Julho, 2011
Sophia
(horas antes...)
Levanto-me da cama do Jack e vou até a cozinha. Vejo o lixo se acumular ao redor do lixeiro. Pego o lixo e a levo para fora. Dou um fim nele e me sento na calçada. Abaixo a cabeça e deixo as lagrimas escorrer dos meus olhos. Sinto alguém me olhando. Levanto a cabeça e encontro seus belos olhos castanhos me olhando. Dou um sorriso de boca fechada. Bato de leve na calçada ao meu lado. Mathew vem ao meu encontro e se senta. Encosto minha cabeça em seu ombro. Lagrimas são insistentes e caiem dos meus olhos.
Mathew colocar os dois braços em minha volta e me abraça. Faço o mesmo com ele. Sinto que começo a molhar sua camisa. Mas não ligo. A única coisa que importa é que eu não tenho mais ninguém aqui, ao não ser Mathew. Ele me pega no colo, e institivamente, sinto borboletas na minha barriga. Fico incomodada e não sei o que é isso.
Sou colocada no sofá. Mathew se senta ao meu lado e passa a mão em meu cabelo.
– Obrigada. – sussurrei.
– Nada... – falou ele.
Fecho os olhos e deixo cair mais lagrimas. Ele as limpa com o dedão. Levo um leve choque com o contato de sua pele na minha. Ele também levou. As borboletas em minha barriga ficam histéricas. O que será isso? Sento-me e fico observando seu corpo. Ele era muito fofo. Seus olhos inexperientes eram as coisas mais lindas que eu já tinha visto. Me aproximo dele. Acho que estava gostando dele. Mas como? Eu não amava Jack de verdade?
TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIM! - O telefone toca.
Levanto correndo e me dirijo até o telefone.
– Alô? – atendi.
– Sophia? – fala alguém.
– Sim?
– Sou eu, Jack. Estou com saudade meu amor. – fala ele animado.
– Eu também... – falei carinhosamente.
– Você esta bem?
– Sim.
– Alguém está com você? – perguntou ele preocupado.
– Não...
– Pensei que você estava com alguém... – falou ele tímido.
– Que isso!
– Tenho que desligar. – alguém fala com ele, e ele fica todo apressado.
– Okay, me liga.
– É claro. Beijos, te amo. – ele desligou.
– Beijos, te amo. – falei para mim mesma.
Mas eu o amava de verdade? Não senti sinceridade em minhas próprias palavras... Eu definitivamente não o amava.
Sento-me ao lado de Mathew e o encaro.
– O que você faz aqui? – perguntei rude. Mas não foi minha intenção.
Ele fica perdido em pensamentos e não me responde.
– Olha só Mathew. Eu não quero machucar você, mas... – tentei continuar, mas em um movimento rápido, ele já estava com a sua boca na minha.
Fico petrificada. Não sei o que fazer. As borboletas na minha barriga, que tinham sumido temporariamente voltaram. Sua língua pede passagem, mas eu não dou. Ele acha que depois de tudo que ele me fez, dando-me tapas, socos. Vai ficar por isso mesmo? Não comigo. Sua língua era insistente e pedia espaço para passar dos meus lábios e encontrar com a minha. Depois de muita insistência, fico cansada e me entrego a ele. Mas que diabos eu estou fazendo? Agora eu sou uma vadia! Fico me entregando a qualquer um! Eu não sabia que esse dia chegaria...
Coloco minhas duas mãos do lado do seu rosto. Com uma força sobrenatural, dou um tapa no lado direito do rosto dele. Mathew se separa e me encara, a espera de uma explicação para meu ato.
– Isso é por minhas marcas roxas no abdome. – dou outro tapa nele, só que desta vez, do lado direito. – E essa é pelas minhas coxas.
Pego seu rosto novamente e volto a beijar. Só que desta vez, quando minha língua pediu passagem, ele não deu. Separo-me dele e fecho a cara.
– Oras. Por que você não estás me beijando? – perguntei.
Ele riu, colocou suas mãos cuidadosamente no meu rosto e me beijou. Um beijo longo e delicioso.
Autora
No céu, Haniel observava Sophia e Mathew. Até que em fim seu plano tinha sido colocado em prática. Juntar esses dois foi mais difícil do que Afrodite e Ares. Haniel foi até o trono de Deus e se ajoelhou em sua frente.
– Deus, obrigado. – falou ele.
– Obrigado pelo que meu jovem? – pergunta Deus.
– Por não me castigar pelo o que está por vir... – Haniel abaixou a cabeça.
– O que esta por vir? – pergunta novamente Deus, só que desta vez, confuso.
– Você vai ver... – simplesmente Haniel fala.
