Capítulo 4

09/06/2013 19:39

29 de julho de 2011.

 

Olá Diário! Tudo bem? Que bom, eu? Ah, eu não estou tão bem quanto você sabe, mas é a vida. O que aconteceu? Vou lhe contar o que aconteceu... (Momento insano)

Faltam 3 dias para as aulas na faculdade começarem, nem dá para acreditar. Este semestre promete ser muito interessante. Neuropsicologia? Whatahell? Só estudando para descobrir mesmo.

O dia amanheceu como outro qualquer. Levantei um pouco tarde (tipo meio dia), e não fiz nada de útil. Comi alguma coisa e fui tomar um banho. Minha vida é uma rotina até mesmo nas férias, impressionante. A uma hora destas eu estaria no meu emprego, conversando com as minhas colegas e fazendo o que eu era paga pra fazer. Não era um ambiente chato nem nada do que eu fazia. Era até legal olhando agora. Mas tudo virou passado e eu preciso encontrar o meu futuro... Estágio não é uma coisa fácil de se encontrar, desde antes de sair da empresa já procurava, mas nunca encontrava. O jeito hoje, precisando do emprego é buscar fervorosamente uma empresa que aceite minha imensa vontade de aprender e desenvolver da melhor forma possível meus conhecimentos aprendido dentro da sala de aula.

Depois do banho me arrumei. Pois é, hoje eu estava determinada a melhorar as coisas com o Lucas pamonha. Iria surpreendê-lo. Coloquei uma roupa super bonita, passei o perfume Glamour Secrets Black e fui para o ponto de ônibus. Ainda bem que não era mais a hora do rush, se não viraria purê de Felippa. Bom, cheguei ao meu destino final e subi aquela rua dos infernos que vocês já conhecem. Lá em cima não existia mais ar em meus pulmões só a imensa necessidade de respirar, e estava difícil vou te contar viu.

Exatamente às 14h56min mandei uma mensagem ao celular dele. "Desce na rua que enviei um presente pra você." Não demorou muito ele respondeu, "Não entendi." Era de se esperar, pelo amor. Mas logo escutei seu assovio e já sabia que ele desceria. O processo é lento na cabeça daquele indivíduo, surpreendente. Enfim ele surgiu e ficou um pouco assustado. "O que você esta fazendo aqui?" Estou aqui porque sou idiota, quase falei. "Vim te fazer surpresa, gostou?" Não queria ter sido carinhosa ao perguntar, queria era metralhar ele com todas as palavras, mas fora inevitável. "Gostei sim gata." Fazia dias que ele não me chamava assim e sorria tão sinceramente. Confesso que fiquei feliz, afinal tudo ocorreria bem aquele dia... Ou foi o que eu pensei que aconteceria né?

Namoramos um pouco ali na rua, muitos beijos e abraços e a saudosa frase que ele não cansava de dizer "Que saudades de você..." Tudo prometia que o dia seria maravilhoso e voltaríamos a ser o que éramos. Bom, só que nem tudo que parece ser é. Tentando acessar a internet através do celular dele e acabei tendo a retardada ideia de olhar suas mensagens. Eu não desconfio dele em nada, pelo contrário, confio plenamente no meu namorado. Porém, uns dias atrás ele havia recebido uma mensagem de uma tal amiga da sala dele, a Tassy. Menina feia pra caralho, mas que ele permitia uma aproximação detestável. Enfim, ela havia escrito "eai lu", pera aí, Lu? Que porra de intimidade é essa? Nem eu chamo meus melhores amigos por apelido. Fiquei um pouco brava aquele dia, mas deixei passar. Então, suponho que meu inconsciente hoje tenha se recordado deste fato e me fez ir até a caixa de entrada dele. Não tinha nada nas primeiras, só as minhas mensagens. No final havia uma da tal menina dizendo "Nem sei." Tá bom, nada demais. Fui fuçar nas mensagens enviadas, pra que... Encontrei na última uma frase nada interessante. "Olha la em, comigo vai ser bem melhor." Tá. O que se entende por uma frase desta com destinatário feminino? Bom, merda é óbvio. Eu pensei logo de cara em sexo. É a única coisa que se encaixa com a frase, mas pensei que ele teria uma explicação e pedi que ele falasse sobre.

