Assunto | Re:KD O RESTANTE DA NOVELA!? |
Nossa ... com certeza! Cansei de todo fim de semana vir aqui e não encontrar nada. Acha um site e compartilha aqui, que eu tenho certeza que uma caravana vai conosco. bjobjo
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