Haniel sai do templo de Deus, deixando-o furioso, por não ter dado uma explicação sequer.
Bruno e Gabriel se encontram no hall do templo de Deus, para avisar suas posições na terra.
– Gabriel, eu estou indo pra Nova Iorque com Jack. Não tenho data prevista para voltar... Por que pelo visto, ele ainda corre perigo. Não sei por que... – falou Bruno.
– Okay. Bom eu vou ficar por aqui mesmo... Com a minha Lizza. – Gabriel olha para os lados. – Quero aproveita-la ao máximo. Por que sei que daqui a pouco, ela será um anjo da guarda.
Bruno fica animado com a notícia.
– Shhh! Só entre nós. – Gabriel sussurra. – Nem ela sabe ainda. – Bruno e Gabriel soltam uma risada abafada. – Apenas eu, você, Haniel e Deus que sabemos dessa novidade... Mas ainda não sabemos quem será seu anjo menor. A única coisa que sabemos é que, ele ainda irá nascer. Apenas isso.
Bruno e Gabriel ficam animados com o novo anjo menor. Mas logo ficam em silencio quando Lizza aparece no hall e os encara, colocando as mãos na cintura.
– O que vocês estavam rindo? – pergunta ela mandona.
– Nada não! – fala os dois juntos. Eles se entreolham.
Bruno desce para a Terra para encontrar Jack. Gabriel se vira para seu amor e da um leve beijo na boca. Ela estremece com o toque em sua pele. Gabriel sentiu o mesmo, mas ficou quieto.
Depois de uma longa tarde, juntos. Gabriel e Lizza foram voar por aí. Itália, Grécia, Alemanha, mas pararam em Portugal para assistir o pôr-do-sol. Ambos achavam o pôr-do-sol em Portugal magnífico. O que se restou para o fim do dia, foram mais e mais beijos em voos tardios.
Sophia
Depois de ficarem abraçados e de muitos beijos. Mathew se levanta e vai em direção a porta, o acompanho. Paro na porta e ele também.
– Você vai dormir bem? – perguntou ele.
– Ficaria melhor com você aqui... – falei sedutoramente.
Acho que depois que não sou mais virgem, virei uma safada. Meu deus, que os anjo não me vejam.
– Não posso, tenho que ficar de olho na minha mãe. – falou ele.
– O que houve com ela? Naomy está bem? – perguntei preocupada.
– Sim, ela esta bem sim... – ele olha para a casa dele, mas depois volta para mim – Ela esta namorando um cara. Mas eu não gosto muito dele...
– Hum, está com ciúmes... – falei provocando.
– Não é isso, é que... – ele não conclui sua frase.
Vejo preocupação em seu rosto.
“não posso contar para ela, não posso!” pensou Mathew.
– O que você esta me escondendo Mathew? – perguntei exigente.
– Nada que possa fazer esse momento ainda mais perfeito. – ele passou os braços em minha cintura e beijou minha testa.
Ele estava me escondendo alguma coisa. Mas não queria estragar esse momento. Mathew se solta e vai para casa. Corro atrás dele e seguro sua mão. Ele se vira e me olha confuso.
– Posso dormir com você essa noite? – perguntei. Não posso deixa-lo agora, ainda mais sabendo que ele me esconde algo.
Ele sorriu e assentiu. Vou com ele para a casa. Chegamos e nos deparamos com o corpo da mãe dele jogado no chão, com uma garrafa de cachaça na mão. Corro até o corpo e vejo se ela ainda está viva. O pulso está normal. Olho para Mathew. Ele ficou vidrado na cachaça que caia da garrafa.
– Mathew? – chamei e ele logo me olhou – Sua mãe esta bem... – tento pegar ela no colo, mas logo Mathew a pega de minhas mãos.
Eu sou forte o suficiente para carregar ela e Mathew juntos, mas ele insistiu em pega-la e coloca-la no sofá. Vou atrás dele e me sento ao seu lado.
– Eu não quero que a veja nesse estado. – falou ele.
– Mas eu não posso deixa-lo sozinho Mathew. – falei preocupada.
– Pode sim. Eu vou ficar bem! – ele me olhou, e eu via raiva transbordar de seus olhos.
– Não vai não! – ele se levantou e parou na minha frente. Sua respiração pesada, batia no meu rosto. – Se você ousa em tocar em mim, para me machucar, você vai se arrepender.
– Eu nunca faria isso com você... – falou ele carinhosamente.
– Então coloca essa sua bunda magra no sofá, e fica quieto! – falei rude.
Ele riu da minha cara, mas obedeceu. Sentou no sofá e ficou olhando para a sua mãe. Vejo que ele de vez em quando olhava para a garrafa de cachaça no chão e fechava os olhos de raiva.
