O tempo é feito de momentos. Segundos únicos que diferencia cada lembrança, cada sensação que temos ao longo do nosso existir. Encaramos esse estado muitas vezes de forma fria e o olhamos como se fosse algo cruel. Perdemos sua real essência por cristalizar demais a imagem que temos do Tempo desde que tivemos consciência do mesmo. E sua beleza passa despercebido.
Ontem, dia 02 de junho de 2013, às 18 horas e 27 minutos eu estava sentada do lado de fora da igreja, uma parte que ainda é dentro do espaço da igreja, mas que é aberto. Tudo que eu via era uma parede branca já manchada pela chuva, algumas mesas e cadeiras e lá no portão uma pequena imagem da praça. Uma parte do banco, algumas árvores, e olhando mais pra cima a parte superior do poste, uma imensa folhagem das árvores e bandeirinhas de festa junina penduradas.
Essa imagem e esse momento me prenderam. Não sei dizer como, mas me vi hipnotizada por uma imagem tão bela, tão sensível. O tempo meteorológico ontem era de 19°; muito chuvisco, ventos semelhantes a brisa, porém com um pouco mais de força e aquele típico frio de outono. Tudo podia ter passado a despercebido. Eu podia estar prestando atenção na homilia do padre ou então estar distraída com os meus pensamentos. Mas não. O Tempo me pegara num momento que ninguém mais daria valor.
Olhar as folhagens das árvores se mexerem de um lado para o outro, numa harmonia tão perfeita. E as bandeirinhas da festa junina, estavam banhadas pelos pingos de água, mas firmes sem se deixarem desmanchar. Dançavam suavemente com o levar da brisa... Se eu já não soubesse que elas são feitas de papéis e que não têm vida, eu poderia jurar que faziam um show pra quem as olhasse; no caso ali, eu.
Engraçado como temos dois tipos de tempos. O tempo que podemos ver - chuva, nublado, sol, ventos. - e o tempo que passa sem voltar atrás e muitas vezes não percebemos. É difícil dar atenção a momentos simples e importantes como esse que eu vivi. Estamos sempre numa correria danada, preocupados com o dia de amanhã... Mas e o agora? E esse segundo que acabou de passar? Ele poderia ter sido melhor? Nós poderíamos ter nos tornado pessoas melhores nesses momentos que vão passando? Será que o Tempo quer mesmo que o usemos de forma automática e sem emoção?
Eu sempre fui de dar atenção aos detalhes de cada momento. Tenho a imensa sorte de morar na praia e ter belas paisagens. Quantas vezes não caminhei pela avenida da praia e me deleitei com aquele mar calmo, a leva brisa vinda do oceano, sentir meus pés se afundarem na areia... Esses tipos de momento, e cada um sabe qual é o seu melhor momento, eles precisam ser aproveitados. Desacelere o seu relógio psíquico. Dê mais espaço para o seu relaxar. Visite mais vezes os lugares que te trazem essa sensação de viver um momento único. Não deixe essa nova era de urbanização, correria, problemas ocuparem todos os segundos da sua vida.
O amanhã, nós nunca saberemos o que será. Mas o hoje e o agora está passando, cada momento que perdemos de usar o Tempo de forma tranquila, é o tormento de uma vida não vivida.
Fiquem com Deus.
Nágila Francine
Data | 03/06/2013 |
De | Gabriel |
Assunto | Linda reflexão... |
Adoro quando você traz um pouquinho do lirismo para os seus escritos! Ler-te é tão bom, sabia?! *-*
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Data | 04/06/2013 |
De | Nagila |
Assunto | Re:Linda reflexão... |
Obg amore *-* fico muito feliz quando você gosta. Me faz acreditar que o que trago pra escrita de fato é sensível e pode ser transferido pra sua emoção *-*