Enfim a grande hora chegou. Como era de se esperar as meninas estavam deslumbrantes. Bianca vestia um vestido azul celeste, na altura de sua coxa com um belo decote valorizando seu busto. O cabelo estava solto, a não ser por uma mecha de sua franja presa numa presilha prata em formato de rosa. Nayara usava um short curto, uma bata vermelha com detalhes em preto e um decote em V, valorizando seu busto também. O cabelo estava preso num simples rabo de cavalo e optou por passar seu batom vermelho, agora todo zuado, de leve nos lábios. Nada extravagante, apenas para dar um up. Tatiane, a mais recatada como podemos observar, escolheu um short não tão curto quanto o da sua colega, uma camiseta regata branca com detalhes em rosa. Seu cabelo por ser bem liso não precisava de nada, ficou solto e bonito como sempre. Os acessórios delas estavam limitados, mas todas usavam colares variados e brincos na escolha delas.
Os meninos não têm nem o que comentar né? Ralf escolheu uma camiseta pólo branca com alguns desenhos em preto, sua bermuda preta e chinelo. O cabelo ficou bagunçado, mas era seu típico charme. Guto optou por uma regata branca, bermuda verde e chinelo. Seu cabelo também não era necessário ficar penteado. Mas jogado de lado como preferia.
E assim todos estavam “devidamente” arrumados para simplesmente jogarem bilhar. O bar da Feiosa era conhecido assim apenas pelo pai de Bianca, pois este considerava a dona do estabelecimento feia. Interessante vocês não acham? Pois bem, o lugar não era grande coisa. Como se pode esperar de um bar, era sujo, mal cuidado, um balcão com alguns doces, uma máquina de música e algumas mesas. No outro cômodo estavam as mesas de bilhar. Duas, na verdade. Os jovens pediram algumas fichas e uma garrafa de refrigerante. Só para constar, Tatiane não permitia nenhuma bebida alcoólica; ela realmente era a mala do grupo, mas foi melhor assim.
- Esse lugar poderia ser pelo menos limpado de vez em quando né? – Bianca comentou olhando em volta com cara de nojo.
- Poderia Bia, mas não é então não reclama. – Resmungou Ralf.
- Valeu hein Ralf! – Todos riram.
- Então, vamos fazer duplas e alguém fica para a próxima rodada? – Perguntou Guto.
- Podem jogar vocês, eu não quero. – Tatiane já logo avisou e sentou na cadeira.
- Credo Tati, como você é... Depois você vai jogar sim senhora! – Intimou Nayara.
- Ok... Ok...
- Então, quais são as duplas? – Todos se entreolharam e Nayara fez uma careta ao encontrar o olhar de Guto. Bianca percebeu a situação e para colocar lenha na fogueira exclamou.
- Eu o Ralf!
- Que? – Perguntou Nayara assustada.
- Algum problema Na? – Guto perguntou próximo a orelha dela deixando-a arrepiada.
- Na-não... – Gaguejou.
- Então borá começar!
Ajeitaram as bolas coloridas e bem numeradas no centro da mesa. Guto se ofereceu para iniciar e logo deu uma grande tacada espalhando bem as bolas. Bianca foi a próxima. Mirou seu taco, com um pouco de dificuldade por não saber manusear aquilo direito, na bola branca em direção da vermelha que estava próxima ao buraco. Bateu e não conseguiu colocar a bola dentro da caçapa. Então foi a vez de Nayara jogar. Seu pai já tivera em outros tempos um bar. Chique, não esses botequins de esquina. Um espaço grande, limpo e bem arrumado. Repleto de mesas de bilhar e sinuca. Concluímos então que ela sabe jogar certo? Certo. Como querendo impressionar os demais, posicionou o taco sobre sua mão, mirou com muita calma na bola preta número 8 e após respirar fundo bateu. Sem muita força e sem muita lerdeza a bola branca correu pela mesa e tocou na preta. Esta por sua vez seguiu em direção a caçapa e então o susto!
- Bela atacada senhorita! – Disse o robusto jovem atravessando a porta seguido por mais dois jovens altos e atléticos igual a ele.
- PHP, vocês vieram! – Exclamou Bianca do outro lado da mesa. Faltaram fogos de artifícios e alguns confetes para completar a sua enorme alegria em vê-los. Ela não notou, mas com exceção dos rapazes que acabaram de chegar todos estavam rindo dela.
- É... Fomos dispensados mais cedo do trabalho hoje e resolvemos passar aqui pra ver vocês. – Respondeu Pedro.
- Arraam... – Nayara fingiu estar limpando a garganta. Afinal, não tinha sido apresentada a eles.