“Como eu pude deixar que ele fizesse isso com minha mãe... Mas esse cara vai ver na próxima vez... Oh se vai!”
– Mathew o que você esta me escondendo? – perguntei.
– Vamos levar minha mãe lá pra cima? – perguntou ele mudando de assunto.
Assenti meio contraditória. Ele sempre está mudando de assunto, que saco! Levamos ela para o quarto e a deitamos na cama.
– Você não acha que devemos dar um banho frio nela? – perguntei, mantendo o assunto entre nós.
Por que essa casa de noite, era assustadora. E ficar em silencio, não há quem aguente!
– Vamos sim... – ele se levantou e pegou a pegou no colo, levou para o banheiro, ligou o chuveiro e colocou-a debaixo do chuveiro. – Pode me ajudar? – perguntou ele, eu assenti e foi para seu lado.
Naomy acordou no susto quando a agua gelada bateu no seu corpo. Ela nos olhou e começou a chorar. Meu deus o que eu fiz? Mathew a tira rapidamente do chuveiro, enrola uma toalha em volta do seu corpo e a leva para o quarto novamente.
Fico parada apenas observando. Ela não é minha responsabilidade, não posso toca-la! Merda! Vou até Mathew e o empurro para longe da mãe, ele me olha incrédulo, mas se afasta. Começo a seca-la e a mandar minhas boas vibrações, logo ela já estava melhor e sem álcool no corpo. Olho para Mathew e ele apenas balançou a cabeça. Mas logo esboça um sorriso no seu rosto.
– Eu nunca vou me acostumar com esse seu jeito... – falou ele. Mathew veio até mim e me beijou carinhosamente.
Retribui, por que só estando nos seus braços era uma sensação maravilhosa.
{Sophia se solte dele! Agora!} pensou alguém.
Me solto rapidamente de Mathew. Ele me olhou confuso. Eu apenas balancei a cabeça e sai da casa. Com certeza foi algum anjo. Alguém que queria contar a deus sobre minha aproximação com Mathew. Mas não vou deixar nada nos interferir. Vou para a casa de Jack e me sento no sofá. Fico quieta com apenas meus pensamentos. Acabo cochilando.
Sonho...
Estava no inferno com Georgia e mais outra mulher. Mas eu não a conheço. Seus cabelos castanhos repicados, eram magníficos. Seus olhos negros como a noite, eram purificantes. O que mais me intrigava era sua altura. Muito menor do que eu e Georgia, mas com certeza carregava um alto cargo em suas costas. Ela me olha e da um pequeno sorriso. Vejo que ela era uma pessoa boa. Como Primula. Continuamos a andar pelo corredor sem fim. Paramos em frente a uma porta preta com desenhos tribais na frente. A tal mulher, abriu a porta e lá de dentro saiu à pequena de cabelos lilás e olhos da mesma cor. Ela corre e me abraça.
– Me tire daqui Soph! – suplicava ela.
– Primula ela não pode fazer nada! – falou a mulher.
Primula se solta e vira para a mulher.
– Janne, minha prima, não faça isso comigo! – falou Primula.
– Eu vou junto com você minha querida prima! – falou Janne.
Primula foi até ela e a abraçou. Olho para Georgia, e ela da de ombros. Ou seja, ninguém sabe o que esta acontecendo.
– Posso saber o que vocês estão conversando aí? – perguntou Juruna. Ele parou do meu lado e acariciou meu rosto. Rapidamente tirei sua mão do meu rosto.
Primula se afasta e vai para de trás de Janne. Vejo raiva nos olhos de Georgia e de Janne.
– O que você quer? – perguntei, cruzando os braços no peito.
– Só quero você... – ele foi chegando mais perto, e eu não conseguia me afastar. E quando ele já estava a milímetros de mim, com sua respiração no meu rosto...
TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM – O telefone toca.
Abro os olhos com dificuldade. Mas logo me levanto eu vou atender.
– Alô? – atendi sonolenta.
– Ei dorminhoca, sou eu Jack!
– Hum... Oi Jack.
– O que foi meu anjo? – perguntou ele.
– Precisamos conversar. – falei curta e grossa.
– Sim... Você quer começar?
– Você pode começar. – falei sem pressa.
– Ook... – ele fez uma pausa, respirou fundo e falou: - Eu não queria que isso acontecesse, mas aconteceu... Eu pensei que te amava, mas eu estava errado... Sinto borboletas na minha barriga quando estou com essa pessoa, e vejo que ela é muito significativa pra mim. Mas nunca se esqueça de que eu sempre vou estar do seu lado independente de qualquer coisa... – ele se calou e esperou meu argumento.
Fiquei de cara. Ele terminou comigo pelo telefone! Comecei a rir e não conseguia mais parar.
