Enfim Nayara e Ricky chegaram ao condomínio. Os últimos minutos que eles passaram dentro do carro foram de pura conversa sincera e amigável. Com certeza depois que Nayara voltar para sua cidade ela manterá contato com Henrique. O carro é estacionado e desligado.
- Então chega de mal entendidos? – Henrique pergunta estendendo a mão.
- Com certeza! – Nayara sorri e aperta a mão dele.
O jovem a puxa para um abraço repentino. Como qualquer reação normal, Nayara buscou se afastar, mas fora impedida, pois Ricky a segurou mais forte. Em meio aos risos ela pedia para ele soltar e tudo acabou virando uma brincadeira. Quem não esperava ver essa cena era Guto, que se aproximava e a assistia. De primeiro momento ele achou estranho e ao chegar perto do carro escutou Nayara gritar para ele a soltar. Num ato impulsivo, o rapaz corre abre a porta do carro e puxa Henrique para fora dando logo em seguida um murro no meio do rosto do rapaz.
- Guto o que você tá fazendo? – Nayara sai do carro e busca afastar Guto do Ricky que se encontrava sentado no chão com a mão onde fora acertado.
- Ele estava te forçando a alguma coisa só salvei tua vida! – Berra.
- Deixa de ser louco, ele estava brincando comigo! – A moça se abaixa para prestar socorro ao jovem caso fosse preciso. – Você esta bem Ricky? – Guto deu uns passos para trás um pouco confuso e observou.
- Tudo bem Na, não foi nada sério.
- Ain, tá sangrando.
- Tá, mas não faz mal. – Ele se levanta com a ajuda dela. Nayara olha séria para Guto na intenção de recriminá-lo. O rapaz simplesmente ignora tudo e entra no condomínio.
- Quer entrar? Eu faço um curativo.
- Não não, valeu Na. Eu já to indo nessa.
- Tem certeza? Eu posso te ajudar, é o mínimo depois da cena de hoje. – Ela sorri encabulada.
- Já disse pra esquecer isso e eu to bem. – Ele insiste.
- Tudo bem então... – Ricky se aproxima da jovem e deposita um beijo em seu rosto seguido de um abraço bem forte. Ele sussurra na orelha dela.
- Vou sentir sua falta... – O ar quente provocou um arrepio na parte esquerda do corpo dela, ponto fraco como ela costumava dizer.
- Eu também vou. – O afasta um pouco e devolve o beijo. – Vê se não vai se esquecer de ligar pra mim, mandar mensagem o que for. Estarei esperando. – Ela pisca.
- Pode deixar senhorita. Se cuida ai com o garotão hein, não vai fazer nada de errado... – Ele a olha com aquela intenção de malícia, Nayara já devia esperar. Acenou ao vê-lo partir.
- Pois é, agora é a hora da verdade. Aiin anjo da guarda me protege hein? – Ela pedia enquanto entrava no condomínio. – Não estava preparada pra isso assim tão do nada. Era só curtição... – Tentava se convencer. Com a cabeça nas nuvens, ela não percebeu que Guto estava deitado na beira da piscina e entrou na casa. – Essa é a hora, você consegue Nayara. Não vai ser tão difícil assim. – Encorajava-se.
Subiu as escadas devagar e ao pisar no último degrau viu que ele não estava no quarto. Pensou aonde ele poderia estar e concluiu que havia um único lugar que ela não tinha visto ainda: a piscina. Aproximou-se da janela e lá estava ele, deitado, mais jogado na opinião da jovem. “Devo ir?” Perguntava-se. Não se sabe como e nem o que aconteceu naquele momento, Nayara apenas sentiu uma força dentro dela que não tinha controle, sem que ela pensasse seus pés já estavam descendo as escadas e saindo da casa. Suas mãos tremiam e sua barriga se revirava. Mas nada disso impediu que essa força estranha parasse seus pés que caminhavam por conta própria.
A uns cinco metros de distância do rapaz ela parou. Ficou o olhando, sem reação, com o coração disparado e a única vontade que realmente sentia a de estar junto dele ali. Não se sabe ao certo por quantos minutos ela permaneceu desta forma, Guto não havia percebido a presença dela ali ainda e por fim a palavra saiu de sua boca.
- Guto... – Ele se assusta e quase cai na água. – Ai meu Deus – Nayara vai até ele para ajudar. Pega sua mão e a deixa como apoio para ele se levantar.