É pessoal... Ai que as coisas começam a se complicar. Quando ele é pego no pulo do gato ele faz uma expressão que eu reconheceria em qualquer lugar. A típica cara de "Putz" misturada com risadinha. Em minha opinião isso é semelhante ao sarcasmo, só que na expressão facial. Perguntei o que aquilo significava e ele dizia que não tinha explicação. Caralho, como assim não tem explicação? Comecei a ficar realmente brava e exigir dele a resposta. Para o seu azar ele se embolou nas medíocres explicações que não faziam sentido. Onde já se viu falar que estava pedindo pra ela não ir à casa do namorado fazer a putaria deles e ir para a escola? Com qual intenção ele iria querer isso se ele mesmo sempre diz não se importar com nada? E por que falaria aquele tipo de frase pra ela? Que tudo que ela faria com o namorado seria bem melhor com ele? Haha, a menina iria se decepcionar. Eu não sou nenhuma perita nestas coisas, ele foi o primeiro rapaz que realmente fiz amor e eu a primeira moça da vida dele no mesmo sentido, então não teria nada a oferecer de melhor a vadia da garota. O pior é que ele falava as coisas e depois dizia que não era nada daquilo. E eu com a minha imaginação fértil cogitei várias coisas e impus a ele para me dizer se estava certa ou errada. Em resposta recebi o típico comentário "Isso é coisa da sua cabeça não tem nada a ver." Se é coisa da minha cabeça e não faz sentido por que inferno não me dizia a verdade? "Não existe verdade nenhuma, eu só não consigo me lembrar qual era o assunto da conversa." Eu até concordo que quando uma pessoa te pergunta algo e você não se lembre é natural, agora quando se tem dica de memória como a tal mensagem fica improvável a pessoa não se lembrar. Depois de muita raiva, muito choro e muita, mas muita vontade de socar ele eu me acalmei. Ficamos por mais de meia hora sem falar nada. Eu, preocupada com o meu esmalte desbotando e ele parado feito estátua ao meu lado.

No final o que restou foi a minha vontade de ir embora. Peguei minha mochila e fomos até o ponto de ônibus. Agora não era mais uma questão de traição, até porque eu sei que ele não ficou com ela, mas se trata de ser sincero comigo expor os fatos sem medo da conseqüência. Ele nunca soube me falar seus pensamentos ou suas vontades. Em partes estou acostumada com isso, mas têm vezes que não dá para tolerar, a pessoa precisa amadurecer entender que a vida não é da forma que ela quer e o Lucas infelizmente é imaturo e mimado. Ele poderia até não me dizer nada ali, mas isso ficaria rondando a minha cabeça e eu nunca mais aceitaria o silêncio dele. Tudo seria briga? Sim, seria. Ficaríamos cansados um do outro? Com certeza. Só que eu não desistiria dele e suportaria tudo isso para ensiná-lo o que é ser uma pessoa responsável. Se ele fosse o primeiro a desistir e querer terminar, por mim tudo bem. Só porque eu sei que um dia ele perceberia que eu estava certa e apenas desejava seu bem e ele perdera uma pessoa única ao seu lado.

O ônibus apareceu no meu campo visual e fiz sinal para ele parar. Dei um beijo nele e disse tchau. Ele por sua vez deve ter notado a minha mudança e depois do tchau disse eu te amo. Eu não respondi, apenas subi no ônibus e fiquei a mirá-lo. Sua expressão era de tristeza e fracasso. Naquele momento não me importei com nada, pra falar a verdade eu queria destruí-lo da pior forma possível, do mesmo jeito que ele tem feito comigo nos últimos meses. Só que eu não consigo ser esse tipo de pessoa, assim que cheguei em casa meus pensamentos já haviam mudado e tomei um baita susto ao ver cinco mensagens não lidas no meu celular. Uma por uma eu fui lendo e o coração derretendo. A primeira dizia "É triste perceber que você não me ama mais, eu desisto me desculpa." Acho que ele ia terminar, não sei. A segunda já era diferente "Me desculpa pela outra mensagem mozão eu te amo demais." Hum... A terceira "Você é a mulher mais perfeita desse mundo amor, obrigado por ser a minha companheira." É ele nunca escreveu coisas assim pra mim. E por fim a quarta "Amanha eu vou dar uma explicação pra você amor, você vai ver. Sem confiança não vamos longe, por isso não quero que você a perca." Essa me atingiu em cheio. Pela primeira vez ele estava levando a sério um compromisso e demonstrando seus pensamentos. Eu não sabia que ele prezava a confiança tanto assim, fiquei muito emocionada. Não sabia o que responder, estava sem palavras. Mas conhecendo o Lucas bem se eu não respondesse logo ele iria achar que estava ignorando-o, então tentei responder alguma coisa. "Estou feliz por saber que você preza tanto a confiança amor. Eu te amo." Foi o que saiu. Depois disso a conversa ficou um pouco melhorzinha. Na real eu não estava nem um pouco a fim de conversar com ele. Era muita coisa pra minha cabeça. Se já não bastasse os outros dias que ele me feriu com palavras tão horrorosas como descrevi nos capítulos anteriores ter que processar uma situação como a de hoje. A única coisa que me ocorreu depois de finalizar a conversa com ele foi trocar de roupa e escrever aqui.

Enfim, foram uma hora e meia pra redigir tudo isso que vocês acabaram de ler e agora vou dormir. Meus olhos ardem tanto por causa do choro que só uma longa noite de sono pra resolver.

Boa noite, Diário. Em outra ocasião vou estar aqui de novo relatando os fatos.

 

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