– Soph? Sophia? Está tudo bem? – perguntou Jack.
– Está sim... É que eu queria falar a mesma coisa pra você e não sabia como dizer sem machuca-lo. – falei rindo.
Ele ficou mudo. Parei de rir e me preocupei.
– Jack? – chamei. E ele não respondeu. – Jack, me desculpe se fui rude... Não queria ferir seus sentimentos...
– Não, está tudo bem... – ele parou, mas logo continuou – Eu pensei que você reagiria diferente...
– Desculpe-me Jack... – falei docemente, tentando conforta-lo.
– Ok, ok. – alguém começa a falar com ele e ele fala com essa tal pessoa. Consigo ouvir palavras cortadas.
– “... é ela né?...” – fala uma voz feminina. Mas o mais incrível, é que ela estava mais calma que o normal.
– “sim... quer falar com ela?” - perguntou Jack.
– “não...” – ela fala e desaparece.
– Era a minha namorada... – falou Jack para mim.
– Hum... – pigarreei e tentei soar natural. – Ela não é... Como eu posso dizer? – perguntei para mim mesma.
– Rude? – perguntou ele, interrompendo-me dos meus pensamentos.
– Não... Ela não é uma pessoa comum... – conclui.
– Não é mesmo... – ele parou por um instante e pensou. - Sophia, eu adorei conversar com você, mas eu tenho que ir... Meu amor me espera... Sabe como é né...?
– Sim, sim... Vai lá. – falei.
– Tchau Sophia.
– Tchau Jack. – falei e ele desligou.
Sento-me no sofá e fico perplexa. Não pude deixar de rir. O Jack terminou comigo pelo telefone! Nossa...
Três semanas depois...
Estava sentada na varanda com Mathew me abraçando. Ele tinha acabado de voltar de sua aula, que começara há uma semana. Eu ia levar e buscar ele. Por segurança, é claro. Mas nós sempre íamos pra casa do Jack, e ficávamos sentados na varanda, conversando e nos beijando carinhosamente.
– Sophia, vamos para dentro aqui fora está muito frio... – falou Mathew, me abraçado mais forte.
Apenas assenti.
Ele pegou minha mão e me ajudou a levantar. Cada toque dele, eu ainda sentia a estranha sensação de borboletas na minha barriga, era muito estranho, mas eu o amava. Fomos para a sala e nos sentamos em um dos imensos sofás. Mathew passou o braço em um dos meus ombros e começou a acaricia-lo. Eu apenas sorria. Era tão lindo esse momento. E só de pensar que eu era uma pessoa ‘irritada’ antes de conhecê-lo...
Mathew pega meu rosto com as mãos e começa a me beijar. Ele para e encosta sua testa na minha.
– Por que você é tão perfeita? – perguntou ele.
– Eu não sou perfeita Mathew! – sussurrei.
– Para de bobeira, eu te amo, isso é o que importa agora! – sussurrou.
Eu te amo também! – falei em seus pensamentos.
Ele se soltou e ficou me encarando com os olhos arregalados.
– Você disse no...? – falou ele.
Eu apenas assenti. Ele me puxou e começou a me beijar com mais convicção e calor. Mas diferente de Jack, ele mantinha sua mão no meu rosto e na minha cintura. Era tão cuidadoso, e eu amava esse seu jeito jovem. Tão pequeno, em um mundo tão grande. Mas com certeza, ele era meu amor. As borboletas significavam isso. A cada toque, o desejo do seu amor por mim, e o meu por ele. Dava para sentir isso. E ele era e foi a única pessoa que eu amei.
Autora
Pensamos que amamos uma pessoa apenas pelo jeito dela, mas seu toque diz o que sentimos e o que não sentimos. Mas nada é só amor, temos também o ódio, a raiva, a infelicidade... Esses pequenos/grandes sentimentos significam muita coisa em um relacionamento... E se tivermos em um relacionamento proibido ficamos muito mais emotivos... Então ame, mas ame controladamente. Nunca se sabe o que esta para vir no futuro...
Setembro, 2011
Sophia
Ultimamente eu sentia enjoos, dores no corpo, ficava tonta rapidamente e uma fome insaciável. A minha querida sogra, Naomy, achava que eu estava grávida. Mas eu achava que só tinha comido algo estragado... Não sei muito bem dizer. Mathew era um ótimo namorado, só que sua sede por álcool ainda continuava a mesma, e eu tentava controlá-lo.
Semana passada fui ao céu e vi como que andava as coisas. Gabriel pedira Lizza em casamento, foi muito emocionante. Ele se ajoelhou na frente dela e com uma bela aliança de ouro com brilhantes a pediu em casamento, o sonho de qualquer mulher! Nesse mesmo dia, Mathew tinha se metido em uma briga com uns caipiras. Tive que descer e ajudá-lo, mas ele não gostou muito. Não nos falávamos direito daquela semana pra cá.
