20 de julho de 2011.
Nada melhor do que um dia após o outro né? Não... Eu discordo desta frase. Depois de um dia ruim o outro será pior ainda. Podem achar que sou pessimista ou uma menina infeliz, eu não ligo, no fundo sei que estou certa. Pra que ter esperanças de que um dia as coisas podem ficar bem? Não existe isso, pelo menos não na minha vida. Deixei de acreditar em muitas coisas devida as minhas experiências patéticas. Enfim...
Hoje o dia começou sem graça. Uma dor de cabeça me aterrorizava, meus olhos estavam inchados e não tinha nada para se fazer. As duas primeiras reclamações eu devo agradecer ao meu namorado que fez com que eu chorasse mais de duas horas ontem e a última porque agora sou uma desempregada com uma faculdade para pagar e não tenho o que fazer à tarde até arrumar um novo emprego.
Bom sem nada para fazer fui assistir TV. Alguns seriados engraçados para me divertir um pouco; Friends, Two and half men, The Big Bang Theory e outros que agora não me recordo. Pensei em alguns momentos ligar para o Lucas e ver qual ia ser a dele. É sempre assim, se eu não ligo é bem capaz de passar o dia sem vê-lo porque ele não ligará. Dou um tempo de meia hora e então liguei. Um oi tudo bem para começar e depois o que faríamos hoje. “Não sei você quem sabe.” Essa resposta dele... Hum... Não preciso nem dizer que me desagrada muito né? Opto então por ir a casa dele. Outro lugar num dia de quarta não teria. E outra encontraria com o irmão caçula dele e seria só palhaçada. Algo de bom, afinal.
Não sei quantos de vocês que estão lendo estas notas pegam ônibus por dia. Mas imagem um ônibus de lotação, que cabe 21 pessoas em pé transportando na realidade 40 ou mais. Imaginaram? Pois é, eu estava enfiada nesses quarenta, toda apertada e com falta de ar. Tudo para ver aquele bandido que só tem me maltratado nos últimos dias. Cheguei ao meu destino final torta. Desci os degraus com dificuldade e ainda por cima quase cai de cara no chão com o pé de um filho da mãe no meio da minha passagem. Ele era cego ou o quê? Tanto faz, o importante naquele momento foi que eu podia respirar novamente. Um ar poluído e de fim de tarde, todo suado por conta dos milhares de trabalhadores que voltavam a suas casas às seis horas da tarde. Quem nunca viveu uma experiência dessas, eu recomendo. Deixa você mais sensibilizado, mais humano com os problemas deste planeta. Impossível de acreditar às vezes. Posso ser pessimista, mas ainda tenho aquele sonho bobo de fazer a diferença no mundo. O que essas pessoas enfrentam todos os dias para ganhar um salário mínimo de 550 reais por mês e sustentar uma casa com cinco ou mais pessoas eu acho um milagre.
Depois de subir uma rua que dá de encontro com o céu, pois acredite, esta rua é muito inclinada cheguei à casa do Lucas. Subi uma escada caracol muito íngreme e enfim na porta. Lá estavam eles: Lucas, Pedro e Bia os irmãos mais novos dele e Adriana, a mãe. Receberam-me atenciosamente como de costume, exceto o Pedro que sempre chega berrando meu nome e agarrando-se as minhas pernas. Fofo. Disse oi e fiquei olhando o individuo sentado à frente do computador jogando aquele Cabal dos infernos. Se ele não soubesse que é tão errado trocar a namorada por um jogo ele faria isso. Só não faz porque ele apanharia de todo mundo ali. Só por isso. Fiz um barulho com a garganta avisando que estava esperando-o. Com a maior cara de pau do mundo olhou para mim com um sorriso cínico e veio ao meu encontro. Deu um selinho e me arrastou para fora da casa dele indo de encontro à mureta que há ali do lado de fora. Encostamos-nos a ela e nada fora dito. Olhei seriamente para a cara dele e tudo que eu ouvi foi “O que foi?”, “Nada.” Respondi secamente. Pensei que ele ficaria ali parado feito um poste, mas não. Ficou frente a frente comigo e me beijou. Tá, eu tinha duas opções na hora. 1ª: empurrar ele e falar que ainda estava brava ou 2ª: retribuir o beijo e esquecer o que ocorrerá no dia anterior. Escolhi a segunda opção. Afinal, estava sem saco pra ficar brigando com aquela cabeça de vento que ele tem.
