Uma risada ao longe chamou a atenção de Nanda. Ergueu a cabeça e começou a procurar e o viu. Belo e perfeito como sempre. Parado na parede, com as pernas cruzadas e o sorriso mais galanteador que alguém pudera imaginar. Os amigos a volta era só borrões. Não podia negar que estava terrivelmente apaixonada por Leandro. Fazia quase um ano que seu amor platônico existia, mas estava feliz assim. A esperança de um amor impossível era tudo que ela não precisava no momento.
O sinal novamente foi soado. Pegou suas coisas e retornou para sua sala. As piadinhas agora entravam por um ouvido e saiam por outro. Era aula de matemática e não estava, por um milagre, tão interessada na matéria. Apoiou seu rosto na sua mão esquerda e ficou olhando para a janela. Relembrando o dia anterior. O modo como ele foi gentil com ela, como não a rejeitou e demonstrou um carinho que ela não sabia que ele podia ter. Por um segundo pensou que ele tivesse dado uma iniciativa de beijá-la no rosto. Claro, ao entregar os livros para ela. Ele chegou a se aproximar, mas por que não continuou? “Será que eu o assustei? O meu jeito desajeitado o deixou com medo? Ou eu estava feia? Ai meu Deus, diga que não! Não ontem...” E para bem longe Nanda se tele transportou.