Jack me ligava de vez enquanto, falando que não voltaria muito cedo da faculdade, possivelmente ele ficaria lá por dois anos. E dava para ver em sua voz, a felicidade com sua nova namorada, mas nunca mencionou o nome dela, mesmo eu pedindo. Sempre mudando de assunto, teve certo ponto que eu me irritei e deixei pra lá.
Bruno me ligava quase todos os dias, fazendo certo drama. Só reclamando do quanto é difícil ser um anjo da guarda e tal. “Quer que eu faça o que?” eu perguntava para ele e ele apenas falava “Esquece, tchau!” e desligava. Nossas conversas não passavam disso.
– Sophia? – chamou Naomy.
Ela apareceu na porta e se encostou no batente, ficou quieta por um tempo, abria e fechava a boca, parecia que ia falar alguma coisa, mas nada saia.
– Pode falar Naomy! – falei incentivando-a.
Ela assentiu e falou: - Bom, como sua presença aqui em nossa casa é constante, gostaria de fazer um jantar em casal. E é claro, lhe apresentar o meu namorado! – Naomy falou sorridente.
– Seria ótimo! Vai ser um grande prazer conhecê-lo! – falei empolgada.
Ela assentiu e saiu do quarto. Fiquei olhando para a porta que se fechava sozinha. Mas logo se abriu. Mathew a fecha atrás de si e vem para a cama, deitar ao meu lado.
– Estou com saudade de você... – falou ele no meu ouvido.
Virou-me e fico de frente a ele. Dou um sorriso e selo minha boca com a sua.
– Eu te amo... – sussurrei em seu ouvido.
– Eu também te amo! – sussurrou ele.
Separo-me um pouco e encaro seus belos olhos castanhos. Dava para ver tudo que ele passou em um só olhar. Tão belo e inofensivo. Meu Mathew será no futuro um homem muito belo. O meu homem! Queria tanto ficar com ele pra toda eternidade.
– Ei Sophia, o que houve? – perguntou Mathew.
Só depois que ele passou a mão no meu rosto e limpou uma lagrima que escorria dos meus olhos, percebi que eu estava chorando.
– Desculpe-me... Não queria fazer isso na sua frente... – falei.
Levantei-me e fui para o banheiro. Encostei a posta e fui descendo até o chão encostando-me nela. Como eu sou fraca! Por que eu sou assim na frente dele? Eu é que mando nessa porra! Ele não deveria me ver chorar! E esses enjoos que eu tenho? Que coisa é essa? Saco! Sou muito fraca para ser um anjo da guarda!
– Sophia! Abra essa porta agora! – gritou Mathew do outro lado da porta. Ele batia freneticamente.
Fiquei quieta por um longo tempo e não abri a porta. Queria um tempo sozinha. Apenas com os meus pensamentos.
{É a coisa certa a se fazer meu amor... Um dia você irá me entender... Te amo!} pensou alguém novamente, em minha cabeça.
Olho para os lados e não vejo nada. Eu estava sozinha naquele banheiro, e não eu não sentia a presença de ninguém por perto. Pelo o que eu saiba, apenas celestiais ou infernais conseguiam se comunicar sem estando perto. Mas nesse caso, eu sinto que é um infernal. Só que apenas um infernal consegue fazer isso... Ou seja, meu pai!
Minha respiração começa a acelerar, suor escorre pela lateral do meu rosto e minha lágrimas ainda insistiam em cair.
Tudo começa a escurecer, escurecer e uma escuridão me envolve.
Abro meus olhos e vejo que não estou mais no banheiro. Tento me levantar, mas algo me prende para baixo. Olho ao redor e não consigo identificar direito a onde eu estou. Uma sala talvez? Pode ser... Mas não tem janelas. Estou no subsolo? Pode ser... Pelo amor de Deus! Que eu não esteja no inferno! Um par de olhos azuis surge em cima de mim.
– Vejo que você já acordou... Está com fome? – pergunta Juruna.
– O que eu estou fazendo aqui? – perguntei histérica.
– Dando uma volta... Mas aqui está chato, você quer passear comigo? – perguntou ele.
– Eu não! Eu só quero sair daqui viva! – gritei.
– Ai inferno! - gritou Juruna. - Você não vai morrer aqui Soph... Só quero passear com você! – ele me soltou e minha primeira ação foi correr, mas ele me segurou pelo braço e me puxou para ele.