- O que que foi? Ele já te dispensou? – Ele pergunta com ironia ajeitando a roupa que estava com algumas folhas presas a mesma.
- Aff por favor, Guto menos vai. – Ele faz uma careta, mas não diz nada. – E dificuldade, tá louco. – A jovem reclama e vai se sentar na mureta da casinha da piscina deixando-o para trás. Vendo que ele não a seguiu fica a mirá-lo.
- Você ia falar alguma coisa? – Ele pergunta retirando a camiseta. Nayara não sabia se prestava atenção no que ele dizia ou no seu corpo fascinante.
- Eu... Eu ia te falar alguma coisa? – Ela pergunta confusa, já se esquecerá o que ia dizer a ele. As palavras fugirão.
- Parecia, pra ter me assustado daquele jeito. – Comenta. Sem esperar qualquer resposta por parte dela ele mergulha na piscina. Por ser muito alto Guto não precisava voltar à superfície e dar algumas braçadas para chegar à outra borda da piscina, então assim que emergiu já estava na mesma.
- Ótimo mergulho, fez natação? – Nayara perguntou desviando o olhar que Guto lançava para ela, e que se ela mantivesse a altura a prenderia definitivamente.
- Não, foram os anos de surf.
- Você surfa? Não conhecia esse seu “dote”. – Ela ri, mas não o olha.
- Tá me evitando é?
- Hã? Como assim? – Ela o olha rapidamente, mas logo abaixa a cabeça. Guto ri e sai da piscina. De propósito ele sacode o cabelo e as mãos em cima dela para molhá-la. – Aaaah seu maluco, pensa que esta fazendo o que? – Nayara resmungava.
- Estou tentando te molhar, não é óbvio? – Ele faz cara de dã para ela, que acaba rindo. Ele senta-se ao seu lado.
- É, um pouco óbvio sim...
- E ai, como foi a sua noite? – Guto pergunta olhando para as árvores tentando não parecer interessado na resposta.
- Ah foi muito legal. Conversei bastante, dei uns beijos... – Ela se cala. No fundo sabia qual era a origem daquela pergunta e queria provocá-lo.
- Só beijou? KKKKK Achei que você fosse a bambambã. Eu curti com tudo que tinha direito. – Ele diz todo convencido. Ela o olha com uma das sobrancelhas arqueadas desconfiada.
- Aham, sei.
- To te falando, você nem sabe o que aprontaram hoje pra gente. Estava curtindo todas na casa do Ricky. – Diz enfatizando o nome do rapaz.
- O que aprontaram? – Pergunta toda curiosa.
- Sabe como é né, eu e o Ralf trouxemos umas gatinhas pra cá ontem e fizemos a nossa festa lá no quarto. O que não esperávamos era ser acordados com um monte de barulho. Pegaram a gente no flagra. Todo mundo pelado, KKKKKKKKK. – Nayara o olhou, totalmente espantada.
- Sério? Não acredito.
- To falando.
- KKKKK Além de fazerem coisa errada no lugar errado foram pegos. Tem que aprender a ser discreto como eu... – Agora era a sua vez de virar o jogo.
- Coisa errada? Não pareceu ser tão errado assim há uns dois dias... – Ele penetrou seu olhar bem fundo nos olhos dela.
- Cada caso um caso. – Ela defendeu-se.
- Mas você também fez coisa errada, então você não pode me julgar.
- Só que vocês foram pegos e eu não. – Rebate.
- Então você afirma ter feito sexo com aquele cara? – Por um segundo Nayara jurou ver um olhar de fúria brotar em Guto.
- Não sei...
- Tenho certeza que fez você é tão safada quanto eu.
- Só porque transei com você no mesmo dia em que o conheci não me faz ser uma safada, no meu ponto de vista foi uma aventura.
- Que não perde o sentido de ser safada.
- Mas as duas coisas são diferentes.
- Me explica isso então.
- Ser aventureira é aproveitar o momento, a emoção de alguma coisa inesperada, inusitada, que tem um pouco de perigo e ser safada a mulher não ter a menor decência e liberar pra qualquer um. – Nayara se levanta e caminha em direção a piscina. Para diante da mesma e fica a olhar seu reflexo na água azul celeste.
- Então você é as duas. – Concluiu ele. – Ficou comigo por aventura e deu praquele cara por safadeza. – Ela o olhou brava e respondeu.
