Capítulo 11

10/06/2013 17:43

Ir embora com Igor para casa só deixou a noite ainda mais interessante. Ainda mais porque decidimos ir embora a pé. Viemos caminhando durante uma hora, e pela primeira vez, a garota mais sedentária do mundo, não se sentiu cansada. Eu ficava mais cansada pelas risadas que acabava soltando no caminho.

Entramos no hotel entre risadas e de mãos dadas e nos deparamos com meu pai. Igor apertou minha mão com força e meu pai nos encarava de braços cruzados. Engoli em seco, odiava quando meu pai olhava assim; era assustador, porque raras vezes meu pai se irritava, pior… Raras vezes ele se preocupava em saber onde estou. E me pegar assim no flagra era estranhamente assustador.

_O que está havendo aqui?_O que eu deveria responder ao meu pai? “Uns pegas”que não né? _Quem é ele?
_Um amigo. A propósito, este é o meu amigo, Igor._Eu tenho essa mania de complicar ainda mais a minha vida. Tanta coisa pra dizer; e eu digo amigo. Eu poderia dizer só… desconhecido, né?
_Amigo? Amigo que você anda de mãos dadas?
_Ér…
_Responde, Maria de Lourdes. _Ferrou. Meu nome sendo proferido completo? Não sabia se me apavorava ou batia no meu pai por dizê-lo em voz alta. Meu nome é horrível! Respirei fundo e olhei para Igor, que parecia apavorado. Controlei a vontade de rir e falei._Acho melhor você subir, Igor.
_Hãn?
_Quero conversar com meu pai.
_Não, eu fico…
_Vai logo!
_Ta bom._Ele sorriu envergonhado pro meu pai e saiu andando até lá em cima cabisbaixo. Olhei para meu pai, esperando o sermão.
_Ele já ta te obedecendo tão fácil assim?_Acabei rindo, meu pai é estranho.
_Digamos que é um dom. Você tava se fingindo de bravo ou está mesmo bravo?
_Um pouco dos dois. Tenho que assustar o namorado da minha filha.
_Pai! Ele não é meu namorado.
_Então devo ficar ainda mais preocupado?Essa coisa de relacionamentos sem compromisso…
_Pai, não precisamos ter essa conversa. Melhor, não vamos ter essa conversa! Não se preocupe, não sou idiota. Tenho tudo sob controle.
_Não dá pra controlar o coração.
_Pai, isso é brega. E se torna infinitamente mais brega com você dizendo. Então… por favor. Sem traumas para sua querida filha.
_Você tem que parar com isso.
_Isso o que?
_Deixar a opinião dos outros de lado e só querer saber da sua. É bom você ser independente, mas todo mundo precisa conversar de vez em quando.
_Vou me lembrar disso. Posso ir?
_Devo me preocupar?
_Não. Tudo sobre controle, principalmente o coração._Eu disse irônica e meu pai revirou os olhos. Saindo de perto de mim. Respirei aliviada. E subi correndo as escadas, o elevador estava demorando. Bati na porta de Igor, diversas vezes. Ele não abriu. Bufei. Onde ele se meteu? Desisti, entrando no meu quarto. O quarto estava vazio, então resolvi tomar um banho. Comecei a tirar a blusa e quando estava quase conseguindo ouvi uma risada baixa vinda da pequena varanda. Arrumei a blusa, extremamente vermelha.

Peguei minha escova que estava do lado, bela arma e fui devagar até a varanda. Igor me assustou me pegando no colo, aparecendo do nada, ainda rindo. Ele me jogou na cama enquanto eu ria. E fez menção de se jogar junto, o que aconteceu segundos depois. Quando ele pulou na cama, com medo dele me esmagar rolei para o lado e caí no chão. Completamente patética.

Comente aqui:

Nenhum comentário foi encontrado.
 

2010/2013 Todos os direitos reservados. ®

Crie um site grátisWebnode