Hermione saiu do escritório apressada, tinha ficado fazendo o balanço do mês. Todas as suas criações tinham que ter relatórios específicos para serem entregues para o Sr. Malfoy. Pegou o primeiro táxi que viu passando na rua. Olhou na porta de sua casa e assustou-se.
- Meu Deus – disse ela se aproximando da moça estirada em sua porta.
Hermione abaixou-se, a moça ainda respirava, mas com certa dificuldade. Colocou sua bolsa no chão e com muita força conseguiu colocar a moça dentro de casa.
- Mãe! Ajude-me aqui, por favor! – disse Hermione desesperada.
Jane apareceu esbaforida na sala em sua cadeira de rodas.
- O que aconteceu aqui filha?
- Eu não sei mãe. Encontrei-a na nossa porta - disse colocando a moça no sofá.
Hermione saiu correndo e trouxe um pedaço de pano embebido em álcool e aproximou-se do nariz da moça. Aos poucos notaram que ela estava tomando consciência novamente. Hermione e Jane respiraram aliviadas. Acompanharam com apreensão a moça aos poucos acordando.
Jane aproximou-se como pode da moça, que as olhava assustada.
- Oi, querida. Eu sou Jane e essa é minha filha Hermione...
A moça nada disse.
- Hermione te encontrou na porta de casa e te trouxe aqui para dentro.
A moça ensaiou um ‘obrigado’ com os lábios. Hermione notou um hematoma perto da boca e algumas escoriações nos braços.
- Mãe, eu vou pegar alguma coisa para passar nos machucados dela – disse Hermione.
Hermione voltou rapidamente com a caixa de primeiros socorros.
- Qual o seu nome? – perguntou Jane.
A moça pensou um momento, parecia estar totalmente perdida.
- Eu lembro que me chamam de Mariana...
- Você mora onde, Mariana? – perguntou Hermione.
- Eu não sei – disse a moça confusa.
- Você não lembra de nada? – perguntou Jane.
- Não. A única coisa que me lembro é que levaram a minha bolsa. – disse ela passando as mãos suavemente sobre o roxo do canto esquerdo da boca.
- Tudo bem, querida... – disse Jane fraternamente – Não fique nervosa...
Jane fez um gesto quase que imperceptível a Hermione e saiu da sala, dirigiu-se ao quarto e encostou a porta.
- O que vamos fazer, mamãe? – perguntou Hermione, largando-se em cima da cama.
- Como assim, o que vamos fazer, Hermione?! Não podemos simplesmente jogar ela na rua. Vamos ficar com ela pelo menos até que melhores desses ferimentos.
- Mas não a conhecemos, mamãe...
- Eu entendo sua desconfiança, mas essa moça precisa de ajuda.
- Eu sei que precisa. Podemos levá-la até a delegacia...
- Podemos fazer isso amanhã, mas hoje não. Deixe a moça dormir, Hermione, amanhã é sábado.
- Tudo bem, mamãe... Como quiser.
Voltaram à sala e a moça encontrava-se de pé olhando os porta-retratos na estante um pouco acima da tv. Olhava tudo como se quisesse absorver tudo o que era possível.
- Mariana, você quer ficar com a gente essa noite? – perguntou Hermione amavelmente.
- Eu não quero incomodar... – disse ela quase sussurrando.
- Não iria nos incomodar – disse Jane. – Ficará conosco quanto tempo for necessário e se você quiser amanhã te levaremos na delegacia para fazer um B.O.
- Preciso lembrar quem eu sou... – disse a moça vagamente.
- Não se preocupe com isso... – disse Hermione sorrindo – Você vai ver que logo vai se lembrar. Importa-se de dormir no meu quarto?
- Claro que não, Hermione... – disse a moça cabisbaixa.
- Vem que eu te mostro o quarto. – disse a morena.
Hermione deu a Mariana um pijama seu limpo, calcinha e sutiã novos.
- Você dormirá aqui, pode ser? – perguntou Hermione mostrando a cama ao seu lado.
- Muito obrigada... Será que eu... Eu posso tomar um banho? – perguntou timidamente.
- Claro que sim – disse a morena lhe entregando uma toalha.