Sua respiração batia em meu rosto. Estávamos muito próximos. Eu sentia seu coração batendo,
– Percebe-se que estamos muito próximos - Tento me soltar de seus braços fortes, só que foi em vão. Ele era muito mais forte que eu. E nada que eu fizesse iria me tirar dali.
– Se eu te soltar, promete me ouvir? – perguntou ele.
– O que você quer de mim? – perguntei de volta.
– Só uma conversa... Pode ser ou tá difícil?
Rolei os olhos e assenti. Aos poucos ele foi me soltando. Mostrou-me onde eu poderia sentar e se sentou na minha frente. Seus olhos estavam em mim o tempo todo. Era um incomodo que me deixava sem graça. Ele me olhava como se fosse me atacar a qualquer hora. Procurei nunca olhá-lo nos olhos, mas aqueles pares de safiras eram intrigantes e nos mantinham vidrados neles!
– Pode começar o seu questionário. – falei.
– Não quero nada de você. – ele falou, cruzei os braços no peito e levantei a sobrancelha. – Okay, eu só quero saber de uma coisa...
– Manda!
– Quando que você transou com o Mathew? – perguntou ele.
Arregalei os olhos. Espera aí. Ele quer saber o que?
– Eu não falo grego, Sophia. Responda-me agora! – ele se irritou.
– Calma! – falei baixo. Arrumei-me na cadeira e olhei para aquele olhar cínico. – Você quer saber o que exatamente...?
– Quando foi a ultima transa entre você e o Mathew? – perguntou ele impaciente.
– Uma correção, a gente não transa, fazemos amor. - falei. Ele se mexeu inquieto na cadeira. Percebi que sua raiva estava transbordando pelos olhos, boca, nariz e orelha! Respirei fundo e falei – Mês passado, foi a nossa primeira vez. – sussurrei.
– Hum... – ele se levantou e foi até a mesa que tinha atrás dele.
Discou um numero rápido no telefone preto e logo a outra pessoa na linha atendeu.
– Uhum, isso, semana passada. Okay, até mais. – ele desligou e se sentou de novo na minha frente.
Ele só me observava com nojo.
– Posso saber que merda é essa? – perguntei com raiva.
– Hey mamãe! Fica calma, não queremos que nada de ruim aconteça com o nosso novo bebê! – falou ele.
Arregalo os olhos e fico olhando para ele sem parar. Como assim mãe? Que putaria é essa? Ele fumou? Bebeu?
– Oi? – falei sem entender nada.
Ele apenas rolou os olhos e deu de ombros: - Você está grávida Sophia. – falou simplesmente isso.
Não vejo mais nada a não ser a escuridão, depois de suas palavras.
Autora
Mathew fica preocupado com Sophia e decide arrombar a porta. Foi muito mais fácil do que ele previo, mas o que ele não previu, foi a ausência de Sophia no banheiro. Ele correu até a janela e vê que ela esta quebrada. Fica desesperado na hora. Minha Sophia. Onde está você? Pensou ele.
Haniel se desespera no céu a procura de Sophia, mas ele não a encontra. Do nada, aparece Camael.
– Já achou a Soph? – perguntou ele ofegante.
Haniel apenas balançou a cabeça.
Gabriel vê que todos estão preocupados a procura de alguém. Ele se vira para Lizza que se distraía com um pacote de bolachas de chocolate.
– Você sabe o que está acontecendo? – perguntou ele preocupado.
– Não... Ah! Falaram-me que um anjo da guarda sumiu do radar... – falou ela despreocupada.
Rapidamente, Gabriel fica preocupado. Não só Bruno estava na terra, mas como Sophia também! Sua melhor amiga não pode ter sumido assim.
Ele avista Raphael e o chama. Rapidamente, Raphael para do seu lado.
– Sophia desapareceu! – falou ele sem dó nem piedade.
– Como? – gritaram Gabriel e Lizza juntos.
– Isso mesmo! Ajude-nos a procurá-la. Ficamos sabendo que demônios devoradores de almas estão subindo a superfície da terra com mais facilidade. – ele respirou e continuou: - E Mathew sozinho, está em perigo! Cuide dele, enquanto eu a procuro.
Gabriel apenas assentiu e desceu para a terra. Lizza fica para apenas observando seu belo marido descer para a terra. Ela ficara tão triste quanto ele. Gabriel tinha contado a ela todas as aventuras de Sophia, e ela ficou admirada com a coragem e esperteza da anja loira.
Bruno recebe o recado e logo avisa para Jack. Ambos ficam preocupados e pedem noticias caso a encontrem. Bruno falou para os anjos que iriam procurá-la por Nova Iorque. Mas nada era concreto.
Jack ainda estava muito atarefado na faculdade e não poderia se distrair. Sua namorada o ajudava sempre que conseguia, mas estava cheia de coisas para fazer também. Ou seja, apenas no básico ela ajudava.