- Para a sua informação meu querido, eu não dei nada pra ninguém noite passada, ao contrário de você que deve ter fodido umazinha. – Guto sorriu, pois enfim conseguiu o que queria deixá-la enciumada. Ele espera ela voltar a olhar para a piscina e de mansinho foi chegando perto. Antes que ela percebesse sua presença a abraçou pela cintura e colou seu corpo no dela.
- Então assim é ser aventureiro é? – Ele sussurrou no pescoço dela lhe causando arrepios. Descompassada Nayara não conseguiu responder. – Você me deixou louco essa manhã inteira sabia? – Ele provocava e alisava a barriga dela.
- E como? Se eu não estava aqui? – Perguntou baixinho.
- Exatamente por isso, por não estar aqui comigo. Fiquei louco de raiva por saber que você poderia estar entregando esse corpo gostoso – Apertou ela contra o seu corpo. – para aquele idiota sendo que devia estar entregando a mim.
- E por que eu deveria fazer isso? – Agora ela já estava domada e só se entregava as caricias dele.
- Porque você sabe, eu sei que aconteceu com você também. – Essa resposta a tirou do transe e se virou de frente para Guto.
- O que você quer dizer com isso? – Ele não respondeu, mas colocou sua mão sob o peito esquerdo dela bem em cima do coração. Nayara observou o movimento e compreendeu o que ele queria dizer, só não iria falar que sim. – Não entendo...
- Você... – Ele disse se aproximando da orelha dela e parando no destino final. – Aquela noite me deu uma coisa que eu jamais tinha ganhado de uma menina antes.
- Guto... – Nayara ia interromper, porque pelo que ela estava entendendo daquilo, ela tivera apenas sido uma garota excepcional em alguma coisa e ele queria um repeteco, mas fora impedida pelo dedo dele que a silenciou.
- Calma, não terminei. – Posicionou sua mão na cintura dela e a outra no ombro e prosseguiu. – Você deu para a mim o seu amor – Nesse momento a palavra amor atingiu em cheio o seu coração. – a sua essência, todos os seus sentimentos e hoje, hoje eu quero mais do que tudo dar a minha existência para você, porque eu estou apaixonado por você e quero muito que também esteja apaixonada por mim. – Ele a olha e sorri e no mesmo instante ele começa a mexer seu corpo e Nayara naturalmente segue os seus movimentos.
O que se iniciou ali foi uma dança. Uma dança sem música e sem coreografia, que bailava singelamente sobre o chão de mármore e abaixo do Sol caloroso. O vento uivava entre as folhas das árvores e passarinhos cantavam ao longe. Os dois se abraçavam carinhosamente sentindo o coração um do outro. Os dois batiam ao mesmo tempo sinalizando a união que se formará. Nayara se sentiu amada pela primeira vez na vida e Guto sentiu o amor pela primeira vez na vida. Aos poucos ele foi parando a dança sem tirar o seu olhar do dela. Já parados ele propõe uma coisa.
- Vamos mergulhar? – Sorri.
- KKK, claro que vamos! – Ela ri e tira sua roupa sem se importar em ficar de calcinha e sutiã. Guto tira a bermuda ficando de cueca e logo estavam debaixo d’água se beijando apaixonadamente.
E quem numa hora dessas poderia se importar com o mundo a fora? Nayara e Guto só conheciam a eles e a água naquele momento. Os abraços, os beijos, as caricias aconteciam como se fosse a primeira vez que eles estivessem se conhecendo. E o que seus corpos mais ansiavam naquele momento aconteceu. A fusão dos dois acontecerá naturalmente e sem pressa. De minuto em minuto eles retornavam a superfície em busca de mais ar e assim que obtinham retornavam para baixo d’água. Eles se amaram profundamente como se fosse a última vez que estariam juntos. Nayara percorria todo o corpo dele com as mãos e não parava de beijá-lo. Guto por sua vez acaricia os seios da jovem e às vezes seu bumbum também. Era momento intenso, de brincadeira, de amor, de serenidade. Simples assim.
O fim daquela tarde chegou assim para os dois, cheia de descobertas. Depois de se amarem dentro d’água o casal saiu da piscina e foram para a casa. Tomaram banho juntos, que por sinal se amaram mais uma vez e depois ficaram deitados na cama só conversando e curtindo o momento.