Julho, 2011
Mathew
Sabe quando você tem que guardar um segredo e não pode contar para ninguém? Nem para seu cachorro, se bem que eu não tenho cachorro, mas tudo bem. Fico olhando para as pessoas ao me redor. Será mesmo real isso? Ou é um sonho? Só pelo fato de eu ter feito sexo pela primeira vez na minha vida, é um sonho com certeza! Mas... Anjos? Demônios? O que são eles de verdade? Isso existe? Onde eles moram quando não estão aqui? Tantas perguntas, mas nenhuma respondida... Minha vida está cada vez mais confusa.
Sophia pedira para eu não ficar perto de Georgia para minha segurança e eu não a escutei. No primeiro dia que a conheci, ela impediu de eu me esfaquear. Sempre me protegendo e eu nunca liguei. Sinto-me tão culpado. Mas por que justo agora. Que perigo eu corro? Para que eu preciso de um anjo da guarda? Mais e mais perguntas na minha mente, e nenhuma delas respondidas.
Jack gemeu de dor ao meu lado. Bruno tenta conforta-lo. Gabriel fica do lado da Georgia para com que ela não faça nada de errado. Olho para Sophia e a pego me olhando. Retiro meu olhar do seu. Pego a cadeira da minha escrivaninha e sento nela. Meu caderno de poesias me encara. Sinto palavras se formarem em minha mente. Uma poesia se forma. Pego meu caderno e começo a escrever.
Quando deus modelou em estatua da mulher
Com argila dos barrancos,
Fez seus seios, morenos,
Ou brancos,
Sem uma mancha sequer...
Esses cumes ousados, cor-de-rosa,
Dois alvos para o meu beijo,
Ficaram como as manchas da primeira boca
Faminta de desejo...
Por que o teu corpo (como o de todas as mulheres)
Já trazia,
Muito antes de ser beijado,
As manchas indeléveis do primeiro dia
Do pecado.
Esse poema me lembrou de Georgia. Tão falsa. Nunca me amou sempre me usou. Como alguém pode ser assim?