- Meninos, esta aqui é a Nayara, a bravinha. – Todos riram.
- Bravinha uma ova sua mala, só que tem certos fulanos por aqui que nem comento. – A jovem metralhou Guto ao seu lado com um simples olhar.
- Ela me ama, sabem como é! – Guto cruzou os braços, encheu o peito de ar e fez pose de galanteador. Recebeu um belo soco na barriga dela que agora desejava matá-lo a pauladas.
- Tá bom, tá bom! Acho que já deu vocês dois né? – Tatiane interveio.
- Depois dessa cena toda... Bom, vamos jogar meninos? – Perguntou Bia.
- Será que dá? – Henrique observava o espaço a volta e já tinha muita gente ali.
- Bom, dar não dá né? Mas acho que nossos amigos aqui deixaram vocês jogarem conosco no lugar deles, né meninos? – Bianca cutucou discretamente com o taco o pé do Ralf que a olhou feio.
- Ow, que isso, não precisa não... Podemos aguardar vocês terminarem e depois a gente joga, que tal?
- Fechado.
E assim o jogo continuou. Não é de se surpreender que a dupla Nágila e Guto ganhasse, já que Nágila encaçapou a maior parte das bolas. O trio PHP ficou surpreso ao ver o potencial da jovem, mas alertaram que eles também eram bons. Como ÓTIMOS cavalheiros que Guto e Ralf eram deixaram Pedro e Henrique formarem dupla com as meninas. Porém desta vez o jogo ia ser mais acirrado. Paulo e Tatiane formariam a terceira dupla. Como não havia mais espaço entorno da mesa Guto e Ralf sobraram e tiveram de ficar sentados com caras de tacho assistindo eles se divertir. E realmente foi uma grande diversão. A química que rolou com os casais foi imensa, estava óbvio em cada risada, em cada gesto e até o olhar. Pedro diversas vezes posicionava-se atrás da Bia e a “ajudava” a segurar o taco corretamente. Henrique tentava disfarçar as passadas de mão na cintura de Nayara como se fosse passar para o outro lado, mas ela sabia que não era isso e estava gostando. Bom, Tatiane como sabemos é muito tímida e não percebeu as investidas que Paulo lhe lançou, mas ele não ia desistir. Na verdade, ele gostaria de estar a sós com a loira para puxar um papo, conhecê-la melhor.
A tarde se arrastou rapidamente e logo a noite chegou. Por incrível que pareça Guto só se levantou da cadeira para ir ao banheiro e Ralf cochilou na mesa. Os dois largados de lado como trapos velhos de roupa. Enfim a diversão acabou. Por ali.
- Caramba, essa foi a melhor partida de bilhar que já joguei! – Exclamou Nayara a todos.
- Eu também gostei muito. Achava esse jogo muito tipo... Argh! Mas até que é bem legal. – Tatiane comentou rindo.
- Você pode se surpreender bastante por aqui Tati... – Paulo falou olhando bem seus olhos verdes.
- Huuuuuuum, olha o clima pintandooo!! – Brincou Nayara. Tatiane nada falou, estava envergonhada demais para isso.
- Bom garotas, vocês vão fazer o que agora? – Henrique perguntou.
- Voltar pra casa né? – Disse Guto intrometendo-se na conversa. As três não notaram a pergunta de Guto e logo responderam.
- Agora agora não vamos fazer nada. No mínimo cozinhar alguma coisa e ficar batendo papo. Por que meninos? – Nayara perguntou.
- Porque conhecemos um lugar bem legal para ir, topam? – Elas se entreolharam. Ficaram em dúvida na verdade. Mal os conheciam, eram ingênuas apesar de tudo. Mas tinham os meninos. Eles poderiam cuidar delas caso alguma coisa desse errado.
- Bom... – Nayara ia responder, mas Bianca foi rápida.
- Topamos sim meninos! Claro que sim! Não conhecemos nem um lugar bom por aqui e três guia turísticos como vocês são muito bem vindos. – Sorriu.
- Então perfeito.
A última partida terminou bem. Guto e Ralf estavam bufando de raiva. Estavam sendo completamente ignorados pelas meninas, parecia que eles nunca tivessem existido. Só quando Tatiane, a mais sensata “perguntou” (intimou na verdade...) a eles se iriam junto para cuidar delas percebeu a presença dos rapazes. Mas tudo bem, Henrique chegou perto deles e disse para eles não ficarem tímidos, que aonde eles iriam teriam meninas para conhecer. Isso os animou. Pagaram os gastos e lá foram todos para o tal lugar legal que Henrique falou. Acho que legal é apelido... Enfim.