Bruno saiu do campus da faculdade a procura de Sophia. Cansado de tanto andar, ele se senta em um banco. Uma mão fria cobre seus olhos, ele as tira e puxa sua dona para seu lado no banco. Seu cabelo negro estava preso em um rabo de cavalo alto. Sua roupa preta super curta e vulgar. Botas até o joelho cobria seus pé.
– Já soube da ultima? – perguntou Bruno.
– Manda. – falou Georgia.
– Sua irmã desapareceu. – falou ele preocupado.
Georgia se vira de frente para ele e o encara séria.
– Repete. – pediu ela.
– Sophia desapareceu do radar angelical. – falou ele sem tirar os olhos das flores a sua frente.
– Ta tirando sarro comigo né?! – perguntou ela.
Ele a olha e fica muito mais sério. – Parece que eu estou brincando? – perguntou ele.
Ela fica pasma e se vira pra frente incapaz de pronunciar qualquer palavra.
– Você não sabe a onde achá-la? – perguntou ele.
Georgia apenas balançou a cabeça negativamente.
– Okay... Se a encontrar me avisa!
Bruno sai do banco e volta a procurar Sophia. Georgia permanece, mas logo volta para o inferno contar a noticia a seus pais.
Sophia
Acordei com alguém dando tapas no meu rosto. Institivamente contra-ataquei a pessoa que me batia.
– Hey! Acalma-se Sophia! – falou alguém, que pelo visto me conhecia. Mas sua voz não me era estranha...
Fiquei com os olhos fechados. Não pode ser...
– Pode abrir os olhos meu amor... – falou ele.
Balancei a cabeça negativamente.
– Prometo que ninguém irá te machucar...! – falou novamente a voz conhecida.
Ele passou a mão no meu cabelo e eu rapidamente o tirei.
– É verdade? – perguntei sem abrir os olhos.
– O que? – indagou ele.
– Eu estou gravida? – perguntei num sussurro.
Ele soltou uma leve risada: - Sim...
Abri os olhos e encarei aquele homem que eu conhecia tão bem.
– E agora pai? – perguntei.
Autora
Mathew começa a correr pela casa, rua e por todo subúrbio. Seus pensamentos voam longe. Ele a amava, e sem seu amor, ele não saberia viver.
De volta para casa, ele vai para a cozinha, abre a geladeira e vê aquela maravilhosa garrafa de cerveja geladinha. Sem pensar duas vezes, ele a pega e começa a bebê-la. Mas algo faz lembrar que Sophia não iria gostar desse seu comportamento. Na ultima semana, ele começara com um novo programa de reabilitação. E estava dando resultado, mas nessas horas, ele tinha uma recaída. Mathew olha para a garrafa que brilhava em suas mãos, ele a joga na parede e a garrafa se quebra em mil pedaços cristalinos.
Naomy escuta um barulho lá no térreo e desce rapidamente para ver o que aconteceu. Chegando lá, se depara com Mathew chorando e uma garrafa de cerveja quebrada. Parte dela dentro da lata de lixo, outra no chão.
– Oooh filho, o que foi? – ela pergunta indo abraçá-lo.
Mathew aceita o abraço e se aninha ali mesmo nos braços da pequena mãe.
– A Sophia desapareceu mãe! – falou ele desesperado no meio de lágrimas.
– Ela vai voltar filho... – falou Naomy.
Sophia
– Você não pode ter esse bebê filha! – falou meu pai.
– Por que não pai? – perguntei.
– Ele não é um bebê qualquer filha, é um Nephilim! – falou ele, um pouco irritado.
– Eu vou cuidar dessa criança até ela ficar uma pessoa idosa! Nada vai acontecer com o meu filho! – falei.
Levantei-me e corri para a saída. Abro a porta e me deparo com a mulher do meu sonho, Janne. Afasto-me dela e corro para o sentido contrário. Meu pai aparece e me segura.
– Senta nessa merda de cadeira e fica quieta! Preciso pensar. – falou ele. – Janne, vem até aqui, por favor... – falou ele.
Janne foi até ele e ficou em sua frente. Papai falou alguma coisa no ouvido dela e ela logo saiu. Ele se senta na sua poltrona e me encara por um longo tempo. Vira de leve, a cabeça para o lado. Seus olhos percorrem meu corpo e param de novo nos meus olhos.
– Por que você quer isso? – perguntou ele curioso. – Por que trazer uma coisa que você não poderá cuidar direito? Você esta criando um monstro! – ele cuspiu com repugnância. – Você não trará esse filho para a terra e pronto! Eu sou seu pai e mando nessa putaria!