As duas horas que se passou foram lentas e sem muitas coisas interessantes. Ficamos mais um tempo ali nos beijando e conversando coisas aleatórias e depois entramos em sua casa para jantar. Esperei ele se arrumar para irmos embora. Dei tchau para todos e descemos a escada do mal. Nas primeiras vezes que subi e desci dela quase cai. Adivinha o que ele fez em todas as ocasiões? Riu. Que menino imprevisível né? Tanto faz. A questão é que até chegar ao portão existe um corredor que liga as outras casas da família e de noite ele sempre fica escuro. Quando tudo esta bem e pinta um clima a gente para nele e rola uns amasso gostoso. Hoje já era de se imaginar que isso aconteceria, ainda mais depois de ontem. Não que eu não goste, mas às vezes acho que ele só quer fazer isso pra abater nossos problemas. Uma forma de fugir da responsabilidade. Eu sinceramente cansei de insistir e falar para ele que temos de enfrentar isso e que se nada for feito das próximas vezes tudo se acumulará e se tornará uma bola de neve. Quem disse que ele escuta? Bem, retornando ao amasso. Foi gostoso, admito. Eu não quis que ele fizesse muita coisa em mim, não estava no clima como podem imaginar. Apenas beijos profundos e umas pegadas fortes em lugares estratégicos, que pelo menos ele sabe que eu gosto. Caprichei na masturbação e na oral nele. Até eu me surpreendi. Durou meia ou uma hora, minha noção de tempo é péssima. Mas não tem importância, o que vale mesmo é que ele gostou e até me tratou bem. Interesse? Vai saber. Enfim chegamos ao ponto de ônibus e pegamos o primeiro que passou. Em menos de 30 minutos estávamos descendo no ponto e subindo a rua de casa. Paramos no mesmo lugar e conversamos algumas coisas animadas. Que bom né? Ele comentou algumas coisas que tinha ocorrido na viagem que não falara ontem e até fez piadinhas sobre mim. Tudo pareceu estar normal de novo. Mas não vou me iludir, quantas vezes ele não pareceu estar normal e no fundo só reprimira mais um sentimento de raiva ou tristeza? Ficar esperta na deste menino. Demos uns beijos e no final de tudo ele disse que me amava e eu repeti o mesmo.
Às vezes queria ter a habilidade de ler pensamentos. Por mais que pudesse me partir de vez o coração o que ele pensasse seria melhor. Adiar o que talvez não seja o melhor para nós seria burrice. Se no fundo ele cansou do namoro e não quer mais uma simples conversa pacífica poderia resolver tudo. Ai surge a pergunta: você não o ama? Amo e como amo. Mas dá para viver numa relação assim? Estou surpresa por não ter dado um basta em tudo de uma vez. Só não faço isso porque quando aceitei namorá-lo deixei bem claro que com ele eu não desistiria logo. Porque a história é a seguinte, quando uma ficada começava a virar coisa séria eu terminava com o garoto. Medo. Mas devido a toda minha transformação de vida quando cheguei aqui em São Paulo resolvi encaixar ele nessa mudança. Se eu desistir dele agora estarei sendo fraca e medrosa mais uma vez. Tudo que tenho a fazer é ser paciente, e ter um pouco de jogo de cintura. Ele só tem 17 anos, por Deus. É só um moleque que não sabe o que quer da vida. Para maiores informações estou prestes há fazer 19 anos, nossa diferença de idade é de 1 ano e 4 meses. Muita coisa? Sei lá, nunca me importei com esse lance de idade. O único problema é que ele ainda é imaturo e não sabe ter vários pontos de vista apenas o seu umbigo.
Ai, ai... Estou cansada. Esse dia foi um pouco melhor que o de ontem, mas ainda tenho a tormenta de decidir o que farei para dar um chega pra lá nas coisas. De repente é a rotina que esta cansando a ele e a mim também. Dar tempo ao tempo e esperar uma resposta cair do céu. HAHA.
Boa noite, Diário. Dou este dia por encerrado. E que o amanhã venha cheio de novidades.