Fui obrigada a me levantar. Manda? Desde quando?
– Você nunca mandou em mim, e não vai ser hoje que isso vai acontecer!
Saí correndo, abri minhas asas e um buraco se abriu no teto, de lá eu consegui sair. Respirei o ar puro da terra e coloquei meus pés no chão. Olho para os lados e sinto a tensão que todos estão sentindo. Levanto voo novamente e sigo em direção à casa do Mathew.
Mathew
Sophia está desaparecida já faz três dias e eu estou entrando em desespero! Não como, não durmo. Apenas bebo. Não consegui ficar sóbrio durante esses três dias de desaparecimento dela. O meu amor está desaparecida e eu não sei o que fazer. Já liguei para o Jack e ele falou que ela também tinha sumido do radar angelical, se eu soubesse o que era isso, ficaria mais aliviado. Mas eu nem sei de nada! Bruno falou que estava a procura dela. E não tinha nenhum sinal.
Aviso para minha mãe e ela fica muito triste e disse que se soubesse de alguma coisa me contaria. Mas nada ainda.
Compro mais uísque e bebo. Vou para o parque que tinha próximo a minha casa e me sento um em um dos bancos. Abro a garrafa de uísque e fico encarando aquele liquido marrom. Parece uma coisa tão feia, mas muito gostosa de beber. Fecho os olhos e tomo os primeiros goles de uísque. Sonho que, um dia eu ainda seria muito mais feliz com Sophia. Teríamos nossa casa, cheia de filhos correndo para todos os lados, uma babá que custava uma fortuna e que teríamos contas para pagar. Mas nunca esquecendo o amor entre nós.
Autora
Georgia desce para o inferno e encontra seu pai muito irritado com alguma coisa. Mas ela ainda queria acertar as contas com ele. Aproximou-se com cuidado e parou na frente do pai. Ele a olhou incrédulo e bateu no rosto dela com força, lançando-a no chão.
– O que você faz aqui sua vadia? – ele perguntou. Georgia não se moveu e não falou nada. Ele a pega pelos braços e a levanta para que eles fiquem olhando um nos olhos do outro. – Por que você veio aqui? Quer que eu mate você hoje? Justo no dia que eu descubro que minha filhinha está gravida de um humano!
Ele a jogou no chão, virou e foi até a cadeira. Sentou-se nela e abaixou a cabeça. Georgia fica estabilizada. Minha irmã, gravida? Pensou ela. Georgia se levantou, se apoiou na mesa do pai e ficou encarando o velho.
– Sophia está gravida? – perguntou ela surpresa.
Ele apenas assentiu e deixou uma lagrima cair. Georgia se joga com tudo na cadeira e fica com os olhos arregalados.
– Ou seja... Deus vai arrancar as asas dela? – perguntou.
Lúcifer assentiu mais uma vez. Georgia balançou a cabeça não acreditando que sua própria irmã, seria um anjo caído se tivesse esse bebê. Lúcifer ficou muito mais triste do que já estava. Não seria honrado ter uma filha caída.
Haniel encontra Sophia nas proximidades da casa do Mathew e cessa as buscas. Ele chama Gabriel e logo ele aparece.
– A achamos. – falou Haniel.
– Onde? – Gabriel perguntou curioso.
– Perto da casa do anjo menor.
– Hum... Obrigado por me avisar. Tchau. – Gabriel se despediu e foi atrás de Lizza para contar a novidade.
Sophia
Entro correndo na casa do Mathew e não encontro ninguém na sala. Vou para a cozinha e me deparo com Juruna cozinhando e conversando animadamente com Naomy.
– Sophia? – exclama Naomy. Ela corre em minha direção e me abraça. – Pensei que você nunca mais voltaria. Mathew está muito preocupado com você! – falou ela no meu ouvido.
– Desculpe-me tive um sério imprevisto. – falei sem tirar os olhos de Juruna. Ele nunca vai me entrar.
Naomy me solta e vê que eu olho intensamente para Juruna. Ela para ao lado dele, coloca sua mão na dele e fala:
– Esse é Juruna, meu namorado.
Fico de queixo caído. Namorado? Desde quando? Não... Desgraçado! Juruna contorna o balcão e estende a mão.
– Prazer Juruna. – falou ele cinicamente.
– Sophia. - engoli em seco e apertei a mão do fingido que estava na minha frente.
Ele franziu os olhos e fala: - Muito prazer Sophia.
Fim...
(Será?)
Data | 27/01/2014 |
De | Mari |
Assunto | Segunda Temporada |
Olá, eu lia essa história a muito tempo atrás e lembro que ia ter uma segunda temporada. Mas parece abandonada, e eu amo demais essa história :/ lembro até que ela estava grávida e tals ...